Édito de Worms
O Édito de Worms foi um decreto do imperador romano Carlos V que proibiu os escritos de Martinho Lutero e rotulou-o como inimigo do Estado. O édito, publicado em 25 de maio de 1521 na cidade de Worms (Alemanha), pôs fim a uma constante luta entre Martinho Lutero e a Igreja Católica Romana sobre a reforma, especialmente no âmbito da venda de indulgências.[1]
Não obstante, havia outras questões mais profundas que giravam tanto em torno da teologia quanto da política. No plano político, Lutero havia desafiado a autoridade absoluta do papa sobre a Igreja, ao afirmar que a venda de indulgências, autorizada e promovida pelo papa, estava errada. No nível teológico, Lutero afirmou que a salvação era alcançada somente pela fé (sola fide), e não através dos mecanismos jurídicos da Igreja, ou por que as pessoas fizessem por merecê-la. Ele também desafiou a autoridade da Igreja ao afirmar que todas as doutrinas e dogmas devem ser compatíveis com os ensinamentos da Escritura (sola scriptura).[2]
Para proteger a autoridade do papa e da Igreja, bem como para manter rentável a venda de indulgências, os oficiais da igreja convenceram Carlos V que Lutero era uma ameaça e a autorizar a sua condenação pelo Império. Lutero escapou à prisão e permaneceu em isolamento no castelo de Wartburg por vários anos, onde continuou a escrever e traduzir a Bíblia para o alemão.
Embora o édito tenha sido duro, Carlos V estava tão preocupado com interesses políticos e militares em outros lugares, que nunca foi cumprido. Posteriormente, Lutero foi autorizado a regressar à vida pública e tornou-se fundamental na definição das bases para a Reforma Protestante.[3]