Saltar para o conteúdo

Usuário(a):Jorge Ribas/Testes: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Biografia: e acréscimo de links no primeiro parágrafo.
Linha 1: Linha 1:
[[Ficheiro:Aroldo Parangolé.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|300x300px|Aroldo Pereira e o Parangolé (2015)]]
[[Ficheiro:Aroldo Parangolé.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|300x300px|Aroldo Pereira e o Parangolé (2015)]]
João Aroldo Pereira ([[Coração de Jesus (Minas Gerais)|Coração de Jesus]], 06 de outubro de 1959) é poeta, ator, compositor, performer, agitador cultural e [[Funcionário Público|funcionário público]]. Reside em [[Montes Claros|Montes Claros-MG]] desde 1961, é um dos fundadores do grupo de literatura e teatro Transa Poética, surgido em 1979, e coordena o festival de arte contemporânea Psiu Poético, criado em 1987. O Psiu ocorre anualmente em [[Montes Claros]], do dia 04 (dia municipal da poesia) a 12 de outubro, com sede no Centro Cultural Hermes de Paula.
João Aroldo Pereira ([[Coração de Jesus (Minas Gerais)|Coração de Jesus]], 06 de outubro de 1959) é poeta, ator, compositor, performer, agitador cultural e [[Funcionário Público|funcionário público]]. Reside em [[Montes Claros|Montes Claros-MG]] desde 1961, é um dos fundadores do grupo de literatura e teatro [https://empresasdobrasil.com/empresa/glttp-25215666000198 Transa Poética], surgido em 1979, e coordena o festival de arte contemporânea [https://g1.globo.com/mg/grande-minas/noticia/2022/07/14/estao-abertas-as-inscricoes-para-o-36o-psiu-poetico-em-montes-claros.ghtml Psiu Poético], criado em 1987. O Psiu ocorre anualmente em [[Montes Claros]], do dia 04 (dia municipal da poesia) a 12 de outubro, com sede no Centro Cultural Hermes de Paula.


A produção poética de Aroldo Pereira é multifacetada. Envolve temas como política, desigualdade social, questões existenciais, cotidianas e familiares, além de refletir o próprio fazer poético (metapoesia). Suas performances são caracterizadas pelo uso de [[parangolés]], inspirado em [[Hélio Oiticica]], e pela performatização das poesias através do movimento e da dança.
A produção poética de Aroldo Pereira é multifacetada. Envolve temas como política, desigualdade social, questões existenciais, cotidianas e familiares, além de refletir o próprio fazer poético (metapoesia). Suas performances são caracterizadas pelo uso de [[parangolés]], inspirado em [[Hélio Oiticica]], e pela performatização das poesias através do movimento e da dança.
Linha 6: Linha 6:
== Biografia ==
== Biografia ==
[[Ficheiro:Aroldo Pereira.jpg|miniaturadaimagem|Aroldo Pereira (2017)]]
[[Ficheiro:Aroldo Pereira.jpg|miniaturadaimagem|Aroldo Pereira (2017)]]
Nasceu em [[Coração de Jesus (Minas Gerais)|Coração de Jesus]], 1959, cresceu e vive em [[Montes Claros]], onde é secretário adjunto da Prefeitura Municipal e agitador cultural.
Nascido em [[Coração de Jesus (Minas Gerais)|Coração de Jesus]] no ano de 1959, mudou-se com sua mãe Juscelina Pereira Neta (1930-2022) para [[Montes Claros]] em 1961 e vive nesta cidade desde então, onde é secretário adjunto da Secretaria Municipal de Cultura e agitador cultural. Sua trajetória artística começou no final da década de 1970, quando foi vocalista da banda [[Cultura punk|punk]] "ataq. cardíaco''"'', de cujo experimento musical, ainda que breve, reflete na sua linguagem poética.


Além da música, Aroldo também se aventurou na dramaturgia, através do grupo teatral Transa Poética, em torno do qual surgiu, em 1987, o Festival de Arte Contemporânea Psiu Poético. Nos palcos do Psiu Aroldo se consolidou como performer e poeta, num ativismo cultural permanente que perdura há mais de três décadas.
Em 2006 recebeu a mais alta condecoração do [[Governo do Estado de Minas Gerais|governo do estado de Minas Gerais]], a [[Medalha da Inconfidência]]. Em 2007, recebeu a medalha do Sesquicentenário de [[Montes Claros]], onde também é cidadão honorário. No mesmo ano, ajudou a fundar o [[Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros]].


