Operação Aletheia: diferenças entre revisões
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'''Operação Aletheia''' é o nome dado a uma operação da [[Polícia Federal]] do [[Brasil]], deflagrada em 4 de março de 2016, representando a 24ª fase da [[Operação Lava Jato]], para dar continuidade às investigações de crimes de [[corrupção]] e [[lavagem de dinheiro]] no esquema criminosos relacionado à estatal [[Petrobras]].<ref name="PF">{{citar web|url=http://www.pf.gov.br/agencia/noticias/2016/03/pf-deflagra-24a-fasa-da-operacao-lava-jato-aletheia|publicado=Polícia Federal|acessodata=6 de março de 2016|data=4 de março de 2016|título=PF deflagra 24ª Fase da Operação Lava Jato - Aletheia}}</ref> |
'''Operação Aletheia''' é o nome dado a uma operação da [[Departamento de Polícia Federal|Polícia Federal]] do [[Brasil]], deflagrada em 4 de março de 2016, representando a 24.ª fase da [[Operação Lava Jato]], para dar continuidade às investigações de crimes de [[corrupção]] e [[lavagem de dinheiro]] no esquema criminosos relacionado à estatal [[Petrobras]].<ref name="PF">{{citar web|url=http://www.pf.gov.br/agencia/noticias/2016/03/pf-deflagra-24a-fasa-da-operacao-lava-jato-aletheia|publicado=Polícia Federal|acessodata=6 de março de 2016|data=4 de março de 2016|título=PF deflagra 24ª Fase da Operação Lava Jato - Aletheia}}</ref> |
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O nome da operação faz referência à busca da verdade. Na Grécia |
O nome da operação faz referência à busca da verdade. Na [[Grécia Antiga]], a palavra "''[[alétheia]]''" tinha o significado também de "realidade", ou de busca pela verdade por meio do conhecimento. O termo é comumente utilizado na psicologia para referir-se à busca por uma verdade além das aparências.<ref>{{citar web|url=http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2016/03/aletheia-entenda-o-nome-da-24-fase-da-operacao-lava-jato-4989955.html|publicado=ZH|acessodata=6 de março de 2016|título=Aletheia: entenda o nome da 24ª fase da Operação Lava-Jato|autor=Zero Hora|data=4 de março de 2016}}</ref>Além de verdade, o termo também pode ser entendido como "realidade", "não oculto", "revelado", entre outras asserções.<ref>{{citar web|url=http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/03/04/o-que-significa-aletheia-nome-da-fase-da-lava-jato-que-mira-em-lula.htm|publicado=[[Universo Online]]|acessodata=6 de março de 2016|título=O que significa Aletheia, nome da fase da Lava Jato que mira em Lula|autor=UOL Rio|data=4 de março de 2016}}</ref> |
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==Investigação== |
==Investigação== |
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Em um comunicado divulgado à imprensa, o MPF destacou que o ex-presidente Lula |
Em um comunicado divulgado à imprensa, o MPF destacou que o [[Luiz Inácio Lula da Silva|ex-presidente Lula]] estava sendo investigado porque há indícios de que ele recebeu dinheiro desviado da Petrobras por meio da execução de reformas no apartamento triplex do [[Guarujá]] e do sítio de [[Atibaia]].<ref name="evidencias">{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/2016/03/mpf-diz-que-ha-evidencias-que-crimes-na-petrobras-enriqueceram-lula.html|publicado=[[G1]]|acessodata=6 de março de 2016|data=4 de março de 2016|título=MPF diz que há evidências que crimes na Petrobras 'enriqueceram' Lula|autor=G1 Brasília}}</ref> |
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Os procuradores da força-tarefa ressaltaram ainda que há evidências de que Lula recebeu móveis de luxo nos dois imóveis e teve a armazenagem de bens em uma transportadora bancada pela construtora [[OAS]], uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato.<ref name="evidencias" /> |
Os procuradores da força-tarefa ressaltaram ainda que há evidências de que Lula recebeu móveis de luxo nos dois imóveis e teve a armazenagem de bens em uma transportadora bancada pela construtora [[Grupo OAS|OAS]], uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato.<ref name="evidencias" /> |
