Ayaan Hirsi Ali
Ayaan Hirsi Ali Ayaan Hirsi Magan | |
---|---|
Ayaan Hirsi Ali, em 2016 | |
Nome completo | Ayaan Hirsi Magan Isse Guleid Ali Wai’ays Muhammad Ali Umar Osman Mahamud |
Conhecido(a) por | Submissão anti-circuncisão anti-mutilação genital feminina anti-lei charia |
Nascimento | 13 de novembro de 1969 (54 anos) Mogadíscio, Somália |
Nacionalidade | Somali |
Cidadania | Holandesa Americana |
Cônjuge | Niall Ferguson |
Filho(a)(s) | 2 |
Ocupação | Política e escritora |
Principais trabalhos | Infidel: My Life |
Religião | Nenhuma (ateísmo) |
Ayaan Hirsi Ali (nascida Ayaan Hirsi Magan; Mogadíscio, Somália, 13 de novembro de 1969) é uma ativista, escritora, política e feminista ateísta somali-holandesa-americana, que é conhecida por seus pontos de vista críticos do Islão e defesa dos direitos e da auto-determinação das mulheres muçulmanas, opondo-se activamente aos casamentos forçados, crimes de "honra", casamentos infantis, e mutilação genital feminina. Filha do político somali e líder da oposição Hirsi Magan Isse, ela é uma das fundadoras da organização de defesa dos direitos das mulheres AHA Foundation.[1]
Quando tinha oito anos, sua família deixou a Somália para a Arábia Saudita, depois Etiópia, e acabaram por se instalar no Quênia. Ela pediu e obteve asilo político nos Países Baixos em 1992, em circunstâncias que mais tarde se tornaram o centro de uma controvérsia política. Em 2003 foi eleita membro da Câmara dos Representantes (câmara baixa do parlamento holandês), representando o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD). Uma crise política em torno do potencial de remoção de sua cidadania holandesa levou à sua renúncia ao parlamento, e levou indiretamente à queda do segundo gabinete Balkenende[2] em 2006.
Hirsi Ali era uma muçulmana devota que abandonou a sua fé e se tornou ateísta, [3] e forte crítica do Islão. Em 2004, ela colaborou, escrevendo o roteiro, numa curta-metragem com Theo Van Gogh, intitulado Submissão,[4] um filme que retratava a opressão das mulheres sob a lei islâmica. O filme provocou muitas controvérsias e ameaças de morte. Van Gogh foi assassinado mais tarde naquele ano por Mohammed Bouyeri, um terrorista islâmico marroquino-holandês. Hirsi Ali mantém que "o Islã é parte religião, e parte doutrina político-militar, e a parte que é uma doutrina política contém uma visão de mundo, um sistema de leis e um código moral que é totalmente incompatível com a nossa Constituição, nossas leis, e nosso modo de vida. " [5]Tendo anteriormente argumentado que o Islã estava além da reforma, [6] em seu mais recente livro Heretic (2015), ela apela a uma reforma do Islã derrotando os islamistas e apoiando os muçulmanos reformistas.
Em 2005, ela foi nomeada pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.[7] Ela também recebeu vários prêmios, inclusive um prêmio de liberdade de expressão do jornal dinamarquês Jyllands-Posten, o Prêmio Democracia do Partido Liberal Sueco,[8] e o Prêmio Coragem Moral de compromisso com a resolução de conflitos, ética e cidadania mundial. Em 2006, ela publicou um livro de memórias. A tradução do Inglês em 2007 é intitulado Infiel. Desde 2013[update] Hirsi Ali se tornou companheira da John F. Kennedy School of Government da Universidade Harvard, um membro da The Future of Diplomacy Project at the Belfer Center, e vive nos Estados Unidos.[9] Ela é casada com o historiador britânico e comentarista público Niall Ferguson. Se tornou uma cidadã naturalizada nos Estados Unidos em 25 de abril de 2013.[10]
Biografia
Primeiros Anos
Ayaan Hirsi Ali nasceu em Mogadíscio, na Somália, em 1969.[11] Seu pai, Hirsi Magan Isse, era um proeminente membro da Frente Democrática de Salvação da Somália e uma figura de destaque na Revolução Somaliana, opondo-se ao regime socialista de Siyad Barre. Pouco depois de ela nascer, seu pai foi preso, e na sua ausência, aos 5 anos de idade, Ayaan e a sua irmã de 4 anos sofreram a infibulação do clitóris numa cerimônia organizada pela avó, apesar da oposição do pai a esta prática. [12][13]
Também chamada de excisão faraônica, a infibulação é considerada a pior de todas, pois, após a amputação do clitóris e dos pequenos lábios, os grandes lábios são seccionados, aproximados e suturados com espinhos de acácia, sendo deixada uma minúscula abertura necessária ao escoamento da urina e da menstruação. Esse orifício é mantido aberto por um filete de madeira, que é, em geral, um palito de fósforo. As pernas devem ficar amarradas durante várias semanas até a total cicatrização. Assim, a vulva desaparece sendo substituída por uma dura cicatriz. Por ocasião do casamento a mulher será “aberta” pelo marido ou por uma “matrona”, mulher mais experiente designada a isso. Mais tarde, quando se tem o primeiro filho, essa abertura é aumentada. Algumas vezes, após cada parto, a mulher é novamente infibulada.
