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Culicidae

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: "Mosquito" redireciona para este artigo. Para outras acepções com esse termo, veja Mosquito (desambiguação).
Como ler uma infocaixa de taxonomiaCulicidae
Culiseta longiareolata
Culiseta longiareolata
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Subordem: Nematocera
Família: Culicidae
Subfamílias
Toxorhynchitinae

Culicinae

Anophelinae

Culicidae ou Melga Ana é uma família de insetos habitualmente chamados de muriçoca, mosquitos ou pernilongos. As fêmeas em muitas regiões são designadas vulgarmente como melgas. Como os outros membros da ordem Diptera, os mosquitos têm um par de asas e um par de halteres. Em algumas civilizações de mosquitos é possível encontrar uma evidente tendência para comportamentos anti-sociais. Sendo que, por longos períodos de tempo, alguns mosquitos se mantém afastados do resto da população para realizar atividades como canoagem ou patinagem artística. Para além disto, os mosquitos são conhecidos por serem exímios arqueiros, tendo sido a primeira espécie a ganhar as olimpíadas de tiro com arco. Outros passatempos incluem matemática e ciências em geral. Alguns estudiosos defendem a teoria que foi uma colônia de mosquitos que influenciou Platão dando impulso a um movimento de auto-descoberta que forçou o avanço da mentalidade humana. De mesma forma, alguns defendem que os mosquitos, tentando travar o desenvolvimento humano, tentaram assassinar pessoas de "elevado potencial", tendo, finalmente, falhado nesta atividade.

Em geral, apresentam dimorfismo sexual acentuado: as fêmeas apresentam antenas pilosas e são muito mais corpulentas que os machos, que apresentam antenas plumosas. Geralmente, as fêmeas são, aproximadamente, sendo que este valor poderá variar, pelos mais diversos motivos, 3.14 vezes maior que os machos. Este valor, conhecido por muitos por ser uma aproximação do valor de Pi, é reconhecido como a origem desta constante matemática.

As fêmeas na maioria das espécies de mosquitos sugam sangue (hematófaga) de outros animais,[1] que lhes deu a fama de ser o mais mortífero vetor de doenças conhecido pelo o homem, matando milhões de pessoas ao longo de milhares de anos e continuam a matar milhões por ano com a disseminação de doenças.[2][3] O comprimento varia, mas raramente é superior a 16 milímetros,[4] e peso de até 2,5 mg. Um mosquito pode voar por 1 a 4 horas continuamente até 1–2 km / h [5] viajando até 10 km em uma noite. A maioria das espécies alimenta-se no período menos luminosidade, do entardecer ao amanhecer. O mosquito ficou popularizado por ser o pássaro nacional de África.

Regionalismos

Em várias partes do Brasil, faz-se distinção entre mosquito e pernilongo: o primeiro refere-se a pequenas moscas, como as drosófilas, enquanto que o segundo, além dessa denominação, é também referido como "muriçoca".[6] Na maioria dos estados da Região Norte do Brasil, este pernilongo chama-se "carapanã".[7] As fêmeas do pernilongo são também conhecidas como "melgas" ou "trompeteiros".

Etimologia

"Mosquito" vem do latim musca.[8] "Pernilongo" é uma referência às longas pernas do inseto.[9] "Mosquito-prego" é uma referência a sua picada que se assemelha à perfuração de um prego. "Muriçoca", "meruçoca" e "muruçoca" são oriundos do tupi muri'soka.[10] "Carapanã" vem do tupi karapa'nã.[11] "Carapanã-pinima" vem da junção dos termos tupis karapa'nã ("mosquito") e pi'nima ("pintado).[11] "Fincão" e "fincudo" vem de "fincar"[12] e são uma referência a sua picada. "Sovela" é uma referência ao instrumento cortante homônimo utilizado pelos sapateiros e correeiros,[13] numa alusão à picada dos insetos. "Perereca" vem do gerúndio do tupi pere'reg, "ir aos saltos"[14] e é uma alusão ao hábito do inseto de pular de um lugar para outro para fugir de seus inimigos. "Bicuda" é uma alusão à sua picada.

Evolução

Um mosquito e uma mosca num colar de âmbar Báltico, estimado entre 40 e 60 milhões de anos

Acredita-se que os mosquitos tenham evoluído há cerca de 170 milhões de anos, no momento o primeiro registro conhecida ocorreu durante o período Jurássico (199-144 milhões de anos atrás), sendo o mais antigos fósseis conhecidos do Cretáceo (144-65 milhões de anos atrás).[15] Acredita-se que tenham evoluído na América do Sul, espalhando-se inicialmente para o norte do continente Laurásia e re-entrando nos trópicos pelo norte do país.[16] A família Culicidae, um grupo irmão de Chaoboridae, pertence à ordem Diptera e contém cerca de 3600 espécies em três subfamílias: Anophelinae (3 gêneros), o Culicinae (pelo menos 37 gêneros e mais de 80% de todas as espécies) E os Toxorhynchitinae (1 gênero).

Biologia

Hábitos alimentares

Nos chamados mosquitos a probóscide (tromba) está adaptada para a sucção de líquidos como néctar, seiva ou sangue. Ambos os sexos se alimentam de néctar, mas a fêmea também é capaz de haematofagia (beber sangue). Fêmeas não precisam de sangue para sobreviver, mas precisam de substâncias suplementares (como proteínas e ferro) para o desenvolvimento e postura dos seus ovos, menos a sub familia Toxorhynchitinae que é constituida de larvas predadoras.

