Hotel Ryugyong
Arquiteto |
Baekdu Mountain Architects & Engineers |
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Desenvolvedor | |
Pedra fundamental |
1987 |
Status |
Abandonado (desde 2013) |
Estilo | |
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Altura |
Telhado : 330 m (1,083 ft) |
Área |
360,000 m² |
Pisos |
105 |
Contratante |
Baekdu Mountain Architects & Engineers, Balfour Beatty Construction |
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Ocupante |
Global Telecom Holding (en) |
Localização | |
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Localização | |
Coordenadas |
Hotel Ryugyong (também Hotel Ryu-Gyong ou Hotel Yu-Kyung;[1] em coreano: 류경호텔)[2] é um arranha-céu inacabado de 105 andares em forma de pirâmide localizado em Pyongyang, capital da Coreia do Norte. Seu nome ("capital dos salgueiros") é também um dos nomes históricos de Pyongyang.[3] O edifício é conhecido também como o Construção 105, uma referência ao número de andares.[4] O edifício foi planejado como uma edificação de uso misto, que incluiria um hotel. Atualmente o prédio é listado pelo Guinness World Records como o edifício desocupado mais alto do mundo.[5]
A construção começou em 1987, mas foi interrompida em 1992, quando a Coreia do Norte entrou em um período de grave crise econômica após a dissolução da União Soviética. Depois de 1992, a estrutura estava completa, mas sem janelas ou acessórios interiores. Em 2008, a construção foi retomada e o exterior foi concluído em 2011. Foi planejado a inauguração de um hotel em 2012, o centenário do nascimento de Kim Il-sung, mas isso não aconteceu. Uma abertura parcial foi anunciada para 2013, mas esta também foi cancelada.[6] Em 2020, o edifício permanece fechado.[7]
O hotel foi adicionado a mapas de Pyongyang antes mesmo da construção iniciada e cartões postais já mostravam o edifício antes de ser sequer vagamente terminado. Hoje, porém, é comum peças publicitárias que enaltecem as belezas da região apagarem o hotel das fotografias.[8] O edifício se tornou um tabu entre os habitantes de Pyongyang, que resistem em falar dele ou mesmo em explicar do que se trata,[9] apesar do edifício se destacar grandemente no horizonte da cidade.[10]
História
[editar | editar código-fonte]Início da construção
[editar | editar código-fonte]No contexto da Guerra Fria, o plano para um grande hotel era uma resposta à conclusão do hotel o mais alto do mundo, o Swissôtel The Stamford, em Singapura, inaugurado em 1986 pela companhia sul-coreana SsangYong Group.[11] A liderança norte-coreana via o projeto como um canal para os investidores ocidentais entrarem no mercado.[11] Uma empresa, a Hotel Ryugyong Investimento e Gestão, foi criada para atrair o estimado em 230 milhões de dólares em investimento estrangeiro.[11] Um representante do governo norte-coreano prometeu uma supervisão relaxada, permitindo que "os investidores estrangeiros operassem casinos, boates ou lounges japoneses".[11] A empresa de construção norte-coreana Arquitetos e Engenheiros da Montanha Baekdu começou a construção em um hotel em forma de pirâmide em 1987.[12][13]
Paralisação
[editar | editar código-fonte]Inicialmente o hotel seria inaugurado em junho de 1989 para o 13º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, mas os problemas com os métodos de construção e materiais atrasaram a conclusão.[14] Se fosse aberto no tempo estimado, o edifício teria superado o Swissôtel The Stamford para se tornar o hotel mais alto do mundo[9] e teria sido o sétimo edifício mais alto do mundo.[4]
Em 1992, depois que o edifício alcançou sua altura arquitetônica completa,[4] o trabalho foi interrompido devido à grave crise econômica na Coreia do Norte após o colapso do bloco soviético.[15] Os jornais japoneses estimaram que o custo da construção era de 750 milhões de dólares,[16] consumindo 2% do PIB norte-coreano.[17] Por mais de uma década, o edifício inacabado ficou vazio e sem janelas ou acabamento, aparecendo como um esqueleto de concreto. Um guindaste de construção enferrujado permaneceu no topo, o que a BBC chamou de "um lembrete da ambição frustrada de um Estado totalitário".[15][18] De acordo com Marcus Noland, no final dos anos 1990, a Câmara de Comércio da União Europeia na Coreia inspecionou o edifício e concluiu que a estrutura era irreparável.[19] Foram levantadas questões quanto à qualidade do betão do edifício e ao alinhamento dos seus poços de elevador,[15] que algumas fontes consideravam "tortuosos".[20]
