Luiz Gonzaga
Luiz Gonzaga | |
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O Rei do Baião | |
Informação geral | |
Nome completo | Luiz Gonzaga do Nascimento |
Também conhecido(a) como | Lista
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Nascimento | 13 de dezembro de 1912 |
Local de nascimento | Exu, Pernambuco |
Morte | 2 de agosto de 1989 (76 anos) |
Local de morte | Recife, Pernambuco |
Nacionalidade | brasileiro |
Gênero(s) | |
Cônjuge | Helena Cavalcanti (c. 1946–89) |
Filho(a)(s) | 2; incluindo Gonzaguinha |
Instrumento(s) | |
Modelos de instrumentos | 120 baixos[1] |
Período em atividade | 1940-1989 (49 anos) |
Outras ocupações | Foi soldado do Exército Brasileiro por dez anos. Era corneteiro.[1] |
Gravadora(s) | RCA EMI-Odeon Discos Copacabana |
Afiliação(ões) | |
Página oficial | https://gonzagao.com |
Luiz Gonzaga do Nascimento (Exu, 13 de dezembro de 1912[2] – Recife, 2 de agosto de 1989) foi um cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro.[3] Também conhecido como o Rei do Baião, foi considerado uma das mais completas, importantes e criativas figuras da música popular brasileira.[4]
Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo (conjunto básico dos cantores de baião, que ele mesmo definiu[5]), levou para todo o país a cultura musical do nordeste, como o baião, o xaxado, o xote e o forró pé de serra. Suas composições também descreviam a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino. Era torcedor declarado do Santa Cruz Futebol Clube.[6]
Luiz Gonzaga ganhou notoriedade com as antológicas canções "Asa Branca" (1947), "Juazeiro" (1948) e "Baião de Dois" (1950).
Pai adotivo do músico Gonzaguinha, Gonzagão influenciou outros artistas da MPB como Geraldo Vandré, Raul Seixas, Gilberto Gil e Caetano Veloso.[3][7][8]
Primeiros anos
Nasceu na sexta-feira, dia 13 de dezembro de 1912, numa casa de barro batido na Fazenda Caiçara (povoado do Araripe), a 12 km da área urbana do município de Exu, extremo noroeste do estado de Pernambuco.[2]
Foi o segundo filho de Ana Batista de Jesus Gonzaga do Nascimento, conhecida na região por ‘Mãe Santana’, e oitavo de Januário José dos Santos do Nascimento, um roceiro e sanfoneiro. O padre José Fernandes de Medeiros o batizou na matriz de Exu em 5 de janeiro de 1920.[9][10][11]
Seu nome, Luiz, foi escolhido porque 13 de dezembro é o dia da festa de Santa Luzia, Gonzaga foi sugerido pelo vigário que o batizou, e Nascimento por ser dezembro, mês em que o cristianismo celebra o nascimento de Jesus.[1]
A cidade de Exu fica no sopé da Serra do Araripe, e inspiraria uma de suas primeiras composições, "Pé de Serra". Seu pai trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão; também consertava o instrumento. Foi com ele que Luiz aprendeu a tocá-lo. Muito jovem ainda, já se apresentava em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai, mas com 13 anos já era convidado para shows individuais.[12] Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sudeste do Brasil.[7]O gênero musical que o consagrou foi o baião.[3] A canção emblemática de sua carreira foi "Asa Branca", composta em 1947 em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.
