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Alexandre de Médici

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(Redirecionado de Alessandro de' Medici)
Este artigo é sobre o primeiro Duque de Florença. Para Alexandre de Médici que foi papa, veja Leão XI.
Alexandre de Médici
Duque de Florença

Retrato por Jacopo Pontormo
Reinado 1531 - 1537
Consorte Margarida de Parma (também conhecida por Margarida de Áustria)
Nascimento 22 de julho de 1510
  Florença, República de Florença
Morte 6 de janeiro de 1537 (26 anos)
  Florença, Ducado de Florença
Casa Casa Ducal de Florença
Dinastia Médici
Pai Lourenço II de Médici, Duque de Urbino ou Papa Clemente VII
Mãe Simonetta da Collevecchio
Filho(s) Júlio de Médici (ilegítimo)
Júlia de Médici (ilegítima)
Porzia de' Medici (ilegítimo)

Alexandre de Médici, em italiano Alessandro de’ Medici (22 de julho de 15106 de janeiro de 1537), chamado il Moro (o Mouro), Duque de Penne e também Duque de Florença (a partir de 1532), governou Florença de 1530 até 1537. Apesar de ilegítimo, foi o último membro do ramo senior dos Médici que governou Florença e o primeiro a ser duque hereditário.

Nascido em Florença, foi reconhecido[1] como o único filho de Lourenço II de Médici (neto de Lourenço de Médici, il Magnifico), mas hoje muito estudiosos[2] acreditam que era de facto filho ilegítimo de Júlio de Médici (que veio a ser o Papa Clemente VII), sobrinho de Lourenço de Médici, o Magnífico. Historiadores (como Christopher Hibbert) acreditam que ele nascera de uma criada de ascendência africana que trabalhava para os Médici, identificada em documentos como Simonetta da Collevecchio. Diz-se que a sua alcunha (il Moro) derivaria da sua aparência (Hibbert 1999: 236).[3][4][5]

O Emblema de Alexandre de Médici, baseado no Rinoceronte de Dürer, com o lema "Non buelvo sin vencer" (que em Castelhano arcaico significa "Não regressarei sem vencer ").[6]
Margarida de Parma

Quando o Imperador Carlos V saqueou Roma em 1527, os Florentinos tiraram vantagem da confusão então vivida em Itália para reinstalar a República; quer Alexandre quer Hipólito fugiram, juntamente com os restantes Médici e os seus principais apoiantes, incluindo o regente Papal, o Cardeal Silvio Passerini, com excepção de Catarina de Médici, então com 18 anos de idade, que foi deixada para trás. Michelangelo, então ocupado em criar uma capela funerária para os Médici, inicialmente encarregou-se de construir fortificações à volta de Florença para apoio da República; posteriormente, abandonou a cidade temporariamente.

O Papa Clemente VII acabou por selar a paz com o Imperador e, com o apoio das tropas imperiais, a República foi subjugada após um cerco longo, e os Médici foram restaurados no poder no Verão de 1530. Clemente VII atribuiu Florença a Alexandre, então com 19 anos de idade, que fora feito duque, título adquirido a Carlos V. Alexandre entrou em Florença em 5 de julho de 1531 para dar início ao seu governo e, nove meses depois, foi feito duque hereditário de Florença (uma vez que a Toscana ficava fora dos Estados Pontifícios), assinalando assim o fim da República (Hibbert ,1999, Páginas 250–252; e Schevill, 1936, páginas 482 e 513–514).

Os seus muitos inimigos entre os exilados declararam que o seu governo foi severo, depravado e incompetente, avaliação que tem vindo a ser debatida pelos historiadores. Uma relíquia do seu governo por vezes apontada como símbolo da opressão dos Médici é a massiva fortaleza, conhecida por Fortezza da Basso, hoje o maior monumento histórico de Florença. Em 1535 a oposição florentina enviou o seu primo Hipólito para apelar a Carlos V contra algumas acções do Duque, mas Hipólito morreu no percurso; de imediato espalharam-se rumores de que fora envenenado por ordem de Alexandre (Hibbert, 1999, página 254). Numa resposta posterior de tipo medieval, em que se baseavam as relações entre Papa e Imperador, Comuna e Senhor, o Imperador apoiou Alexandre contra os republicanos. Em 1536, casou a sua filha natural, Margarida de Parma (também conhecida por Margarida da Áustria) com Alexandre. No entanto, Alexandre parece ter ficado fiel a uma das suas amantes, Taddea Malaspina, que concebeu os seus únicos filhos Júlio de Médici e Júlia de Médici (ambos com descendência).

