Campos de Carvalho: diferenças entre revisões
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'''Walter Campos de Carvalho''' ([[Uberaba]], 1º de novembro de [[1916]] – [[São Paulo (estado)|São Paulo]], 10 de abril de [[1998]]), foi um escritor brasileiro.<ref>{{Citar web|url=https://www.tirodeletra.com.br/biografia/CamposdeCarvalho.htm|titulo=Campos de Carvalho|acessodata=2022-12-22|website=www.tirodeletra.com.br}}</ref> Sua ficção já foi associada ao surrealismo<ref>{{citar livro|url=https://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1111650_2015_completo.pdf|título=Surrealismo no Brasil: A origem animal de deus, O púcaro búlgaro e |
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== Infância e educação == |
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Sua vida sempre esteve ligada à literatura, tendo publicado inicialmente ''Banda forra'' ([[ensaios]] humorísticos), em [[1941]], e ''Tribo'' ([[romance]]), em [[1954]]. Mais tarde, escreveu os romances ''A Lua vem da Ásia'' ([[1956]]), ''Vaca de Nariz Sutil'' ([[1961]]), ''A Chuva Imóvel'' (1963) e ''O Púcaro Búlgaro'' (1964), hoje considerados verdadeiros marcos da literatura brasileira. ''A Lua vem da Ásia'' e ''A Chuva Imóvel'' chegaram a ser traduzidos para o francês. Em [[1965]], a [[Civilização Brasileira]] publicou, em uma antologia temática, o ''Espantalho habitado de pássaros''.<ref>{{Citar web|url=https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Pagina/Memoria-literaria-100-anos-de-Campos-de-Carvalho|titulo=Memória literária {{!}} 100 anos de Campos de Carvalho|acessodata=2022-12-22|website=Biblioteca Pública do Paraná|lingua=pt-br}}</ref> |
Sua vida sempre esteve ligada à literatura, tendo publicado inicialmente ''Banda forra'' ([[ensaios]] humorísticos), em [[1941]], e ''Tribo'' ([[romance]]), em [[1954]]. Mais tarde, escreveu os romances ''A Lua vem da Ásia'' ([[1956]]), ''Vaca de Nariz Sutil'' ([[1961]]), ''A Chuva Imóvel'' (1963) e ''O Púcaro Búlgaro'' (1964), hoje considerados verdadeiros marcos da literatura brasileira. ''A Lua vem da Ásia'' e ''A Chuva Imóvel'' chegaram a ser traduzidos para o francês. Em [[1965]], a [[Civilização Brasileira]] publicou, em uma antologia temática, o ''Espantalho habitado de pássaros''.<ref>{{Citar web|url=https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Pagina/Memoria-literaria-100-anos-de-Campos-de-Carvalho|titulo=Memória literária {{!}} 100 anos de Campos de Carvalho|acessodata=2022-12-22|website=Biblioteca Pública do Paraná|lingua=pt-br}}</ref> |
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Campos de Carvalho, como ficou conhecido no meio literário, também colaborou com ''[[O Pasquim]]'' e trabalhou no jornal ''[[O Estado de S. Paulo]]'', no período de 1968 a 1978.<ref>{{citar web|ultimo=Heck|primeiro=Caroline Rafaela|url=http://www.eeh2010.anpuh-rs.org.br/resources/anais/9/1279501373_ARQUIVO_textocompletoanpuh.pdf|titulo=A CRÍTICA LITERÁRIA E CAMPOS DE CARVALHO: REFLEXOS DA INTELECTUALIDADE|data=30 de julho de 2010|acessodata=22 de dezembro de 2022|website=X Encontro Estadual de História}}</ref> |