Antes dos dezoito anos, Luiz teve sua primeira paixão: Nazarena, uma moça da região.[13] Foi rejeitado pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, que não o queria para genro, pois ele não tinha instrução, era muito jovem e sem maturidade para assumir um compromisso. Revoltado com o rapaz, ameaçou-o de morte. Mesmo assim Luiz e Nazarena namoraram às escondidas por meses e planejavam se casar. Januário e Ana, pais de Luiz, lhe deram uma surra ao descobrirem que ele se envolveu com a moça sem a permissão da família dela, e ainda mais por Luiz tê-la desonrado: os dois disseram isto propositalmente, com o intuito de serem obrigados a se casar. Na época, a moça tinha que casar virgem e se houvesse relação sexual antes do matrimônio o homem era obrigado a casar-se ou morreria. Nazarena revelou ao pai o ocorrido e foi espancada por ele; no entanto Nazarena não engravidou. O coronel Raimundo ficou enfurecido e tentou matar o rapaz, que o enfrentou na luta. Raimundo revelou que, mesmo desonrada, iria arrumar um casamento para a filha com um amigo mais velho que já sabia da situação dela, ou a internaria num convento, mas com Luiz ela não se casaria. Revoltado por não poder casar-se com Nazarena, e por não querer morrer nas mãos do pai dela, Luiz Gonzaga foi para Crato, no Ceará, e depois para a capital daquele estado, Fortaleza,[12] onde ingressou no Exército em julho de 1930.[14]
Lutou no sertão nordestino, combatendo cangaceiros, coiteiros e coronéis.[14] Apesar disso, alimentou grande admiração pelo líder dos cangaceiros, Virgulino Ferreira (o "Lampião"), passando a adotar uma vestimenta inspirada nele ao se profissionalizar.[14]
Durante nove anos viajou por vários estados brasileiros, como soldado, sem dar notícias à família. Passou por, entre outros locais, Teresina (Piauí), onde ajudou a prender o batalhão local, que se recusara a aderir à Revolução de 1930; e Campo Grande, então Mato Grosso (hoje em território correspondente ao Mato Grosso do Sul), onde ajudou a proteger as fronteiras brasileiras de reflexos da Guerra do Chaco.[15] Em agosto de 1932 foi para Belo Horizonte, onde ficou por quatro meses. Nesse mesmo ano mudou-se para Juiz de Fora, onde viveu por cinco anos e teve a oportunidade de aprimorar sua habilidade com a sanfona. Em seguida, foi para Ouro Fino, também em Minas Gerais, onde permaneceu por dois anos. Deu baixa em 27 de março de 1939, no Rio de Janeiro.[16][17][18]
Carreira
Em busca do reconhecimento
Antes de ser o rei do baião, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. A partir daí começou a se interessar pela área musical.
Depois da baixa do exército, Luiz pretendia voltar ao Recife de navio. porém, recebeu ordens para permanecer no Rio até que a viagem (ainda sem data) acontecesse. Passava o tempo no quartel limpando e tocando sanfona. Um colega seu um dia lhe recomendou que fosse tocar no Mangue, zona de meretrício do Rio onde bares e ruas ficavam cheios de músicos.[16]
Lá, Luiz fez sucesso e tornou-se amigo de Xavier Pinheiro, que o guiou pelo submundo das zonas do Rio.[19] Estando decidido a se dedicar à música, Luiz escolheu permanecer no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, onde a rádio e a música aconteciam na época.[19] Ficou tocando em bares, cabarés e programas de calouros. Nessa época, tocava músicas de Manezinho Araújo (emboladas), Augusto Calheiros (valsas e serestas) e Antenógenes Silva (xotes e sambas), que o ensinou a tocar alguns tangos.[10] [19] Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata.
Para ganhar atenção no meio artístico,[19] Luiz foi se apresentar nos dois principais programas de calouros da época no Brasil: Calouros em Desfile, de Ary Barroso, e Papel Carbono, de Renato Murce. Recebeu notas médias em ambos.[20][21]
Por essa época, passou a frequentar uma república de jovens do Ceará (incluindo Armando Falcão, então futuro político e Ministro da Justiça do governo Ernesto Geisel), onde se apresentava em troca de refeições. Um dia, Armando lhe perguntou por que ele não tocava músicas nordestinas, e foi a partir daí que Luiz passou a integrar canções de sua terra natal em suas apresentações, e percebeu uma resposta positiva do público.[20]
Em 1941, de volta ao programa de Ary, foi vitorioso executando "Vira e Mexe", com sabor regional, de sua autoria.[22][20][23]
Primeiras gravações
O sucesso da apresentação, presenciado pessoalmente por Henrique Foréis Domingues,[20] valeu-lhe um contrato com a gravadora RCA Victor, pela qual lançou mais de cinquenta instrumentais.