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Ainda De acordo com os procuradores, há fortes indícios de que o ex-presidente recebeu pelo menos R$ 770 mil "sem justificativa econômica lícita" de José Carlos Bumlai, da [[Construtora Norberto Odebrecht|Odebrecht]] e da OAS. Ainda de acordo com o MPF, também há fortes indícios de pagamentos dissimulados de aproximadamente R$ 1,3 milhão pela OAS em favor de Lula entre janeiro de 2011 a janeiro de 2016 para a armazenagem de itens retirados do [[Palácio do Planalto]] quando ele deixou a Presidência.<ref name="evidencias" /> |
Ainda De acordo com os procuradores, há fortes indícios de que o ex-presidente recebeu pelo menos R$ 770 mil "sem justificativa econômica lícita" de José Carlos Bumlai, da [[Construtora Norberto Odebrecht|Odebrecht]] e da OAS. Ainda de acordo com o MPF, também há fortes indícios de pagamentos dissimulados de aproximadamente R$ 1,3 milhão pela OAS em favor de Lula entre janeiro de 2011 a janeiro de 2016 para a armazenagem de itens retirados do [[Palácio do Planalto]] quando ele deixou a Presidência.<ref name="evidencias" /> |
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O Ministério Público investiga ainda pagamentos considerados "vultosos" feitos por construtoras beneficiadas no esquema Petrobras em favor do [[Instituto Lula]] e da LILS Palestras, empresa de palestras do ex-presidente da República. De acordo com a força-tarefa, a maior parte do dinheiro que ingressou na empresa e na entidade de Lula, entre 2011 e 2014, foi repassado por [[Camargo |
O Ministério Público investiga ainda pagamentos considerados "vultosos" feitos por construtoras beneficiadas no esquema Petrobras em favor do [[Instituto Lula]] e da LILS Palestras, empresa de palestras do ex-presidente da República. De acordo com a força-tarefa, a maior parte do dinheiro que ingressou na empresa e na entidade de Lula, entre 2011 e 2014, foi repassado por [[Grupo Camargo Corrêa|Camargo Corrêa]], [[Grupo OAS|OAS]], [[Odebrecht]], [[Grupo Andrade Gutierrez|Andrade Gutierrez]], [[Queiroz Galvão]] e [[UTC Engenharia|UTC]].<ref name="evidencias" /> |
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=== Conversa telefônica entre Dilma e Lula === |
=== Conversa telefônica entre Dilma e Lula === |
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Em 16 de março, foi anunciado que o ex-presidente Lula seria indicado como ministro da [[Casa Civil (Brasil)|Casa-Civil]] do governo Dilma.<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/03/planalto-anuncia-lula-como-novo-ministro-da-casa-civil.html |titulo=Planalto anuncia Lula como novo ministro da Casa Civil |publicado=G1 |data=16 de março de 2016 |acessodata=18 de março de 2016}}</ref> A indicação foi amplamente vista como uma forma do ex-presidente ganhar [[foro privilegiado]] e passar a ser investigado apenas pelo [[Supremo Tribunal Federal]] (STF).<ref>{{citar web |url=http://news.nationalpost.com/news/brazil-erupts-after-ex-president-snags-cabinet-role-giving-him-immunity-from-oil-scheme-investigation |titulo=Brazil erupts after ex-president snags cabinet role, giving him immunity from oil scheme investigation |publicado=National Post |autor=Dom Phillips |data=17 de março de 2016 |acessodata=18 de março de 2016}}</ref> |
Em 16 de março, foi anunciado que o ex-presidente Lula seria indicado como ministro da [[Casa Civil (Brasil)|Casa-Civil]] do governo Dilma.<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/03/planalto-anuncia-lula-como-novo-ministro-da-casa-civil.html |titulo=Planalto anuncia Lula como novo ministro da Casa Civil |publicado=G1 |data=16 de março de 2016 |acessodata=18 de março de 2016}}</ref> A indicação foi amplamente vista como uma forma do ex-presidente ganhar [[Foro especial por prerrogativa de função|foro privilegiado]] e passar a ser investigado apenas pelo [[Supremo Tribunal Federal]] (STF).<ref>{{citar web |url=http://news.nationalpost.com/news/brazil-erupts-after-ex-president-snags-cabinet-role-giving-him-immunity-from-oil-scheme-investigation |titulo=Brazil erupts after ex-president snags cabinet role, giving him immunity from oil scheme investigation |publicado=National Post |autor=Dom Phillips |data=17 de março de 2016 |acessodata=18 de março de 2016}}</ref> |
