História da Indonésia: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:Sangiran 17-02.JPG||thumb|upright|Réplica do crânio do [[Homem de Java]], originalmente descoberto em [[Sangiran]], na área de [[Java Central]].]] |
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Encontram-se vestígios no arquipélago indonésio que indiciam a presença humana desde o período do [[Neolítico]], embora o conhecimento preciso da História da Indonésia remonte ao princípio da Era [[Cristianismo|Cristã]], altura em que se iniciou o relacionamento comercial entre os diferentes reinos do arquipélago com a [[China]] e a [[Índia]], relacionamento esse que abriu as portas às influências hinduístas e [[budismo|budistas]]. Mais tarde, com a chegada de navegadores árabes provenientes do [[Omã]] e [[Índia]], o [[islamismo]] chegou ao arquipélago, por volta do [[Século X]], e com ele, a expansão do [[Ummah Islâmico]]. Quando o califado passou para as mãos dos [[Otomanos]], foi iniciado um grande câmbio cultural entre as duas partes do [[oceano Índico]] e entre o Atlântico e o distante oceano Pacífico. Com a derrota dos [[sefávidas]] em [[Tabriz]] e a aliança com os [[Moguls]] na Índia, os otomanos abriram as portas para o extremo oriente, e as fecharam diante do ocidente. O bloqueio comercial otomano provocou uma incasável busca por um caminho para as terras onde eram produzidas as especiarias. Quando os [[Europa|europeus]] ali chegaram em princípios do [[século XVI]] (em [[1511]], [[Francisco Serrão]] juntamente com [[António de Abreu]] chegam as [[Ilhas Molucas]]), e começaram a lutar contra os diversos sultanatos islâmicos(coisa que encaravam quase que como uma cruzada, uma vez que tais sultanatos eram submetidos economicamente e culturalmente, apesar da imensa distância, ao [[califado otomano]]) na sua vontade de [[monopólio|monopolizar]] o [[comércio]] das [[especiaria]]s. Após a morte do [[Califa Solimão I de Constantinopla|Solimão]](Momento em que o [[califado]] acabou dividido em 3), o caminho ficou livre para a [[Companhia Holandesa das Índias Orientais]] a conseguir estabelecer-se na região, sediando o seu domínio em [[Batávia]] (actual Jacarta). A colonização holandesa, que só se completou no final do século XVII, começou a ser posta em causa a partir de [[1927]], com a formação do Partido Nacionalista Indonésio, liderado por [[Sukarno]]. |
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A '''História da Indonésia''' foi moldada por sua posição geográfica, seus recursos naturais, a série de migrações humanas, contatos, economia e comércio, conquistas e política. A [[Indonésia]] é um país [[arquipélago]] de 17.508 ilhas (6.000 habitadas) que se estende ao longo do [[Linha do Equador|equador]] no [[Sudeste Asiático]]. |
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Durante a [[Segunda Guerra Mundial]], a Holanda, que foi ocupada pela [[Alemanha]], perdeu a sua colónia para os [[japão|japoneses]]. Com o fim da guerra, Sukarno, que tinha cooperado com os japoneses, declarou a [[independência]] da Indonésia, mas os [[aliados]] apoiaram o [[exército]] holandês a tentar recuperar a sua colónia. A guerra pela independência, denominada Revolução Nacional Indonésia, durou 4 anos e, sob pressão internacional, a Holanda foi forçada a reconhecer o novo país. |
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A posição estratégica do país promoveu o comércio internacional. O comércio, desde então, tem fundamentalmente moldado a história da Indonésia. A área da Indonésia é habitada por povos de várias migrações, criando uma diversidade de [[Cultura da Indonésia|culturas]], [[Grupos étnicos da Indonésia|etnias]] e [[Línguas da Indonésia|idiomas]]. Os acidentes geográficos do arquipélago, além de fatores climáticos da região, influenciaram significativamente a agricultura e o comércio, bem como na formação dos estados. |
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Nos anos [[década de 1950|50]] e [[década de 1960|60]], Sukarno alinhou pelo [[socialismo]] e entrou em guerra com a [[Malásia]]. Em [[1965]] deu-se uma tentativa de [[golpe de estado]] e o general [[Suharto]], que tinha ajudado a conter o golpe, tomou o poder depois de grandes [[massacre]]s. Suharto foi reeleito 5 vezes e governou o país com a ajuda dos militares mas, com a crise económica asiática de [[1997]], o país voltou à rebelião e o presidente foi obrigado a renunciar e entregou o poder ao seu Vice-Presidente, B. J. Habibie. No entanto, nas eleições de [[1999]], Habibie perdeu-as para [[Megawati Sukarnoputri]], filha de Sukarno, que não chegou a ser empossada, tendo sido substituída pelo seu [[partido político]] por Abdurrahman Wahid. A crise de [[Timor-Leste]] virou as cartas e Megawati voltou à presidência em [[2001]]. Em [[2004]], nas primeiras eleições directas, foi eleito o actual presidente, [[Susilo Bambang Yudhoyono]]. |
