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Abdias do Nascimento

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Abdias do Nascimento
Abdias do Nascimento
Abdias do Nascimento discursa na tribuna do Senado Federal (1991)
Senador do Rio de Janeiro
Período 25 de fevereiro de 1997
a 31 de janeiro de 1999
Antecessor(a) Darcy Ribeiro
Sucessor(a) Saturnino Braga
Deputado federal pelo Rio de Janeiro
Período 1° de fevereiro de 1983
a 31 de janeiro de 1987
Dados pessoais
Nascimento 14 de março de 1914
Franca, São Paulo
Morte 23 de maio de 2011 (97 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade Federal do Rio de Janeiro
Prêmio(s) Ordem do Mérito Cultural (2007); Ordem de Rio Branco, no grau de Oficial (2001) e de Comendador (2006);
Cônjuge Léa Garcia
(1951–1958)
Partido PDT (1981–2011)
Religião candomblé
Ocupação
Website http://www.abdias.com.br

Abdias do Nascimento OMC (Franca, 14 de março de 1914Rio de Janeiro, 23 de maio de 2011) foi um ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras brasileiras.

Em 1936 muda-se para a capital fluminense para cursar Economia, tendo se formado em 1938, na então chamada Universidade do Brasil. Em 1938 organizou e participou do Congresso Afro-Campineiro, em Campinas. Mantendo-se sempre em movimento, cursou Sociologia no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) em 1956, tendo o título de doutor honoris causa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Federal da Bahia (UFBA).[1]

Considerado um dos maiores expoentes da cultura negra e dos direitos humanos no Brasil e no mundo, foi oficialmente indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2010.[2] Fundou entidades pioneiras como o Teatro Experimental do Negro (TEN), o Museu da Arte Negra (MAN) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO). Foi um idealizador do Memorial Zumbi e do Movimento Negro Unificado (MNU) e atuou em movimentos nacionais e internacionais como a Frente Negra Brasileira,[3] a Negritude e o Pan-Africanismo. Quando jovem, foi membro da Ação Integralista Brasileira, onde atuou como jornalista, considerando o período fundamental para lhe "possibilitar conhecimentos sobre a cultura brasileira, arte, literatura e economia",[4] tendo se desligado após o fechamento legal da AIB por se opor a "um segmento sistematicamente racista contra os negros" dentro do movimento.[5] Atuou no antigo Partido Trabalhista Brasileiro (1945-65) e foi fundador do Partido Democrático Trabalhista em 1981, chegando a ser vice-presidente da legenda a que foi filiado até sua morte.[6]

Foi professor emérito na Universidade Estadual de Nova Iorque em Buffalo, campus de Buffalo, onde, durante seu exílio do regime militar, foi professor titular por dez anos. Nascimento atuou como professor visitante na Escola de Artes Dramáticas da Universidade Yale. Convidado pelo Fórum das Humanidades da Universidade Wesleyan, também nos Estados Unidos, ele participou na condição de professor visitante, com alguns dos mais destacados intelectuais da época, do Seminário "A Humanidade em Revolta". Foi professor convidado do Departamento de Línguas e Literaturas Africanas da Universidade de Ifé, em Ifé, Nigéria. Voltando do exílio, foi deputado federal e senador da República, além de secretário do governo do Estado do Rio de Janeiro.

Filho de Georgina Ferreira do Nascimento (conhecida como Dona Josina), doceira e ama de leite, e de José Ferreira do Nascimento, sapateiro e violonista,[7] Abdias do Nascimento era neto de mulheres escravizadas. A avó materna, Francelina, foi internada no famigerado asilo de Juquery e sofreu sérias consequências dos maus tratos lá recebidos.[8] A avó paterna, Ismênia, nascida na África, foi estuprada por um português. Por isso o pai de Abdias "carregou, durante seus 95 anos de vida, a dor de ser um filho 'natural', isto é, de não ter sido reconhecido pelo pai".[9]

Movimento integralista

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Abdias participou da Ação Integralista Brasileira, sobre a qual declarou:

As lutas nacionalistas e anti-imperialistas, a oposição ao capitalismo e à burguesia, foram os temas que me atraíram para as fileiras integralistas. Etapa importante da minha vida. No integralismo foi onde pela primeira vez comecei a entender a realidade social, econômica e política do país e as implicações internacionais que o envolviam. A juventude integralista estudava muito e com seriedade. Encontrei e conheci pessoas de primeira qualidade como um San Tiago Dantas, Gerardo Mello Mourão ou Roland Corbisier; assim como um Rômulo de Almeida, Lauro Escorel, Jaime de Azevedo Rodrigues (falecido), o bravo embaixador brasileiro num país europeu que se demitiu da carreira após o golpe militar de 1964; ou ainda D. Hélder Câmara, Ernâni da Silva Bruno, Antônio Galloti, M. Mazei Guimarães e muitos outros. Conheci bem de perto o chefe integralista Plínio Salgado de quem em certa época fui amigo. Dentro do integralismo eu me separava do movimento negro, mantendo assim duas atividades paralelas. Logo que percebi, concretamente, o racismo dentro do integralismo, me desliguei definitivamente desse movimento político.
— NASCIMENTO, Abdias do. Entrevista. In CAVALCANTE, Pedro Celso Uchôa e RAMOS, Jovelino (orgs)

 Memórias do exílio. 1964/19??. De muitos caminhos, São Paulo, Livraria Livramento, 1978, Vol. 1, p. 30.

Comentando em sua autobiografia as declarações de Abdias sobre sua passagem pela AIB, o advogado e ex-deputado federal baiano Rubem Nogueira, que sobre Abdias afirmou que o "conheci de perto" durante a década de 30, sustentou que Abdias "se manteve fiel (ao Integralismo) até o fim da existência legal da AIB, motivo por que sofreu arbitrária detenção em começos de 1938".[10] Realmente, em fevereiro de 1938, Abdias foi detido no âmbito do Processo n° 461 do Tribunal de Segurança Nacional, ao lado de outros seis integralistas, por distribuir boletins integralistas nos últimos dias de dezembro de 1937.[11][12] Segundo apurou a polícia política, Abdias teria sido, ao lado de Rômulo Almeida, o principal autor de uma derrama de boletins em edifícios no Centro do Rio de Janeiro.[13]

Dentro da AIB, trabalhava no gabinete de Plínio Salgado. Participava dos círculos de estudantes integralistas. Segundo Gerardo Melo Mourão, "Abdias se dedicou exclusivamente ao problema da raça negra, da redenção dos negros brasileiros, dizia que era a missão dele e era realmente uma coisa tão importante".[14] Anos mais tarde, no pós-guerra e em um contexto de disputas políticas na UNE, seu passado integralista foi usado como pretexto para deslegitimar sua atuação política. Em publicação de 1976, disse: "não tinha nada a declarar naquela espécie de autocrítica sob coação. Nada havia no meu passado para lamentar ou arrepender. (...) Passei por aquilo e larguei para trás. Mudei. (...) Sofri o racismo no meio integralista e denunciei o fascismo. Não iria agora me submeter a uma nova manobra de cunho nazi-fascista. Então eles (os donos da UNE) expulsaram a mim, ao Aguinaldo Camargo e ao Rodrigues Alves sob a acusação de que éramos racistas!".[15][16]

Após o Estado Novo, a imprensa oficial do partido integralista que sucedeu a AIB, o Partido de Representação Popular, deu ampla divulgação às atividades de Abdias. Ele chegou mesmo a dar entrevistas para o jornal oficial do integralismo, A Marcha, na década de 1950, e foi através da editora GRD, do diretor de A Marcha, o integralista Gumercindo Rocha Dorea, que lançou seus primeiros livros na década de 1960. Segundo Gabriel Soares Predebon, isso demonstra uma continuidade das relações de Abdias com o movimento integralista. Um de seus principais aliados no TEN, Ironides Rodrigues, foi o responsável pela coluna de cinema de A Marcha entre 1954 e 1962.[17]