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Na noite do dia 16 de março, o juiz [[Sérgio Moro]] divulgou conversas telefônicas de Lula, o que incluía algumas com a presidente Dilma.<ref>{{citar web |url=http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/03/16/gravacao-entre-dilma-e-lula-foi-feita-depois-de-moro-decidir-pela-interrupcao-do-sigilo.htm |titulo=PF gravou Dilma e Lula após Moro interromper interceptação telefônica |publicado=Uol |autor=Felipe Amorim e Flávio Costa |data=16 de março de 2016 |acessodata=18 de março de 2016}}</ref> A interceptação havia sido feita pela |
Na noite do dia 16 de março, o juiz [[Sérgio Moro]] divulgou conversas telefônicas de Lula, o que incluía algumas com a [[Dilma Rousseff|presidente Dilma]].<ref>{{citar web |url=http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/03/16/gravacao-entre-dilma-e-lula-foi-feita-depois-de-moro-decidir-pela-interrupcao-do-sigilo.htm |titulo=PF gravou Dilma e Lula após Moro interromper interceptação telefônica |publicado=Uol |autor=Felipe Amorim e Flávio Costa |data=16 de março de 2016 |acessodata=18 de março de 2016}}</ref> A interceptação havia sido feita pela Polícia Federal, tendo sido autorizada por Moro, que determinou que telefones relacionados a Lula e ao [[Instituto Lula]] fossem grampeados no âmbito da [[Operação Lava Jato]]. <ref>{{citar web |url=http://www.ebc.com.br/noticias/2016/03/moro-divulga-grampo-de-lula-e-dilma-acompanhe-repercussoes |titulo=Sérgio Moro divulga grampo de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff; acompanhe as repercussões ao vivo |publicado=EBC |data=16 de março de 2016 |acessodata=18 de março de 2016}}</ref><ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2016/03/divulgacao-de-conversa-telefonica-entre-dilma-e-lula-causa-polemica.html |titulo=Sérgio Moro libera conversas comprometedoras entre Lula e Dilma |publicado=Jornal Hoje |autor=Ana Zimmerman |data=17 de março de 2016 |acessodata=18 de março de 2016}}</ref> Uma parte do conteúdo da ligação mais comentada foi o seguinte:<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/03/conversa-entre-dilma-e-lula-foi-grampeada-apos-despacho-de-moro.html |titulo=Conversa entre Dilma e Lula foi grampeada após despacho de Moro |publicado=G1 |autor=Samuel Nunes |data=18 de março de 2016 |acessodata=18 de março de 2016}}</ref> |
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<blockquote>Rousseff: ''Alô''. |
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==Mandados== |
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Em 4 de março de 2016, cerca de 200 policiais federais e 30 auditores da [[Receita Federal]] cumpriram 44 [[Mandado |
Em 4 de março de 2016, cerca de 200 policiais federais e 30 auditores da [[Secretaria da Receita Federal do Brasil|Receita Federal]] cumpriram 44 [[Mandado|mandados judiciais]], sendo 33 mandados de [[busca e apreensão]] e 11 mandados de [[condução coercitiva]]. As medidas foram cumpridas no estados de [[São Paulo]], [[Rio de Janeiro]] e [[Bahia]].<ref name="PF" /> |
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A PF também cumpre mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente Lula, na casa e empresa dos filhos dele e no sítio que era constantemente frequentado por Lula, em Atibaia.<ref name="operação" /> |
A PF também cumpre mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente Lula, na casa e empresa dos filhos dele e no sítio que era constantemente frequentado por Lula, em Atibaia.<ref name="operação" /> |
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A nota fora repudiada pelos advogados de Lula.<ref>{{citar web|url=http://www.institutolula.org/advogados-de-lula-repudiam-nota-de-procuradores|título=Advogados de Lula repudiam nota de procuradores|data=6 de março de 2016|acessodata=7 de março de 2016}}</ref> |
A nota fora repudiada pelos advogados de Lula.<ref>{{citar web|url=http://www.institutolula.org/advogados-de-lula-repudiam-nota-de-procuradores|título=Advogados de Lula repudiam nota de procuradores|data=6 de março de 2016|acessodata=7 de março de 2016}}</ref> |
