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[[Ficheiro:Greek cross.svg|thumb|Uma '''cruz grega''' (reta, todos os braços de mesmo tamanho). Se estiver girada 45 graus, será um [[sautor]] ou ainda o símbolo da [[Wehrmacht]]]] |
[[Ficheiro:Greek cross.svg|thumb|Uma '''cruz grega''' (reta, todos os braços de mesmo tamanho). Se estiver girada 45 graus, será um [[sautor]] ou ainda o símbolo da [[Wehrmacht]].|162x162px]] |
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'''Cruz''' (do [[Língua latina|latim]] ''cruce'') é uma [[geometria|figura geométrica]] formada por duas linhas ou barras que se cruzam em [[ângulo]] de 90°, dividindo uma das linhas, ou ambas, ao meio. As linhas normalmente se apresentam na horizontal e na vertical; se estiverem na [[Diagonais de um polígono|diagonal]], a figura é chamada de [[sautor|sautor, ou aspa]]. |
'''Cruz''' (do [[Língua latina|latim]] ''cruce'') é uma [[geometria|figura geométrica]], formada por duas linhas ou barras que se cruzam em [[ângulo]] de 90°, dividindo uma das linhas, ou ambas, ao meio. As linhas normalmente se apresentam na horizontal e na vertical; se estiverem na [[Diagonais de um polígono|diagonal]], a figura é chamada de [[sautor|sautor, ou aspa]]. |
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A cruz é um dos [[símbolo]]s humanos mais antigos e é usada por diversas [[religião|religiões]], principalmente a [[católica]]. Alguns cristãos não a usam como símbolo. |
A cruz é um dos [[símbolo]]s humanos mais antigos e é usada por diversas [[religião|religiões]], principalmente a [[católica]]. Alguns cristãos não a usam como símbolo, como por exemplo as [[Testemunhas de Jeová]].<ref>{{citar web|título=Testemunhas de Jeová|url=https://www.jw.org/pt/testemunhas-de-jeova/perguntas-frequentes/crenca-cruz/|obra=Testemunhas de Jeová|publicado=Jw.org|acessodata=11 de abril de 2018}}</ref> |
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Na [[subcultura]] [[Gótico (estilo de vida)|gótica]], surgida ao final da [[década de 1970]], o símbolo geralmente representa [[sofrimento]], [[dor]] ou [[angústia]] |
Na [[subcultura]] [[Gótico (estilo de vida)|gótica]], surgida ao final da [[década de 1970]], o símbolo geralmente representa [[sofrimento]], [[dor]] ou [[angústia]] |
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Na [[Roma Antiga]], antes mesmo da morte de [[Jesus]], uma cruz era usada para atar ou pregar condenados à morte por [[crucificação]], fazendo-os padecer terrivelmente. |
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== História == |
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Algumas das imagens mais antigas de cruzes foram encontradas nas [[estepe]]s da [[Ásia Central]] e algumas em [[Altai (república)|Altai]]. A cruz na velha religião altaica chamada [[Tengriismo]] simboliza o deus [[Tengri]]; ela não era uma cruz alongada, lembrava mais um sinal de [[adição]] (+). {{Carece de fontes}} |
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Os primeiros livros cristãos da [[Armênia]] e da [[Síria]] traziam evidências de que a cruz se originou com povos [[nômade]]s do leste, possivelmente uma referência aos primeiros povos [[turcos]]. Em velhos templos armênios, algumas influências de estilo turco são encontradas nas cruzes. {{Carece de fontes}} |
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== No cristianismo == |
== No cristianismo == |
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| caption1 = [[Cruz de Tau]], usada pelos [[franciscanos]] no cristianismo. |
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| caption2 = A cruz latina é o símbolo mais conhecido do cristianismo. Ela simboliza a morte de Jesus na [[Vera Cruz]]. |
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Um dos símbolos mais utilizados na religião é a cruz. A ''[[Encyclopædia Britannica]]'' chama a cruz de “o principal símbolo da religião cristã”. Num julgamento em tribunal na [[Grécia]], a [[Igreja Ortodoxa Grega]] chegou a afirmar que aqueles que rejeitam a "Santa Cruz" não são cristãos. |