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== Pré-independência == |
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=== A era dos Estados Islâmicos === |
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[[Ficheiro:Kota Gede Jogjakarta.jpg|thumb|Entrada do [[mausoléu]] de [[Agung de Mataram|Agung]] de [[sultanato de Mataram|Mataram]], no cemitério real de [[Imogiri]], [[Yogyakarta (cidade)|Yogyakarta]].]] |
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Por volta do [[século X]], com a chegada de navegadores [[árabes]] provenientes do [[Omã]] e da [[Índia]], o [[islamismo]] chegou ao arquipélago e, com ele, a expansão do [[Ummah Islâmico]]. |
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Quando o [[califado]] passou para as mãos dos [[Otomanos]], foi iniciado um grande intercâmbio cultural entre as duas [[partes]] do [[oceano Índico]] e entre o [[Atlântico]] e o distante [[oceano Pacífico]]. Com a derrota dos [[safávidas]] em [[Tabriz]] e a aliança com os [[Moguls]] na Índia, os otomanos abriram as portas para o [[Extremo Oriente]], e as fecharam para o [[Ocidente]].<ref>{{Citar web|url=http://gernot-katzers-spice-pages.com/engl/spice_geo.html#asia_southeast|titulo=Geographic Spice Index|data=|acessodata=10 de novembro de 2018|obra=gernot-katzers-spice-pages.com|publicado=|ultimo=Katzer|primeiro=Gernot|lingua=en}}</ref> |
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O bloqueio comercial otomano provocou uma incansável busca por um caminho para as terras onde eram produzidas as [[especiarias]]. Os [[Europa|europeus]] ali chegaram em princípios do [[século XVI]]. Em 1511, [[Francisco Serrão]] e [[António de Abreu]] chegam às [[Ilhas Molucas]] e, na sua vontade de [[monopólio|monopolizar]] o [[comércio]] das [[especiaria]]s, lutam contra os diversos [[sultanato]]s [[islâmicos]] - luta que encaravam quase que como uma [[cruzada]], já que tais sultanatos eram submetidos econômica e culturalmente ao [[califado otomano]], apesar da imensa distância. |
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=== Período colonial === |
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[[Ficheiro:Nicolaas Pieneman - The Submission of Prince Dipo Negoro to General De Kock.jpg|thumb|right|Fim da [[Guerra de Java]] (1825 - 1830): rendição do Príncipe [[Diponegoro]] ao [[Hendrik Merkus de Kock|General De Kock]].]] |
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Começando no [[Século XVI]], as sucessivas ondas de europeus - [[portugueses]], [[espanhóis]], [[holandeses]] e [[britânicos]] - procuraram dominar o comércio de especiarias em suas fontes na [[Índia]] e nas [[Ilhas Molucas]] da Indonésia. Isto significava encontrar um caminho para a [[Ásia]], para recortar os comerciantes muçulmanos que, com sua saída de [[República de Veneza|Veneza]] no [[Mediterrâneo]], monopolizaram as importações de especiarias para a Europa. Com preços astronômicos na época, as especiarias eram altamente cobiçadas, não só para preservar e tornar a carne mal conservada aceitável, mas também como medicamentos e poções mágicas. |
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A chegada dos europeus no Sudeste Asiático é muitas vezes considerada como o divisor de águas em sua história. Outros estudiosos consideram este ponto de vista insustentável, argumentando que a influência européia durante os tempos das primeiras chegadas, nos Séculos XVI e XVII, foi limitada em termos de área e profundidade. Isto é, em parte, devido à Europa não ser a área mais avançada ou dinâmica do mundo no início do [[século XV]]. Pelo contrário, a força expansionista principal deste tempo foi o [[Islão]]. Em 1453, por exemplo, os [[turcos otomanos]] conquistaram [[Constantinopla]], enquanto o Islão continuou a se espalhar através da Indonésia e das [[Filipinas]]. A influência européia, particularmente a dos holandeses,não teria o seu maior impacto na Indonésia até os Séculos XVIII e XIX. |
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=== Independência === |
