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São Joaquim de Bicas

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--História

A ocupação e o povoamento de Minas Gerais, só aconteceram a partir da descoberta do ouro, no final do século XVIII. Até esta época, algumas expedições Bandeirantes percorreram o território procurando ouro e pedras preciosas. Foram os Bandeirantes que fundaram os primeiros povoados em Minas Gerais. Eles seguiam os cursos dos rios, abrindo e procurando o ouro de aluvião.

Foi seguindo o curso do Rio Paraopeba que aqui chegaram os Bandeirantes, como Manuel Borba Gato e Francisco Duarte Meireles. As terras próximas ao Rio Paraopeba eram férteis e próprias para a prática agrícola e a criação de gado. Assim, iniciou-se o povoamento da região.

Religião A religião foi um fato marcante na história do arraial. As capelas construídas eram pontos de convergência entre os habitantes e tropeiros que por aqui passaram. Os primeiros moradores construíram uma capelinha para a realização de novenas e orações como terço ao cair do crepúsculo. A construção foi nas proximidades do local onde hoje é o cemitério.

Uma imagem de São Joaquim foi esculpida em madeira e colocada no topo do altar, marcando a fé e a religiosidade do povo do nosso município. A imagem de São Joaquim e a vegetação deram o primeiro nome ao arraial: São Joaquim do Campo Verde. Com o passar dos anos, o lugar passou a ser chamado de São Joaquim de Bicas, porque a busca de minerais no leito do Rio Paraopeba englobava a dragagem dos cascalhos que depois eram lavados com jatos de água (bicas).

Festa do Mês de Agosto A festa mais aguardada pela comunidade é a de nossos padroeiros São Joaquim e Sant’Ana, São Sebastião, Divino Espírito Santo e São Vicente. Essa festa tão tradicional vem sendo modernizada, acompanhando as mudanças sociais e econômicas da região. Às vezes essa festa era atração. Acontecia até dos fazendeiros se mudarem para a praça a fim de participar de todos os eventos. Na praça da igreja havia um “estacionamento” para cavalos e carroças, e normalmente as missas eram celebradas às 10:00h com procissões às 15:00h. As barracas de comes e bebes eram feitas de bambus e cobertas com folhas de piteiras. Eram tradicionais as barracas do “Mané Caetano”, que vendia suco (capilé) em potes de barro e queijo; “Dona Zefa” vendia biscoitos e “Dona Marieta” que além dos biscoitos e bolinhos, vendia um delicioso leite caramelizado. Havia também a presença de barraqueiros de outras regiões que por vezes montavam cinemas em casas de tábuas e circo de tourada.

Era comum ver “mulinha” feita de balaio correndo pelas ruas e assustando as mocinhas que de braços entrelaçados, acertavam os passos e davam voltinhas pela praça, encantando os corações dos rapazes. Hoje, a festa acontece no final do mês de julho, com a realização de novenas, procissões, celebrações, levantamento de bandeiras, leilões, barraquinhas, show pirotécnico, apresentação de conjuntos musicais entre outros acontecimentos. Esse evento tão expressivo em nosso município conta com a participação de todas as pastorais, movimentos religiosos, políticos, comerciantes e toda a comunidade, juntamente com a equipe de festeiros e o pároco. Vale a pena participar!

A Praça A praça era rodeada de casas e algumas árvores, não existiam bancos, nem jardins, só a igreja de madeira ao centro. Esta igreja precisava de uma reforma e atendendo as necessidades e solicitações dos habitantes do já distrito, o Arcebispo de Mariana, Dom Silvério Gomes Pimenta, criou a paróquia de São Joaquim, criando uma grande inveja e revolta à nossos vizinhos.

