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Ofensiva do Tet

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Ofensiva do Tet
Guerra do Vietnã

Os pontos vermelhos marcam os principais pontos onde as ofensivas ocorreram.
Data Fase 1: 30 de janeiro – 28 de março de 1968
Fase 2: 5 de maio – 15 de junho de 1968
Fase 3: 17 de agosto – 23 de setembro de 1968
Local Vietnã do Sul
Desfecho
  • Vitória tática americana e sul-vietnamita[1]
  • Vitória propagandística, política e estratégica dos comunistas[2]
  • Com as perdas sofridas pelos Viet Congs, o exército do Norte assume o principal papel na guerra
Beligerantes
Vietnã do Sul
 Estados Unidos
Coreia do Sul Coreia do Sul
 Austrália
 Nova Zelândia
 Tailândia
Viet Cong
Vietnã do Norte
Comandantes
Cao Văn Viên
Estados Unidos William Westmoreland
Hoàng Văn Thái
Võ Nguyên Giáp
Forças
~ 1 000 000 ~ 323 000 - 595 000
Baixas
45 820 perdas (9 078 mortos, 35 212 feridos,
1 530 desaparecidos)

Civis: 14 000 mortos,
24 000 feridos
Fase 1 e 2:

75 000 mortos e feridos

Fase 3:
111 179 perdas

  • 45 267 mortos
  • 61 267 feridos
  • 5 070 desaparecidos
Soldados americanos esperam ataque dos vietcongues durante a Ofensiva do Tet, 1968.

Ofensiva do Tet foi um ataque em três fases lançado pelos norte-vietnamitas contra as forças americanas e sul-vietnamitas em 30 de janeiro de 1968, durante a Guerra do Vietnã.[3]

As operações recebem este nome porque se iniciaram nas primeiras horas da manhã do Tết Nguyên Đán, o primeiro dia do ano no calendário lunar tradicional usado no Vietnã, e o feriado mais importante do país. Tanto o Vietnã do Norte quanto o do Sul haviam anunciado em transmissões nacionais de rádio que haveria um cessar-fogo de dois dias durante a ocasião. Em vietnamita a ofensiva é conhecida como Cuộc Tổng tiến công và nổi dậy ("Ofensiva e Insurreição Geral"), ou Tết Mậu Thân ("Tet, ano do macaco").

Em 1967 parecia ter ocorrido um impasse na guerra do Sudeste Asiático. Em decorrência da massiva intervenção norte-americana, as forças do Vietnã do Norte haviam sido contidas. Amparados na sua superioridade em blindados, aviões, helicópteros e sistemas de armas sofisticados, os estrategistas norte-americanos acreditavam que o conflito seria vencido a seu favor, em algum momento.

Por sua vez, a liderança política e militar norte-vietnamita, apostava que o ponto fraco da ameaça dos E.U.A era sua frente interna, ou seja, a opinião pública. Para romper o impasse, foi convocada em Hanói, em julho de 1967, uma reunião cujo objetivo era traçar uma estratégia que retomasse a iniciativa do conflito para o Vietnã do Norte. O resultado desta reunião ficou claro no ano seguinte, quando, surpreendentemente, as forças americanas foram confrontadas pela ação conjunta de guerrilheiros vietcongs e do Exército do Vietnã do Norte.

A ofensiva deveria ser a mais ampla possível. Em nível militar esperava-se que ESV (Exército do Vietnã do Sul) entrasse em colapso quando os norte-americanos vissem subir, de forma acentuada, suas baixas em combate, aumentando simultaneamente a oposição antiguerra nos E.U.A.

Deslocando forças do ENV para o sul, e sendo apoiadas em sua ofensiva pelos vietcongs, todas as províncias seriam envolvidas nos combates, aí incluindo todas as cidades do Vietnã do Sul, começando pela capital Saigon. O golpe final seria um levante geral que demoliria o ESV e seus aliados norte-americanos.

Os ataques foram marcados para o final de Janeiro e teve entre os preparativos uma série de ataques cujo objetivo foi o de afastar as guarnições sul vietnamitas de suas bases nos centros urbanos de porte médio e grande. Duas semanas antes do ataque, o ENV lançou duas divisões contra a base de Khe Sahn, que ficou sob cerco por cerca de 11 semanas.

Guerrilheiro vietcongue morto dentro da embaixada dos Estados Unidos em Saigon.

O ataque foi desfechado em 30 de janeiro e, só em Saigon, havia mais de 4 mil vietcongs, misturados à população urbana. Nesta, um dos principais alvos foi a embaixada dos EUA e o campo de pouso de Tan Son Nhut. Na embaixada, um grupo de 15 guerrilheiros infiltrou-se após explodir uma parede e levaram seis horas para ser aniquilados.

Excetuando os combates em Huế (antiga cidade imperial) e em Khe Sahn, os combates terminaram em cerca de uma semana, iniciando-se então um balanço da ofensiva. Para os governos do Vietnã do Sul e dos EUA, havia sido uma vitória política a não adesão da população aos atacantes - demonstrando o isolamento dos vietcongs. No campo militar, também foi uma vitória a resistência do ESV, abrindo a perspectiva de uma "vietnamização" do conflito, com a retirada dos EUA da linha de frente do conflito, o que viria a ter início em Janeiro de 1973.

Para a liderança norte-vietnamita, a perda de cerca de 79.117 baixas, dentre mortos (+- 35.000), feridos (+-38.117) e aprisionados (+-6.000), não era dramática, pois em sua maioria pertenciam ao vietcong, o que os enfraquecia diante de Hanói. E se o resultado militar foi frustrante para eles, o impacto provocado na opinião pública norte-americana foi enorme, minando a determinação deles em permanecer no conflito. O "colapso político" do governo norte-americano foi tão violento que levou o General Giap, que já reconsiderava o retraimento de suas forças, a um novo e mais agessivo planejamento de suas operações de guerra. Somando-se às baixas norte-vietnamitas, deveremos acrescentar as perdas fatais dos perto de 7.721 civis, 1.100 norte-americanos e aproximadamente 2.900 soldados sul-vietnamitas. Neste ponto do conflito, contava-se o expressivo número de 1.500.000 refugiados internos, sob a coordenação do governo do Vietnã do Sul.

Bibliografia

  • Guerra na Paz, vol.3 páginas 697 a 701.

Referências

  1. Smedberg, Marco (2008). Vietnamkrigen: 1880–1980. [S.l.]: Historiska Media. ISBN 91-85507-88-1 
  2. «Tet Offensive». History. Consultado em 22 de dezembro de 2014 
  3. http://guerras.brasilescola.com/seculo-xx/a-ofensiva-tet.htm