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Durante a [[Segunda Guerra Mundial]], os Países Baixos foram ocupados pela [[Alemanha]] e assim perderam a sua colônia para os [[japão|japoneses]]. Com o fim da guerra, Sukarno, que tinha cooperado com os japoneses, declarou a independência da Indonésia.<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20110726053035/http://www.dutcheastindies.webs.com/index.html|titulo=The Dutch East Indies Campaign 1941-1942|data=2011|acessodata=10 de novembro de 2018|publicado=Forgotten Campaign: The Dutch East Indies Campaign 1941-1942 website (salvo em Wayback Machine)|ultimo=Klemen|primeiro=L.|arquivodata=26 de julho de 2011|lingua=en}}</ref> Porém, os [[aliados]] apoiaram as forças neerlandesas na tentativa de recuperar a sua [[colonialismo|colônia]]. A guerra pela independência (denominada como [[Revolução Nacional da Indonésia|Revolução Nacional Indonésia]]) durou quatro anos e, sob pressão internacional, os Países Baixos foram forçados a reconhecer o novo Estado.<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20110607140113/http://www.thejakartapost.com/news/2005/08/18/dutch-govt-expresses-regrets-over-killings-ri.html|titulo=Dutch govt expresses regrets over killings in RI|data=8 de agosto de 2005|acessodata=10 de novembro de 2018|publicado=The Jakarta Post (salvo em Web Archive)|ultimo=|primeiro=}}</ref> |
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== Período após a independência == |
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=== A nova ordem === |
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[[Ficheiro:Indonesian-Soldiers-walking-through-the-river-during-war-1962-391768235194.jpg|miniaturadaimagem|Soldados indonésios vadeando um rio em numa ação de combate em 1962.]] |
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Nos anos [[década de 1950|50]] e [[década de 1960|60]], a ideologia anti-imperialista de Sukarno acabou por tornar a Indonésia crescentemente dependente da [[União Soviética]] e depois, da [[China]]. Ele alinhou-se ao [[socialismo]] e entrou em guerra com a [[Malásia]]. Em 1965 deu-se uma tentativa de [[golpe de estado]]. O general [[Suharto]], que tinha ajudado a conter o golpe, toma o poder depois de um grande [[massacre]]. |
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=== Deposição de Suharto === |
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Suharto foi reeleito cinco vezes e governou a Indonésia com auxílio dos militares.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Bevins|primeiro=Vincent|data=20 de outubro de 2017|titulo=What the United States Did in Indonesia|url=https://www.theatlantic.com/international/archive/2017/10/the-indonesia-documents-and-the-us-agenda/543534/|jornal=The Atlantic|lingua=en-US|acessodata=10 de novembro de 2018}}</ref> Mas, com a crise económica asiática de 1997, o país voltou à [[rebelião]] e o presidente foi obrigado a renunciar, entregando o poder ao seu vice, [[B. J. Habibie]].<ref>{{Citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/events/indonesia/latest_news/97848.stm|titulo=LATEST NEWS {{!}} President Suharto resigns|data=21 de maio de 1998|acessodata=10 de novembro de 2018|obra=news.bbc.co.uk|publicado=BBC News|ultimo=|primeiro=|lingua=en-GB}}</ref> Entretanto, nas eleições de 1999, Habibie foi derrotado por [[Megawati Sukarnoputri]], filha de Sukarno. Sukarnoputri nem chegou a ser empossada, tendo sido substituída pelo seu [[partido político]], liderado por [[Abdurrahman Wahid]].<ref>{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=5 de novembro de 1999|titulo=Breaking Free From Betrayal|url=https://newint.org//features/1999/11/05/free/|jornal=New Internationalist|lingua=en|acessodata=10 de novembro de 2018}}</ref> |
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A crise de [[História de Timor-Leste|Timor-Leste]] mudou o cenário, e Sukarnoputri voltou à presidência em 2001. Em 2004, nas primeiras eleições directas, foi eleito o presidente, [[Susilo Bambang Yudhoyono]], que em 2009 foi reeleito para um segundo mandato.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Selasa|primeiro=|data=18 de agosto de 2009|titulo=SBY-Boediono Presiden-Wapres Terpilih 2009 - ANTARA News|url=https://www.antaranews.com/berita/151347/sby-boediono-presiden-wapres-terpilih-2009|jornal=Antara News|lingua=id-ID|acessodata=10 de novembro de 2018}}</ref> |
