Chicungunha: diferenças entre revisões
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No [[Brasil]], casos da doença foram detectados pela primeira vez em agosto de 2010.<ref name="Estadao">{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101209/not_imp651427,0.ph|titulo=Estadão:Casos de nova doença do 'Aedes' chegam ao País|data=|acessodata=09-12-2010}}</ref> |
Revisão das 00h37min de 8 de janeiro de 2019
Febre Chikungunya | |
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Imagem do vírus por criomicroscopia eletrônica. | |
Especialidade | infecciologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | A92 |
CID-11 | 900389391 |
DiseasesDB | 32213 |
MeSH | D018354 |
Leia o aviso médico |
Chicungunha,[1][2][3][4] chikungunya ou Predefinição:PTA [5][6] é uma infecção causada por um arbovírus, do gênero Alphavirus (Togaviridae), que é transmitido aos seres humanos pelas fêmeas dos mosquitos do gênero Aedes.[7] Até recentemente havia sido detectado somente na África (onde estava restrito a um ciclo silvestre),[8] na Ásia Oriental e na Índia, onde sua transmissão era principalmente urbana, envolvendo os vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus.[9]
No Brasil, casos da doença foram detectados pela primeira vez em agosto de 2010.[10]
Causa
Chikungunya virus é um RNAss vírus, do gênero Togaviridae, esférico, com envelope, arbovírus transmitido por mosquitos Aedes e atualmente encontrado em todos os continentes.
Transmissão
A transmissão do vírus chicungunha (CHIKV) é feita através da picada de insetos-vetores do gênero Aedes, que em cidades é principalmente pelo Aedes aegypti e em ambientes rurais ou selvagens pode ser por Aedes albopictus. Embora a transmissão direta entre humanos não esteja demonstrada, há de se considerar a possibilidade da transmissão in utero da mãe para o feto.[carece de fontes]
O período de incubação do vírus é de 2 a 7 dias, sendo que os sintomas surgem entre 4 e 7 dias depois da picada do mosquito.[11]
Epidemiologia
Casos da febre chicungunha foram relatados na Tailândia (em 1953), Indonésia, Taiwan, Singapura, Malásia, Sri Lanka, ilhas Maldivas, Quénia (em 2004), Comores (em 2005), Mayotte, Seychelles, Maurícia, Reunião (2005-2006) e Índia (2006), e, em menor intensidade, na Itália, Martinica, Guadalupe, Guiana Francesa, Estados Unidos[9] e Brasil (em 2010).[10]
Um surto de chicungunha foi relatado em 2006 em Andra Pradexe (Índia), mesma época em que casos alóctones foram relatados em diversos países europeus.[12]
Chegou nas Américas apenas em 2014 e segue expandindo causando uma pandemia. Desde então mais de 1,7 milhões de casos suspeitos notificados à Organização Pan-Americana da Saúde.[13] O diagnóstico é difícil pois é muito similar a outras viroses. Causou surtos recentes (2010-2015) por todas as Américas, Europa, África, China, sudeste Asiático e ilhas do pacífico.[14]
A existência de grandes cidades densamente povoadas onde existam os insetos vetores da doença, bem como o aumento do número de viagens entre países e intercontinentais facilitam a disseminação do vírus.[15]
Em 2017, a Organização Mundial de Saúde, confirmou o surto da doença na Região de Lazio, centro da Itália, mais propriamente na cidade de Roma e nas zonas de Anzio e Latina.[16]
Brasil
Os primeiros casos confirmados no Brasil, em 2010, referem-se a dois pacientes do sexo masculino (de 41 e 55 anos, em São Paulo) que apresentaram os sintomas depois de uma viagem à Indonésia. A terceira paciente, uma paulista de 25 anos, esteve na Índia.[17]