Quando tinha seis anos a sua família fugiu da Somália para se fixar na Arábia Saudita, depois na Etiópia e mais tarde, em 1980, no Quénia, onde a família obteve asilo político e vivia uma vida confortável. Foi neste país que Ayaan fez a maior parte dos seus estudos tendo frequentado a Muslim Girls' Secondary School. Hirsi Ali e a irmã eram regularmente agredidas pela mãe, que descarregava nas duas meninas da família as frustrações da sua vida. Também ainda no Quénia, um professor de Alcorão, a fim de a "disciplinar", partiu-lhe a cabeça contra uma parede, o que ocasionou um internamento de urgência no hospital de Nairobi.[14]
Quando Hirsi Ali chegou à adolescência, a Arábia Saudita estava a financiar a educação religiosa em vários países e suas opiniões religiosas estavam a tornar-se influentes entre muitos muçulmanos. Uma professora religiosa carismática, treinada nesta base de pensamento, juntou-se à escola de Hirsi Ali. Ela inspirou a adolescente Ayaan, assim como alguns colegas, a adotar as interpretações mais rigorosas do Islã na Arábia Saudita, em oposição às versões mais relaxadas então correntes na Somália e no Quênia. Hirsi Ali disse mais tarde que ela havia ficado impressionada com o Alcorão e que viveu "pelo Livro, para o Livro" durante toda a sua infância.[15]
Ela simpatizava com os pontos de vista da Irmandade Muçulmana e usava um hijab com seu uniforme escolar. Isso era incomum na altura, mas foi-se tornando mais comum entre algumas jovens muçulmanas. Na época, ela concordou com a fatwa proclamada contra o escritor indiano-britânico Salman Rushdie em reação ao retrato do profeta Maomé em seu romance Os Versos Satânicos [16]. Depois de concluir o ensino médio, Hirsi Ali participou de um curso de secretariado no Valley Secretarial College, em Nairóbi, por um ano. [17] Enquanto crescia, ela também lia histórias de aventuras em inglês, como a série policial Nancy Drew, com modernos arquétipos de heroína que desafiavam os limites da sociedade - "histórias de liberdade, aventura, igualdade entre raparigas e rapazes, confiança e amizade".[18]
Na Holanda
Em 1992 Ayaan chegou aos Países Baixos em circunstâncias que ainda não são totalmente claras. Segundo conta Ayaan, o seu pai pretendia casá-la contra a sua vontade com um primo residente no Canadá, o que acabou por acontecer mesmo sem a presença dela ou a sua assinatura, o que é possível pelas leis islâmicas.[19] [20] Enquanto aguardava na Alemanha pelos documentos que lhe permitiriam entrar no Canadá, Ayaan decidiu fugir para os Países Baixos, onde pediu asilo político e obteve uma autorização de residência após algumas semanas..[21]
No início, ela teve vários empregos temporários, entre outros como empregada de limpeza e separadora de correio, [17] Aprendendo holandês, tirou um curso de Ciência Política na Universidade de Leiden. Trabalhou como tradutora num centro de refugiados de Roterdão[22] .
Após a conclusão dos seus estudos trabalhou para a Fundação Wiardi Beckman, um instituto ligado ao Partido Trabalhista (PvdA). A pesquisa que ela ali desenvolveu focou sobretudo a integração de mulheres estrangeiras (maioritariamente muçulmanas) na sociedade neerlandesa.
Esta pesquisa deu-lhe opiniões fortes sobre o assunto, o que resultou num corte de relações com o PvdA. Na sua opinião, não havia espaço suficiente dentro do PvdA para criticar aquilo que ela via como consequências negativas de certos aspectos socioculturais dos migrantes e do Islão.
