Papa Alexandre III: diferenças entre revisões
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'''Alexandre III''', nascido ''Rolando Bandinelli'' ([[Siena]], {{ca.}} [[1100]] — [[Civita Castellana]], [[30 de agosto]] de [[1181]]) foi [[Papa]] de 20 de setembro de 1159 até a data de sua morte (a lista oficial do Vaticano inicia este pontificado na data da eleição, 7 de setembro, mas nesse dia ele ainda não era bispo e somente foi consagrado [[bispo de Roma]] em 20 de setembro).{{carece de fontes|data=maio de 2024}} |
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Da família [[Cerretani Bandinelli Paparoni]], nasceu em [[Siena]], ensinou [[direito canónico]] na universidade de [[Bolonha]], onde escreveu ''Summa Magistri Rolandi'', comentários sobre ''Decretum Gratiani''. |
Da família [[Cerretani Bandinelli Paparoni]], nasceu em [[Siena]], ensinou [[direito canónico]] na universidade de [[Bolonha]], onde escreveu ''Summa Magistri Rolandi'', comentários sobre ''Decretum Gratiani''.{{carece de fontes|data=maio de 2024}} |
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Em outubro de 1150 foi ordenado [[deão]] de [[Santos Cosme e Damião (diaconia)|S. Cosme e Damião]]; depois [[cardeal]] em [[São Marcos (título cardinalício)|S. Marcos]]. Por esta altura escreveu as suas ''Sentenças'' com base na ''Introductio ad theologiam'' de [[Pedro Abelardo]]. |
Em outubro de 1150 foi ordenado [[deão]] de [[Santos Cosme e Damião (diaconia)|S. Cosme e Damião]]; depois [[cardeal]] em [[São Marcos (título cardinalício)|S. Marcos]]. Por esta altura escreveu as suas ''Sentenças'' com base na ''Introductio ad theologiam'' de [[Pedro Abelardo]].{{carece de fontes|data=maio de 2024}} |
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==Pontificado== |
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Alexandre III foi o primeiro de muitos advogados que se tornaram papas. Infelizmente, sua eleição provocou um cisma de vinte anos entre os que lhe eram leais e aqueles leais aos três [[antipapa]]s apoiados pelo |
Alexandre III foi o primeiro de muitos advogados que se tornaram papas. Infelizmente, sua eleição provocou um cisma de vinte anos entre os que lhe eram leais e aqueles leais aos três [[antipapa]]s apoiados pelo sacro imperador [[Frederico I do Sacro Império Romano-Germânico|Frederico Barbarossa]] (ou "Barba Ruiva"). Ele é também o papa que impôs uma penitência ao rei inglês, {{lknb|Henrique|II|de Inglaterra}}, pelo assassinato de [[Tomás Becket]] (1172) e convocou, em 1179, o [[Terceiro Concílio de Latrão]], que decretou a necessidade da maioria de dois terços de cardeais para a [[eleição papal]].{{carece de fontes|data=maio de 2024}} |
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Nascido Orlando (ou Rolando) [[Bardinelli]], serviu como [[chanceler]] e [[núncio apostólico]] sob o antecessor, [[Papa Adriano IV|Adriano IV]], e era [[cardeal-sacerdote]] quando o elegeram papa. Um pequeno número de cardeais pró-imperiais (talvez sete) votou no Cardeal [[Antipapa Vítor IV (1159-1164)| |
Nascido Orlando (ou Rolando) [[Bardinelli]], serviu como [[chanceler]] e [[núncio apostólico]] sob o antecessor, [[Papa Adriano IV|Adriano IV]], e era [[cardeal-sacerdote]] quando o elegeram papa. Um pequeno número de cardeais pró-imperiais (talvez sete) votou no Cardeal [[Antipapa Vítor IV (1159-1164)|Otaviano de Monticelli]], mas a maioria (é provável que 22) apoiou o cardeal Bandinelli. Como havia um acordo de que a eleição seria unânime, iniciou-se uma briga violenta. Armados, os partidários do cardeal Otaviano irromperam na reunião e arrancaram o manto papal vermelho dos ombros de Orlando; e o novo papa teve de procurar refúgio na fortaleza do [[Vaticano]], ao lado da [[Basílica de São Pedro]]. Os partidários de Otaviano conduziram-no em triunfo à [[Arquibasílica de São João de Latrão|Basílica de Latrão]]. Alexandre III foi consagrado bispo de Roma três semanas mais tarde, em 20 de setembro, em [http://www.qualviagem.com.br/jardim-de-ninfa-na-italia-e-considerado-um-dos-mais-bonitos-e-romanticos-do-mundo/ Ninfa], a sudeste de [[Velletri]], pelo [[Diocese de Óstia|Bispo de Óstia]]. Otaviano foi consagrado como Vítor IV na [[Abadia de Farfa|abadia imperial de Farfa]], a nordeste de Roma, em 4 de outubro.