Em 2007, Aroldo ajudou a fundar o [[Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros]].
Em 2008 seu nome foi atribuído ao Centro Acadêmico de Letras, da [[Universidade Estadual de Montes Claros]].<ref>PEREIRA, Aroldo. Parangolivro. Rio de Janeiro: 7Letras, 2010.</ref>


Em 2017, recebeu o título de ''Doutor Honoris Causa'', pela mesma Universidade.<ref>SÍMBOLO na defesa da cultura, poeta Aroldo Pereira recebe o título Doutor Honoris Causa da Unimontes. Disponível em: https://unimontes.br/simbolo-na-defesa-da-cultura-poeta-aroldo-pereira-recebe-o-titulo-doutor-honoris-causa-da-unimontes/. Acesso em: 13/01/2023.</ref>
Sua atuação artística e cultural lhe rendeu diversos distintivos, como a mais alta condecoração do [[Governo do Estado de Minas Gerais|governo do estado de Minas Gerais]], a [[Medalha da Inconfidência]], no ano de 2006. Em 2007, recebeu a medalha do Sesquicentenário de [[Montes Claros]], onde também é cidadão honorário. No ano seguinte, em 2008, seu nome foi atribuído ao Centro Acadêmico de Letras, da [[Universidade Estadual de Montes Claros]].<ref>PEREIRA, Aroldo. Parangolivro. Rio de Janeiro: 7Letras, 2010.</ref> Em 2017, recebeu o título de ''Doutor Honoris Causa'', pela mesma Universidade.<ref>SÍMBOLO na defesa da cultura, poeta Aroldo Pereira recebe o título Doutor Honoris Causa da Unimontes. Disponível em: https://unimontes.br/simbolo-na-defesa-da-cultura-poeta-aroldo-pereira-recebe-o-titulo-doutor-honoris-causa-da-unimontes/. Acesso em: 13/01/2023.</ref>

Aroldo é pai de seis filhos, Amora, Amanda, Renata, Samuel, Lucas e Maluh.


== Aroldo Pereira e a Geração Mimeógrafo ==
== Aroldo Pereira e a Geração Mimeógrafo ==

Revisão das 00h49min de 19 de janeiro de 2023

Ficheiro:Aroldo Parangolé.jpg
Aroldo Pereira e o Parangolé (2015)

João Aroldo Pereira (Coração de Jesus, 06 de outubro de 1959) é poeta, ator, compositor, performer, agitador cultural e funcionário público. Reside em Montes Claros-MG desde 1961, é um dos fundadores do grupo de literatura e teatro Transa Poética, surgido em 1979, e coordena o festival de arte contemporânea Psiu Poético, criado em 1987. O Psiu ocorre anualmente em Montes Claros, do dia 04 (dia municipal da poesia) a 12 de outubro, com sede no Centro Cultural Hermes de Paula.

A produção poética de Aroldo Pereira é multifacetada. Envolve temas como política, desigualdade social, questões existenciais, cotidianas e familiares, além de refletir o próprio fazer poético (metapoesia). Suas performances são caracterizadas pelo uso de parangolés, inspirado em Hélio Oiticica, e pela performatização das poesias através do movimento e da dança.

Biografia

Ficheiro:Aroldo Pereira.jpg
Aroldo Pereira (2017)

Nascido em Coração de Jesus no ano de 1959, mudou-se com sua mãe Juscelina Pereira Neta (1930-2022) para Montes Claros em 1961 e vive nesta cidade desde então, onde é secretário adjunto da Secretaria Municipal de Cultura e agitador cultural. Sua trajetória artística começou no final da década de 1970, quando foi vocalista da banda punk "ataq. cardíaco", de cujo experimento musical, ainda que breve, reflete na sua linguagem poética.

Além da música, Aroldo também se aventurou na dramaturgia, através do grupo teatral Transa Poética, em torno do qual surgiu, em 1987, o Festival de Arte Contemporânea Psiu Poético. Nos palcos do Psiu Aroldo se consolidou como performer e poeta, num ativismo cultural permanente que perdura há mais de três décadas.

Em 2007, Aroldo ajudou a fundar o Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros.

Sua atuação artística e cultural lhe rendeu diversos distintivos, como a mais alta condecoração do governo do estado de Minas Gerais, a Medalha da Inconfidência, no ano de 2006. Em 2007, recebeu a medalha do Sesquicentenário de Montes Claros, onde também é cidadão honorário. No ano seguinte, em 2008, seu nome foi atribuído ao Centro Acadêmico de Letras, da Universidade Estadual de Montes Claros.[1] Em 2017, recebeu o título de Doutor Honoris Causa, pela mesma Universidade.[2]

Aroldo é pai de seis filhos, Amora, Amanda, Renata, Samuel, Lucas e Maluh.