Anatomia

O mosquito é composto por uma cabeça, tórax e abdómen, o corpo é composto de uma série de segmentos. A cabeça é, na sua maior parte, composta dos olhos e probóscide. Cada olho é constituído por muitas e minúsculas lentes que formam um olho composto. Este tipo de olho permite um grande campo de visão que facilita a deteção de movimentos. O probóscide é o aparelho perfurante usado para sugar sangue de suas presas. O tórax tem um par de asas e um par de halteres. No abdómen se encontra o intestino posterior e as gónodas.

Ciclo de vida

Em seu ciclo de vida do mosquito sofre metamorfose completa, passando por quatro fases distintas: ovo, larva, pupa, e adultos, primeiramente descrito pelo filósofo grego Aristóteles.[17]

Ovo

A fêmea do mosquito põe seus ovos, um de cada vez ou juntos em jangadas com uma centena ou mais, numa superfície fresca ou quaisquer águas estagnadas. Os mosquitos Anopheles e Aedes não fazem ovo jangadas mas põe seus ovos separadamente. Culex, Culiseta e Anopheles põe os seus ovos na água enquanto Aedes põe seus ovos em solo úmido que é periodicamente alagado pela água. A maioria dos ovos eclodem em larvas em cerca de 48 horas

Larval

Larvas de Culicidae coletadas pela vigilância epidemiológica

Os ovos incubados transformam-se em larvas que vivem na água, próximo à superfície, para respirar o ar atmosférico. A primeira fase larval é conhecida como o primeiro estágio. Com o crescimento ocorrem as mudas, cerca de quatro vezes, que cresce após cada muda. Após a primeira muda ocorre o segundo estágios e, em seguida, o terceiro estágio, depois o quarto. A maioria das larvas utiliza o sifão, que é um tubo ligado à superfície da água para respirar. As larvas Anopheles não têm um sifão e por isso se mantém paralelas à superfície da água. As larvas comem microrganismos e matéria orgânica na água. Elas podem viver na água de 7 a 14 dias, dependendo da temperatura. O comprimento das três primeiras etapas (ou estágios) depende da espécie e da temperatura, com temperaturas mais baixas há o aumento da duração da fase de desenvolvimento.[18]

Pupa

As pupas são mais leves que a água e flutuam sobe a superfície enquanto ocorre a metamorfose da larva mosquito (mudanças) em um mosquito adulto em cerca de dois dias. Não apresentam boca e durante este período o mosquito não se alimenta e utiliza as reservas de energia acumuladas durante o período larvar.

Adulto

Os adultos recém emergidos do estado de pupa deve repousar sobre a superfície da água por um curto espaço de tempo para permitir que o seu exoesqueleto se seque e todos os seus componentes endureçam antes que possa voar.

Chave

Chave de identificação das subfamílias que estão contidas na família Culicidae.

Larva

A subfamília Toxorhynchitinae se diferencia das outras SubFamílias por ter a larva de porte grande com listra na região cefálica. O Culicinae e Anophelinae se diferenciam pelo sifão respiratório, que no Anophelinae esta ausente, o que os obriga a nadar paralelamente à água, e em Culicinae está presente, o que os permite formar um ângulo de 45°, em média, com a lâmina de água.

Adulto

Nos adultos, Toxorhynchitinae se diferencia das outras SubFamília por ter a probóscide curva, normalmente para baixo, adaptada para coletar néctar, e o Culicinae e Anophelinae se diferenciam devido ao escutelo arredondado e primeiro tergito abdominal nu no Anophelinae, enquanto em Culicinae primeiro tergito abdominal com escamas e escutelo é trilobado.

Referência bibliográfica

Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Culicidae
  • Consoli RAGB, Lourenço-de-Oliveira R. (1994). "Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil" (PDF) . Editora Fundação Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.
  • Corrêa RR, Ramalho GR. Revisão de Phoniomyia Theobald, 1903. Folia Clínica et Biológica, 1956,25:1-176
  • Forattini OP. Culicidologia médica: identificação, biologia, epidemiologia v.2. EDUSP São Paulo, 2002.
  • Peryassú AG. Os Culicídeos do Brasil. Trabalho do Instituto de Manguinhos. Typographia Leuzinger, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1908,322-407

Referências

  1. «Tiny Mosquito: Understanding the Mosquito». Consultado em 19 de maio de 2007 
  2. Molavi, Afshin (12 de junho de 2003). «Africa's Malaria Death Toll Still "Outrageously High"». National Geographic. Consultado em 27 de julho de 2007 
  3. «Pest Control—Mosquitoes». Consultado em 27 de julho de 2007 
  4. «Mosquito». Consultado em 19 de maio de 2007 
  5. [1]
  6. Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa, ed. Nova Fronteira
  7. Dicionário Online de Português, http://www.dicio.com.br/carapana_2/ 10 de Janeiro de 2010
  8. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. pp.1 163,1 162
  9. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 314
  10. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1
  11. a b FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.348
  12. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.781
  13. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 616
  14. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 308
  15. French language
  16. [2]
  17. [3]
  18. [4]

Ligações externas