Ofensiva do Tet
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Ofensiva do Tet | |||
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Guerra do Vietnã | |||
Os pontos vermelhos marcam os principais pontos onde as ofensivas ocorreram. | |||
Data | Fase 1: 30 de janeiro – 28 de março de 1968 Fase 2: 5 de maio – 15 de junho de 1968 Fase 3: 17 de agosto – 23 de setembro de 1968 | ||
Local | Vietnã do Sul | ||
Desfecho | |||
Beligerantes | |||
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Baixas | |||
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Ofensiva do Tet foi um ataque em três fases lançado pelos norte-vietnamitas contra as forças americanas e sul-vietnamitas em 30 de janeiro de 1968, durante a Guerra do Vietnã.[3]
As operações recebem este nome porque se iniciaram nas primeiras horas da manhã do Tết Nguyên Đán, o primeiro dia do ano no calendário lunar tradicional usado no Vietnã, e o feriado mais importante do país. Tanto o Vietnã do Norte quanto o do Sul haviam anunciado em transmissões nacionais de rádio que haveria um cessar-fogo de dois dias durante a ocasião. Em vietnamita a ofensiva é conhecida como Cuộc Tổng tiến công và nổi dậy ("Ofensiva e Insurreição Geral"), ou Tết Mậu Thân ("Tet, ano do macaco").
Em 1967 parecia ter ocorrido um impasse na guerra do Sudeste Asiático. Em decorrência da massiva intervenção norte-americana, as forças do Vietnã do Norte haviam sido contidas. Amparados na sua superioridade em blindados, aviões, helicópteros e sistemas de armas sofisticados, os estrategistas norte-americanos acreditavam que o conflito seria vencido a seu favor, em algum momento.
Por sua vez, a liderança política e militar norte-vietnamita, apostava que o ponto fraco da ameaça dos EUA era sua frente interna, ou seja, a opinião pública. Para romper o impasse, foi convocada em Hanói, em julho de 1967, uma reunião cujo objetivo era traçar uma estratégia que retomasse a iniciativa do conflito para o Vietnã do Norte. O resultado desta reunião ficou claro no ano seguinte, quando, surpreendentemente, as forças americanas foram confrontadas pela ação conjunta de guerrilheiros vietcongs e do Exército do Vietnã do Norte.
A ofensiva deveria ser a mais ampla possível. Em nível militar, esperava-se que o Exército do Vietnã do Sul entrasse em colapso quando os norte-americanos sofressem um número elevado de baixas no conflito, pois isso aumentaria a pressão interna nos EUA. fazendo-os abandonar a Indochina.
Deslocando forças do norte para o sul, apoiadas em sua ofensiva pelos guerrilheiros vietcongs, todas as províncias seriam envolvidas nos combates, incluindo as principais cidades do Vietnã do Sul, começando pela capital Saigon. O golpe final seria um levante geral que demoliria o moral das forças sul-vietnamitas e seus aliados norte-americanos.
Os ataques foram marcados para o final de Janeiro e teve entre os preparativos uma série de ataques cujo objetivo foi o de afastar as guarnições sul-vietnamitas de suas bases nos centros urbanos de porte médio e grande. Duas semanas antes do ataque, o ENV lançou duas divisões contra a base de Khe Sahn, que ficou sob cerco por cerca de 11 semanas.
O ataque foi iniciado em 30 de janeiro e, só em Saigon, havia mais de 4 mil vietcongs misturados à população urbana. Nesta, um dos principais alvos foi a embaixada dos EUA e o campo de pouso de Tan Son Nhut. Na embaixada, um grupo de 15 guerrilheiros infiltrou-se após explodir uma parede e levaram seis horas para ser aniquilados, causando grande destruição no interior.
Excetuando os combates em Huế (antiga cidade imperial) e em Khe Sahn, os combates terminaram em cerca de uma semana, iniciando-se então um balanço da ofensiva. Para os governos do Vietnã do Sul e dos EUA, havia sido uma vitória política a não adesão da população aos atacantes, demonstrando o isolamento dos vietcongs. No campo militar, também foi uma vitória da resistência do sul, pois a principal intenção da ofensiva era provocar caos e desmoralizar os defensores em seu próprio território, e não de fato conquistar o Vietnã do Sul inteiro de uma só vez. Sendo assim, logo que o choque momentâneo passou, as forças dos EUA foram capazes de se reorganizar e exterminar os invasores, em seus muitos grupos isolados e espalhados pelo país. Apesar da vitória tática para as forças anti-comunistas, a Ofensiva do Tet provou-se uma brilhante vitória estratégica para os norte-vietnamitas e os vietcongs, que atingiram a população dos EUA com as notícias das numerosas baixas, o caos na embaixada e o decepcionante conhecimento de que a guerra não estava perto do fim.
Para a liderança norte-vietnamita, a perda de cerca de 79.117 soldados, dentre mortos (+- 35.000), feridos (+-38.117) e aprisionados (+-6.000), não era dramática, pois em sua maioria pertenciam aos vietcongs, o que os enfraquecia diante de Hanói. Então, o exército do Vietnã do Norte assumiu o papel principal na guerra.
A partir de 1968, os EUA gradativamente retiraram suas forças da Indochina sob forte petição popular, tal como Giap havia previsto. Em 1973, restavam apenas conselheiros e oficiais para apoiar o governo do sul.
Vendo a oportunidade de vencer a guerra com um último esforço, o norte iniciou a Campanha Ho Chi Minh, reunindo todo o poder militar do Vietnã do Norte com os guerrilheiros vietcongs restantes, e marchando para o sul, até a capital Saigon, que caiu em 1975. Saigon foi renomeada como Cidade de Ho Chi Minh (em homenagem ao líder do norte, que morreu em 1969) e o Vietnã foi reunificado sob o regime socialista que dura até hoje.
Bibliografia
- Guerra na Paz, vol.3 páginas 697 a 701.
Referências
- ↑ Smedberg, Marco (2008). Vietnamkrigen: 1880–1980. [S.l.]: Historiska Media. ISBN 91-85507-88-1
- ↑ «Tet Offensive». History. Consultado em 22 de dezembro de 2014
- ↑ http://guerras.brasilescola.com/seculo-xx/a-ofensiva-tet.htm