Um dos símbolos mais utilizados na religião é a cruz. A ''[[Encyclopædia Britannica]]'' chama a cruz de “o principal símbolo da religião cristã”. Num julgamento em tribunal na [[Grécia]], a [[Igreja Ortodoxa Grega]] chegou a afirmar que aqueles que rejeitam a "Santa Cruz" não são cristãos. “Encontraram-se diversos objetos, datando de longos períodos anteriores à Era Cristã, marcados com cruzes de feitios diferentes, em quase cada parte do mundo antigo. A [[Índia]], a [[Síria]], a [[Pérsia]] e o [[Egito]] produziram todos muitos exemplos, ao passo que em quase toda a parte da Europa se encontraram numerosos casos, datando desde a parte posterior da Idade da Pedra até os tempos cristãos. O uso da cruz como símbolo religioso em tempos pré-cristãos e entre povos não-cristãos provavelmente pode ser considerado como quase universal, e em muitíssimos casos ligava-se a alguma forma de culto da natureza.” — [[Encyclopædia Britannica|Encyclopœdia Britannica]], 1946, Vol. 6, página 753. |
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“Encontraram-se diversos objetos, datando de longos períodos anteriores à Era Cristã, marcados com cruzes de feitios diferentes, em quase cada parte do mundo antigo. A [[Índia]], a [[Síria]], a [[Pérsia]] e o [[Egito]] produziram todos muitos exemplos, ao passo que em quase toda a parte da Europa se encontraram numerosos casos, datando desde a parte posterior da Idade da Pedra até os tempos cristãos. O uso da cruz como símbolo religioso em tempos pré-cristãos e entre povos não-cristãos provavelmente pode ser considerado como quase universal, e em muitíssimos casos ligava-se a alguma forma de culto da natureza.” — The Encyclopœdia Britannica, 1946, Vol. 6, página 753. |
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Concernente aos cristãos do [[100|primeiro século]], a obra ''History of the Christian Church'' diz: "Não se usava o crucifixo e nenhuma representação material da cruz."-(Nova Iorque,1897).J.F.Hurst,Vol.I,P.366. Durante o primeiro século do cristianismo, a cruz era raramente usada na [[iconografia]] cristã, uma vez que representa propositadamente um doloroso método de execução pública. O ''Ichthys'', ou símbolo do peixe, era mais utilizado pelos primeiros cristãos. |
Concernente aos cristãos do [[100|primeiro século]], a obra ''History of the Christian Church'' diz: "Não se usava o crucifixo e nenhuma representação material da cruz."- (Nova Iorque,1897). J. F. Hurst, Vol. I, P. 366. Durante o primeiro século do cristianismo, a cruz era raramente usada na [[iconografia]] cristã, uma vez que representa propositadamente um doloroso método de execução pública. O ''Ichthys'', ou símbolo do peixe, era mais utilizado pelos primeiros cristãos. |
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No entanto, o símbolo da cruz já foi associado aos cristãos no [[200|segundo século]], como é indicado nos argumentos anticristãos citados por Octavius |
No entanto, o símbolo da cruz já foi associado aos cristãos no [[200|segundo século]], como é indicado nos argumentos anticristãos citados por Octavius,<ref>[http://www.ccel.org/fathers2/ANF-04/anf04-34.htm ''Octavius'']</ref> capítulos IX e XXIX, escrito no final do mesmo século ou no início do próximo,<ref>The Worship of the Dead (London, 1904), by Colonel J. Garnier, p. 226.</ref> até o início do [[300|terceiro século]] a cruz tinha-se tornado tão estreitamente associada a Cristo que [[Clemente de Alexandria]], que morreu entre 211 e 216, usou a ambiguidade da frase τὸ κυριακὸν σημεῖον (o [[Sinal da Cruz|sinal do Senhor]]) para significar cruz, pois a [[Epístola de Barnabé|epístola apócrifa de Barnabé]], tem o número 318 (em grego numerais, ΤΙΗ) em Gênesis 14:14 foi interpretada como uma numerologia para cruz (T, na posição vertical) e de Jesus (ΙΗ, as primeiras duas letras do seu nome ΙΗΣΟΥΣ, a posição dos 18),<ref>[http://www.earlychristianwritings.com/text/clement-stromata-book6.html Stromata, book VI, chapter XI]</ref> e seu contemporâneo Tertuliano designou os crentes cristãos como ''crucis religiosi'', ou seja "devotos da Cruz."<ref>[http://www.newadvent.org/fathers/0301.htm ''Apology''., chapter xvi.] Nesse texto Tertuliano diferencia Cruz de Estaca.</ref> Em seu livro ''De Corona'', escrito em 204, diz Tertuliano diz que já era uma tradição para os cristãos fazer em sua testa o sinal da cruz.<ref>[http://www.ccel.org/ccel/schaff/anf03.iv.vi.iii.html ''De Corona'', capítulo 3]</ref> Muitos estudiosos consideram que a cruz teria sido adotada pelo cristianismo por seus próprios méritos, devido às suas conotações metafísicas, porém alguns historiadores sugerem que a cruz surgiu originalmente de um símbolo pagão: |