Campos de Carvalho, como ficou conhecido no meio literário, também colaborou com ''[[O Pasquim]]'' e trabalhou no jornal ''[[O Estado de S. Paulo]]'', no período de 1968 a 1978.<ref>{{citar web|ultimo=Heck|primeiro=Caroline Rafaela|url=http://www.eeh2010.anpuh-rs.org.br/resources/anais/9/1279501373_ARQUIVO_textocompletoanpuh.pdf|titulo=A CRÍTICA LITERÁRIA E CAMPOS DE CARVALHO: REFLEXOS DA INTELECTUALIDADE|data=30 de julho de 2010|acessodata=22 de dezembro de 2022|website=X Encontro Estadual de História}}</ref> Em [[O Pasquim|''O Pasquim'']], publicou várias dezenas de crônicas.<ref>{{Citar periódico |url=https://seer.ufrgs.br/index.php/cadernosdoil/article/view/101108/58042 |título=A Série As Cartas de Campos de Carvalho (1973-1974) no Semanário O Pasquim |data=2020-08-19 |acessodata=2024-10-15 |periódico=Cadernos do IL |número=60 |ultimo=Ferreira |primeiro=Arthur Barboza |paginas=81–99 |lingua=pt |doi=10.22456/2236-6385.101108 |issn=2236-6385}}</ref> |
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Em entrevistas, o escritor adotava sempre uma postura ''[[Palhaço|clown]]''.<ref>{{citar periódico |url=https://seer.ufs.br/index.php/Travessias/article/view/8896 |título=CAMPOS DE CARVALHO, CLOWN |data=janeiro–junho de 2018 |acessodata=22 de dezembro de 2022 |periódico=Travessias Interativas |publicado=Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal de Sergipe |número=N. 15 |ultimo=Rosa |primeiro=Victor da |pagina=267–275 |issn=2236-7403 |volume=Vol. 8}}</ref> |
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* ''Tribo'', romance ([[1954]]) |
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* "Os trilhos", conto (1960), publicado na revista Senhor. |
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* ''Vaca de Nariz Sutil'', romance ([[1961]]) |
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* ''A Chuva Imóvel'', romance ([[1963]]) |
* ''A Chuva Imóvel'', romance ([[1963]]) |
Revisão das 16h03min de 15 de outubro de 2024
Campos de Carvalho | |
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Nome completo | Walter Campos de Carvalho |
Nascimento | 1 de novembro de 1916 Uberaba, Brasil |
Morte | 10 de abril de 1998 (81 anos) São Paulo, Brasil |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | Escritor |
Género literário | Literatura nonsense ; absurda ; misticismo ;gnosticismo |
Magnum opus | Obra Reunida (A lua vem da Ásia, Vaca de nariz sutil, A chuva imóvel e O púcaro búlgaro) |
Walter Campos de Carvalho (Uberaba, 1º de novembro de 1916 – São Paulo, 10 de abril de 1998), foi um escritor brasileiro.[1] Sua ficção já foi associada ao surrealismo[2][3], à poética do nonsense[4], à literatura do absurdo[4], à literatura insólita[5][6], ao misticismo[7] e ao gnosticismo[8][9].
Infância e educação
Filho do comerciante Jonas Carvalho e de Floriscena Cunha Campos Carvalho, foi o caçula de seis irmãos. Aos 16 anos, contrariando a família católica, declarou-se ateu. Em 1938 formou-se em direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, tendo se aposentado como procurador do estado de São Paulo, onde permaneceu até a aposentadoria, aos 53 anos.[10][11]
Na faculdade, aproximou-se do movimento anarquista. Em meados da década de 1930, colaborou nos jornais A Plebe e Lavoura e Commercio. No início dos anos 1950, mudou-se a trabalho, junto da esposa Lygia Rosa de Carvalho, para o Rio de Janeiro, retornando a São Paulo somente no final dos anos 1980.