Entre 1995 e 2001, trabalhou como intérprete e tradutora - fala 6 idiomas: inglês, somali, árabe, suaíli, amárico e holandês - principalmente para o Serviço de Imigração holandês, e também como assistente social nos abrigos de mulheres vítimas de violência doméstica. Nestes abrigos constatou o número proporcionalmente exagerado de residentes imigrantes. [23] O Instituto Trimbos, em 2000, concluiu ser uma percentagem de 56 %, sendo que os imigrantes representam apenas 12 % da população total da Holanda. [24]
No seu livro de 2002 "De Zoontjesfabriek" (Fábrica de Filhos), que junta todos os artigos que Hirsi Ali publicara até à data, e também uma entrevista realizada pela jornalista Colet Van der Ven, ela criticou a perspectiva islâmica das mulheres. Na sua opinião, a cultura islâmica pretende apenas que as mulheres produzam filhos para os seus maridos. [25] O livro também critica tradições como a mutilação genital feminina, que é muito comum na Somália. Mais tarde (em 2004) no Parlamento holandês, Hirsi Ali propôs um exame anual às meninas de " grupos de risco" , até aos 18 anos de idade, para combater a MGF, [26] mas sem sucesso. [27]
Ayaan Hirsi Ali divide os seguidores da fé muçulmana em três grupos distintos: os muçulmanos de Meca, a grande maioria, que representam o lado mais tolerante da religião, tal como articulado durante o início da pregação de Maomé; os muçulmanos de Medina , que são inspirados pelos aspectos mais duros do Corão, que Maomé expressou durante a consolidação do seu poder posterior em Medina; e os muçulmanos da mudança - os dissidentes e reformistas que desafiam ativamente o dogma religioso.[28]
Hirsi Ali ficou chocada com os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, pelos quais a al-Qaeda assumiu a responsabilidade. Depois de ouvir vídeos de Osama bin Laden citando "palavras de justificação" no Alcorão para os ataques, ela escreveu: "Eu peguei no Alcorão e nos hadith e comecei a pesquisar, para verificar. Eu detestei fazer isso, porque eu sabia que encontraria lá as citações de Bin Laden , e não queria pôr em questão a palavra de Deus. "[29] Durante esse período de transição, ela passou a considerar o Alcorão como relativo - não absoluto - um registro histórico, escrito por homens 150 anos após a morte de Maomé e "por outras palavras, apenas mais um livro " .[15]
Em 2002, ela leu O Manifesto Ateu do filósofo Herman Philipse, dado a ela anos antes por um seu namorado holandês. Isso a influenciou profundamente, dando-lhe força não apenas para denunciar o Islã, mas para reconhecer sua descrença em Deus.[30]
Em 2002 o Partido Liberal VVD convidou Hirsi Ali para integrar as listas do partido, tendo sido eleita deputada em Janeiro de 2003. No livro acima referido, "De Zoontjesfabriek", diz que a oportunidade oferecida pelo VVD foi um factor importante na decisão de mudar dos trabalhistas para os liberais, de modo a trazer as suas ideias para o parlamento. Ela comenta que trocou de partido porque ficou cansada do comportamento evasivo do PvdA, que a seu ver fechou os olhos para o crescente desconforto na sociedadeː " A opressão das mulheres dificilmente é um tema." [31]
Logo após a publicação de "De Zoontjesfabriek" , Hirsi Ali começou a receber ameças de morte, sendo desde aí protegida por guarda-costas 24 horas por dia.[30]
Numa entrevista ao jornal diário "Trouw" (sábado, 25 de Janeiro de 2003), ela afirmou sobre o profeta Maomé: "medido pelos nossos padrões ocidentais, ele é um homem perverso. Um tirano".[32] Hirsi Ali referia-se, entre outros, ao facto de Maomé, então com 54 anos, ter casado com Aixa, uma menina de nove anos. Várias organizações islâmicas e indivíduos islâmicos processaram-na alegando discriminação. O tribunal civil em Haia absolveu Hirsi Ali de quaisquer acusações, mas mencionou que ela "poderia ter feito uma melhor escolha de palavras ".[33]
Em 2004, juntamente com o controverso escritor e realizador de cinema neerlandês Theo van Gogh, ela fez um curto filme de cerca de 10 minutos, intitulado "Submissão (Parte 1)" [34]sobre a opressão da mulher nas sociedades islâmicas. O título refere-se ao Islão (que significa literalmente submissão a Alá) e foi fortemente criticado pelos muçulmanos holandeses. No filme, quatro mulheres semi-nuas, com textos do Alcorão [35] - 4ː34 [36] , 2ː222 [37] , e 24ː2 [38] - escritos nos seus corpos, monologam sobre vários abusos que sofreram .