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{{Citação2|bq=s|cinza=s|A forma da [cruz de duas vigas] teve sua origem na antiga Caldeia e foi usada como símbolo do deus Tamuz (tendo a forma do Tau místico, a letra inicial de seu nome)naquele país e em terras adjacentes no Egito. Por volta dos meados do 3ºséc. A.D, as igrejas ou se haviam apartado ou tinham arrematado certas doutrinas da fé cristã. A fim de aumentar o prestígio do sistema eclesiástico apóstata, aceitavam-se pagãos nas igrejas, à parte de uma regeneração pela fé, e permitia-se-lhes em grande parte reter seus sinais e símbolos pagãos. Assim se adotou o Tau ou T, na sua forma mais frequente, com a peça transversal abaixada um pouco, para representar a cruz de Cristo.|''An Expository Dictionary of New Testament Words''<ref>''An Expository Dictionary of New Testament Words'' (Londres,1962), W.E.Vine,p.256</ref>}} |
{{Citação2|bq=s|cinza=s|A forma da [cruz de duas vigas] teve sua origem na antiga Caldeia e foi usada como símbolo do deus Tamuz (tendo a forma do Tau místico, a letra inicial de seu nome)naquele país e em terras adjacentes no Egito. Por volta dos meados do 3º séc. A.D., as igrejas ou se haviam apartado ou tinham arrematado certas doutrinas da fé cristã. A fim de aumentar o prestígio do sistema eclesiástico apóstata, aceitavam-se pagãos nas igrejas, à parte de uma regeneração pela fé, e permitia-se-lhes em grande parte reter seus sinais e símbolos pagãos. Assim se adotou o Tau ou T, na sua forma mais frequente, com a peça transversal abaixada um pouco, para representar a cruz de Cristo.|''An Expository Dictionary of New Testament Words''<ref>''An Expository Dictionary of New Testament Words'' (Londres,1962), W.E.Vine,p.256</ref>}} |
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A Enciclopédia Judaica diz: |
A Enciclopédia Judaica diz: |
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{{Citação2|bq=s|cinza=s|A cruz como um símbolo cristão (...) entrou em uso pelo menos no segundo século (ver "apost. Const." Iii. 17; [[epístola de Barnabé]], XI.-xii.; Justin, "Apologia", i . 55-60; "Dial. cum Tryph". 85-97) e à marcação de uma cruz sobre a testa e do tórax foi considerado como um talismã contra os poderes dos demônios.|[[Tertuliano]]<ref>(Tertuliano, "De Corona", iii.; Cipriano, "Testemunhos", xi. 21-22; Lactantius, "Divinae Institutiones," iv. 27, e outros). (...)</ref>}} |
{{Citação2|bq=s|cinza=s|A cruz como um símbolo cristão (...) entrou em uso pelo menos no segundo século (ver "apost. Const." Iii. 17; [[epístola de Barnabé]], XI.-xii.; Justin, "Apologia", i . 55-60; "Dial. cum Tryph". 85-97) e à marcação de uma cruz sobre a testa e do tórax foi considerado como um talismã contra os poderes dos demônios.|[[Tertuliano]]<ref>(Tertuliano, "De Corona", iii.; Cipriano, "Testemunhos", xi. 21-22; Lactantius, "Divinae Institutiones," iv. 27, e outros). (...)</ref>}} |
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Também conhecida como ''cruz floreada''; uma cruz latina com braços chanfrados e dois trifólios nas extremidades. Associada com a [[Arménia]], onde é presente nos lápides e memoriais (''khachkars''). |
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Também conhecida como ''Gammadia'', é uma Cruz Grega com a parte central dos braços removida. “Gamadia” vem da aparência de quatro [[alfabeto grego|letras gregas]] ''[[Γ|gama]]'' agrupadas. |
Também conhecida como ''Gammadia'', é uma Cruz Grega com a parte central dos braços removida. “Gamadia” vem da aparência de quatro [[alfabeto grego|letras gregas]] ''[[Γ|gama]]'' agrupadas. |
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Também conhecida como ''cruz ansata'', era na escrita hieroglífica egípcia o símbolo da vida. Conhecido também como símbolo da vida eterna. Os egípcios a usavam para indicar a vida após a morte. |
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Diversas [[bandeira nacional|bandeiras nacionais]] apresentam cruzes, inclusive as de todas as nações [[escandinávia|escandinavas]]. Vários países do [[Hemisfério Sul]] têm o [[Crux|Cruzeiro do Sul]] representado em suas bandeiras. |
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Flag of the United Kingdom.svg|Cruzes de São Jorge, Santo André e São Patrício na bandeira do Reino Unido |
Flag of the United Kingdom.svg|Cruzes de São Jorge, Santo André e São Patrício na bandeira do Reino Unido |
Edição atual tal como às 18h58min de 29 de abril de 2024
Cruz (do latim cruce) é uma figura geométrica, formada por duas linhas ou barras que se cruzam em ângulo de 90°, dividindo uma das linhas, ou ambas, ao meio. As linhas normalmente se apresentam na horizontal e na vertical; se estiverem na diagonal, a figura é chamada de sautor, ou aspa.