Sua primeira atuação em estúdio, contudo, foi como músico de apoio na canção "A Viagem de Genésio", da dupla Genésio e Januário; o registro aconteceu em 5 de março de 1941.[24] No dia 14 do mesmo mês, gravou seus primeiros discos de fato: "Véspera de São João" / "Numa Serenata" (ambas de sua autoria, sendo a primeira coescrita por Francisco Reis) e "Saudades de São João del Rei" / "Vira e Mexe" (a primeira por Simão Jandi, o Turquinho). Ambos foram sucesso entre o público e a crítica.[24]
Ainda em 1941, gravou outros dois discos: "Nós Queremos uma Valsa" (Nássara e Frazão) / "Arrancando o Caroá" (dele mesmo) e "Fariluto (Agustin Lara) e "Segura a Polca" (Xavier Pinheiro).[25] De 1941 a 1945, gravou um total de 32 discos com duas músicas cada, cantando em quatro delas.[26]
Paralelamente aos discos, cortejava uma carreira no rádio, e conseguiu sua primeira oportunidade por meio de Renato Murce, que o levou à Rádio Clube para substituir Antenógenes Silva no programa Alma do Sertão. De lá, logo foi para a Rádio Tamoio, cujo diretor artístico, Fernando Lobo, ele conhecera ao se apresentar numa casa noturna.[25]
Lá, Luiz tentou cavar uma carreira como cantor, mas Fernando o vetou, a ponto de afixar avisos pela emissora permitindo que Luiz se apresentasse somente como sanfoneiro. Luiz driblou a proibição oferecendo-se para substituir cantores quando estes faltavam ao trabalho; ao descobrir a manobra, Fernando pediu ao diretor-geral da rádio, Roberto Martins, que demitisse o sanfoneiro, o que se concretizou. Anos mais tarde, Fernando se diria arrependido de sua atitude, que atribuiu à sua "juventude e incapacidade de ser flexível".[25] Um radialista da emissora, Átila Nunes Pereira, chegou a lhe oferecer espaço como cantor, argumentando que quem mandava em seu programa era ele, mas a saída de Luiz foi ordenada antes que a chance pudesse ser aproveitada.[26]
Mais tarde, Luiz buscou um parceiro para ajudá-lo a escrever as músicas que cantaria. Tentou primeiro Lauro Maia Teles, mas este não se sentia adequado para o posto e acabou lhe indicando Humberto Teixeira, que viraria, efetivamente, seu parceiro.[27] Com ele, compôs 27 músicas entre 1947 e 1952.[28]
Outras parcerias notáveis foram a com o médico Zé Dantas, que rendeu 46 composições, entre elas "A Dança da Moda" e "O Xote das Meninas";[28] e a com João Silva, que rendeu mais de 30 canções.[29]
Luiz traçava também uma carreira em cassinos. Apresentou-se no Cassino da Urca e realizou temporada de 45 dias no Cassino Ahú, em Curitiba, no estado do Paraná.[25]
Veio depois sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Lá conheceu o acordeonista catarinense Pedro Raimundo, que usava trajes típicos da sua região. A partir de então, surgiu a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro, figurino que o consagrou como artista.
Em 11 de abril de 1945, gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha, em parceria com Miguel Lima.
Entre 1951 e 1952 a marca Colírio Moura Brasil celebrou um contrato de teor promocional com o cantor, custeando-lhe uma excursão por todo o país, fato este registrado por Gilberto Gil.[30]
A partir do final dos anos 1950, com a chegada da bossa nova e, mais tarde, da Jovem Guarda, Luiz caiu no ostracismo, embora ainda fosse respeitado e reconhecido pelos cantores mais modernos,[31] retornando ao sucesso nos anos 1970 e 1980, inclusive com parcerias com seu filho Gonzaguinha, com destaque, com a música A Vida do Viajante.
Vida pessoal e familiar
Em 1945 conheceu em uma casa de shows da área central do Rio uma cantora de coro e samba, chamada Odaléia Guedes dos Santos, conhecida por Léia. A moça estaria supostamente grávida de um filho ao conhecer Luiz. Foram morar em uma casa alugada, e Luiz assumiu a paternidade da criança, dando-lhe seu nome: Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, que acabaria também seguindo a carreira artística, tornando-se o cantor Gonzaguinha.[26]
A relação entre o casal era boa no início, mas depois começou a se desestabilizar e tornar-se conflituosa,[26] levando Odaléia a sair de casa com o filho, com menos de dois anos de convivência. Luiz a buscou na pensão onde ela voltou a viver, e não aceitava que ela saísse de casa, mas depois decidiu deixá-la lá com o filho. Léia, então, voltou a trabalhar como dançarina e cantora, e criou o filho sozinha, mas Luiz a ajudava financeiramente e visitava o menino.[3]Algum tempo depois, quando Léia adoeceu, Luiz a levou para um sanatório e entregou o filho para Xavier e Dina
Em 1946, Luiz voltou pela primeira vez à sua cidade natal Exu, e reencontrou seus pais, que havia anos não tinham notícias do filho. O reencontro com seu pai é narrado em sua composição Respeita Januário, em parceria com Humberto Teixeira. Ele ficou meses vivendo com os pais e irmãos, mas logo voltou ao Rio de Janeiro.
