Igrejas ortodoxas orientais: diferenças entre revisões
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As '''Igrejas Orientais Ortodoxas''' compõem uma comunhão de Igrejas Cristãs presente sobretudo no [[Oriente Médio]], [[Índia]], [[Corno de África]] e [[Armênia]].<ref>[http://www.worldlibrary.org/articles/oriental_orthodoxy World Heritage Encyclopedia, "Oriental Orthodoxy"]</ref><ref>Patheos Library: [http://www.patheos.com/Library/Oriental-Orthodoxy Oriental Orthodoxy]</ref> São distintas das Igrejas que apoiam o ensinamento cristológico reconhecido no [[Concílio de Calcedónia]] em [[451]]: a doutrina das [[União Hipostática|duas naturezas de Cristo]] aceita pelos [[Igreja Católica Romana|católicos romanos]] e [[Igreja Ortodoxa|ortodoxos]] [[Império Bizantino|bizantinos]], e, posteriormente, pela maior parte dos [[protestantismo|protestantes]]. |
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Segundo o [[Conselho Mundial de Igrejas]], estas Igrejas são atualmente chamadas de "Orientais Ortodoxas" em várias línguas.<ref name=CME/> Para [[Igreja Ortodoxa|outras Igrejas]] também denominadas de ortodoxas, emprega-se ou um sinónimo distinto (como em [[língua inglesa|inglês]] e [[língua alemã|alemão]])<ref name=EngDeutsch/> ou as expressões "ortodoxas bizantinas" (como em [[língua espanhola|espanhol]])<ref name=Esp/> ou "ortodoxas [[Concílio de Calcedónia|calcedônias]]" (como em [[língua francesa|francês]]).<ref name=Fr/> Ver [[#Nomes|Nomes]] abaixo. |
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Revisão das 21h19min de 21 de abril de 2020
As Igrejas Orientais Ortodoxas compõem uma comunhão de Igrejas Cristãs presente sobretudo no Oriente Médio, Índia, Corno de África e Armênia.[1][2] São distintas das Igrejas que apoiam o ensinamento cristológico reconhecido no Concílio de Calcedónia em 451: a doutrina das duas naturezas de Cristo aceita pelos católicos romanos e ortodoxos bizantinos, e, posteriormente, pela maior parte dos protestantes.
Segundo o Conselho Mundial de Igrejas, estas Igrejas são atualmente chamadas de "Orientais Ortodoxas" em várias línguas.[3] Para outras Igrejas também denominadas de ortodoxas, emprega-se ou um sinónimo distinto (como em inglês e alemão)[4] ou as expressões "ortodoxas bizantinas" (como em espanhol)[5] ou "ortodoxas calcedônias" (como em francês).[6] Ver Nomes abaixo.
Nomes
O nome geralmente aceito hoje para esta família de igrejas é igrejas ortodoxas orientais.[3] Historicamente, por não aceitarem a definição do Concílio de Calcedônia, eram conhecidas como não calcedônias, pré-calcedônias, anticalcedônias, monofisistas, antigas orientais ou orientais menores.[3]
Baseiam a sua doutrina nos três primeiros concílios ecumênicos (Niceia, Constantinopla e Éfeso)[3] e por isso alguns as chamam as igrejas dos três concílios.
Diferenciam-se das outras Igrejas ortodoxas, que em inglês e alemão são também chamadas – empregando porém uma palavra distinta mas sinônimo – de orientais,[4] mas que em línguas que não dispõem deste par de sinónimos são chamadas de bizantinas em oposição às não calcedônias.[5] ou de calcedônias.[6] Estas línguas normalmente reservam o adjetivo "oriental" para as igrejas que não aceitam a resolução calcedônia.[3]
Concílio de Calcedônia
De acordo com o artigo sobre o Henótico na Enciclopédia Católica,[7] os patriarcas de Alexandria, Antioquia e Jerusalém, entre outros bispos, recusaram-se a aceitar a doutrina das duas naturezas aprovada pelo Concílio de Calcedônia e decretada pelo imperador bizantino Marciano, que foi aceita pelos bispos de Roma e de Constantinopla, entre outros, iniciando assim a separação entre as duas famílias de igrejas cristãs.