A cruz é um dos símbolos humanos mais antigos e é usada por diversas religiões, principalmente a católica. Alguns cristãos não a usam como símbolo, como por exemplo as Testemunhas de Jeová.[1]
Na subcultura gótica, surgida ao final da década de 1970, o símbolo geralmente representa sofrimento, dor ou angústia
No cristianismo
[editar | editar código-fonte]Um dos símbolos mais utilizados na religião é a cruz. A Encyclopædia Britannica chama a cruz de “o principal símbolo da religião cristã”. Num julgamento em tribunal na Grécia, a Igreja Ortodoxa Grega chegou a afirmar que aqueles que rejeitam a "Santa Cruz" não são cristãos. “Encontraram-se diversos objetos, datando de longos períodos anteriores à Era Cristã, marcados com cruzes de feitios diferentes, em quase cada parte do mundo antigo. A Índia, a Síria, a Pérsia e o Egito produziram todos muitos exemplos, ao passo que em quase toda a parte da Europa se encontraram numerosos casos, datando desde a parte posterior da Idade da Pedra até os tempos cristãos. O uso da cruz como símbolo religioso em tempos pré-cristãos e entre povos não-cristãos provavelmente pode ser considerado como quase universal, e em muitíssimos casos ligava-se a alguma forma de culto da natureza.” — Encyclopœdia Britannica, 1946, Vol. 6, página 753.
Concernente aos cristãos do primeiro século, a obra History of the Christian Church diz: "Não se usava o crucifixo e nenhuma representação material da cruz."- (Nova Iorque,1897). J. F. Hurst, Vol. I, P. 366. Durante o primeiro século do cristianismo, a cruz era raramente usada na iconografia cristã, uma vez que representa propositadamente um doloroso método de execução pública. O Ichthys, ou símbolo do peixe, era mais utilizado pelos primeiros cristãos.
No entanto, o símbolo da cruz já foi associado aos cristãos no segundo século, como é indicado nos argumentos anticristãos citados por Octavius,[2] capítulos IX e XXIX, escrito no final do mesmo século ou no início do próximo,[3] até o início do terceiro século a cruz tinha-se tornado tão estreitamente associada a Cristo que Clemente de Alexandria, que morreu entre 211 e 216, usou a ambiguidade da frase τὸ κυριακὸν σημεῖον (o sinal do Senhor) para significar cruz, pois a epístola apócrifa de Barnabé, tem o número 318 (em grego numerais, ΤΙΗ) em Gênesis 14:14 foi interpretada como uma numerologia para cruz (T, na posição vertical) e de Jesus (ΙΗ, as primeiras duas letras do seu nome ΙΗΣΟΥΣ, a posição dos 18),[4] e seu contemporâneo Tertuliano designou os crentes cristãos como crucis religiosi, ou seja "devotos da Cruz."[5] Em seu livro De Corona, escrito em 204, diz Tertuliano diz que já era uma tradição para os cristãos fazer em sua testa o sinal da cruz.[6] Muitos estudiosos consideram que a cruz teria sido adotada pelo cristianismo por seus próprios méritos, devido às suas conotações metafísicas, porém alguns historiadores sugerem que a cruz surgiu originalmente de um símbolo pagão:
“ | A forma da [cruz de duas vigas] teve sua origem na antiga Caldeia e foi usada como símbolo do deus Tamuz (tendo a forma do Tau místico, a letra inicial de seu nome)naquele país e em terras adjacentes no Egito. Por volta dos meados do 3º séc. A.D., as igrejas ou se haviam apartado ou tinham arrematado certas doutrinas da fé cristã. A fim de aumentar o prestígio do sistema eclesiástico apóstata, aceitavam-se pagãos nas igrejas, à parte de uma regeneração pela fé, e permitia-se-lhes em grande parte reter seus sinais e símbolos pagãos. Assim se adotou o Tau ou T, na sua forma mais frequente, com a peça transversal abaixada um pouco, para representar a cruz de Cristo. | ” |
— An Expository Dictionary of New Testament Words[7].