<ref name=":0">{{cite book|title=The Northern Crusades|last1=Christiansen|first1=Eric|publisher=Penguin Books|isbn=978-0140266535|location=London|page=71|year=1997}}</ref><ref name=":1">{{cite book|title=Frederick Barbarossa: The Prince and the Myth|last=Freed|first=John|publisher=Yale University Press|year=2016}}</ref><ref name=":2">{{cite book|title=A History of the Church in the Middle Ages|last=Logan|first=F Donald|publisher=Routledge|year=2002}}</ref><ref name=":3">{{cite book|title=Selected Works of Abbot Suger of Saint Denis|last=Suger|publisher=The Catholic University of America Press|translator-first1=Richard|translator-last1=Cusimano|translator-first2=Eric|translator-last2=Whitmore|year=2018}}</ref> |
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Em consequência disso, em fevereiro de 1160, o imperador reuniu, em [[Pavia]], um [[sínodo]] de cerca de cinquenta bispos alemães e italianos, que aprovou Vítor IV e excomungou Alexandre III. O papa já havia excomungado Vítor IV e, em 24 de março, condenou o imperador Frederico. Em outubro, os bispos e os priores das ordens monásticas da maioria dos países ocidentais reuniram-se em [[Toulouse]] na presença do rei |
Em consequência disso, em fevereiro de 1160, o imperador reuniu, em [[Pavia]], um [[sínodo]] de cerca de cinquenta bispos alemães e italianos, que aprovou Vítor IV e excomungou Alexandre III. O papa já havia excomungado Vítor IV e, em 24 de março, condenou o imperador Frederico. Em outubro, os bispos e os priores das ordens monásticas da maioria dos países ocidentais reuniram-se em [[Toulouse]] na presença do rei Henrique II e do rei {{lknb|Luís|VII|de França}} (que já haviam se manifestado em favor de Alexandre, no [[Concílio de Beauvais]], em julho), ouviram argumentos a favor dos dois pretendentes ao trono papal, declararam seu apoio a Alexandre III e condenaram Vítor IV. Devido à oposição imperial na Itália, o papa mudou-se para a França em abril de 1162, acabando por se instalar em [[Sens]] (juntamente com sua Cúria), de 1163 a 1165. A convite do povo, voltou a Roma em novembro de 1165, mas não pôde impedir a recoroação de Frederico e a coroação de sua mulher [[Beatriz I da Borgonha]] como imperatriz, em 1167, pelo [[antipapa Pascoal III]] (eleito, depois da morte do antipapa Vítor IV em 1164, em cerimônia realizada por dois cardeais cismáticos, dois bispos alemães e o prefeito de Roma). Um terceiro antipapa, [[Antipapa Calisto III|Calisto III]], foi eleito em 1168 e serviu até 1178, quando se submeteu a Alexandre III.<ref name=":0" /><ref name=":1" /><ref name=":2" /><ref name=":3" /> |
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Posteriormente, Alexandre III, mudou-se para [[Benevento]]. Enquanto permaneceu ali, a posição política do papa melhorou gradativamente. Quando a [[Liga Lombarda]] das cidades do norte da Itália derrotou Frederico, em [[Legnano]], em 1176, com o apoio do papa (o que fez com que a liga desse à nova cidade o nome [[Alexandria (comuna)|Alexandria]], em homenagem a ele), o imperador dispôs-se a negociar. Em [[Veneza]], ele e o papa concordaram que seria suspensa a excomunhão de Frederico e este, em troca, reconheceria Alexandre como papa. Alexandre não só impôs sansões ao rei Henrique II da Inglaterra pelo assassinato de Tomás Becket, mas também confirmou o rei de Portugal em seu trono e pronunciou um interdito contra o rei da Escócia e seu reino por interferências nas nomeações eclesiásticas.<ref name=":0" /><ref name=":1" /><ref name=":2" /><ref name=":3" /> |
