Forte de Santo António da Barra
Forte de Santo António da Barra | |
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Informações gerais | |
Estilo dominante | Abaluartado |
Construção | 1590 |
Promotor | Filipe II de Espanha |
Património de Portugal | |
Classificação | Imóvel de Interesse Público [♦] |
DGPC | 72759 |
SIPA | 6072 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localização | Estoril |
Coordenadas | 38° 41′ 54″ N, 9° 23′ 03″ O |
Localização em mapa dinâmico | |
[♦] ^ DL 129 de 29 de Setembro de 1977 |
O Forte de Santo Antônio do Estoril também denominado como Forte de Santo Antônio da Barra ou Forte Velho localiza-se sobranceiro ao mar, na freguesia de Estoril, na povoação de São João do Estoril, concelho de Cascais, Distrito de Lisboa, em Portugal.
É considerado a principal fortificação entre a Cidadela de Cascais e o Forte de São Julião da Barra.
História
Sua estrutura remonta à época da Dinastia Filipina, quando Filipe II de Espanha incumbiu o engenheiro militar e arquiteto napolitano frei Giovanni Vicenzo Casale, de elaborar um estudo para melhoria do sistema defensivo da barra de Lisboa (1586), então sob ameaça de corsários ingleses e holandeses. É Casale - também encarregado das obras de ampliação da Torre de Belém e do Forte da Cabeça Seca o autor da traça desta fortificação, iniciada em 1590.
Apesar da concordância do monarca acerca do primeiro esboço que lhe foi apresentado - uma fortificação de pequenas dimensões em taipa, revestida em madeira e alvenaria -, o mesmo foi substituído por um novo, mais ambicioso, que adaptou uma planta quadrangular, com baluartes nos vértices. Pelo lado do mar, foi erguida uma construção amuralhada de planta retangular, ao longo das faces internas dos baluartes, com a função de bateria baixa, com artilharia, o corpo da guarda e a entrada rasgados na parede sudoeste. O forte era envolvido por um fosso exterior, com contra-escarpa e estrada coberta. No interior do forte situavam-se os quartéis da tropa, os armazéns e a capela.
Posteriormente, à época da Guerra da Restauração da independência, quando a Coroa portuguesa empreendeu ampla reforma das fortificações terrestres e marítimas, sofreu trabalhos de modernização e ampliação. Nas décadas seguintes, diante da perda de sua função estratégica, sofreu um abandono gradual.
Em finais do século XIX, já praticamente desativado, nele foi instalado um posto da Guarda Fiscal.
A partir de 1915 as suas instalações passaram a ser utilizadas como campo de férias do Instituto Feminino de Educação e Trabalho de Odivelas.
Em meados do século XX foram executados serviços de remodelação das instalações, adaptadas como residência de Verão do Presidente do Concelho de Cascais.
Consituiu-se em residência sazonal do presidente do Conselho de Ministros, Dr. António de Oliveira Salazar, que aqui sofreu um acidente doméstico, em Agosto de 1968, episódio que determinaria o seu afastamento do poder. O agravamento de seu estado conduziria à nomeação, em 18 de Setembro, do Prof. Marcello Caetano como Presidente do Conselho.
Foi classificado como Imóvel de Interesse Público através do Decreto nº 129 de 29 de Setembro de 1977.
Actualmente, o seu espaço funciona como colónia de férias do Instituto de Odivelas.
Características
Fortificação marítima, apresenta planta poligonal irregular estrelada, com dois baluartes exteriores ligados por revelins em "V" rasgados por canhoneiras, e guaritas cilíndricas com cúpulas nos vértices. No centro do terrapleno ergue-se edificação acasamatada de planta também quadrada, com capela e casernas abobadadas, ao abrigo de uma segunda cintura de muralhas constituída por dois baluartes, ligados por revelins em ferradura. Entre as duas linhas de muralhas abre-se o fosso.
- AZEVEDO, Carlos de; FERRÃO, Julieta; GUSMÃO, Adriano de. Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Lisboa, 1963.
- GODINHO, Helena Campos; MACEDO, Silvana Costa; PEREIRA, Tereza Marçal. Levantamento do património concelhio de Cascais. 1975 - Herança do património arquitectónico europeu. Cascais: Arquivo de Cascais, 1990.
- MOREIRA, Rafael. A arquitectura militar. in: História da Arte em Portugal - O Maneirismo (v. 7). Lisboa: 1986.