Regime militar

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Com o endurecimento do regime militar, Abdias exila-se por 13 anos no exterior. Na mesma época, o TEN é dissolvido e Abdias se afasta do teatro, conduzindo sua militância política por outros caminhos, tendo lecionado como professor universitário, e dedicando-se à pintura e à pesquisa de visualidades relacionadas à cultura religiosa afro-brasileira.[18]

Durante essa época, formou junto com Gerardo Melo Mourão, Godofredo Iommi, Efrain Bo, Raul Young e Napoleón López uma aliança poética chamada La Santa Hermandad de la Orquídea. Em 1940, "os orquídeas" iniciaram sua jornada pela Amazônia passando por todos os tipos de dificuldades físicas e econômicas, de acordo com o que foi registrado por Juan Raúl Young, em uma carta de 1978 endereçada a Abdias, na qual resgata suas memórias desta viagem:

Citação: Em nosso tempo livre, Godô (Godofredo Iommi) lia para nós A Divina Comédia, escrita em italiano antigo. Godô leu, traduziu e fez sua interpretação existencialista, que era a filosofia que nos formava na época, e com ela interpretamos (A Divina Comédia) como uma jornada ontológica, ou seja, como a construção do ser de Dante.[19]

Segundo a historiadora e intelectual negra Maria Gerlane Santos de Jesus, Abdias era uma das principais influências na luta antirracista:

A figura do Abdias Nascimento é sem dúvida emblemática no século XX e seu envolvimento na luta antirracista (e não só) é louvável, pois não temos como falar do século XX e da luta antirracista sem lembrar do nome do Abdias Nascimento, que lutou por essa causa tanto como militante, quanto intelectual, como artista. Foi influência para muitos militantes negros que a partir da década de 1970 passaram a entrar nos meios acadêmicos e assim, ao invés de verem suas histórias escritas por intelectuais predominantemente brancos, começaram, assim como Abdias nascimento, escrever suas histórias, as histórias dos seus povos.
Maria Gerlane Santos de Jesus (2015), A representação do negro nas Revistas Veja e Isto é: Abdias Nascimento, o movimento negro e o centenário da abolição (1978-1988), Universidade do Estado de Santa Catarina, Wikidata Q106513141 

Vida política

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Após a volta do exílio (1968-1978), Abdias se inseriu na vida política ao colaborar fortemente para a criação do MNU em 1978 e como um dos fundadores do PDT em 1980.

Candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro em 1982, alcançou a terceira suplência,[20][21] exercendo o mandato ante a nomeação de parlamentares para o secretariado do governador Leonel Brizola.[22][nota 1] Foi a primeira vez que o Congresso Nacional teve um parlamentar engajado no combate ao racismo.[23]

Em diferentes ocasiões, Abdias precisou ser assertivo na Câmara dos Deputados. Quando um colega afirmou que não existia racismo no Brasil, ele respondeu: “Quem sabe do racismo são aqueles que o sofrem, e não Vossa Excelência, que pertence à classe dos privilegiados”.[23]

Em outro momento, um deputado disse que era exagero afirmar que os negros eram oprimidos, já que, para ele, a opressão recaía sobre os pobres como um todo, não importando a raça. Abdias interveio: “A nossa luta de negro não está desvinculada das reivindicações dos oprimidos deste país. Mas isso não quer dizer que não tenhamos os nossos problemas específicos. Nenhum outro pobre de qualquer outra raça foi escravo por 400 anos aqui no Brasil. Somente nós”.[23]

Outro deputado citou os esportistas Pelé e João Paulo para argumentar que os negros não eram cidadãos de segunda classe. Abdias se manifestou: “Devo afirmar que essas exceções apontadas por Vossa Senhoria apenas confirmam a regra”.[24]

Apresentou projetos de lei para transformar o racismo em crime de lesa-humanidade, criar cotas raciais no serviço público e nas empresas privadas, incluir no currículo das escolas a história da África e a cultura negra e transformar o 20 de novembro no Dia Nacional da Consciência Negra. Nenhum dos projetos foi aprovado.[24]

Votou a favor da Emenda Dante de Oliveira em 1984, mas não participou da votação que elegeu Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985, porque o deputado Brandão Monteiro reassumiu para votar na histórica sessão.[25][26]

Em 1986, Abdias não conseguiu se reeleger deputado.