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De 05 a 19 de março de 1179, Alexandre III presidiu o Terceiro Concílio de Latrão, que encerrou o cisma, de forma definitiva. O concílio também decretou a necessidade da maioria de dois terços de cardeais para a eleição de um papa; encorajou universidades e escolas catedrais; e permitiu o castigo dos hereges (em especial dos [[Catarismo| |
De 05 a 19 de março de 1179, Alexandre III presidiu o Terceiro Concílio de Latrão, que encerrou o cisma, de forma definitiva. O concílio também decretou a necessidade da maioria de dois terços de cardeais para a eleição de um papa; encorajou universidades e escolas catedrais; e permitiu o castigo dos hereges (em especial dos [[Catarismo|cátaros]], ou albigenses, no sul da França). Logo depois do concílio, entretanto, a comuna popular forçou o papa a sair de Roma e, em setembro de 1179, um quarto antipapa, [[Antipapa Inocêncio III|Inocêncio III]], foi empossado e logo derrotado. Alexandre passou os dois últimos anos em diversas partes dos [[Estados Papais|Estados pontifícios]] e morreu em 30 de agosto de 1181, em [[Civita Castellana|Cività Castellana]], cerca de 48 km ao norte de Roma. Seu corpo foi levado de volta a Roma para o sepultamento na Basílica de Latrão, mas os cidadãos o profanaram antes.<ref name=":0" /><ref name=":1" /><ref name=":2" /><ref name=":3" /> |
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Edição atual tal como às 02h21min de 18 de dezembro de 2024
Alexandre III, nascido Rolando Bandinelli (Siena, c. 1100 — Civita Castellana, 30 de agosto de 1181) foi Papa de 20 de setembro de 1159 até a data de sua morte (a lista oficial do Vaticano inicia este pontificado na data da eleição, 7 de setembro, mas nesse dia ele ainda não era bispo e somente foi consagrado bispo de Roma em 20 de setembro).[carece de fontes]
Da família Cerretani Bandinelli Paparoni, nasceu em Siena, ensinou direito canónico na universidade de Bolonha, onde escreveu Summa Magistri Rolandi, comentários sobre Decretum Gratiani.[carece de fontes]
Em outubro de 1150 foi ordenado deão de S. Cosme e Damião; depois cardeal em S. Marcos. Por esta altura escreveu as suas Sentenças com base na Introductio ad theologiam de Pedro Abelardo.[carece de fontes]
Pontificado
[editar | editar código-fonte]Alexandre III foi o primeiro de muitos advogados que se tornaram papas. Infelizmente, sua eleição provocou um cisma de vinte anos entre os que lhe eram leais e aqueles leais aos três antipapas apoiados pelo sacro imperador Frederico Barbarossa (ou "Barba Ruiva"). Ele é também o papa que impôs uma penitência ao rei inglês, Henrique II, pelo assassinato de Tomás Becket (1172) e convocou, em 1179, o Terceiro Concílio de Latrão, que decretou a necessidade da maioria de dois terços de cardeais para a eleição papal.[carece de fontes]
Nascido Orlando (ou Rolando) Bardinelli, serviu como chanceler e núncio apostólico sob o antecessor, Adriano IV, e era cardeal-sacerdote quando o elegeram papa. Um pequeno número de cardeais pró-imperiais (talvez sete) votou no Cardeal Otaviano de Monticelli, mas a maioria (é provável que 22) apoiou o cardeal Bandinelli. Como havia um acordo de que a eleição seria unânime, iniciou-se uma briga violenta. Armados, os partidários do cardeal Otaviano irromperam na reunião e arrancaram o manto papal vermelho dos ombros de Orlando; e o novo papa teve de procurar refúgio na fortaleza do Vaticano, ao lado da Basílica de São Pedro. Os partidários de Otaviano conduziram-no em triunfo à Basílica de Latrão. Alexandre III foi consagrado bispo de Roma três semanas mais tarde, em 20 de setembro, em Ninfa, a sudeste de Velletri, pelo Bispo de Óstia. Otaviano foi consagrado como Vítor IV na abadia imperial de Farfa, a nordeste de Roma, em 4 de outubro.[1][2][3][4]