Retrato de Alexandre de Médici no Uffizi, cuja tês mais escura valeu-lhe o cognome de o mouro.
Brasão de armas dos Médici

Quatro anos após, o seu primo distante Lorenzino de Médici, apelidado de Lorenzaccio ("o mau Lourenço"), assassinou-o (este acontecimento é o tema para a peça "Lorenzaccio", de Alfred de Musset). Lorenzino montou uma cilada a Alexandre, com o pretexto de um encontro sexual com a irmã de Lorenzino, Laudomia, uma bela viúva.

Temendo o início de uma revolta caso o seu assassinato fosse conhecido, os representantes dos Médici embrulharam o corpo de Alexandre numa tapete e, secretamente, levaram-no para o cemitério de San Lorenzo, onde foi apressadamente sepultado. Na cidade espanhola de Valladolid, onde a corte de Carlos V estava estabelecida, foi celebrado um funeral solene.[7]

Lorenzino, numa declaração publicada mais tarde, disse que matara Alexandre em defesa da república. Quando a facção anti-Médici falhou a tomada do poder, Lorenzino fugiu para Veneza, onde foi morto em 1548. Os apoiantes dos Médici (chamados Palleschi por causa das bolas no brasão dos Médici) asseguraram que o poder passaria para Cosme I de Médici, o primeiro do ramo mais novo dos Médici a governar Florença.


Casamento e descendência

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Em 18 de janeiro de 1536 Alexandre casou em Nápoles com a filha natural (depois legitimada) do Imperador Carlos V, Margarida de Parma, mas deste breve matrimónio não houve descendência.

A Alexandre sobreviveram dois filhos naturais (atrás referidos) que teve com Taddea Malaspina, filha do marquês de Massa, António Alberico II Malaspina e irmã da marquesa Ricarda Malaspina:

  • Júlio (Giulio di Alessandro de' Medici) (1532?–1600) — filho natural, legitimado após a morte do pai; teria 4 anos quando o pai morreu e casou com Lucrécia Gaetani. com descendência ilegítima;
  • Júlia (Giulia Romola de' Medici) (1535–1588) — filha natural, que casou em primeiras núpcias com Francesco Cantelmo, Conde de Alvito e Duque de Popoli e, em segundas, com Bernadetto de Médici, seu primo, príncipe de Ottaiano.

Alexandre teve ainda uma terceira filha natural de mãe incógnita:

  • Porzia (Porzia de' Medici) (1538–1565) — freira.

Referências

  1. A. London Fell (setembro de 1993). Origins of legislative sovereignty and the legislative state: Modern origins,developments, and perspectives against the Background of "Machiavelism".Book I: Pre-Modern "Machiavelism". [S.l.]: Praeger. ISBN 978-0-275-93975-5. Consultado em 12 de janeiro de 2012 
  2. George L. Williams (janeiro de 2004). Papal Genealogy: The Families And Descendants Of The Popes. [S.l.]: McFarland. pp. 74–. ISBN 978-0-7864-2071-1. Consultado em 12 de janeiro de 2012 
  3. George L. Williams, Papal Genealogy: The Families And Descendants Of The Popes, página 74: "Clement now made Alessandro de Medici (his illegitimate son by a Nubian slave) into the first duke of Florence" (McFarland & Company, 1998) ISBN 0-7864-2071-5
  4. J.A. Rogers, World's Great Men of Color, Volume 2, página 31 (Touchstone, 1996) ISBN 978-0-684-81582-6
  5. Caroline P. Murphy, Murder of a Medici Princess, página 9 (Oxford University Press, 2008) ISBN 978-0-19-531439-7
  6. * ” The Pope's Elephant” de Silvano A. Bedini, página 192 (Carcanet Press, 1997) ISBN 1-85754-277-0.
  7. Cfr. PASCUAL MOLINA, Jesús F. (2009). "Alexander Florentiae Dux: el primer duque de Florencia y el Imperio. Muerte, política y arte" en PARRADO DEL OLMO, J. M.ª y GUTIÉRREZ BAÑOS, F. (coords.), Estudios de historia del arte. Homenaje al profesor De la Plaza Santiago. Valladolid: Universidad de Valladolid. pp. 161-166. ISBN 978-84-8448-521-6.

Ligações Externas

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  • ”The House of Medici, Its Rise and Fall”, de Christopher Hibbert, 1999
  • ”History of Florence”, de Ferdinand Schevill, 1936


Precedido por
novo título

Duque de Florença

1531-1537
Sucedido por
Cosme I de Médici