Em um artigo de 2006, a ABC News questionou se a Coreia do Norte tinha matérias-primas ou energia suficientes para um projeto tão massivo.[9] Um funcionário do governo norte-coreano disse ao Los Angeles Times em 2008 que a construção não foi concluída "porque [Coreia do Norte] ficou sem dinheiro".[21]
A paralisação na construção, os rumores de problemas e o mistério sobre o seu futuro levaram as fontes de mídia estrangeiras a considerá-lo "o pior edifício do mundo",[17][10] "Hotel Condenado" e "Hotel Fantasma".[15]
Retomada
[editar | editar código-fonte]Em abril de 2008, após 16 anos de inatividade, os trabalhos de construção do edifício foram reiniciado pela empresa egípcia Orascom Group.[15][22] A Orascom, que assinou um acordo de 400 milhões de dólares com o governo norte-coreano para construir e operar uma rede de telefonia móvel 3G, disse que seu negócio de telecomunicações não estava diretamente relacionado ao trabalho do Hotel Ryugyong.[15]
Em 2008, as autoridades norte-coreanas afirmaram que o hotel seria concluído até 2012, coincidindo com o 100º aniversário do nascimento do Presidente Eterno da República, Kim Il-sung.[18] Em 2009, o Chefe de Operações da Orascom, Khaled Bichara, alegou que "não observou muitos problemas estruturais" para resolver no prédio e que um restaurante giratório estará localizado no topo do edifício.[18]
Em julho de 2011, o acabamento exterior foi finalizado.[23] Características que Orascom instalou incluem painéis de vidro exterior e antenas de telecomunicações.[24] Em 2012, fotografias tiradas pela Koryo Tours foram lançadas, mostrando o interior pela primeira vez. Havia poucas acessórios ou mobília.[25][26] Em novembro de 2012, o operador de hotel internacional Kempinski anunciou que operaria o hotel, que deveria abrir parcialmente em meados de 2013.[27][28]
Cancelamento
[editar | editar código-fonte]Em março de 2013, os planos para reabrir o hotel foram suspensos.[29] A Kempinski esclareceu suas declarações anteriores dizendo que apenas "discussões iniciais" já ocorreram,[30] mas que nenhum acordo havia sido assinado porque "a entrada no mercado não é atualmente possível".[31] A Kempinski não deu nenhuma razão, mas os comentaristas sugeriram que as tensões internacionais relacionadas com o teste nuclear norte-coreano de 2013, os riscos econômicos e os atrasos na construção provavelmente desempenharam um papel.[29][31][32]
Segunda retomada
[editar | editar código-fonte]No final de 2016, havia indícios de atividade renovada e um relato de que um representante da Orascom havia visitado a Coreia do Norte.[33] Em 2017 e no início de 2018, havia indícios de obras no local, com vias de acesso sendo construídas.[34][35] Em abril de 2018, foi relatado que um grande display de LED com a bandeira da Coreia do Norte havia sido adicionado ao topo do edifício.[36] Em maio, uma tela de LED foi adicionada a um lado inteiro da estrutura[37] e houve relatos de que o prédio estava sendo preparado para ocupação.[38] Em julho, a tela de LED exibia animações e cenas de filmes.[39] Em junho de 2019, houve uma nova sinalização com o nome do hotel (em letras coreanas e latinas) e seu logotipo na entrada principal.[40]
Arquitetura
[editar | editar código-fonte]O Hotel Ryugyong tem 330 metros de altura,[41] tornando-se a característica mais proeminente do horizonte de Pyongyang e de longe a estrutura mais alta na Coreia do Norte. A construção do Hotel Ryugyong foi concebida para ser concluída a tempo para o 13º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes em junho de 1989; se isso tivesse sido alcançado, o edifício teria ganhado o título de hotel mais alto do mundo. O edifício inacabado não foi superado em altura por qualquer novo hotel até a conclusão, em 2009, da torre no topo da Rose Tower em Dubai, Emirados Árabes Unidos. O Hotel Ryugyong é o 63º edifício mais alto do mundo (ao lado do China World Trade Center Tower 3) em termos de altura total e tem a décima maior quantidade de andares. É também o mais alto edifício desocupado do mundo.[42]