Em consequência disso, em fevereiro de 1160, o imperador reuniu, em Pavia, um sínodo de cerca de cinquenta bispos alemães e italianos, que aprovou Vítor IV e excomungou Alexandre III. O papa já havia excomungado Vítor IV e, em 24 de março, condenou o imperador Frederico. Em outubro, os bispos e os priores das ordens monásticas da maioria dos países ocidentais reuniram-se em Toulouse na presença do rei Henrique II e do rei Luís VII (que já haviam se manifestado em favor de Alexandre, no Concílio de Beauvais, em julho), ouviram argumentos a favor dos dois pretendentes ao trono papal, declararam seu apoio a Alexandre III e condenaram Vítor IV. Devido à oposição imperial na Itália, o papa mudou-se para a França em abril de 1162, acabando por se instalar em Sens (juntamente com sua Cúria), de 1163 a 1165. A convite do povo, voltou a Roma em novembro de 1165, mas não pôde impedir a recoroação de Frederico e a coroação de sua mulher Beatriz I da Borgonha como imperatriz, em 1167, pelo antipapa Pascoal III (eleito, depois da morte do antipapa Vítor IV em 1164, em cerimônia realizada por dois cardeais cismáticos, dois bispos alemães e o prefeito de Roma). Um terceiro antipapa, Calisto III, foi eleito em 1168 e serviu até 1178, quando se submeteu a Alexandre III.[1][2][3][4]
Posteriormente, Alexandre III, mudou-se para Benevento. Enquanto permaneceu ali, a posição política do papa melhorou gradativamente. Quando a Liga Lombarda das cidades do norte da Itália derrotou Frederico, em Legnano, em 1176, com o apoio do papa (o que fez com que a liga desse à nova cidade o nome Alexandria, em homenagem a ele), o imperador dispôs-se a negociar. Em Veneza, ele e o papa concordaram que seria suspensa a excomunhão de Frederico e este, em troca, reconheceria Alexandre como papa. Alexandre não só impôs sansões ao rei Henrique II da Inglaterra pelo assassinato de Tomás Becket, mas também confirmou o rei de Portugal em seu trono e pronunciou um interdito contra o rei da Escócia e seu reino por interferências nas nomeações eclesiásticas.[1][2][3][4]
De 05 a 19 de março de 1179, Alexandre III presidiu o Terceiro Concílio de Latrão, que encerrou o cisma, de forma definitiva. O concílio também decretou a necessidade da maioria de dois terços de cardeais para a eleição de um papa; encorajou universidades e escolas catedrais; e permitiu o castigo dos hereges (em especial dos cátaros, ou albigenses, no sul da França). Logo depois do concílio, entretanto, a comuna popular forçou o papa a sair de Roma e, em setembro de 1179, um quarto antipapa, Inocêncio III, foi empossado e logo derrotado. Alexandre passou os dois últimos anos em diversas partes dos Estados pontifícios e morreu em 30 de agosto de 1181, em Cività Castellana, cerca de 48 km ao norte de Roma. Seu corpo foi levado de volta a Roma para o sepultamento na Basílica de Latrão, mas os cidadãos o profanaram antes.[1][2][3][4]
Referências
- ↑ a b c d Christiansen, Eric (1997). The Northern Crusades. London: Penguin Books. p. 71. ISBN 978-0140266535
- ↑ a b c d Freed, John (2016). Frederick Barbarossa: The Prince and the Myth. [S.l.]: Yale University Press
- ↑ a b c d Logan, F Donald (2002). A History of the Church in the Middle Ages. [S.l.]: Routledge
- ↑ a b c d Suger (2018). Selected Works of Abbot Suger of Saint Denis. Traduzido por Cusimano, Richard; Whitmore, Eric. [S.l.]: The Catholic University of America Press
Fontes
[editar | editar código-fonte]- Duggan, Anne J. (2016). «Alexander ille meus: The Papacy of Alexander III». In: Duggan, Anne J.; Clarke, Peter D. Pope Alexander III (1159–81): The Art of Survival. [S.l.]: Routledge. pp. 13–50
- Fonnesberg-Schmidt, Iben (2007). The Popes and the Baltic Crusades: 1147-1254. [S.l.]: Brill. p. 58
- Morris, Colin (1989). The Papal Monarchy: The Western Church from 1050 to 1250. [S.l.]: Oxford University Press
Ligações externas
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Papa 170.º |
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