A rejeição de Calcedônia começou como iniciativa do Papa Dióscoro de Alexandria, junto a outros 13 bispos egípcios, que não aceitavam a ideia de que Cristo tinha duas naturezas após a encarnação, evocando São Cirilo de Alexandria como voz de sua posição cristológica.[8] Nos anos seguintes ao concílio, Constantinopla manteve comunhão com Antioquia e Alexandria, enquanto Roma permaneceu fora de comunhão com estas igrejas mas em situação canonicamente instável com Constantinopla. A situação mudou no ano de 518, quando Justino I, um calcedônio, demandou que toda a Igreja dentro do Império Romano aceitasse a doutrina das duas naturezas. Nisto, se dividiram as linhas sucessórias das sés de Antioquia e Alexandria: calcedônia e não calcedônia, as quatro subsistindo até hoje. A Igreja da Armênia acabaria rompendo comunhão com as igrejas calcedônias do Império no Segundo Concílio de Dúbio, em 555.[9]
Doutrinas distintas
As Igrejas que aceitaram o Concílio de Calcedônia (451) acusaram as Igrejas ortodoxas orientais de serem monofisitas, devido ao fato de professarem uma natureza em Jesus Cristo encarnado, ao contrário das duas reconhecidas pelo Concílio de Calcedônia (451). Mas, estas mesmas Igrejas orientais rejeitam a doutrina monofisista por Êutiques e Apolinário de Laodiceia, considerando-a herética.
Em verdade, na língua grega, a "uma natureza" destas igrejas não é dita mono physis, mas mia physis, dizendo-se por isto que professam a fé do miafisismo, afirmando, de acordo com a expressão de Cirilo de Alexandria, "uma natureza do Verbo de Deus encarnado", que na pessoa una de Jesus Cristo, a divindade e a humanidade estão unidas em uma única ou singular natureza, unidas sem separação, sem confusão e sem alteração. Acreditam que uma união completa e natural das Naturezas Divina e Humana em uma só Natureza é autoevidente, de maneira a alcançar a salvação divina da humanidade, em oposição à crença na união hipostática (isto é, duas naturezas unidas numa só pessoa ou hipóstase),[10] promovida pelas atuais Igrejas Católica, Protestante e Ortodoxa.
Lista das Igrejas
Actualmente, existem cerca de 60 milhões de ortodoxos orientais[3]
O Conselho Mundial de Igrejas dá a seguinte lista das seis Igrejas ortodoxas orientais:[3]
- Igreja Ortodoxa Copta
- Igreja Ortodoxa Síria
- Igreja Apostólica Armênia
- Igreja Ortodoxa Etíope
- Igreja Ortodoxa Eritreia
- Igreja Ortodoxa Indiana
Apesar de serem autocéfalas, isto é, independentes umas das outras, estas igrejas partilham as mesmas crenças e doutrinas cristãs fundamentais.
Atualmente, a Igreja Ortodoxa Indiana está dividida (por questões administrativas).[11] Existe também uma divisão da Igreja Ortodoxa Etíope, por que existe uma Igreja Ortodoxa Etíope no Exílio[12] Não existe uma divisão da Igreja Ortodoxa Eritreia em duas Igrejas,apesar da prisão pelo governo eriteu do patriarca anterior.[13]
A Igreja Assíria do Oriente não está incluída entre as Igrejas ortodoxas orientais, pois discordou da posição que prevaleceu no Primeiro Concílio de Éfeso.
Referências
- ↑ World Heritage Encyclopedia, "Oriental Orthodoxy"
- ↑ Patheos Library: Oriental Orthodoxy
- ↑ a b c d e f g Afirmação do Conselho Mundial de Igrejas em espanhol, inglês, francês e alemão
- ↑ a b World Council of Churches, "Orthodox churches (Eastern)" e Ökumenischer Rat der Kirchen, "Östlich-orthodoxe Kirchen"
- ↑ a b Consejo Mundial de Iglesias, "Iglesias ortodoxas (bizantinas)"
- ↑ a b Conseil œcuménique des Églises, "Églises orthodoxes (chalcédoniennes)"
- ↑ [1]
- ↑ "The Nature of Christ", por Papa Shenouda III
- ↑ Rouben Paul Adalian (13 de maio de 2010). Historical Dictionary of Armenia. [S.l.]: Scarecrow Press. p. 286. ISBN 978-0-8108-7450-3
- ↑ O que é a união hipostática?
- ↑ Nasrani Foundation: "Timeline of Mar Thoma Nasranis"
- ↑ "EOTC in Exile Reaffirms and Declares Abune Merkorios to be the Legtimate Patriarch of Ethiopia"
- ↑ "Eritrea: A Renewed Call for the Release of Eritrean Patriarch, Abune Antonios"