|
A Enciclopédia Judaica diz:
“ | A cruz como um símbolo cristão (...) entrou em uso pelo menos no segundo século (ver "apost. Const." Iii. 17; epístola de Barnabé, XI.-xii.; Justin, "Apologia", i . 55-60; "Dial. cum Tryph". 85-97) e à marcação de uma cruz sobre a testa e do tórax foi considerado como um talismã contra os poderes dos demônios. | ” |
Na heráldica
[editar | editar código-fonte]As cruzes seguintes são empregadas exclusiva ou principalmente em heráldica.
Tipo de cruz | Descrição | Imagem |
---|---|---|
Cruz heráldica |
A cruz heráldica simples apresenta braços de mesmo comprimento, acompanhando as proporções do escudo. |
|
Cruz em trevo |
Com as extremidades dos braços em forma de trevo. |
|
Cruz de Portugal |
A cruz da Ordem de Cristo de Portugal é uma cruz vermelha e cada um dos seus braços é barrado. |
|
Cruz recruzada |
Cada um dos braços da cruz é barrado. |
|
Cruz de Jerusalém |
Foi a insígnia do Reino Latino de Jerusalém, que existiu por cerca de duzentos anos após a Primeira Cruzada. As quatro cruzetas nos cantos simbolizariam ou os quatro Evangelhos ou as quatro direções nas quais a palavra de Cristo se espalhou, a partir de Jerusalém. Ou as cinco cruzes podem simbolizar as cinco chagas de Cristo durante a Paixão. |
|
Cruz florenciada |
As extremidades dos braços têm forma semelhante à flor-de-lis. |
|
Cruz bifurcada (fourchée) |
Com as extremidades em forma de garfo. |
|
Cruz de Malta |
Seus braços estreitam na direção do centro e são chanfrados nas extremidades. Também conhecida como Cruz de São João. |
|
Cruz ancorada (moline) |
Suas extremidades são divididas e as pontas resultantes são curvadas. |
|
Cruz patonce |
Intermediária entre a cruz pátea e a florenciada. Algumas fontes a chamam de Cruz floreada. |
|
Cruz Pátea |
Seus braços se estreitam na direção do centro, mas não apresentam extremidades chanfradas. |
|
Cruz de Cantuária |
Mais similar à Cruz Pátea, mas com braços convexos a sus extremidades. Associada com a Igreja da Inglaterra. |
|
Cruz arménia |
Também conhecida como cruz floreada; uma cruz latina com braços chanfrados e dois trifólios nas extremidades. Associada com a Arménia, onde é presente nos lápides e memoriais (khachkars). |
|
Cruz bordonada (pommée) |
Com as extremidades em forma de bordão. |
|
Cruz potenteia |
Suas extremidades são barradas. |
|
Cruz de Lorena |
Uma cruz com duas barras horizontais. Este símbolo está associado com Lorena e França Livre, e também está presente em os brasões da Eslováquia, Hungria e Lituânia. |
|
Quadrática |
Uma cruz com um quadrado no ponto de intersecção. |
|
Cruz românica de consagração |
Tripla e entrelaçada. |
|
Cruz oca |
Também conhecida como Gammadia, é uma Cruz Grega com a parte central dos braços removida. “Gamadia” vem da aparência de quatro letras gregas gama agrupadas. |
|
Cruz tetragrâmica |
Também conhecida como Cruz Sérvia, é uma cruz grega com quatro letras em cada canto que, originalmente, foram consideradas como letras gregas beta. Foi associada com o Império Bizantino, e as letras foram os iniciais do frase grego que significa: "Rei dos reis governando sobre reis". Hoje, está associada com a Sérvia, presente no brasão e na bandeira do país, e com a Igreja Ortodoxa Sérvia. As letras, por aparência, são consideradas como letras cirílicas "C" (S no alfabeto latim). |
|
Cruz de Santo André (decussata) |