Ao chegar ao Rio, ainda em 1946, conheceu a professora pernambucana Helena Cavalcanti, em um show que fez, e começaram a namorar. Ele precisava de uma secretária para cuidar de sua agenda de shows e de seu patrimônio financeiro, e antes de a pedir em namoro, a convidou para ser sua secretária. Helena precisava de um salário extra para ajudar os pais, já idosos, com quem ainda morava, e aceitou. Nos dias em que não dava aula para crianças do primário, cuidava das finanças de Luiz em um escritório que ele montara. Eles noivaram em 1947 e casaram-se em 1948, permanecendo juntos até o fim da vida de Luiz. Helena não conseguia engravidar e o casal adotou uma criança, uma menina recém-nascida, a quem batizaram de Rosa Cavalcanti Gonzaga do Nascimento.[32]
Ainda em 1947, a sua primeira companheira Léia morreu de tuberculose, quando seu filho Gonzaguinha tinha dois anos e meio. Luiz queria levar o menino para morar com ele e pediu para Helena criá-lo como se fosse dela, mas ela não aceitou, assim como sua mãe Marieta. O casal na época ainda não tinha adotado Rosa, e Helena queria uma filha, não um filho, e também não queria nenhuma ligação com o passado do marido, mandando-o escolher entre ela ou a criança. Luiz decidiu manter o casamento, e entregou Gonzaguinha para que fosse criado por seus compadres, os padrinhos de batismo da criança, Leopoldina, apelidada de Dina, e Henrique Xavier Pinheiro.[27] Este casal, apesar de muito pobre, criou o menino com seus outros filhos no Morro do São Carlos. Luiz sempre visitava Gonzaguinha e o sustentava financeiramente. Xavier o considerava como a um filho e lhe ensinava a tocar viola. O menino também os considerava como seus pais.[32]
Os anos se passaram e Gonzaguinha jamais aceitou que Luiz não o tivesse criado. Luiz passou a visitar cada vez menos o rapaz, e, sempre que se encontravam, discutiam. Dina e Xavier tentavam aproximar os dois, mas Helena revelou que Luiz era estéril e não era o pai do rapaz. Isso acarretava brigas entre ele e Helena, que usava a filha Rosa, dizendo que se ele não parasse de visitar o filho, Luiz não veria mais a menina. Luiz Gonzaga ficava furioso com os ataques de ciúme e chantagem de Helena, e sempre desmentia para todos a história da paternidade de Luizinho, já que não queria que ninguém soubesse que o menino era seu filho somente no registro civil. Amava o menino de fato, independente de não ser seu filho de sangue.[32]
Gonzaguinha tornou-se rebelde e não aceitava o pedido do pai para ir morar com ele, mesmo que para isso tivesse que se separar da esposa. Tudo piorou quando chegaram até ele os boatos sobre a paternidade, e acabou por ouvir a confissão de Luiz de que não era seu pai verdadeiro. Luiz Jr. revoltou-se e parou de falar com o pai. Apesar da infância pobre, cresceu feliz ao lado dos irmãos de criação e dos pais de acolhimento. Nessa época Gonzaguinha contraiu tuberculose aos catorze anos, e quase morreu. O tempo passou e aos dezesseis anos Gonzaga o levou à força para morar com ele na Ilha do Governador; pois no início dos anos 1960, o Rei do Baião mudou-se com a família para a Rua Pereira Alves, no bairro insulano do Cocotá, em busca de alívio para uma alergia. Segundo “Vida do viajante: a saga de Luiz Gonzaga”, livro da jornalista francesa Dominique Dreyfus, “diziam que o clima na Ilha era particularmente sadio, que a areia da praia era medicinal.[33]
Havia muitas brigas entre o Luiz Jr. e a madrasta, e Luiz o mandou para um internato. Entre idas e vindas, Luiz Jr. só deixou definitivamente o internato aos dezoito anos. Depois de vencer o vício do álcool, Gonzaguinha conseguiu concluir a universidade (nessa época ele morava na Tijuca, zona norte da cidade do Rio de Janeiro), tornando-se músico como o pai. Os dois passaram a se entender e ficaram mais unidos, chegando a viajar pelo Brasil em 1979 e a compor juntos.[32]