Após a exbição do filme, o Imam Fawaz Jneid, da mesquita as-Sunnah de Haia, fez um sermão condenando Theo van Gogh, um "bastardo criminoso" e Hirsi Ali, pedindo a Alá que cegasse a activista e lhe provocasse cancro na língua e no cérebro.[39][40]
Van Gogh, também um crítico do Islão, e de um modo geral, de todas as religiões, recebeu várias ameaças de morte , acabando assassinado em pleno dia em Amsterdão, por um muçulmano radical, em 2 de Novembro de 2004. No corpo de Van Gogh, cravada com uma faca, encontrava-se uma carta dirigida a Hirsi Ali, que referia que a próxima pessoa a ser morta seria ela. O crime foi um tremendo choque para a tolerante sociedade holandesa. A segurança de Hirsi Ali foi imediatamente reforçada, e ela foi obrigada a abandonar a casa onde vivia, escondendo~se durante cerca de um mês em vários locais, incluindo hotéis e instalações militares, sempre sob proteção cerrada e práticamente incomunicável. Por fim o governo holandês decidiu levá-la para os EUA por algum tempo. [41]
Em Janeiro de 2005, tendo já voltado à Holanda, regressou ao parlamento holandês, anunciando a sua intenção de criar uma sequela para o filme "Submissão - Parte 1", desta feita focando a situação dos homossexuais masculinos no mundo islâmico.[42] Em 2005, a revista "Time" considerou-a uma das cem pessoas mais influentes no planeta.[43]
Em Março de 2006 ela foi uma das 12 personalidades signatárias do "Manifesto: Juntos contra o Novo Totalitarismo ", o qual considera que o mundo, após ter vencido o fascismo, o nazismo e o estalinismo, enfreenta agora uma nova e global ameaça totalitáriaː o Islamismo. Um dos outros signatários foi Salman Rushdie; em adolescente, Hirsi Ali tinha apoiado a fatwa contra ele. A carta foi publicada pela primeira vez no Charlie Hebdo, em resposta aos protestos do mundo islâmico por ocasião da polémica das caricaturas do jornal Jyllands-Posten sobre Maomé na Dinamarca, e apoiava a liberdade de expressão.[44] [45]
Em Abril de 2006, os seus vizinhos num bloco de apartamentos puseram uma ação em tribunal para a expulsar, reclamando que a presença de Hirsi Ali os expunha a um risco. Ela foi despejada, apesar dos depoimentos da polícia holandesa, que assegurou ao tribunal que o edifício era agora um dos mais seguros do país.[46]
Eventos de Maio de 2006
Em Maio de 2006, o programa de televisão neerlandês "Zembla" noticiou que Hirsi Ali tinha prestado falsa informações sobre o seu verdadeiro nome, a sua idade e o seu país de origem quando solicitou asilo político nos Países Baixos. Zembla realizou pesquisas na Holanda, no Quênia, na Somália e no Canadá. Seu irmão Mahad e uma mulher velada que afirmava ser sua tia vieram falar do seu casamento. O programa conversou com o homem com quem ela se teria casado, o qual disse Ayaan ter casado com ele de livre vontade, e visitou as escolas onde Ayaan cresceu.[47] [48]
No entanto, o nome real, idade e país de onde viera já eram do domínio público. O seu livro De Zoontjesfabriek, publicado em 2002, mostrava o seu nome verdadeiro e a sua data de nascimento, [31] tendo também no mesmo ano Hirsi Ali declarado em entrevista à revista política HP/De Tijd o seu nome verdadeiro e idade. Hirsi Ali também afirma que revelou estes pormenores a figuras do partido VVD (entre elas Rita Verdonk) quando decidiu candidatar-se como deputada em 2002.[49] Também em 2005, numa entrevista ao jornal britânico The Guardian, ela mencionava esses pontos.[50]
No dia 16 de Maio , após a Ministra da Integração e Imigração, Rita Verdonk, a ter informado de que iria perder a cidadania holandesa por falsas declarações, Hirsi Ali demitiu-se do parlamento. A anunciada perda de cidadania causou alvoroço no parlamento, provocando críticas até mesmo de aliados políticos. Os media estrangeiros criticaram a Holanda por não apoiar uma mulher que enfrentava ameaças de morte diárias.[51][52]
Sua cidadania holandesa foi restabelecida ainda em 2006, cerca de um mês depois, [51] sob pressão de membros do Governo e parlamentares, [49] após Ayaan ter sido obrigada a declarar-se a única culpada pela mentira que lhe concedeu o asilo político. A ministra Rita Verdonk, acabou tendo sua renuncia solicitada pelo parlamento por ter colocado como condição única para o restabelecimento da cidadania de Ayaan Hirsi Ali este ato. A ministra Verdonk não renunciou ao cargo, o que acabou desmanchando o governo, sendo necessário uma nova eleição.
Nos E.U.A.