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Na sua decisão, o juiz [[Sérgio Moro]] justificou o mandado de condução coercitiva como medida para preservação da [[ordem pública]] “Com a medida [...] previnem-se incidentes que podem envolver lesão a inocentes". Moro declarou ainda que "não envolve qualquer juízo de antecipação de responsabilidade criminal" e que a medida "não tem por objetivo cercear direitos do ex-presidente ou colocá-lo em situação vexatória [...] A condução coercitiva para tomada de depoimento é medida de cunho investigatório", disse. Ele determinou ainda que Lula não fosse algemado nem filmado pelos policiais.<ref>{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/03/1746437-conducao-coercitiva-de-lula-foi-decidida-para-evitar-tumulto-diz-moro.shtml|titulo=Condução coercitiva de Lula foi decidida para evitar tumulto, diz Moro - 04/03/2016 - Poder - Folha de S.Paulo|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[Folha de S.Paulo]]}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/03/05/em-nota-moro-acao-contra-lula-mas-diz-que-conducao-nao-antecipa-culpa.htm|titulo=Em nota, Moro defende ação contra Lula, mas diz que 'não antecipa culpa' - Notícias - Política|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[ |
Na sua decisão, o juiz [[Sérgio Moro]] justificou o mandado de condução coercitiva como medida para preservação da [[ordem pública]] “Com a medida [...] previnem-se incidentes que podem envolver lesão a inocentes". Moro declarou ainda que "não envolve qualquer juízo de antecipação de responsabilidade criminal" e que a medida "não tem por objetivo cercear direitos do ex-presidente ou colocá-lo em situação vexatória [...] A condução coercitiva para tomada de depoimento é medida de cunho investigatório", disse. Ele determinou ainda que Lula não fosse algemado nem filmado pelos policiais.<ref>{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/03/1746437-conducao-coercitiva-de-lula-foi-decidida-para-evitar-tumulto-diz-moro.shtml|titulo=Condução coercitiva de Lula foi decidida para evitar tumulto, diz Moro - 04/03/2016 - Poder - Folha de S.Paulo|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[Folha de S.Paulo]]}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/03/05/em-nota-moro-acao-contra-lula-mas-diz-que-conducao-nao-antecipa-culpa.htm|titulo=Em nota, Moro defende ação contra Lula, mas diz que 'não antecipa culpa' - Notícias - Política|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[Universo Online]]|lingua=pt-BR}}</ref> |
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O ministro do STF [[Marco Aurélio Mello]] criticou a decisão de Sérgio Moro de autorizar a condução coercitiva de Lula. Segundo Mello, a condução coercitiva só se justifica quando alguém intimado deixa de comparecer a uma solicitação da Justiça, detalhe, que, para o ministro não aconteceu, pois Lula não tinha sido intimado. Para Mello, Lula foi "cerceado na liberdade de ir e vir".<ref>{{Citar web|url=http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2016/03/04/ministro-do-stf-marco-aurelio-de-mello-critica-conducao-coercitiva-de-lula.htm|titulo=Ministro do STF Marco Aurélio de Mello critica condução coercitiva de Lula - Reuters - UOL Notícias|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[ |
O ministro do STF [[Marco Aurélio Mello]] criticou a decisão de Sérgio Moro de autorizar a condução coercitiva de Lula. Segundo Mello, a condução coercitiva só se justifica quando alguém intimado deixa de comparecer a uma solicitação da Justiça, detalhe, que, para o ministro não aconteceu, pois Lula não tinha sido intimado. Para Mello, Lula foi "cerceado na liberdade de ir e vir".<ref>{{Citar web|url=http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2016/03/04/ministro-do-stf-marco-aurelio-de-mello-critica-conducao-coercitiva-de-lula.htm|titulo=Ministro do STF Marco Aurélio de Mello critica condução coercitiva de Lula - Reuters - UOL Notícias|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[Universo Online]]|lingua=pt-BR}}</ref> |