Em junho de 2014 foram confirmados seis casos no Brasil de soldados que retornaram de uma missão no Haiti.[18] Segundo dados publicados pelo Ministério da Saúde, porém, no dia 15 de outubro de 2014, foram confirmados 337 casos no país, sendo 274 apenas na cidade de Feira de Santana, na Bahia.[2] Em 2015, ocorreu um surto na América do Sul nos primeiros quatro meses deste ano com estimativa de 10 mil casos e 113 mortes.[19] Estima-se que 2.500 desses casos foram no Brasil, a maioria dos casos na Bahia, Minas Gerais e São Paulo.[20] em 2016 a doença continua a se espalhar pelo país. No primeiro semestre de 2017,[21] o estado do Ceará viveu uma nova epidemia da doença.[22]
Sinais e sintomas
Os sintomas da febre chicungunha são característicos de uma virose, e portanto, inespecíficos. Os sintomas iniciais são febre acima de 39 °C, de início repentino, dores intensas nas articulações de pés e mãos, dedos, tornozelos e pulsos, dores de cabeça, dores musculares e manchas vermelhas na pele. É uma doença febril aguda associada a dor intensa e frequente poliartralgia debilitante[11] O diagnóstico diferencial com a febre hemorrágica da dengue é extremamente importante, razão pela qual, ao aparecimento dos sintomas é fundamental buscar socorro médico.[carece de fontes][23]
Diferentemente da dengue, doença viral transmitida pelos mesmos mosquitos vetores, uma parte dos indivíduos infectados pode desenvolver a forma crônica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre 6 meses e 1 ano. “Há casos de pacientes que não conseguem escrever”, diz o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho.[24] Há estudos relatando que 40% dos pacientes que são infectados evoluem com a forma crônica da doença.[11]
Quadro comparativo [25] | ||
---|---|---|
Dengue | Chicungunha | |
Dores | Musculares | Nas articulações |
Subtipos | Quatro | Nenhum |
Contaminação | Mais de uma vez | Apenas uma vez |
Manifestação hemorrágica | Sim | Não |
Mortalidade | 2% dos casos | 1% dos casos |
Sintomas | Desaparecem em semanas | Podem permanecer por até um ano |
Em 10% dos casos, mesmo após a cura a artrite persiste como sequela.[26]
Tratamento
Até 2018 ainda não havia vacina ou tratamento específico para esse vírus. Assim o tratamento é apenas dos sintomas - febre, dor e desidratação, com antipirético, analgésico e soro fisiológico, respectivamente.[27]
Prevenção
Assim como a dengue, a melhor prevenção é eliminar os mosquitos Aedes, evitando deixar água parada e destampada ou sem cloro. Cobrir o corpo com camisa com manga larga, calça e meia, usar repelentes e telas de mosquitos também são recomendados.[28]
Não há vacina nem tratamento específico, apenas sintomático.[23] Após 7 a 10 dias a maioria das pessoas desenvolvem imunidade contra o vírus e os sintomas desaparecem. Paracetamol e ibuprofeno podem ser usados para aliviar a dor e inflamação. A prevenção é principalmente feita com controle dos mosquitos, telas, roupas largas e repelentes.[29]
Etimologia
Chicungunha é um aportuguesamento de chikungunya, o nome da doença na língua maconde, um dos idiomas oficiais da Tanzânia, onde foi documentada a primeira epidemia da doença em 1953. O termo provém da raiz verbal kungunyala, e significa "tornar-se dobrado ou contorcido", em referência à aparência curvada dos pacientes, motivada pelas intensas dores articulares e musculares, características da doença.[30] Em Angola (África) a doença é popularmente conhecida por catolotolo, palavra proveniente do quimbundo katolotolu, derivação do verbo kutolojoka ("ficar alquebrado").[31]