Aroldo Pereira e a Geração Mimeógrafo

Aroldo, como outros integrantes da Geração mimeógrafo, emerge na cena poética nacional dos anos 1980 através da poesia marginal, ou seja, do ponto de vista político-estético, a partir da contestação dos valores estabelecidos, do autoritarismo e dos padrões de publicação literária, apelando para o mimeógrafo como forma de pôr em circulação suas produções rebeldes; os expoentes dessa geração partem de territórios de fora da hegemonia econômica do eixo Rio-São Paulo, como Paulo Leminski e Waly Salomão, que influenciaram Aroldo Pereira no norte de Minas Gerais, interligados pela agitação cultural radicalizada pelo fim da Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985).

Outras correntes estéticas e musicais do século XX, como a Geração Beat, o Tropicalismo, o rock e o modernismo de Carlos Drummond de Andrade constituem a poética de Aroldo Pereira, tendente à coloquialidade, ao humor, ao erotismo, à crítica e ao experimento rítmico que envolvem a banalidade do cotidiano. [3]

Por sua poesia, em 2001 o nome do poeta ganhou verbete na Enciclopédia de Literatura Brasileira[4], e é considerado um dos representantes da literatura afrodescendente no Brasil.[5]

Poesia de Aroldo Pereira

Seus escritos são marcados por versos livres, ausência de métrica e usos de neologismos. Herda o caráter transgressivo de Rimbaud, o atrito do eu versus mundo típico de Carlos Drummond, que traduz as inquietações cotidianas/existenciais sem respeito à métrica. Sua marginalidade dialoga com Leminski, Chacal, Cacaso, Torquato Neto e Ana Cristina Cesar, que servem de bússola para demarcar sua linguagem e o plano de fundo histórico de sua criação.

Ficheiro:Aroldo mimeógrafo.jpg
João Aroldo Pereira no Psiu Poético (s/d)

Ivana Ferrante Rebello [6] descreve eixos temáticos da poesia de Aroldo a partir desses critérios. O poeta mantém, na contemporaneidade, a postura marginal que se traduz na relação de:

  • Sentimento de inadequação ao mundo (deboche, irreverência, extrema subjetividade, inquietação cotidiana, erotismo);
  • Crítica social (ativismo político, denúncia à opressão e desigualdade racial, reinvindicação à cidade, contestação da ordem socioeconômica capitalista e da moral vigente);
  • Subversão estética (neologismos, intertextualidade, irreverência, rock and roll, crítica à formalidade, às instituições).

Esse conjunto estabelece a matriz da poesia aroldiana: o eu-lírico situado à margem cultural, social, econômica, política e geográfica. Busca afirmar a arte como ferramenta de interação e transformação, simbolizada no Parangolé, avessa à arte com finalidade em si mesma.

Obras

Poesia

  • Canto de encantar serpente (1980)
  • Azul geral (1981)
  • Hai Kai quem quer (1984)
  • Amor inventado: doces pérolas púrpuras (1986)
  • Cinema bumerangue (1997)
  • Parangolivro (2007)

Participação em antologias

  • Antologia da moderna poesia brasileira. 1992. [7]
  • Signopse - a poesia na virada do século. 1995. [8]
  • Cantária. 2000. [9]
  • O melhor da poesia brasileira - Minas Gerais. 2002. [10]
  • Trinta anos-luz: poetas celebram 30 anos de Psiu Poético. 2016. [11]

Referências

  1. PEREIRA, Aroldo. Parangolivro. Rio de Janeiro: 7Letras, 2010.
  2. SÍMBOLO na defesa da cultura, poeta Aroldo Pereira recebe o título Doutor Honoris Causa da Unimontes. Disponível em: https://unimontes.br/simbolo-na-defesa-da-cultura-poeta-aroldo-pereira-recebe-o-titulo-doutor-honoris-causa-da-unimontes/. Acesso em: 13/01/2023.
  3. Versos e Parangolés: A poesia marginal de Aroldo Pereira. Londrina, Volume 12, p. 301-315, jan. 2014
  4. Coutinho, Afrânio; SOUSA, José Galante de (2001). Enciclopédia de Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras. ISBN 8526007238 
  5. DUARTE, Eduardo de Assis (org.) (2011). «Contemporaneidade». Literatura e afrodescendência no Brasil (PDF). III. Belo Horizonte: Editora UFMG. ISBN 9788570419040 
  6. Versos e Parangolés: A poesia marginal de Aroldo Pereira. Londrina, Volume 12, p. 301-315, jan. 2014
  7. Organização: Olga Savary. Rioarte/hipocampo, 1992.
  8. Organização: Wagner Torres. Plurart's, 1995.
  9. Organização: Wagner Torres. Plurart's, 2000.
  10. Organização: Sérgio Alves Peixoto; Gilberto Mendonça Teles. Sucesso Pocket, 2002.
  11. Organização: Aroldo Pereira; Luis Turiba; Wagner Merije. São Paulo: Aquarela Brasileira Livros, 2016.