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Segundo o MPF, ao longo das 24 fases da Lava Jato foram cumpridos 117 mandados de condução coercitiva. “Apenas nesta última fase e em relação a apenas uma das conduções coercitivas determinadas, a do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, houve a manifestação de algumas opiniões contrárias à legalidade e constitucionalidade dessa medida, bem como de sua conveniência e oportunidade”. Para o MPF, o fato de nenhum dos outros 116 mandados ter gerado “tal clamor” comprova que os críticos se insurgem não contra o instituto da condução, “mas sim pela condução coercitiva de um [[Luiz Inácio Lula da Silva|ex-presidente da República]]”.<ref>{{Citar web|url=http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/03/pf-diz-que-mandado-de-conducao-para-lula-nao-precisou-ser-cumprido.html|titulo=Lula disse que só sairia de casa algemado, diz delegado da PF|acessodata=7 de mrço de 2016|publicado=[[G1]]|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2016/03/segundo-delegado-da-pf-lula-disse-que-so-sairia-de-casa-algemado.html|titulo=Segundo delegado da PF, Lula disse que só sairia de casa algemado|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[G1]]|autor=[[Fantástico]]|lingua=pt-BR}}</ref> |
Segundo o MPF, ao longo das 24 fases da Lava Jato foram cumpridos 117 mandados de condução coercitiva. “Apenas nesta última fase e em relação a apenas uma das conduções coercitivas determinadas, a do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, houve a manifestação de algumas opiniões contrárias à legalidade e constitucionalidade dessa medida, bem como de sua conveniência e oportunidade”. Para o MPF, o fato de nenhum dos outros 116 mandados ter gerado “tal clamor” comprova que os críticos se insurgem não contra o instituto da condução, “mas sim pela condução coercitiva de um [[Luiz Inácio Lula da Silva|ex-presidente da República]]”.<ref>{{Citar web|url=http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/03/pf-diz-que-mandado-de-conducao-para-lula-nao-precisou-ser-cumprido.html|titulo=Lula disse que só sairia de casa algemado, diz delegado da PF|acessodata=7 de mrço de 2016|publicado=[[G1]]|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2016/03/segundo-delegado-da-pf-lula-disse-que-so-sairia-de-casa-algemado.html|titulo=Segundo delegado da PF, Lula disse que só sairia de casa algemado|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[G1]]|autor=[[Fantástico]]|lingua=pt-BR}}</ref> |
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Em relatório o delegado da [[Departamento de Polícia Federal|Polícia Federal]] Luciano Flores, responsável por conduzir o ex-presidente para prestar depoimento, afirmou que Lula se negou a acompanhá-lo "foi dito por ele [Lula] que não sairia daquele local, a menos que fosse algemado. Disse ainda que se eu quisesse colher as declarações dele, teria de ser ali. Respondi então que não seria possível fazer sua audiência naquele local por questões de segurança [...] e caso ele se recusasse a nos acompanhar [...] eu teria que dar cumprimento ao mandado de condução coercitiva", informou o delegado, em documento tornado público pela Justiça Federal do [[Paraná]].<ref>{{Citar web|url=http://odia.ig.com.br/brasil/2016-03-06/lula-disse-que-so-sairia-algemado-para-depor-informou-delegado-da-pf.html|titulo=Lula disse que só sairia algemado para depor, informou delegado da PF - Brasil - O Dia|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[iG]]|autor=O Dia}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://noticias.r7.com/brasil/lula-disse-que-so-sairia-algemado-para-depor-afirma-delegado-da-pf-07032016|titulo=Lula disse que só sairia algemado para depor, afirma delegado da PF - Notícias - R7 Brasil|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[R7]]}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/4694359/lula-disse-delegado-que-sairia-casa-algemado|titulo=Lula disse a delegado da PF que só sairia de casa algemado|acessodata=7 de março de 2016|publicado=InfoMoney}}</ref> |