Carreira
Sua vida sempre esteve ligada à literatura, tendo publicado inicialmente Banda forra (ensaios humorísticos), em 1941, e Tribo (romance), em 1954. Mais tarde, escreveu os romances A Lua vem da Ásia (1956), Vaca de Nariz Sutil (1961), A Chuva Imóvel (1963) e O Púcaro Búlgaro (1964), hoje considerados verdadeiros marcos da literatura brasileira. A Lua vem da Ásia e A Chuva Imóvel chegaram a ser traduzidos para o francês. Em 1965, a Civilização Brasileira publicou, em uma antologia temática, o Espantalho habitado de pássaros.[12]
Campos de Carvalho, como ficou conhecido no meio literário, também colaborou com O Pasquim e trabalhou no jornal O Estado de S. Paulo, no período de 1968 a 1978.[13] Em O Pasquim, publicou várias dezenas de crônicas.[14]
Em entrevistas, o escritor adotava sempre uma postura clown.[15]
“Nasci clown e morrerei clown, embora a vida toda tenha sido um mero funcionário público. (Todos os funcionários públicos são meros, quando deveriam ser melros). Sou eternamente grato a um crítico que certa vez me chamou de clown (nem a minha própria mãe me chamou assim) — como sou grato aos que me chamaram de palhaço com segundas intenções ou mesmo com terceiras. Antes de morrer ainda hei de armar o meu pavilhão auricular, isto é, dourado, em todas as praças do mundo e dele partir como um bólido rumo a todas as constelações, pregando a hilaridade e a língua de fora à boa maneira de Einstein e dos enforcados: ASSIM!” — Cf. “Os Anais do Campos de Carvalho”. In: O Pasquim
“Há quem me tome por louco e eu mesmo já me tomei. Mas basta uma visita ao hospício para me convencer — desgraçadamente — do contrário. É como se fosse um lobo vestido com a pele de um cordeiro: expulsam-me só pelo faro. O título do livro que estou escrevendo no momento é exatamente Maquinação da Máquina, Especulação de Espelho. Assim como a 4ª Sinfonia de Charles Ivens exige a presença de três maestros para ser bem interpretada, assim também penso que esse meu novo livro, para ser bem compreendido, deva ser lido simultaneamente por três leitores”. Revista O Cruzeiro, 30 de outubro de 1969
Obras do autor
- Banda Forra, ensaios humorísticos (1941)
- Tribo, romance (1954)
- A Lua Vem da Ásia, romance (1956)
- "Os trilhos", conto (1960), publicado na revista Senhor.
- Vaca de Nariz Sutil, romance (1961)
- A Chuva Imóvel, romance (1963)
- O Púcaro Búlgaro, romance (1964)
Outras obras
As principais obras de Campos de Carvalho permaneceram na obscuridade durante décadas, virando raridades. Em 1995 (31 anos depois do seu último livro) a Editora José Olympio republicou os quatro títulos prediletos de Campos de Carvalho em um único volume. Mais recentemente foi lançado o livro Cartas de Viagens e Outras Crônicas.
Em 2005, a biografia Quem Tem Medo de Campos de Carvalho, de Juva Batella, foi lançada pela editora 7letras. Em 2012, Augusto Guimaraens Cavalcanti publicou o romance Fui à Bulgária procurar por Campos de Carvalho (7letras), inspirado em O púcaro búlgaro, de Campos de Carvalho.
- Juva Batella, Quem Tem Medo de Campos de Carvalho, biografia ficcional (2005)
- Augusto Guimaraens Cavalcanti, Fui à Bulgária Procurar por Campos de Carvalho, ficção (2012)
Adaptações para o teatro
As obras de Campos de Carvalho foram adaptadas para o teatro pelo menos três vezes:
- Aderbal Freire Filho adaptou O Púcaro Búlgaro para o teatro em 2006.
- O grupo de teatro Parlapatões adaptou Vaca de Nariz Sutil em 2008.
- Moacir Chaves adaptou cenicamente o livro A Lua Vem da Ásia em 2011.