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=== Terremoto e tsunamis de 2004 === |
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⚫ | Ainda em 2004, a 26 de Dezembro, uma [[catástrofe]] abalou o país. Nesse dia, registou-se o maior [[terramoto]] dos últimos tempos (8,9 graus da [[escala de Richter]]), com [[epicentro]] ao largo da ilha de [[Samatra]]. O sismo originou [[maremoto]]s e [[tsunami]]s que assolaram a costa de vários países do [[Sudeste Asiático]], como o [[Sri Lanka]] (o mais afectado), seguido da própria Indonésia, Índia, [[Tailândia]], [[Malásia]], [[Maldivas]] e [[Bangladesh]], tendo provocado milhares de mortos e de desalojados.<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20060825234109/http://www.tsunami-evaluation.org/NR/rdonlyres/2E8A3262-0320-4656-BC81-EE0B46B54CAA/0/SynthRep.pdf|titulo=Joint evaluation of the international response to the Indian Ocean tsunami: Synthesis Report|data=Julho de 2006|acessodata=11 de novembro de 2018|publicado=TEC - Tsunami Evaluation Coalition (salvo em Wayback Machine)|ultimo=|primeiro=|arquivodata=25 de agosto de 2006|lingua=en}}</ref> |
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== Ver também == |
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* [[Portugueses na Indonésia]] |
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* [[Movimento Aceh Livre]] |
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{{Referências}} |
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== Ligações externas == |
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* [https://indonesia.go.id/ Site oficial do Governo da Indonésia] (em [[Língua indonésia|indonésio]] e [[Língua inglesa|inglês]]) |
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{{Indonésia/Tópicos}} |
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{{História da Ásia}} |
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Edição atual tal como às 20h40min de 13 de julho de 2024
A História da Indonésia foi moldada por sua posição geográfica, seus recursos naturais, a série de migrações humanas, contatos, economia e comércio, conquistas e política. A Indonésia é um país arquipélago de 17.508 ilhas (6.000 habitadas) que se estende ao longo do equador no Sudeste Asiático.
A posição estratégica do país promoveu o comércio internacional. O comércio, desde então, tem fundamentalmente moldado a história da Indonésia. A área da Indonésia é habitada por povos de várias migrações, criando uma diversidade de culturas, etnias e idiomas. Os acidentes geográficos do arquipélago, além de fatores climáticos da região, influenciaram significativamente a agricultura e o comércio, bem como na formação dos estados.
Pré-independência
[editar | editar código-fonte]A era dos Estados Islâmicos
[editar | editar código-fonte]Por volta do século X, com a chegada de navegadores árabes provenientes do Omã e da Índia, o islamismo chegou ao arquipélago e, com ele, a expansão do Ummah Islâmico.
Quando o califado passou para as mãos dos Otomanos, foi iniciado um grande intercâmbio cultural entre as duas partes do oceano Índico e entre o Atlântico e o distante oceano Pacífico. Com a derrota dos safávidas em Tabriz e a aliança com os Moguls na Índia, os otomanos abriram as portas para o Extremo Oriente, e as fecharam para o Ocidente.[1]
O bloqueio comercial otomano provocou uma incansável busca por um caminho para as terras onde eram produzidas as especiarias. Os europeus ali chegaram em princípios do século XVI. Em 1511, Francisco Serrão e António de Abreu chegam às Ilhas Molucas e, na sua vontade de monopolizar o comércio das especiarias, lutam contra os diversos sultanatos islâmicos - luta que encaravam quase que como uma cruzada, já que tais sultanatos eram submetidos econômica e culturalmente ao califado otomano, apesar da imensa distância.
Período colonial
[editar | editar código-fonte]Começando no Século XVI, as sucessivas ondas de europeus - portugueses, espanhóis, holandeses e britânicos - procuraram dominar o comércio de especiarias em suas fontes na Índia e nas Ilhas Molucas da Indonésia. Isto significava encontrar um caminho para a Ásia, para recortar os comerciantes muçulmanos que, com sua saída de Veneza no Mediterrâneo, monopolizaram as importações de especiarias para a Europa. Com preços astronômicos na época, as especiarias eram altamente cobiçadas, não só para preservar e tornar a carne mal conservada aceitável, mas também como medicamentos e poções mágicas.