Em relatório o delegado da [[Departamento de Polícia Federal|Polícia Federal]] Luciano Flores, responsável por conduzir o ex-presidente para prestar depoimento, afirmou que Lula se negou a acompanhá-lo "foi dito por ele [Lula] que não sairia daquele local, a menos que fosse algemado. Disse ainda que se eu quisesse colher as declarações dele, teria de ser ali. Respondi então que não seria possível fazer sua audiência naquele local por questões de segurança [...] e caso ele se recusasse a nos acompanhar [...] eu teria que dar cumprimento ao mandado de condução coercitiva", informou o delegado, em documento tornado público pela Justiça Federal do [[Paraná]].<ref>{{Citar web|url=http://odia.ig.com.br/brasil/2016-03-06/lula-disse-que-so-sairia-algemado-para-depor-informou-delegado-da-pf.html|titulo=Lula disse que só sairia algemado para depor, informou delegado da PF - Brasil - O Dia|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[Internet Group|iG]]|autor=O Dia}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://noticias.r7.com/brasil/lula-disse-que-so-sairia-algemado-para-depor-afirma-delegado-da-pf-07032016|titulo=Lula disse que só sairia algemado para depor, afirma delegado da PF - Notícias - R7 Brasil|acessodata=7 de março de 2016|publicado=[[R7]]}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/4694359/lula-disse-delegado-que-sairia-casa-algemado|titulo=Lula disse a delegado da PF que só sairia de casa algemado|acessodata=7 de março de 2016|publicado=InfoMoney}}</ref> |
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Revisão das 13h54min de 24 de junho de 2016
Operação Aletheia é o nome dado a uma operação da Polícia Federal do Brasil, deflagrada em 4 de março de 2016, representando a 24.ª fase da Operação Lava Jato, para dar continuidade às investigações de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema criminosos relacionado à estatal Petrobras.[1]
O nome da operação faz referência à busca da verdade. Na Grécia Antiga, a palavra "alétheia" tinha o significado também de "realidade", ou de busca pela verdade por meio do conhecimento. O termo é comumente utilizado na psicologia para referir-se à busca por uma verdade além das aparências.[2]Além de verdade, o termo também pode ser entendido como "realidade", "não oculto", "revelado", entre outras asserções.[3]
Investigação
Em um comunicado divulgado à imprensa, o MPF destacou que o ex-presidente Lula estava sendo investigado porque há indícios de que ele recebeu dinheiro desviado da Petrobras por meio da execução de reformas no apartamento triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia.[4]
Os procuradores da força-tarefa ressaltaram ainda que há evidências de que Lula recebeu móveis de luxo nos dois imóveis e teve a armazenagem de bens em uma transportadora bancada pela construtora OAS, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato.[4]
Ainda De acordo com os procuradores, há fortes indícios de que o ex-presidente recebeu pelo menos R$ 770 mil "sem justificativa econômica lícita" de José Carlos Bumlai, da Odebrecht e da OAS. Ainda de acordo com o MPF, também há fortes indícios de pagamentos dissimulados de aproximadamente R$ 1,3 milhão pela OAS em favor de Lula entre janeiro de 2011 a janeiro de 2016 para a armazenagem de itens retirados do Palácio do Planalto quando ele deixou a Presidência.[4]
O Ministério Público investiga ainda pagamentos considerados "vultosos" feitos por construtoras beneficiadas no esquema Petrobras em favor do Instituto Lula e da LILS Palestras, empresa de palestras do ex-presidente da República. De acordo com a força-tarefa, a maior parte do dinheiro que ingressou na empresa e na entidade de Lula, entre 2011 e 2014, foi repassado por Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC.[4]
Conversa telefônica entre Dilma e Lula
Em 16 de março, foi anunciado que o ex-presidente Lula seria indicado como ministro da Casa-Civil do governo Dilma.[5] A indicação foi amplamente vista como uma forma do ex-presidente ganhar foro privilegiado e passar a ser investigado apenas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).[6]
Na noite do dia 16 de março, o juiz Sérgio Moro divulgou conversas telefônicas de Lula, o que incluía algumas com a presidente Dilma.[7] A interceptação havia sido feita pela Polícia Federal, tendo sido autorizada por Moro, que determinou que telefones relacionados a Lula e ao Instituto Lula fossem grampeados no âmbito da Operação Lava Jato. [8][9] Uma parte do conteúdo da ligação mais comentada foi o seguinte:[10]
Rousseff: Alô.