Eleito segundo suplente de senador pelo PDT em 1990, assumiu a vaga após a morte de Darcy Ribeiro em 1997.[27][nota 2]

Chegando ao Senado, foi apresentado como o primeiro senador negro do Brasil. Ele discordou, citando vários políticos negros do passado que nunca assumiram tal identidade. Perguntou: “Não constitui um escândalo que somente agora, 165 anos após a organização das instituições legislativas nacionais, um homem de ascendência africana consciente e orgulhoso dessa condição e representando os anseios dessa imensa população chegue ao Senado?”.[28]

Como senador, Abdias voltou a apresentar projetos antirracismo semelhantes aos que havia apresentado na Câmara. Na defesa das cotas raciais, discursou:

“A ação afirmativa, que eu prefiro chamar de ação compensatória, é um instrumento utilizado para promover a igualdade de oportunidades no emprego, na educação, no acesso à moradia e no mundo dos negócios. Por meio dela, o Estado, a universidade e as empresas podem não apenas remediar a discriminação passada e presente, mas também prevenir a discriminação futura, num esforço para chegar a uma sociedade inclusiva, aberta à participação igualitária de todos os cidadãos”.[23]

Tampouco no Senado seus projetos de lei foram aprovados.[23]

Abdias começava seus discursos parlamentares pedindo a proteção do deus Olorum e os encerrava desejando “axé”, que significa “força” no idioma iorubá.[29]

Foi casado com a assistente social, ativista e jornalista Maria de Lourdes Vale Nascimento.[30] Casou uma segunda vez com a atriz Léa Garcia, com quem teve dois filhos. Sua última esposa foi a socióloga norte-americana Elizabeth (Elisa) Larkin, com quem teve um filho.[31][32]

Abdias morreu em 23 de maio de 2011, aos 97 anos, devido a uma insuficiência cardíaca. Ele estava internado desde abril no Hospital dos Servidores do Rio de Janeiro por causa de uma pneumonia, que agravou problemas cardíacos e renais crônicos e não resistiu às complicações da doença.[33][34]

O tema central da vida, luta e obra de Abdias do Nascimento foi a questão racial brasileira. Era contrário à ideia de que havia uma democracia racial no Brasil, já que, apesar da abolição da escravatura, o povo negro ainda continuava marginalizado, longe dos espaços de poder e sofrendo constante discriminação.[35]

Propunha uma valorização da identidade e cultura afro-brasileiras, através de representações positivas da negritude na arte e na cultura, como fez com a criação do Teatro Experimental do Negro.[36] Era defensor também do Pan-Africanismo, movimento que propõe união e solidariedade entre os povos africanos e da diáspora, acreditando que suas lutas estão interligadas.[37]

Defendeu a ideia de reparação histórica para a população negra do Brasil, como forma de corrigir danos causados pela escravidão e séculos de opressão. Inclusive, foi um dos primeiros a propor políticas afirmativas, como cotas raciais, para melhor inclusão dos negros na educação e mercado de trabalho.[38]