Últimos anos e morte
Luiz Gonzaga sofreu de osteoporose por anos. Em 2 de agosto de 1989, morreu vítima de parada cardiorrespiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana.[7] Outra fonte diz que ele foi vítima de um câncer de próstata.[34] Seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa de Pernambuco, no Recife e posteriormente sepultado em seu município natal.[35]
Homenagens e legado
Em 2003, o então governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, sancionou lei que denomina “Rodovia Luiz Gonzaga” o trecho da BR-232 que liga o Recife a Caruaru. O trecho foi estadualizado e recebeu, à época, a importante obra de duplicação.[carece de fontes]
A Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga, localizada no município de Petrolândia, no sertão pernambucano, foi assim denominada em homenagem ao cantor.[36]
Em 2008, a edição nacional da Revista Rolling Stone publicou a Lista dos 100 maiores artistas brasileiros de todos os tempos. A listagem foi construída a partir da opinião de críticos e estudiosos da cultura do país. Luiz Gonzaga ficou na 13ª posição, a frente de nomes como Vinicius de Moraes e Heitor Villa-Lobos.[37]
Em 2012, Luiz Gonzaga foi tema do carnaval da GRES Unidos da Tijuca, no Rio de Janeiro, com o enredo "O Dia em Que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão", fazendo com que a escola ganhasse o carnaval carioca daquele ano.[38]
Ana Krepp, da Revista da Cultura escreveu: "O rei do baião pode ser também considerado o primeiro rei do pop no Brasil. Pop, aqui, empregado em seu sentido original, de popular. De 1946 a 1955 foi o artista que mais vendeu discos no Brasil, somando quase 200 gravados e mais de 80 milhões de cópias vendidas. 'Comparo Gonzagão a Michael Jackson. Ele desenhava as próprias roupas e inventava os passos que fazia no palco com os músicos', ilustra [o cineasta] Breno [Silveira, diretor de Gonzaga — De pai para filho]. Foi o cantor e músico e também o primeiro a fazer uma turnê pelo Brasil. Antes dele, os artistas não saíam do eixo Rio-SP. Gonzagão gostava mesmo era do showbiz: viajar, fazer shows e tocar para plateias do interior".[39]
Em 2012, o filme de Breno Silveira, Gonzaga: de Pai pra Filho, narrou a relação conturbada de Luiz com o filho Gonzaguinha. Em três semanas de exibição o longa metragem alcançou a marca de um milhão de espectadores.[40]
Em 2015, foi inaugurado no Recife o painel do artista Eduardo Kobra em homenagem a Luiz Gonzaga. A obra possui 77 metros de altura e é a maior já feita por Kobra, além de ser o maior painel da América Latina com essas características. Localizado na fachada lateral do prédio da Prefeitura do Recife, o painel já é um símbolo da cidade e marcou a passagem dos 478 anos da capital pernambucana.[41]
Em 5 de janeiro de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Lei nº 14.793, autoria do ex-senador Jarbas Vasconcelos, que escreve o nome de Luiz Gonzaga no livro de Heróis e Heroínas da Pátria.[42][43]
Filatelia
Em 13 de dezembro de 2012 o Correio Brasileiro, seguindo uma tradição filatélica, emitiu um selo postal em homenagem ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga.[44]
Bibliografia
Discografia
Ano | Álbum |
---|---|
1951 | Olha pro Céu |
1954 | A História do Nordeste |
1954 | Luiz Gonzaga e Januário |
1956 | Aboios e Vaquejadas |
1957 | O Reino do Baião |
1958 | Xamego |
1961 | Luiz "LUA" Gonzaga |
1962 | Ô Véio Macho |
1962 | São João na Roça |
1963 | Pisa no Pilão (Festa do Milho) |
1964 | A Triste Partida |
1964 | Sanfona do Povo |
1965 | Quadrilhas e Marchinhas Juninas |
1967 | O Sanfoneiro do Povo de Deus |
1967 | Óia Eu Aqui de Novo |
1968 | Canaã |
1968 | São João do Araripe |
1970 | Sertão 70 |
1971 | O Canto Jovem de Luiz Gonzaga |