Convidada pelo American Enterprise Institute em Washington, [53] ela mudou-se para os Estados Unidos em 2006. O Governo holandês continuou, durante algum tempo, a garantir-lhe segurança pessoal , [54] que, actualmente, é financiada por doações de privados. [55]
O seu activismo continuou a provocar controvérsias, com as habituais ameaças de morte. Em 17 de abril de 2007, a comunidade muçulmana de Johnstown, Pensilvânia , protestou contra a palestra planeada de Hirsi Ali no campus local da Universidade de Pittsburgh. O Imam Fuad El Bayly afirmou que Hirsi Ali merecia a morte, mas devia ser julgada e condenada num país islâmico. [56][57]
Em 25 de setembro de 2007, Hirsi Ali recebeu seu cartão de residente permanente nos Estados Unidos (Green Card). O ministro holandês da justiça Hirsch Ballin informou-a da sua decisão de que, a partir de 1 de outubro de 2007, o governo holandês já não pagaria a sua segurança no estrangeiro. Nesse ano, ela recusou uma oferta de viver na Dinamarca, dizendo que pretendia ficar nos Estados Unidos.[54]
Fundação AHA
Em 2007, a AHA Foundation , uma organização sem fins lucrativos, baseada em Nova Iorque, é fundada por Hirsi Ali. Originalmente criada para apoiar dissidentes muçulmanos, perseguidos ou prejudicados por esse facto, o âmbito da organização foi ampliado em Setembro de 2008 para se concentrar nos direitos das mulheres. A Fundação combate crimes contra mulheres e meninas, tais como casamentos forçados, mutilação genital feminina e crimes de "honra" [58] . As suas atividades-chave incluem educação, divulgação e advogacia legislativa. [59]
A Fundação opõe-se à adoção de sistemas legais duais para julgar disputas familiares em famílias religiosas e apoia a separação de todas as religiões e do Estado.[60]
Controvérsias
Universidade de Brandeis
No início de 2014, a Brandeis University, em Massachusetts, anunciou que iria conceder a Hirsi Ali Ali um título honorário. Logo se seguiram protestos estudantis, e o ramo da Associação de Estudantes Muçulmanos (MSA [61] ) na universidade considerou que isso era "uma violação directa do próprio código moral da universidade, assim como dos direitos de todos os estudantes de Brandeis" e acrescentou um avisoː "Não vamos tolerar um ataque à nossa fé." [62][63]
86 membros do Corpo Docente exigiram que o título fosse cancelado, o que aconteceu de facto. Um dos vectores principais para isso foi o Conselho para as Relações Americano-Islâmicas (CAIR), que rotulou Hirsi Ali de "famosa Islamofóbica" ; Ibrahim Hooper afirmou que ela era "uma das piores dos piores inimigos do Islão na América, não só na América, mas em todo o mundo." [63] CAIR afirmou, entre outros pontos, que ela em seu discurso de aceitação do prêmio Axel Springer (em 2012) , "pareceu expressar simpatia pelo assassino em massa Anders Breivik, que incluiu escritos seus no seu manifesto"[64] . Jeffrey Tayler, escrevendo para o magazine on line Quillette, comenta que de modo algum é esse o caso, [65] e recomenda a audição do discurso, disponível na Internet. [66]
Jeffrey Herf, um ex-aluno de Brandeis e historiador, publicou uma carta aberta criticando a decisão do presidente Frederik Lawrence, dizendo que tinha "feito danos profundos e duradouros à universidade. " [67]
Lawrence J. Haas, o ex-diretor de comunicações e Secretário de imprensa para o Vice-Presidente Al Gore, publicou uma carta aberta dizendo que Lawrence "sucumbiu à correção política e pressão dum grupo de interesses ao decidir que o Islão está fora do alcance dum questionamento legítimo (...); tal decisão é particularmente chocante para um presidente da Universidade, pois um campus é precisamente o lugar para incentivar a livre discussão, mesmo em assuntos controversos. " [68]
Daniel Mael, aluno de Brandeis, escrevendo sobre o caso, aponta o comportamento violento, anti-democrático e intolerante de alguns grupos extremistas de estudantes dentro da universidade.[69]
Designação pelo Southern Poverty Law Center
Em Outubro de 2016, o Southern Poverty Law Center (SPLC) publicou uma lista de "extremistas anti-muçulmanos", ique incluiam Hirsi Ali e o ativista britânico Maajid Nawaz. o que causou protestos de vários sectores. [70] [71] [72] [73]A Fundação Lantos pelos Direitos Humanos e Justiça escreveu uma carta pública ao SPLC para recolher as listagens, o que acabou por acontecer.[74] A activista Pamela Geller, ela própria sempre incluída nessas listas, comenta a ausência duma relação de extremistas muçulmanos - mesmo a Nação do Islão está nas listas não nessa qualidade, mas sim de "supremacistas negros".[75]
Hirsi Ali, num comentário sobre a sua designação, observa que o SPLC. é uma organização que "perdeu o rumo, difamando as pessoas que lutam pela liberdade e fechando os olhos para uma ideologia e um movimento político que tem muito em comum com o nazismo."[76]
Cancelamento do Tour pela Austrália e Nova Zelândia
Em abril de 2017, ela cancelou uma turné planeada na Austrália e Nova Zelândia. Isto seguiu-se ao lançamento no Facebook de um vídeo de seis mulheres muçulmanas australianas que a acusavam de ser "estrela da indústria global da islamofobia" e de lucrar com "uma indústria que existe para desumanizar mulheres muçulmanas". Ali respondeu que as mulheres em questão estavam "levando água ao moinho" dos islamistas radicais como a Irmandade Muçulmana, o Boko Haram e o Estado Islâmico, e afirmou que "islamofobia" é uma palavra fabricada. Explicou que o cancelamento foi devido a preocupações de segurança e problemas organizacionais. [77] [78] [79]
Livros
- De Zoontjesfabriek over vrouwen, Islam en integratie, (2002) traduzido para o inglês como The Son Factory: About Women, Islam and Integration.
- De maagdenkooi, (2004) traduzido para o inglês como The Virgin Cage: An Emancipation Proclamation for Women and Islam e para o português como A virgem na jaula.
- Mijn Vrijheid, (2006) traduzido para o inglês como Infidel e para o português como Infiel (no Brasil) e "Uma mulher rebelde" (em Portugal).