Lula da Silva: Alô.
Rousseff: Lula, deixa eu te falar uma coisa.
Lula da Silva: Fala, querida. Ahn.
Rousseff: Seguinte, eu tô mandando o 'Bessias' junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!
Lula da Silva: Uhum. Tá bom, tá bom.
Rousseff: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.
Lula da Silva: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.
Rousseff: Tá?!
Lula da Silva: Tá bom.
Rousseff: Tchau.
Lula da Silva: Tchau, querida.
O teor da conversa gerou dúvidas de se a presidente Dilma estava tentando obstruir a justiça ao nomear Lula para o ministério,[11][12][13] [14] o que gerou indignação pública[15][16][17] e diversos protestos pelo país no mesmo dia da divulgação, além de nos dias posteriores.[18][19] Em São Paulo, na região da Avenida Paulista, o protesto durou 36 horas ininterruptas as pessoas abriram uma bandeira com as cores do Brasil e os dizeres “impeachment já”.[20] Aos gritos de "Renuncia, renuncia", manifestantes protestaram em frente ao Planalto.[21] Nas redes sociais, o embate político entre os manifestantes colocou o tópico #QuedaDoPlanalto como o assunto mais comentado do Twitter em todo o mundo na manhã do dia 17 de Março.[22] A presidente Dilma rejeitou as acusações e se disse indignada com o grampo.[23]
Em 17 de março, em cerimônia no Palácio do Planalto, Lula foi empossado ministro da Casa-Civil.[24] No entanto, poucos minutos depois, um juiz federal suspendeu os efeitos da nomeação alegando haver indícios de tentativa de interferência no poder Judiciário.[25] Embora a decisão tenha sido revertida na noite daquele dia, outras liminares julgadas pela justiça em primeira instância[26][27] e pelo STF[28] suspenderam novamente a nomeação.[28] No dia 18 de março de 2016, manifestantes pró-governo ocuparam a Avenida Paulista.[29]
Mandados
Em 4 de março de 2016, cerca de 200 policiais federais e 30 auditores da Receita Federal cumpriram 44 mandados judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de condução coercitiva. As medidas foram cumpridas no estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.[1]
A PF também cumpre mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente Lula, na casa e empresa dos filhos dele e no sítio que era constantemente frequentado por Lula, em Atibaia.[30]
Execução
No dia 4 de março de 2016, perto das 8h40, Luiz Inácio Lula da Silva foi levado para o Aeroporto de Congonhas, em um carro descaracterizado, para depor à Polícia Federal. Às 8h51, ele prestou depoimento dentro do aeroporto.[30]
Instituto Lula
O Instituto Lula, que também foi alvo da operação,[31] avaliou a ação da PF como "arbitrária, ilegal e injustificável".[30]
Pedido de suspensão da operação
A defesa do ex-presidente pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão de procedimentos relacionados às investigações relacionadas a ele dentro da Operação Lava Jato.[32] Entretanto, em 4 de março de 2016, a ministra do STF, Rosa Weber negou o pedido apresentado pela defesa de Lula para suspender duas investigações, sobre o triplex em Guarujá e o sítio em Atibaia ligados a ele. A ministra negou a suspensão por não ter observado "ilegalidade irrefutável, patente e de imediata compreensão" nas duas investigações. Em caso de interrupção, haveria risco, segundo ela, de "indevida ingerência em prerrogativa constitucional titularizada pelo Ministério Público em nome da sociedade".[33]
Condução coercitiva
