Soma de Riemann
Na matemática, a soma de Riemann é uma aproximação obtida pela expressão .
É nomeada em homenagem ao matemático alemão Bernhard Riemann. Uma aplicação muito comum é a aproximação da área de funções ou linhas em um gráfico, mas também o comprimento das curvas e outras aproximações.
A soma é dada pela divisão da região a ser calculada em formas (retângulos, trapézios, parábolas ou cubos) que juntos formam uma região que é similar àquela a ser medida, então calcula-se a área de cada uma das formas, e finalmente soma-se todas essas áreas menores juntas. Essa abordagem pode ser usada para encontrar uma aproximação numérica para a integral definida mesmo se o teorema fundamental do cálculo não ajudar a encontrar uma forma fechada.
Tendo em vista que a região preenchida pelas formas menores geralmente não corresponde a exata forma da região a ser medida, a Soma de Riemann será diferente desta. Esse erro pode ser reduzido se a região for mais dividida, usando formas cada vez menores. Ao passo que as formas ficam menores, a soma se aproxima a Integral de Riemann.
Normalmente a Soma de Riemann tem uma aplicação ótima para funções polinomiais ou algébricas, o que significa que é possível precisar o valor exato do limite da soma com facilidade. Porém, para funções ditas transcendentes o cálculo da integral definida é não trivial por Riemann, ocorrendo ele comumente pela formação de retângulos de forma análoga ao método da exaustão.
Definição
Considere f:D → R sendo uma função definida do subconjunto D, de números reais, R. Tome I = [a, b] como um intervalo fechado contido em D, e
sendo uma partição de I, onde
Uma soma de Riemann de f sobre I com a partição P é definida como
Atenção no uso de “uma” ao invés de “a” em referência a soma de Riemann. Isso ocorre pelo fato que a escolha de no intervalo é arbitrária, dado o fato que qualquer função f definida em um intervalo I e na partição fixada P, pode produzir uma soma de Riemann diferente em decorrência de qual foi escolhido, desde que se mantenha verdadeiro.
Exemplo: Escolhas específicas de nos dão diferentes tipos de soma de Riemann:
- Se para todo i, então S é chamado de Soma de Riemann à Esquerda;
- Se para todo i, então S é chamado de Soma de Riemann à Direita;
- Se para todo i, então é S é chamado de Soma de Riemann Média.
- A média entre a Soma à Esquerda e a Soma à Direita é chamada de Soma Trapezoidal.
- Se é dado que onde é o supremo de f sobre , então S é definido como uma Soma de Riemann Superior;
- De forma semelhante, se é o ínfimo de f sobre , então S é definido como uma Soma de Riemann Inferior.
Qualquer soma de Riemann em dada partição (isto é, qualquer soma obtida pela escolha de entre e ) está entre as somas de Riemann superior e a inferior. Uma função é definida como integrável por Riemann se a soma inferior e superior forem se aproximando conforme a partição se afina. Este fato pode ser também usado para a integração numérica.
Método
Os quatro métodos de Riemann para a soma são geralmente melhor usados com partições de tamanhos equivalentes. O intervalo [a, b] é, portanto, dividido em n subintervalos, de comprimento
Os pontos na partição serão então
Soma de Riemann à Esquerda
Para a Soma de Riemann à Esquerda, aproxima-se a função pelo seu valor no ponto final à esquerda, dando múltiplos retângulos com base Δx e altura f(a+iΔx). Tomando para i = 0, 1, ... n-1, e adicionando as áreas resultantes temos
A soma de Riemann à esquerda resulta em uma superestimação se f está monotonicamente decrescendo nesse intervalo, e em uma subestimação se f está monotonicamente crescendo.
Soma de Riemann à Direita
Nessa soma, aproxima-se f de seu valor no ponto final à direita. São gerados, então, múltiplos retângulos de base Δx e altura f(a+Δx). Tomando para i – 1 , ..., n e adicionando as áreas resultantes se produz
A soma de Riemann à direita resulta em uma subestimação se f está monotonicamente decrescendo, e uma superestimação se f está
monotonicamente crescendo. O erro na fórmula será
onde é o valor máximo do valor absoluto de nesse intervalo.
Soma Média
Aproximando f no ponto médio dos intervalos expressam f(a+Δx/2) para o primeiro intervalo, para o próximo temos f(a+3Δx/2), e assim por diante até f(b-Δx/2). Somando as áreas temos
O erro dessa formula será
onde é o valor máximo do valor absoluto de nesse intervalo.
Regra Trapezoidal
Nesse caso, os valores da função f no intervalo são aproximados pela média dos valores nos pontos finais da direita e da esquerda. Dessa mesma maneira, um simples cálculo usando a formula da área
para um trapézio de lados paralelos b1, b2 e altura h produz
O erro dessa fórmula será
onde é o valor máximo do valor absoluto de
A aproximação obtida com a regra do trapézio para a função é o mesmo que a média da somas esquerdas e direitas dessa função.
Exemplo
Tomado um exemplo, a área sob a curva de y=x2 entre 0 e 2 pode ser processualmente computada usando o método de Riemann.
O intervalo [0,2] é primeiramente dividido em n subintervalos, cada um deles com comprimento de ; esse é o comprimento dos retângulos de Riemann (a seguir chamadas “caixas”). Já que será usada a soma de Riemann à direita, a sequência de coordenadas x para as caixas será . Dessa forma, a sequência de alturas das caixas será . É um fato importante que e .
A área de cada caixa será e sendo assim a soma de Riemann à direita será:
Se o limite é visualizado como n → ∞, pode-se concluir que a aproximação alcança o valor real da área sob a curva ao passo que o número de caixas aumenta.
Consequentemente:
.
Esse método concorda com a integral definida tal qual calculada nos modos mais mecânicos:
Animações
Ver também
Referências
- Thomas, George B. Jr.; Finney, Ross L. (1996), Calculus and Analytic Geometry (9th ed.), Addison Wesley, ISBN 0-201-53174-7
- ↑ «Faça exemplos com O Monitor». omonitor.io. Consultado em 25 de março de 2016
- ↑ «Confira este exemplo e faça outros com O Monitor». omonitor.io. Consultado em 19 de março de 2016