- Nomad: From Islam to America: A Personal Journey Through the Clash of Civilizations. (2010)
- Heretic: Why Islam Needs a Reformation Now (2015).
- The Challenge of Dawa , Political Islam as Ideology and Movement and How to Counter It (2017)
Prêmios
- No dia 20 de Novembro de 2004 Ayaan Hirsi Ali foi galardoada com o Prémio Liberdade do Partido Liberal da Dinamarca "pelo seu trabalho a favor da liberdade de expressão e dos direitos das mulheres". Devido a ameaças de fundamentalistas islâmicos não foi possível a Ayaan estar presente na cerimónia de entrega do prémio. No entanto, um ano depois, a 17 de Novembro de 2005, ela viajou até à Dinamarca para agradecer pessoalmente a Anders Fogh, primeiro-ministro da Dinamarca e líder do Partido Liberal.
- No dia 29 de Agosto de 2005 Ayaan foi galardoada com o Prémio Democracia do Partido Liberal da Suécia "pelo seu corajoso trabalho a favor da democracia, direitos humanos e direitos das mulheres."[1]
- Prémio Simone de Beauvoir, 2008
Ver também
Referências
- ↑ Sítio oficial da AHA Foundation. (em inglês) Página visitada em 13 de novembro de 2013.
- ↑ Castle, Stephen (28 de junho de 2006). «Dutch U-turn over passport for Somali-born MP» (em inglês). The Independent. Consultado em 13 de novembro de 2013
- ↑ «Islam Critic, Women's Advocate Ayaan Hirsi Ali To Be 2015 Convention Keynote». American Atheists. 30 de Julho de 2014
- ↑ «Hirsi Ali on Film over Position of Women in Koran». Dutch News Digest (Arquivado em WayBack Machine). 30 de Agosto de 2004
- ↑ «Ideology and Terror: Understanding the Tools, Tactics, and Techniques of Violent Extremism». U.S. Senate Committee on Homeland Security & Governmental Affairs. 14 de Junho de 2017
- ↑ Anthony, Andrew (27 de Abril de 2015). «Heretic: Why Islam Needs a Reformation Now by Ayaan Hirsi Ali – review». The Guardian
- ↑ Manji, Irshad (18 de abril de 2005). «The 2005 TIME 100: Ayaan Hirsi Ali» (em inglês). Time. Consultado em 14 de novembro de 2013. Cópia arquivada em 11 de janeiro de 2007
- ↑ «Kommentarer» (em sueco). Smedjan.com. Consultado em 14 de novembro de 2013
- ↑ «Ayaan Hirsi Ali terug in Nederland» (em neerlandês). NRC Handelsblad. 1º de outubro de 2007. Consultado em 14 de novembro de 2013
- ↑ Ali, Ayaan Hirsi. «Swearing In the Enemy» (em inglês). wsj.com. Consultado em 14 de outubro de 2013
- ↑ «Ayaan Hirsi Ali» (em inglês). PEN American Center. Consultado em 13 de novembro de 2012
- ↑ Linklater, Alexander (17 de Maio de 2005). «Danger woman». The Guardian
- ↑ «A critic of Islam - Dark secrets». The Economist. 8 de Fevereiro de 2007
- ↑ Ali, Ayaan Hirsi (2006). Infidel. [S.l.: s.n.] 77 páginas
- ↑ a b Ali, Ayaan Hirsi (4 de Junho de 2007). «To submit to the book is to exist in their hell». The Sydney Morning Herald.
- ↑ Cohen, David (7 de Fevereiro de 2007). «VIOLENCE IS INHERENT IN ISLAM - IT IS A CULT OF DEATH». Lawyers’ Christian Fellowship (Arquivado em WAyBack Machine)
- ↑ a b Choudhury, Sohail (20 de Maio de 2006). «Controversial Ayaan Hirsi Ali, Muslim turned atheist, to resign from Dutch Parliament». Asian Tribune
- ↑ Grimes, William (14 de Fevereiro de 2007). «No Rest for a Feminist Fighting Radical Islam». The New York Times
- ↑ «Marriage». Oxford Islamic Studies
- ↑ Ali, Ayaan Hirsi (2006). Infidel (Capítulo 9). [S.l.: s.n.]
- ↑ Goodstein, Laurie (4 de Fevereiro de 2007). «Enter the Dutch 'Infidel,' Faithful to Herself». The New York Times
- ↑ Burke, Jason (21 de Maio de 2006). «Secrets and lies that doomed a radical liberal». The Guardian
- ↑ «Ayaan Hirsi Ali». LavishStarsInsight. Consultado em 19 de maio de 2018
- ↑ Ali, Ayaan Hirsi (2002). De Zoontjesfabriek over vrouwen, Islam en integratie -PvdA onderschat het lijden van moslimvrouwen (Capítuloː PvdA subestima o sofrimento de mulheres muçulmanas). [S.l.: s.n.] 94 páginas
- ↑ Ali, Ayaan Hirsi (2002). De zoontjesfabriek: over vrouwen, Islam em integratie. [S.l.: s.n.]