Publicações

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  • Abdias Nascimento, um espírito libertador. Catálogo de exposição de pinturas. Museu de Arte Contemporânea de Niterói / IPEAFRO, 2020. ISBN 978-85-85896-56-0
  • O Quilombismo. Documentos de uma Militância Pan-Africanista, 3a. ed. Com textos de Kabengele Munanga e Valdecir Nascimento. São Paulo: Editora Perspectiva / IPEAFRO, 2019. ISBN 978-85-273-1149-6
  • O Genocídio do Negro Brasileiro, 3a. ed. Com textos de Wole Soyinka, Florestan Fernandes, Elisa Larkin Nascimento. São Paulo: Editora Perspectiva / IPEAFRO. 2016. ISBN 978-85-273-1080-2
  • Ocupação Abdias Nascimento. Catálogo de exposição no Itaú Cultural. São Paulo: Itaú Cultural / IPEAFRO, 2016. ISBN 978-85-7979-089-8
  • Africans in Brazil: a Pan-African perspective (1997)
  • Race and ethnicity in Latin America - African culture in Brazilian art (1994)
  • Brazil, mixture or massacre? Essays in the genocide of a Black people (1989)
  • O Griot e as Muralhas, com Éle Semog. Rio de Janeiro, Pallas, 2006. ISBN 85-347-0389-2
  • Quilombo. Edição em fac-smile do jornal dirigido por Abdias Nascimento.São Paulo, Editora 34, 2003.[39]
  • O Quilombismo,2a.ed. Brasília/ Rio de Janeiro: Fundação Cultural Palmares / OR Produtor Editorial Independente, 2002. ISBN 85-88155-16-8
  • O Brasil na Mira do Pan-Africanismo. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais / EDUFBA, 2002. ISBN 85-232-0251-X
  • Orixás: os Deuses Vivos da África/ Orishas: the Living Gods of Africa in Brazil. Rio de Janeiro/ Philadelphia: Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros IPEAFRO / Temple University Press, 1995. ISBN 85-85853-01-8
  • A Luta Afro-Brasileira do Senado. Brasília: Senado Federal, 1991.
  • Povo Negro: A sucessão e a “Nova República”. Rio de Janeiro: Ipeafro, 1985.
  • Jornada Negro-Libertária. Rio de Janeiro: Ipeafro, 1984.
  • Axés do Sangue e da Esperança: Orikis. Rio de Janeiro: Achiamé e RioArte, 1983. (Poesia.)
  • Sitiado em Lagos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
  • O Quilombismo. Petrópolis: Vozes, 1980.
  • Sortilégio II: Mistério Negro de Zumbi Redivivo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. (Peça de teatro.)
  • Sortilege: Black Mystery, trad. Peter Lownds. Chicago: Third World Press, 1978.
  • Submundo: Cadernos de um Penitenciário, Zahar, 2023. ISBN 978-6559791101
  • Mixture or Massacre, trad. Elisa Larkin Nascimento. Búfalo: Afrodiaspora, 1979.
  • O Genocídio do Negro Brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
  • Racial Democracy” in Brazil: Myth or Reality, trad. Elisa Larkin Nascimento, 2.ª ed. Ibadã: Sketch Publishers, 1977.
  • Racial Democracy” in Brazil: Myth or Reality, trad. Elisa Larkin Nascimento, 1.ª ed. Ilê-Ifé: Universidade de Ifé, 1976.
  • Teatro Experimental do Negro, 1959. (Peça de teatro.)
  • O Homem do Sputnik (1959)
  • Cinco Vezes Favela (1962)
  • Terra da Perdição (1962)
  • Cinema de Preto (2005)
  • Abdias Nascimento – memória negra (2008), de Antonio Olavo
  • Abdias Nascimento, documentário da TV Câmara, de Fernando Bola (2011)[40]
  • Abdias: raça e luta, documentário da TV Senado, de Maria Maia (2012)[41][42]
  • Abdias Nascimento (2013), de Aída Marques

Homenagens póstumas

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  • Em 2012 foi homenageado pela escola de samba Acadêmicos de Vigário Geral, que apresentou o enredo "Abdias Nascimento: Uma vida de lutas", no carnaval carioca.[47]
  • Comenda Senador Abdias Nascimento — Criada pela Resolução n.º 43, de 22 de novembro de 2013 do Senado Federal.[48]
  • Em 14 de setembro de 2017 teve seu nome dado a um navio da Transpetro - Petrobras Transporte.[49]
  • Declarado "herói nacional" pela Lei n.º 14.800/2024, de 8 janeiro de 2024.[50]
  • Escola Técnica Estadual Abdias do Nascimento (ETEC), localizada em Paraisópolis, na cidade de São Paulo.[51]
  • Em 14 de Dezembro de 2013, o Colégio Estadual Costa e Silva, em Nova Iguaçu (RJ), passou a se chamar Colégio Estadual Abdias do Nascimento.[52]