Referências
- ↑ «Campos de Carvalho». www.tirodeletra.com.br. Consultado em 22 de dezembro de 2022
- ↑ CAVALCANTI, Augusto Guimaraens (2015). Surrealismo no Brasil: A origem animal de deus, O púcaro búlgaro e Invenção de Orfeu: Flávio de Carvalho, Campos de Carvalho e Jorge de Lima [tese de doutorado] (PDF). [S.l.: s.n.] line feed character character in
|título=
at position 67 (ajuda) - ↑ «Campos de Carvalho». Claudio Willer. Consultado em 15 de outubro de 2024
- ↑ a b Oliveira, Elson (2018). «Absurdo existencial e poética do nonsense em Vaca de Nariz Sutil e A Chuva imóvel, de Campos de Carvalho» (PDF)
- ↑ «n. 24 (2024): Territórios terríficos: aparições do insólito na literatura brasileira». revistas.usp.br. Consultado em 15 de outubro de 2024 Texto " Opiniães" ignorado (ajuda)
- ↑ Navarro, Roberto. «Campos de Carvalho e a ficção libertária: o insólito em A lua vem da Ásia» (PDF) line feed character character in
|titulo=
at position 69 (ajuda) - ↑ Ferreira, Arthur Barboza (26 de agosto de 2024). «Introdução ao misticismo na ficção de Campos de Carvalho». Opiniães (24): 15–40. ISSN 2525-8133. doi:10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2024.222634. Consultado em 15 de outubro de 2024
- ↑ Willer, Claudio (2007). «Um obscuro encanto: gnose, gnosticismo e poesia moderna [tese de doutorado]» (PDF)
- ↑ Ferreira, Arthur Barboza (2023). «O tempo gnóstico como fator estruturante de A lua vem da Ásia, de Campos de Carvalho». O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira (1): 32–47. ISSN 2358-9787. doi:10.17851/2358-9787.32.1.32-47. Consultado em 15 de outubro de 2024
- ↑ «O escritor , campos de Carvalho». Super. Consultado em 22 de dezembro de 2022
- ↑ Continente, Revista. «Variações sobre o intruso partido: Campos de Carvalho». Revista Continente. Consultado em 22 de dezembro de 2022
- ↑ «Memória literária | 100 anos de Campos de Carvalho». Biblioteca Pública do Paraná. Consultado em 22 de dezembro de 2022
- ↑ Heck, Caroline Rafaela (30 de julho de 2010). «A CRÍTICA LITERÁRIA E CAMPOS DE CARVALHO: REFLEXOS DA INTELECTUALIDADE» (PDF). X Encontro Estadual de História. Consultado em 22 de dezembro de 2022
- ↑ Ferreira, Arthur Barboza (19 de agosto de 2020). «A Série As Cartas de Campos de Carvalho (1973-1974) no Semanário O Pasquim». Cadernos do IL (60): 81–99. ISSN 2236-6385. doi:10.22456/2236-6385.101108. Consultado em 15 de outubro de 2024
- ↑ Rosa, Victor da (janeiro–junho de 2018). «CAMPOS DE CARVALHO, CLOWN». Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal de Sergipe. Travessias Interativas. Vol. 8 (N. 15): 267–275. ISSN 2236-7403. Consultado em 22 de dezembro de 2022
Ligações externas
- Arantes, Geraldo Noel, Campos de Carvalho: inéditos, dispersos e renegados (dissertação), Unicamp.
- de Carvalho, Campos (2006) [Correiro de Araxá, 1995], «Entrevista», Revista Agulha.
- Cavalcanti, Augusto Guimaraens (2012), Fui à Bulgária procurar por Campos de Carvalho, Scribd.
- «Campos de Carvalho & a arte do desvio - Artigo de Alberto Pucheu, Portal Cronópios, 2010»
- «Campos de Carvalho por Ciro Pessoa, Superinteressante, 2001»
- «Campos de Carvalho & a vingança do ícone iconoclasta, Revista bula, 2009»
- BATELLA, Juva. Quem Tem Medo de Campos de Carvalho?. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2004.