- ↑ du Pré, Raoul (22 de janeiro de 2004). «VVD: extra inspectie tegen besnijdenis - Er moet een landelijk controlesysteem komen ter bestrijding van vrouwenbesnijdenis. Dat vindt de VVD. (VVD: inspeção extraordinária contra a circuncisão -Deve haver um sistema nacional de controle para combater a circuncisão feminina. É isso que o VVD pensa.)». De Volkskrant line feed character character in
|titulo=
at position 41 (ajuda) - ↑ Ward, Olivia (30 de Maio de 2010). «Islamic fundamentalists 'seem to be haunted by the female body'». The Star
- ↑ Anthony, Andrew (27 Abril 2015). «Heretic: Why Islam Needs a Reformation Now (Infiel: PorquÊ o Islão precisa de uma Reforma Agora - em inglês)». The Guardian
- ↑ Ali, Ayaan Hirsi (2006). Infidel. [S.l.: s.n.] 271 páginas
- ↑ a b Schafer, David; Koth, Michelle (22 de Dezembro de 2007). «Absolute Infidel: The Evolution of Ayaan Hirsi Ali». The Humanist
- ↑ a b Ali, Ayaan Hirsi (2002). De Zoontjesfabriek over vrouwen, Islam en integratie, - ‘Ik wil dat het hier en nu gebeurt’ -Capítuloː Entrevista com Colet van der Ven. [S.l.: s.n.] 94 páginas
- ↑ «Hirsi Ali: Mohammed is een perverse tiran». Trouw. 25 de Janeiro de 2003
- ↑ «Ayaan Hirsi Ali : biography». FamPeople. Consultado em 21 de Maio de 2018
- ↑ Van Gogh, Theo; Ali, Ayaan Hirsi. «Submission». Internet Archive. Consultado em 21 de Maio de 2018
- ↑ «Verses used in the film Submission». The Skeptic's Annotated Bible. Consultado em 22 de maio de 2018
- ↑ «4:34 An Nisa (The women)». QuranX.com. Consultado em 22 de Maio de 2018.
Os homens são os protectores (ou guardiões) das mulheres, porque Alá fez uns superiores aos outros e porque eles gastam os seus bens para as manter. As boas mulheres são, portanto, obedientes, guardando o segredo como Alá ordenou que fosse guardado. Aquelas de quem você teme deslealdade, admoestai-as, e deixai-as sozinhas nos leitos e batei-lhes..
- ↑ «2:222 Al Baqara (The cow)». QuranX.com. Consultado em 22 de Maio de 2018.
Eles te questionam sobre a menstruação. Dizei-lhes: é uma impureza, por isso deixe as mulheres sozinhas nesses momentos e não se aproximem delas até que estejam limpas. E quando elas se purificarem, então acerqai-vos delas como Alá ordenou.(...)
- ↑ «24:2 An Nur (The light)». QuranX.com. Consultado em 22 de Maio de 2018.
Quanto à adúltera e ao adúltero, vergastai-os com cem vergastadas, cada um; que a vossa compaixão não vos demova de cumprir a lei de Alá, se realmente credes em Alá e no Dia do Juízo Final. E que uma parte dos fiéis testemunhe o castigo.
- ↑ «Did Imam´s sermon incite van Gogh murder?». Radionetherlands.nl. 31 de Outubro de 2006
- ↑ Malheiros, José Vítor (8 de Abril de 2007). «Hirsi Ali, a voz das mulheres caladas do Islão». Público
- ↑ Ali, Ayaan Hirsi (2006). Infidel (Capítulo 15). [S.l.: s.n.]
- ↑ Traufetter, Gerald (6 de Fevereiro de 2006). «SPIEGEL Interview with Ayaan Hirsi Ali 'Everyone Is Afraid to Criticize Islam'». Spiegel
- ↑ Manji, Irshad (18 de Abril de 2005). «Leaders & Revolutionariesː Ayaan Hirsi Ali». Time
- ↑ Henkel, Heiko (Outono de 2010). «Fundamentally Danish? The Muhammad Cartoon Crisis as Transitional Drama» (PDF). Human Architecture: Journal of the Sociology of Self-knowledge. 2. VIII. Consultado em 4 de Junho de 2018
- ↑ «Writers issue cartoon row warning». BBC News. 1 de março de 2006
- ↑ Hitchens, Christopher (8 de Maio de 2006). «The Caged Virgin - Holland's shameful treatment of Ayaan Hirsi Ali.». Slate
- ↑ «De heilige Ayaan». Zembla. 11 de Maio de 2006
- ↑ «The holy Ayaan». Zembla. 11 de Maio de 2006
- ↑ a b Ali, Ayaan Hirsi (2006). Infidel (Capítuloː Epilogue). [S.l.: s.n.]