Em nota o Partido dos Trabalhadores declarou que "A condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva representa um ataque à democracia e à Constituição.Trata-se de novo e indigno capítulo na escalada golpista que busca desestabilizar o governo da presidente Dilma Rousseff, criminalizar o Partido dos Trabalhadores e combater o principal líder do povo brasileiro", escreveu Rui Falcão, então presidente da sigla.[34]
O Ministério Público Federal (MPF) emitiu nota de esclarecimento justificando a condução coercitiva pois "Após ser intimado e ter tentado diversas medidas para protelar esse depoimento, incluindo inclusive um habeas corpus perante o TJSP, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua recusa em comparecer."[35] A recusa refere-se ao documento protocolado pelos advogados do ex-presidente e de sua esposa, afirmando a intenção de que "Lula e Marisa prestarão todos os esclarecimentos por escrito e não em audiência [para novo depoimento marcado pelo promotor de justiça]."[36] A nota fora repudiada pelos advogados de Lula.[37]
Na sua decisão, o juiz Sérgio Moro justificou o mandado de condução coercitiva como medida para preservação da ordem pública “Com a medida [...] previnem-se incidentes que podem envolver lesão a inocentes". Moro declarou ainda que "não envolve qualquer juízo de antecipação de responsabilidade criminal" e que a medida "não tem por objetivo cercear direitos do ex-presidente ou colocá-lo em situação vexatória [...] A condução coercitiva para tomada de depoimento é medida de cunho investigatório", disse. Ele determinou ainda que Lula não fosse algemado nem filmado pelos policiais.[38][39]
O ministro do STF Marco Aurélio Mello criticou a decisão de Sérgio Moro de autorizar a condução coercitiva de Lula. Segundo Mello, a condução coercitiva só se justifica quando alguém intimado deixa de comparecer a uma solicitação da Justiça, detalhe, que, para o ministro não aconteceu, pois Lula não tinha sido intimado. Para Mello, Lula foi "cerceado na liberdade de ir e vir".[40]
Segundo o MPF, ao longo das 24 fases da Lava Jato foram cumpridos 117 mandados de condução coercitiva. “Apenas nesta última fase e em relação a apenas uma das conduções coercitivas determinadas, a do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, houve a manifestação de algumas opiniões contrárias à legalidade e constitucionalidade dessa medida, bem como de sua conveniência e oportunidade”. Para o MPF, o fato de nenhum dos outros 116 mandados ter gerado “tal clamor” comprova que os críticos se insurgem não contra o instituto da condução, “mas sim pela condução coercitiva de um ex-presidente da República”.[41][42]
Em relatório o delegado da Polícia Federal Luciano Flores, responsável por conduzir o ex-presidente para prestar depoimento, afirmou que Lula se negou a acompanhá-lo "foi dito por ele [Lula] que não sairia daquele local, a menos que fosse algemado. Disse ainda que se eu quisesse colher as declarações dele, teria de ser ali. Respondi então que não seria possível fazer sua audiência naquele local por questões de segurança [...] e caso ele se recusasse a nos acompanhar [...] eu teria que dar cumprimento ao mandado de condução coercitiva", informou o delegado, em documento tornado público pela Justiça Federal do Paraná.[43][44][45]
Referências
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Ligações externas
- «Página oficial da Operação Lava Jato»
- «Página oficial do Departamento da Polícia Federal com as operações no ano de 2016»