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Schistosoma

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 Nota: Este artigo é sobre o gênero. Para o verme causador da esquistossomose, veja Esquistossomo.

Schistosoma
Schistosoma mansoni egg
Classificação científica e
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Platyhelminthes
Classe: Trematoda
Ordem: Diplostomida
Superfamília: Schistosomatoidea
Família: Schistosomatidae
Weinland, 1858
Species

Schistosoma bomfordi
Schistosoma bovis
Schistosoma curassoni
Schistosoma datta
Schistosoma edwardiense
Schistosoma guineensis
Schistosoma haematobium
Schistosoma harinasutai
Schistosoma hippopotami
Schistosoma incognitum
Schistosoma indicum
Schistosoma intercalatum
Schistosoma japonicum
Schistosoma kisumuensis
Schistosoma leiperi
Schistosoma malayensis
Schistosoma mansoni
Schistosoma margrebowiei
Schistosoma mattheei
Schistosoma mekongi
Schistosoma ovuncatum
Schistosoma nasale
Schistosoma rodhaini
Schistosoma sinensium
Schistosoma spindale
Schistosoma turkestanicum

Schistosoma ou esquistossoma[1] (em grego: σχιστόσῶμα, "corpo dividido") é o género de platelmintos tremátodes responsável pela esquistossomose, uma parasitose grave que causa milhares de mortes por ano.[2][3]

Ovo de Schistosoma mansoni contendo míracidio

Como todos os platelmintos o tubo digestivo do Schistosoma é incompleto e tem sistemas de órgãos muito rudimentares. É um parasita intravascular e permanece sempre no lúmen dos vasos quando infecta o Homem. Ao longo do seu ciclo de vida, assume as seguintes formas:

  1. A forma adulta é a principal e existem dois sexos, ambos fusiformes. O macho é espalmado e mais grosso e têm uma calha longitudinal (canal ginecóforo) no corpo, onde se encaixa e se aloja permanentemente a fêmea, cilindrica e mais fina mas um pouco mais longa. O macho tem cerca de 1 cm e a fêmea 1,5 cm.
  2. Os ovos são redondos ou elípticos com cerca de 60 micrómetros e têm um espinho afiado (terminal no S.hematobium, lateral no S.mansoni), que lesa os tecidos do hospedeiro quando são expelidos. Os miracídios imaturos no seu interior secretam enzimas que ajudam a dissolver a parede dos vasos.
  3. Os miracídios são formas unicelulares ciliadas que nascem dos ovos expelidos nas fezes ou urina humana, que vivem nos lagos ou rios em forma livre e são infecciosas para o caracol.
  4. Os esporocistos são as formas unicelulares no caracol, que se dividem assexualmente.
  5. As cercárias, com meio milímetro, são as formas larvares multicelulares com caudas bífidas que abandonam o caracol e penetram a pele dos seres humanos. Elas produzem várias enzimas e têm movimentos bruscos que lhes permitem furar a pele intacta em apenas alguns minutos. A cercária transforma-se após a penetração numa forma sem cauda que se denomina schistosolum. Os schistosolum são susceptiveis à destruição pelos eosinófilos, mas uma vez estabelecidos no pulmão, mascaram-se com proteínas e glícidos das células humanas, ficando praticamente indetectáveis.

Ciclo de vida

Inicia-se com o caramujo (caracol aquático do gênero Biomphalaria). Estes caramujos são hospedeiros intermediários do schistosoma, albergando o ciclo assexuado. Nos seus tecidos multiplicam-se os esporocistos, dando mais tarde origem às formas multicelulares cercárias, que abandonam o molusco e nadam na água. O homem é contaminado ao entrar em contato com as águas dos rios onde existem estes caramujos infectados. Se estas larvas encontrarem um ser humano na água, penetram pela pele nua e intacta, ou pelas mucosas, como da boca e esófago após ingestão da água, ou anal ou genital. Ela continua a penetrar os tecidos até encontrar pequenos vasos sanguineos, no interior dos quais entra. Viaja então pelas veias, passa pelo coração e atinge os pulmões pelas artérias pulmonares, onde se fixa.

Cercárias identificadas com anticorpos fluorescente verdes. As caudas são bífidas.

Após alguns dias ocorre a transformação para a forma jovem, liberam-se e migram pelas veias pulmonares, coração e artéria Aorta até atingirem o fígado. Lá ocorre o amadurecimento das larvas em formas sexuais macho e fêmea, e o acasalamento (forma sexuada). Após este acasalamento, os parasitas migram juntos (a fêmea no canal ginecóforo do macho), contra o fluxo sanguíneo (migração retrógrada), atingindo as veias mesentéricas e do plexo hemorroidário superior (ou no caso do S.hematobium o plexo vesical da bexiga).

Lá, os parasitos põem cerca de 300 ovos por dia, durante anos (entre três e quarenta anos). Os ovos passam do lúmen dos vasos ao lúmen do intestino ou bexiga simplesmente destruindo todos os tecidos intervenientes. Não são todos os ovos que passarão para o lúmen do intestino, sendo assim, os ovos que continuarão na circulação serão arrastados pela corrente sanguínea até chegar no fígado via veia porta, onde se estabelecerá e provocará um processo inflamatório circunscrito ao ovo, e este processo evoluirá para um tecido circunscrito fibroso cicatricial, e o conjunto desta reação inflamatória e o ovo do schistosoma no fígado chama- se granuloma hepático. Atravessam as paredes dos vasos sanguíneos, causando danos tanto com os seus espinhos como pela reacção inflamatória do sistema imunitário que lhes reage. Atingindo o intestino são eliminados pelas fezes (ou no caso do S.hematobium atingem a bexiga e são libertados na urina). Os ovos, em contato com a água, liberam os miracídios que nadam livres até encontrar um caramujo (caracol aquático), penetrando-o. Dentro do caramujo ocorre a multiplicação da forma assexuada, o esporocisto, que se desenvolve na forma larvar que é libertada seis semanas após a infecção do caramujo, novamente recomeçando o ciclo.

Espécies

Comparação dos ovos

Referências

  1. S.A, Priberam Informática. «Dicionário Priberam da Língua Portuguesa». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 26 de janeiro de 2024 
  2. «Schistosomiasis Fact Sheet». World Health Organization. Consultado em 10 de agosto de 2011 
  3. «Schistosomiasis». Centers for Disease Control and Prevention. Consultado em 10 de agosto de 2011