Notas

  1. O governador Leonel Brizola nomeou José Colagrossi secretário de Transportes e José Maurício secretário de Minas e Energia, permitindo as convocações de Sérgio Lomba e Carlos Alberto de Oliveira, contudo este último deixou a Câmara dos Deputados e ao ser nomeado secretário do Trabalho e assim Abdias do Nascimento passou a exercer o mandato, nele permanecendo mesmo após a demissão de José Colagrossi, pois a Secretaria de Transportes foi entregue a outros deputados federais, sucessivamenteː Jiulio Caruso, Délio dos Santos e Brandão Monteiro.
  2. Naquela altura dos acontecimentos já havia falecido o primeiro suplente, Doutel de Andrade, razão pela qual Abdias do Nascimento foi efetivado senador.

Referências

  1. Medeiros da Silva, Mario. «Abdias do Nascimento». Sociedade Brasileira de Sociologia. Consultado em 12 de janeiro de 2024 
  2. «Abdias Nascimento indicado ao Prêmio Nobel da Paz 2010». Fundação Cultural Palmares. Consultado em 31 de março de 2022 
  3. Geledés, Abdias fala da Frente Negra Brasileira. Acesso em 19/6/2020.
  4. http://www.ef5.com.br, F5-Web Design e Tecnologia Atualizada-. «Abdias Nascimento». www.museuafrobrasil.org.br. Consultado em 31 de março de 2022 
  5. Depoimento transcrito no livro O Griot e as Muralhas, de Abdias Nascimento e Éle Semog (Rio de Janeiro: Pallas, 2006), p. 84-85.
  6. [Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001]
  7. Nascimento, Abdias (2019). O Quilombismo, 3a. ed. São Paulo: Perspectiva. pp. 39–40 
  8. Nascimento, Elisa Larkin (2014). Grandes Vultos que Honraram o Senado: Abdias Nascimento. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas. pp. 101–103 
  9. Nascimento, Abdias; Semog, Éle (2006). Abdias Nascimento: O Griot e as Muralhas. Rio de Janeiro: Pallas. pp. 30; 37; primeira página do primeiro caderno de imagens 
  10. NOGUEIRA, Rubem (1997). O homem e o muro. São Paulo: GRD. p. 107 
  11. A Noite (Rio de Janeiro), 23 de fevereiro de 1938, p. 2 e 7.
  12. O Imparcial (São Luís), 31 de dezembro de 1937, p. 1.
  13. O Radical (Rio de Janeiro), 28 de dezembro de 1937, p. 1.
  14. «Entrevista com o Sr. Gerardo Mello Mourão». Câmara dos Deputados. 14 de novembro de 2001. Consultado em 12 de maio de 2018 
  15. NASCIMENTO, Abdias do. Entrevista. In CAVALCANTE, Pedro Celso Uchôa e RAMOS, Jovelino (orgs). Memórias do exílio. 1964/1978. De muitos caminhos. Vol. 1, cit., loc. cit.
  16. CAVALCANTE, Pedro Celso Uchôa e RAMOS, Jovelino (orgs). Memórias do exílio em PDF
  17. PREDEBON, Gabriel Soares (2019). «O integralismo e a questão racial nas páginas do jornal A Marcha». Entre tipos e recortes. 3. Rio de Janeiro: Autografia. pp. 266–269. ISBN 978-85-518-1770-4 
  18. Cultural, Instituto Itaú. «Abdias Nascimento». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 23 de setembro de 2020 
  19. T. Gigia. 2008. La Santa Hermandad de la Orquídea. Acto primero de la poesía viva p.7 (em Espanhol)
  20. BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «E ele voltou... o Brasil no segundo governo Vargas – biografia de Abdias do Nascimento». Consultado em 30 de março de 2022 
  21. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 30 de março de 2022 
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  26. Redação (16 de janeiro de 1985). «Sai de São Paulo o voto para a vitória da Aliança. Política, p. 06». acervo.folha.com.br. Folha de S.Paulo. Consultado em 30 de março de 2022 
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  52. https://vaiserrimando.com.br/abdias-nascimento-substitui-costa-silva-escola-rio-janeiro/

Ligações externas

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