O edifício é composto por três asas, cada uma medindo 100 metros de comprimento, 18 metros de largura e inclinada em um ângulo de 75 graus,[17] que converge em um ponto comum para formar um pináculo. O edifício é coberto por um cone truncado de 40 metros de largura, composto por oito andares que são destinados a rodar, coberto por outros seis pisos estáticos. A estrutura foi originalmente destinada a abrigar cinco restaurantes giratórios e 3 000 ou 7 665 quartos de hóspedes, de acordo com diferentes fontes.[43][20] De acordo com Khaled Bichara da Orascom em 2009, o Ryugyong não será apenas um hotel, mas sim um desenvolvimento de uso misto, incluindo instalações de "restaurante giratório", juntamente com uma "mistura de acomodação em hotel, apartamentos e instalações de negócios".[15]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Hotel Ryugyong no Emporis
- ↑ «105 Building, Pyongyang, Korea, North». Asian Historical Architecture. Consultado em 11 de fevereiro de 2010
- ↑ Funabashi, Yoichi (2007). The Peninsula Question: A Chronicle of the Second Northern Korean Nuclear Crisis. Washington, DC: Brookings Institution Press. p. 50. ISBN 0-8157-3010-1
- ↑ a b c «Ryugyong Hotel». Emporis. Consultado em 9 de fevereiro de 2010
- ↑ «Tallest building unoccupied». Guinness World Records (em inglês). Consultado em 29 de abril de 2019
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- ↑ «Hotel norte-coreano é considerado o prédio mais feio da terra». Portal G1. 20 de fevereiro de 2009. Consultado em 5 de julho de 2009
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- ↑ «North Korea builds record-height hotel». Engineering News-Record: 41. 15 de novembro de 1990
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- ↑ Herskovitz, Jon (17 de julho de 2008). «Lifestyle: North Korea's 'Hotel of Doom' wakes from its coma». Reuters. Consultado em 5 de julho de 2009
- ↑ «North Korea's Ryugyong 'Hotel of Doom' pictures released». BBC News. 27 de setembro de 2012
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- ↑ «North Korea's Ryugyong Hotel Will 'Probably' Open Next Year, Be Managed By Kempinski». The Huffington Post. Associated Press. 1 de novembro de 2012. Consultado em 2 de Novembro de 2012. Arquivado do original em 3 de Novembro de 2012
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- ↑ a b «Plan to open high-rise hotel in Pyongyang suspended due to 'market conditions'». Yonhap News Agency. 29 de março de 2013. Consultado em 31 de Dezembro de 2015. Cópia arquivada em 4 de Junho de 2013
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- ↑ «Travel: North Korea's vast Ryugyong Hotel not opening yet after all». CNN. 25 de abril de 2013. Consultado em 1 de Maio de 2014. Cópia arquivada em 5 de Setembro de 2015.
Despite its flashy exterior, the hotel’s interior showed no sign of being close to completion in December [2012].
- ↑ O'Carroll, Chad (2 de dezembro de 2016). «Lights on at North Korea's Ryugyong 'hotel of doom'». NK News
- ↑ Sherwell, Philip (6 de agosto de 2017). «'Hotel of Doom' takes Kim's illusion-building sky high». The Times (em inglês). Consultado em 6 de agosto de 2017
- ↑ O'Carroll, Chad (26 de fevereiro de 2018). «New roads connected to Pyongyang's unfinished Ryugyong Hotel». NK News
- ↑ O'Carroll, Chad (2 de abril de 2018). «Huge LED display added to top of Pyongyang's iconic Ryugyong Hotel: photo». NK News
- ↑ Talmadge, Eric (30 de dezembro de 2018). «World's tallest empty hotel lit up with N. Korean propaganda». Consultado em 31 de outubro de 2019
- ↑ O'Carroll, Chad (21 de maio de 2018). «Enormous LED light wall added to side of Pyongyang's Ryugyong Hotel». NK News
- ↑ Zwirko, Colin (20 de julho de 2018). «Despite sanctions, multiple new construction projects emerging in Pyongyang». NK News
- ↑ McGowan, Michael (27 de junho de 2019). «Australian student reportedly arrested in North Korea out of contact since Tuesday, family say». The Guardian
- ↑ «North Korea's 'Hotel of Doom' to open 24 years after construction: by numbers». The Daily Telegraph. 10 de outubro de 2011
- ↑ «Tallest building unoccupied». Guinness World Records. Consultado em 5 de março de 2016
- ↑ Randl, Chad (2008). Revolving Architecture: A History of Buildings That Rotate, Swivel, and Pivot. New York: Princeton Architectural Press. p. 133. ISBN 978-1-56898-681-4
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Site oficial» (em inglês)
- «Ryugyong Hotel 류경호텔» (em inglês). Conjunto de fotografias do Ryugyong no Flickr
- «Hotel Ryugyong» (em inglês). Uma fotografia do edifício
- «ryugyong.org» (em inglês). Um modelo 3-D do prédio