A Pedra Fundamental São Joaquim de Bicas era Distrito pertencente à Pará de Minas, e a paróquia de Mariana. Naquela época, era considerado distrito, aquele povoado que possuísse um cartório de registros. Em 1880, foi instalado aqui esse cartório, permanecendo até 1931, quando segundo alguns depoimentos, por razões e conflitos políticos, ele foi transferido para o povoado do Barreiro (atual Igarapé). Dizem que esse fato ocorreu na calada da noite para que o povo daqui não se manifestasse. Assim, São Joaquim de Bicas voltou à condição de simples povoado. Perdeu regalias políticas, mas na questão religiosa, continuou sendo a sede da paróquia.

Na medida que o povoado foi crescendo, a igrejinha de madeira já não comportava o grande número de fiéis, era preciso construir uma nova igreja. Para erguê-la era necessário a bênção da pedra fundamental por uma autoridade eclesiástica: o bispo de Mariana. O povo se mobilizou em constantes peregrinações à Mariana até conseguir. Outras comunidades também acalentavam o sonho de construir uma igreja para ser a sede da paróquia. Dando vazão a este sonho um grupo de homens de Igarapé, foi enviado à São Joaquim de Bicas para roubar a pedra fundamental. Segundo o depoimento de Dona Maria, casada com Sr. Antônio de Almeida e de outras pessoas que vivenciaram naquele período, por volta das 10 horas, horário em que as mulheres faziam o almoço, o Sr. Sidney, irmão do saudoso Osvaldo entrou gritando que estavam roubando a pedra fundamental. Apavorada, ela pegou um cabo de enxada e saiu juntando senhoras, pois todos os homens estavam trabalhando.

Então subiram Dona Maria, Dona Jerovina, Dona Divina e outras mulheres armadas de foices, pedaços de pau, cabos de enxada e vassouras, contando somente com a companhia do Sr. Sidney. Por razões inexplicáveis e até sobrenaturais, os homens não encontraram forças suficientes para carregar a pedra e a deixou perto de onde eles à retiraram. Ao verem as mulheres e o Sr. Sidney chegando, os homens fugiram assustados e o Sr. Sidney colocou a pedra nas costas com a maior facilidade e a trouxe de volta guardando-a na casa do Sr. João Maria. Temendo nova ameaça, os moradores daqui, armados de foices, enxadas e facões, montaram piquetes nos limites do povoado. Mas o fato não se repetiu. Os moradores construíram a nova igreja e enterraram a pedra fundamental debaixo do altar. Reformaram também a antiga igreja de madeira. Com o passar dos anos, a praça da igreja foi só melhorando e no ano de 1966, o prefeito de Igarapé do qual éramos distrito, reformou a praça da matriz, criando jardins e construindo bancos com nomes de pessoas importantes que contribuíram para a construção da nova praça.

Dados Gerais de São Joaquim de Bicas/MG

Formação Administrativa

São Joaquim de Bicas tornou-se distrito de Pará de Minas, sendo extinto pela lei nº 1.198 em 09 de agosto de 1864 e , mais tarde, restaurado pela lei provincial nº 3.141, de 18 de outubro de 1.883. Em 30 de julho de 1931, através do decreto 10.002, a sede do distrito transferiu-se para o povoado de Barreiro (Igarapé), voltando, São Joaquim de Bicas, à condição de povoado. Em 1938, o distrito de Igarapé fio transferido para Mateus Leme.

Em 12 de dezembro de 1953, através da lei 1.039, São Joaquim de Bicas é elevado, novamente, à condição de distrito, agora integrado ao município de Mateus Leme.

Com a criação do município de Igarapé através da Lei 2.764, em 30 de dezembro de 1.962, a sua instalação em 01 de março de 1.963, São Joaquim de Bicas passou a integrar esse município até a sua emancipação em 1.995.

Em outras oportunidades a emancipação já havia sido tentada. Por questões variadas não foi possível alcançar sucesso. O primeiro pedido para emancipação foi feito em 1.977. Em 1.979 foi reiterado o pedido à Assembleia Legislativa. Em 1.987 não houve qualquer emancipação. No ano de 1.991 ocorreu uma nova tentativa.