Ver também
Referências
- ↑ Dicionário Priberam: "chicungunha"
- ↑ a b Varella, Dr. «Chicungunha | Dr. Drauzio Varella». Consultado em 11 de julho de 2015
- ↑ Rádio Nacional de Angola: Luanda registou 80 casos de chicungunha vulgo catolotolo (30-05-2014)
- ↑ Rádio Ecclesia de Angola: Catolotolo continua a preocupar a população
- ↑ Dicionário Priberam: "catolotolo"
- ↑ Jornal de Angola: Aumentam casos de "Catolotolo"
- ↑ http://www.cdc.gov/chikungunya/index.html
- ↑ Jupp & Kemp 1996, Diallo et al. 1999
- ↑ a b «Failure to demonstrate experimental vertical transmission of the epidemic strain of Chikungunya virus in Aedes albopictus from La Réunion Island, Indian Ocean». Consultado em 9 de dezembro de 2010
- ↑ a b «Estadão:Casos de nova doença do 'Aedes' chegam ao País». Consultado em 9 de dezembro de 2010
- ↑ a b c Castro, Anita Perpetua Carvalho Rocha de; Lima, Rafaela Araújo; Nascimento, Jedson dos Santos (2016). «Chikungunya: vision of the pain clinician». Revista Dor. 17 (4): 299–302. ISSN 1806-0013. doi:10.5935/1806-0013.20160093
- ↑ «Arboviroses emergentes no Brasil». Consultado em 9 de dezembro de 2010
- ↑ «Geographic Distribution| Chikungunya virus | CDC». www.cdc.gov. Consultado em 2 de novembro de 2016
- ↑ «Chikungunya virus | CDC». www.cdc.gov. Agosto de 2015. Consultado em 2 de novembro de 2016
- ↑ Tauil, Pedro Luiz (2014). «Condições para a transmissão da febre do vírus chikungunya». Epidemiol. Serv. Saúde. v.23 (n.4)
- ↑ «Se viajar para Itália tenha atenção a estas recomendações da DGS»
- ↑ «Brasil registra três casos de febre chicungunha». Consultado em 9 de dezembro de 2010
- ↑ Prefeitura de Campinas (10 de Junho de 2014). «Notícia oficial da Secretaria de Saúde de Campinas». Prefeitura de Campinas. Consultado em 10 de Junho de 2014
- ↑ http://www.infobae.com/2014/09/24/1596999-con-10845-casos-se-expande-el-virus-del-chikungunya-america
- ↑ http://www.bahianoticias.com.br/noticia/171687-brasil-registra-2-552-casos-da-febre-chikungunya-neste-ano.html
- ↑ «Ceará em alerta de uma epidemia de chikungunya - Opinião - Diário do Nordeste». Diário do Nordeste. Consultado em 15 de abril de 2017
- ↑ «Ceará tem 661 casos de chikungunya confirmados; 55% estão em Fortaleza». Ceará. 14 de março de 2017
- ↑ a b http://www.sahealth.sa.gov.au/wps/wcm/connect/public+content/sa+health+internet/health+topics/health+conditions+prevention+and+treatment/infectious+diseases/chikungunya+virus
- ↑ «Mosquito da Dengue traz nova doença». Consultado em 9 de dezembro de 2010
- ↑ Jornal da Cidade de Bauru: Febre chikungunya chega ao País e põe Bauru em alerta (29/07/14)
- ↑ http://www.noticiasrcn.com/nacional-pais/el-10-pacientes-chikunguna-pueden-sufrir-artritis-cronica-viceministro-salud
- ↑ [1]
- ↑ https://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/ency/patientinstructions/000821.htm
- ↑ «Virus de chikunguña: MedlinePlus enciclopedia médica». www.nlm.nih.gov. Consultado em 2 de novembro de 2016
- ↑ Four cases of acute flaccid paralysis associated with chikungunya virus infection
- ↑ «catolotolo na Infopédia em linha» Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-08-25].
Ligações externas
- Febre de chikungunya - Manejo Clínico
- «Casos de nova doença do 'Aedes' chegam ao País»
- «O Dia: Nova doença transmitida pelo Aedes chega ao Brasil»
- «Febre de chikungunya começa a ser monitorada no Brasil»
- «Terra: Nova doença transmitida pelo "Aedes" chega ao Brasil»
- «Febre de chikungunya»
- «Brasil registra três casos de febre chikungunya»