A chegada dos europeus no Sudeste Asiático é muitas vezes considerada como o divisor de águas em sua história. Outros estudiosos consideram este ponto de vista insustentável, argumentando que a influência européia durante os tempos das primeiras chegadas, nos Séculos XVI e XVII, foi limitada em termos de área e profundidade. Isto é, em parte, devido à Europa não ser a área mais avançada ou dinâmica do mundo no início do século XV. Pelo contrário, a força expansionista principal deste tempo foi o Islão. Em 1453, por exemplo, os turcos otomanos conquistaram Constantinopla, enquanto o Islão continuou a se espalhar através da Indonésia e das Filipinas. A influência européia, particularmente a dos holandeses,não teria o seu maior impacto na Indonésia até os Séculos XVIII e XIX.
Independência
[editar | editar código-fonte]Durante a Segunda Guerra Mundial, os Países Baixos foram ocupados pela Alemanha e assim perderam a sua colônia para os japoneses. Com o fim da guerra, Sukarno, que tinha cooperado com os japoneses, declarou a independência da Indonésia.[2] Porém, os aliados apoiaram as forças neerlandesas na tentativa de recuperar a sua colônia. A guerra pela independência (denominada como Revolução Nacional Indonésia) durou quatro anos e, sob pressão internacional, os Países Baixos foram forçados a reconhecer o novo Estado.[3]
Período após a independência
[editar | editar código-fonte]A nova ordem
[editar | editar código-fonte]Nos anos 50 e 60, a ideologia anti-imperialista de Sukarno acabou por tornar a Indonésia crescentemente dependente da União Soviética e depois, da China. Ele alinhou-se ao socialismo e entrou em guerra com a Malásia. Em 1965 deu-se uma tentativa de golpe de estado. O general Suharto, que tinha ajudado a conter o golpe, toma o poder depois de um grande massacre.
Deposição de Suharto
[editar | editar código-fonte]Suharto foi reeleito cinco vezes e governou a Indonésia com auxílio dos militares.[4] Mas, com a crise económica asiática de 1997, o país voltou à rebelião e o presidente foi obrigado a renunciar, entregando o poder ao seu vice, B. J. Habibie.[5] Entretanto, nas eleições de 1999, Habibie foi derrotado por Megawati Sukarnoputri, filha de Sukarno. Sukarnoputri nem chegou a ser empossada, tendo sido substituída pelo seu partido político, liderado por Abdurrahman Wahid.[6]
A crise de Timor-Leste mudou o cenário, e Sukarnoputri voltou à presidência em 2001. Em 2004, nas primeiras eleições directas, foi eleito o presidente, Susilo Bambang Yudhoyono, que em 2009 foi reeleito para um segundo mandato.[7]
Terremoto e tsunamis de 2004
[editar | editar código-fonte]Ainda em 2004, a 26 de Dezembro, uma catástrofe abalou o país. Nesse dia, registou-se o maior terramoto dos últimos tempos (8,9 graus da escala de Richter), com epicentro ao largo da ilha de Samatra. O sismo originou maremotos e tsunamis que assolaram a costa de vários países do Sudeste Asiático, como o Sri Lanka (o mais afectado), seguido da própria Indonésia, Índia, Tailândia, Malásia, Maldivas e Bangladesh, tendo provocado milhares de mortos e de desalojados.[8]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Katzer, Gernot. «Geographic Spice Index». gernot-katzers-spice-pages.com (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2018
- ↑ Klemen, L. (2011). «The Dutch East Indies Campaign 1941-1942» (em inglês). Forgotten Campaign: The Dutch East Indies Campaign 1941-1942 website (salvo em Wayback Machine). Consultado em 10 de novembro de 2018
- ↑ «Dutch govt expresses regrets over killings in RI». The Jakarta Post (salvo em Web Archive). 8 de agosto de 2005. Consultado em 10 de novembro de 2018
- ↑ Bevins, Vincent (20 de outubro de 2017). «What the United States Did in Indonesia». The Atlantic (em inglês). Consultado em 10 de novembro de 2018
- ↑ «LATEST NEWS | President Suharto resigns». news.bbc.co.uk (em inglês). BBC News. 21 de maio de 1998. Consultado em 10 de novembro de 2018
- ↑ «Breaking Free From Betrayal». New Internationalist (em inglês). 5 de novembro de 1999. Consultado em 10 de novembro de 2018
- ↑ Selasa (18 de agosto de 2009). «SBY-Boediono Presiden-Wapres Terpilih 2009 - ANTARA News». Antara News (em indonésio). Consultado em 10 de novembro de 2018
- ↑ «Joint evaluation of the international response to the Indian Ocean tsunami: Synthesis Report» (PDF) (em inglês). TEC - Tsunami Evaluation Coalition (salvo em Wayback Machine). Julho de 2006. Consultado em 11 de novembro de 2018