1971 | São João Quente |
1972 | Aquilo Bom! |
1972 | Volta pra Curtir (Ao Vivo) |
1973 | Luiz Gonzaga |
1974 | Daquele Jeito... |
1974 | O Fole Roncou |
1976 | Capim Novo |
1977 | Chá Cutuba |
1978 | Dengo Maior |
1979 | Eu e Meu Pai |
1979 | Quadrilhas e Marchinhas Juninas, vol. 2 — Vire Que Tem Forró |
1980 | O Homem da Terra |
1981 | A Festa |
1981 | A Vida do Viajante — Gonzagão e Gonzaguinha |
1982 | Eterno Cantador |
1983 | 70 Anos de Sanfona e Simpatia |
1984 | Danado de Bom |
1984 | Luiz Gonzaga & Fagner |
1985 | Sanfoneiro Macho |
1986 | Forró de Cabo a Rabo |
1987 | De Fiá Pavi |
1988 | Aí Tem |
1988 | Gonzagão & Fagner 2 — ABC do Sertão |
1989 | Vou Te Matar de Cheiro |
1989 | Aquarela Nordestina |
1989 | Forrobodó Cigano |
1989 | Luiz Gonzaga e sua Sanfona, vol. 2 |
Videografia
- Gonzaga: de Pai pra Filho (biográfico), 2012
Ver também
Referências
- ↑ a b c Cláudia Boëchat (20 de fevereiro de 2012). «Luiz Gonzaga: no centenário do poeta sanfoneiro, o carnaval canta o baião». Rolling Stone. Consultado em 21 de setembro de 2018. Cópia arquivada em 12 de janeiro de 2018
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- ↑ «O baião de Luiz Gonzaga na sala de aula». Nova Escola
- ↑ Aguiar 2013, p. 308.
- ↑ Zirpoli, Cassio (13 de dezembro de 2020). «As versões do Gonzagão FC e a mistura de Luiz Gonzaga com futebol e música». Cassio Zirpoli. Consultado em 20 de maio de 2023
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- ↑ «Sistema CHESF». CHESF. Consultado em 24 de janeiro de 2013
- ↑ Internet (amdb.com.br), AMDB (16 de outubro de 2008). «Os 100 Maiores Artistas da Música Brasileira». Rolling Stone. Consultado em 3 de março de 2022
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- ↑ Krepp, Ana. «O Rei do Brasil Eleito pelo Povo». Revista da cultura. BR. Cópia arquivada em 31 de dezembro de 2012
- ↑ «'Gonzaga — De Pai Pra Filho' chega a 1 milhão de ingressos». Veja. Rio: Abril. Consultado em 27 de novembro de 2012. Arquivado do original em 22 de novembro de 2012
- ↑ PE, Katherine CoutinhoDo G1 (12 de março de 2015). «Recife inaugura painel de 77 metros de altura, do artista Eduardo Kobra». Pernambuco. Consultado em 2 de março de 2022
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- ↑ «Luiz Gonzaga entra para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria». Migalhas. 8 de janeiro de 2024. Consultado em 9 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 10 de janeiro de 2024
- ↑ «Centenário do Nascimento de Luiz Gonzaga». Arquivado do original em 22 de maio de 2013
Bibliografia
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- Ângelo, Assis (1990). Eu Vou Contar pra Vocês. São Paulo: Ícone. ISBN 8527401312
- Dreyfus, Dominique (1997). Vida do Viajante. A saga de Luiz Gonzaga. Col: Vozes do Brasil 2 ed. São Paulo: 34. ISBN 8573260343
- Luiz Gonzaga. Vozes do Brasil. São Paulo: Martin Claret. 1990. ISBN 8572320016
Ligações externas
- Gonzagão Online — A Vida, História e a Obra de Luiz Gonzaga, O Rei do Baião e Pernambucano do Século
- A vida de Luiz Gonzaga em fotos, BR
- «Luiz Gonzaga», Músicos, BR: MPB net
- Luiz "Lua" Gonzaga, BR
- «Gonzaga 100», BR, Portal EBC
- Albin, Cravo, «Luiz Gonzaga», Dicionário de MPB (biografia), BR
- Memorial Luiz Gonzaga - Prefeitura de Recife
- Nascidos em 1912
- Mortos em 1989
- Luiz Gonzaga
- Cantores de forró
- Cantores de Pernambuco
- Acordeonistas de Pernambuco
- Compositores de Pernambuco
- Compositores de música junina
- Cantores afro-brasileiros
- Naturais de Exu (Pernambuco)
- Recordistas de vendas de discos no Brasil
- Mortes por parada cardíaca
- Agraciados com o Troféu Sereia de Ouro
- Agraciados com a Ordem do Mérito Cultural
- Pessoas em selos postais do Brasil
- Brasileiros de ascendência africana
- Heróis nacionais do Brasil
- Maçons do Brasil