No ano de 1.995, o primeiro fato para a emancipação foi a edição da lei complementar estadual n.º 37 de 18 de janeiro de 1.995. A primeira reunião para a emancipação ocorreu em 26 de janeiro de 1.996. Entre os presentes o Sr. Antônio Carlos Resende, o Sr. José Gabriel de Resende, o Sr. Imar Glicério Pinto, o Sr. Maurício Resende Maia, que compuseram a comissão.

O pedido deu entrada na Assembleia Legislativa do Estado em 10 de fevereiro de 1.995, e com o pedido selou-se definitivamente a inauguração do processo de emancipação.

O requerimento da emancipação foi de autoria do Deputado Estadual Dinis Pinheiro. Nesse intercurso surgiu a lei complementar nº 39 de 23 de junho de 1.995 que alterou parcialmente a lei complementar n.º 37, mas as alterações em nada afetaram o pedido de São Joaquim de Bicas.

O plebiscito foi realizado no dia 22 de outubro de 1.995. Compareceram ao plebiscito 4.042 eleitores, destes 3.809 votaram - sim, 103 votaram - não, 73 votaram - em branco, e, 57 anularam o voto.

Após a vitória no plebiscito, São Joaquim de Bicas foi transformada em cidade através da lei 12.030 de 21 de dezembro de 1.995.

São Joaquim de Bicas ficou sob a administração do município remanescente (Igarapé) até a instalação do município, que se deu em 01 de janeiro de 1997, com a posse do prefeito, do vice-prefeito e dos vereadores.

A Lei Orgânica do novo município foi promulgada no dia 18 de setembro de 1998.

População (IBGE 2010): 25.537

Área: 72 km²

Bioma: Mata Atlântica

Partindo de Belo Horizonte: BR- 381

Localização: Município da Região Central no Estado de Minas Gerais

Limites: Igarapé, Betim, Brumadinho

Acesso Rodoviário: BR-381

Distâncias da Capital: 39 km

São Joaquim de Bicas
  Município do Brasil  
Vista parcial da cidade a partir da Rodovia Fernão Dias
Vista parcial da cidade a partir da Rodovia Fernão Dias
Vista parcial da cidade a partir da Rodovia Fernão Dias
Símbolos
Bandeira de São Joaquim de Bicas
Bandeira
Brasão de armas de São Joaquim de Bicas
Brasão de armas
Hino
Gentílico sanjoaquimbiquense
Localização
Localização de São Joaquim de Bicas em Minas Gerais
Localização de São Joaquim de Bicas em Minas Gerais
Localização de São Joaquim de Bicas em Minas Gerais
São Joaquim de Bicas está localizado em: Brasil
São Joaquim de Bicas
Localização de São Joaquim de Bicas no Brasil
Mapa
Mapa de São Joaquim de Bicas
Coordenadas 20° 02' 56" S 44° 16' 26" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Região metropolitana Belo Horizonte
Municípios limítrofes Igarapé, Betim, Brumadinho
Distância até a capital 45 km
História
Fundação 21 de dezembro de 1995
Administração
Prefeito(a) Luciano Gustavo do Amaral Passos[1][nota 1] (PR, 2013–2016)
Características geográficas
Área total [3] 72,455 km²
População total (Censo IBGE/2010[4]) 25 619 hab.
Densidade 353,6 hab./km²
Clima tropical
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000[5]) 0,707 alto
PIB (IBGE/2008[6]) R$ 276 950,969 mil
PIB per capita (IBGE/2008[6]) R$ 11 804,24

Notas

  1. O vice-prefeito assumiu o cargo em virtude da morte do então prefeito Toninho Resende, do PMDB.[2]

Referências

  1. «Corpo do prefeito de São Joaquim de Bicas é velado neste domingo». G1 Minas Gerais. 16 de outubro de 2011. Consultado em 16 de outubro de 2011 
  2. «Morre Toninho Resende, prefeito de São Joaquim de Bicas, na Grande BH». G1 Minas Gerais. 15 de outubro de 2011. Consultado em 16 de outubro de 2011 
  3. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  4. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  6. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 

Ligações externas

Predefinição:Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte

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