A cruz decussata, conhecida também pelos nomes de sautor ou cruz de Santo André, é um símbolo heráldico na forma de cruz diagonal ou na letra X. Segundo a tradição cristã, o apóstolo André foi martirizado em uma cruz desta forma. Este símbolo também está presente em várias bandeiras, brasões e selos como nas bandeiras da Escócia e Jamaica. |
|
Cruz nórdica |
Também conhecida como cruz escandinava, é um símbolo heráldico na forma de cruz com o braço a direita mais longa que os outros. Foi originalmente associado com a bandeira da Dinamarca, e é hoje presente nas bandeiras de todos os países escandinavos. |
|
Ankh |
Também conhecida como cruz ansata, era na escrita hieroglífica egípcia o símbolo da vida. Conhecido também como símbolo da vida eterna. Os egípcios a usavam para indicar a vida após a morte. |
|
Cruz ortodoxa |
Uma cruz com dois barras horizontais, e uma barra diagonal. A barra diagonal aponta a esquerda porque o criminal virtuoso foi a esquerda de Jesus à sua crucifixão. Este símbolo está associado com a Igreja Ortodoxa Russa em particular. |
Há diversas outras variações da cruz em heráldica.
Em bandeiras
[editar | editar código-fonte]Diversas bandeiras nacionais apresentam cruzes, inclusive as de todas as nações escandinavas. Vários países do Hemisfério Sul têm o Cruzeiro do Sul representado em suas bandeiras.
- Bandeira da Austrália ("Union Jack" e o Cruzeiro do Sul)
- Bandeira do Brasil (Cruzeiro do Sul)
- Bandeira do Burundi
- Bandeira da Dominica
- Bandeira da Dinamarca (a Danebrogen)
- Bandeira da Escócia
- Bandeira da Finlândia
- Bandeira da Grécia
- Bandeira da Geórgia
- Bandeira da Inglaterra
- Bandeira da Islândia
- Bandeira da Jamaica
- Bandeira de Malta
- Bandeira da Noruega
- Bandeira da Nova Zelândia ("Union Jack" e o Cruzeiro do Sul)
- Bandeira da Papua Nova Guiné (Cruzeiro do Sul)
- Bandeira de Portugal
- Bandeira do Reino Unido (a Union Jack)
- Bandeira da República Dominicana
- Bandeira de Samoa (Cruzeiro do Sul)
- Bandeira da Sérvia (na brasão sobre a bandeira)
- Bandeira da Suécia
- Bandeira da Suíça
- Bandeira de Tonga
- Bandeira de Wallis e Futuna (bandeira da França)
Outros usos da cruz
[editar | editar código-fonte]O Cruzeiro do Sul (Crux) é uma constelação em forma de cruz no Hemisfério Sul.
A cruz mais alta, de 152,4 metros de altura, faz parte do Monumento Nacional de Santa Cruz del Valle de los Caidos, na Espanha.
Cruz Alta - município brasileiro do Rio Grande do Sul, Brasil.
-
Cruz Nórdica na bandeira da Suécia
-
Cruzes de São Jorge, Santo André e São Patrício na bandeira do Reino Unido
-
Suástica ou cruz gamada, um símbolo muito antigo
-
Bandeira da dinastia Paleólogo, com a cruz tetragâmica
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Testemunhas de Jeová». Testemunhas de Jeová. Jw.org. Consultado em 11 de abril de 2018
- ↑ Octavius
- ↑ The Worship of the Dead (London, 1904), by Colonel J. Garnier, p. 226.
- ↑ Stromata, book VI, chapter XI
- ↑ Apology., chapter xvi. Nesse texto Tertuliano diferencia Cruz de Estaca.
- ↑ De Corona, capítulo 3
- ↑ An Expository Dictionary of New Testament Words (Londres,1962), W.E.Vine,p.256
- ↑ (Tertuliano, "De Corona", iii.; Cipriano, "Testemunhos", xi. 21-22; Lactantius, "Divinae Institutiones," iv. 27, e outros). (...)
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Koch, Rudolf (1955). The Book of Signs. Dover, NY. ISBN 0-486-20162-7.