- ↑ Linklater, Alexander (17 de Maio de 2005). «Danger Woman». Guardian
- ↑ a b Castle, Stephen (27 de Junho de 2006). «Dutch U-turn over passport for Somali-born MP». The Independent
- ↑ Thomas, Isabella (21 de Maio de 2006). «Yes, Hirsi Ali lied. Wouldn't you?». The Guardian
- ↑ «SCHOLARS & FELLOWS -Ayaan Hirsi Ali Resident Fellow (Arquivado em WayBack Machine)». AEI. Consultado em 27 de Maio de 2018
- ↑ a b «Ayaan Hirsi Ali declines Denmark offer». International Herald Tribune (Arqivado em WayBack Machine). 16 de Outubro de 2007
- ↑ Roberts, Alison (14 de Março de 2013). «Ayaan Hirsi Ali: 'FGM was done to me at the age of five. Ten years later, even 20... I would not have testified against my parents'». Evening Standard
- ↑ Himelfarb, Joel (27 de Maio de 2018). «Ayaan Hirsi Ali: US Tax Dollars Fund Islamist Prison Radicalization». NewsMax
- ↑ Harris, David (5 de Março de 2015). «Imam Who Called for Death of Ayaan Hirsi Ali Is Prison Chaplain». Clarion Project
- ↑ Ali, Ayaan Hirsi (30 de Abril de 2015). «Honor Killings in America -Violence against women is not just a problem in countries like Afghanistan and Somalia. It's happening in the U.S. too.». The Atlantic
- ↑ «We believe in liberty for all». AHA Foundation. Consultado em 27 de Maio de 2018
- ↑ «The AHA Foundation». CNN. 20 de Abril de 2010
- ↑ Dowd-Gailey, Jonathan (1 de Março de 2004). «Islamism's Campus Club: The Muslim Students' Association». Middle East Forum -Middle East Quarterly Spring 2004 Volume 11: Number 3
- ↑ «Brandeis withdraws honorary degree for Islam critic Ayaan Hirsi Ali». The Guardian. 9 de Abril de 2014
- ↑ a b Spencer, Robert (2017). The Complete Infidel´s Guide to Free Speech - (Capítulo 12). [S.l.: s.n.]
- ↑ «CAIR Asks Brandeis University Not to Honor Islamophobe Ayaan Hirsi Ali». Reuters (Arquivado em WayBack Machine). 8 de Abril de 2014
- ↑ Tayler, Jeffrey (17 de Junho de 2016). «Free Speech and Islam — In Defense of Ayaan Hirsi Ali». Quillette
- ↑ «Verleihung des Axel-Springer-Ehrenpreises 2012». YouTube. Consultado em 30 de Maio de 2018
- ↑ Herf, Jeffrey (13 de Abril de 2014). «Brandeis University's Disgraceful Act». Frontpage Mag
- ↑ J. Haas, Lawrence (17 de Abril de 2014). «Open Letter To Brandeis University President After The School Rescinded Its Invitation To Ayaan Hirsi Ali To Receive An Honorary Doctorate». International Business Times
- ↑ Mael, Daniel (8 de Janeiro de 2015). «Once Again, Brandeis Students Master Selective Outrage». Time
- ↑ Graham, David A. (29 de Outubro de 2016). «How Did Maajid Nawaz End Up on a List of 'Anti-Muslim Extremists'?». The Atlantic
- ↑ Nawaz, Maajid (29 de Outubro de 2016). «I'm A Muslim Reformer. Why Am I Being Smeared as an 'Anti-Muslim Extremist'? -Call it "Islamsplaining": First-world keyboard virtue-signallers have put themselves in the business of issuing fatwas.». Daily Beast
- ↑ Garfinkel, Renee (5 de Setembro de 2017). «Southern Poverty Law Center enemies list targets Ayaan Hirsi Ali». The Washington Times
- ↑ Cohen, Nick (31 de Outubro de 2016). «The white left has issued its first fatwa». The Spectator
- ↑ «Lantos Foundation Criticizes Southern Poverty Law Center for Targeting Brave Muslim Reformers». Lantos Foundation. 8 de Novembro de 2016
- ↑ Yan, Holly (4 de Maio de 2015). «Garland shooting: What is the American Freedom Defense Initiative?». CNN
- ↑ Ali, Ayaan Hirsi (24 de Agosto de 2017). «Why Is the Southern Poverty Law Center Targeting Liberals?». The New York Times
- ↑ «Ayaan Hirsi Ali cancels speaking tour of Australia and New Zealand amid security concerns». ABC News. 17 de Abril de 2017
- ↑ «Ayaan Hirsi Ali says Australian opponents 'carrying water' for radical Islamists -Hirsi Ali hits back at group of Muslim women and tells Triple J's Hack program that Islamophobia is a 'manufactured' term». The Guardian. 4 de Abril de 2017
- ↑ Hymowitz, Kay S. (12 de Abril de 2017). «Upside-down Down Under -Ayaan Hirsi Ali is forced to cancel an Australian visit because of violent threats.». City Journal