Esquistossomose: diferenças entre revisões
→Causas: alteração de caracol para caramujo, pois o caracol é terrestre e o transmissor caramujo é aquático |
|||
(Há 40 revisões intermédias de 27 utilizadores que não estão a ser apresentadas) | |||
Linha 1: | Linha 1: | ||
{{Mais notas|data=abril de 2023}} |
|||
{{Info/Patologia | |
|||
{{Info/Patologia |
|||
|Nome = Esquistossomose| |
|||
|Imagem |
|Nome = Esquistossomose |
||
|Imagem = Schistosomiasis in a child 2.jpg |
|||
|Legenda = Menino de 11 anos com [[ascite|fluido abdominal]] e [[hipertensão portal]] devido a esquisstossomose (Agusan del Sur, Filipinas) |
|||
|CID10 = B65 |
|||
|CID9 = {{CID9|120}} |
|||
|complicações= [[Hepatoxicidade|dano ao fígado]], [[insuficiência renal]], [[infertilidade]], [[câncer de bexiga]]<ref name="WHO2014"/> |
|||
|causas = [[Schistosoma]] de caramujos de água doce<ref name="WHO2014"/> |
|||
|diagnose = Identificação de ovos do parasita na urina ou fezes, [[anticorpo]]s contra a doença no sangue<ref name="WHO2014"/> |
|||
|medicação = [[Praziquantel]]<ref name="WHO2014"/> |
|||
|prevenção = Acesso a água limpa<ref name="WHO2014"/> |
|||
|prevenção = Acesso a água limpa<ref name="WHO2014"/> |
|||
}} |
}} |
||
A '''esquistossomose''', também conhecida como '''barriga d'água''', '''xistose''',<ref>{{Citar web|url=https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/e/esquistossomose/esquistossomose|titulo=Esquistossomose|acessodata=2022-12-31|website=Ministério da Saúde|lingua=pt-br}}</ref> '''febre do caramujo''' ou '''bilharzíaze''',<ref name="cpqr.fiocruz.br">[http://www.cpqrr.fiocruz.br/simposio/ X Simpósio Internacional]</ref><ref>{{citar periódico|último1 =Colley|primeiro1 =Daniel G.|último2 =Bustinduy|primeiro2 =Amaya L.|último3 =Secor|primeiro3 =W. Evan|último4 =King|primeiro4 =Charles H.|título=Human schistosomiasis|periódico=The Lancet|volume=383|número=9936|páginas=2253–2264|doi=10.1016/s0140-6736(13)61949-2|pmid=24698483|url=http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(13)61949-2/abstract|pmc=4672382|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140829010728/http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(13)61949-2/abstract|arquivodata=29/8/2014}}</ref> é uma [[Verminose|doença]] causada pelos [[Platyhelminthes|platelmintos]] do gênero ''[[Schistosoma]]''. O [[Aparelho urinário|trato urinário]] e/ou [[Tubo digestivo|intestinos]] podem ser infectados. |
|||
A doença é transmitida por contato com [[água doce]] contaminada com parasitas, que são liberados a partir de caracóis infectados de água doce. A doença é especialmente comum entre as crianças em países em desenvolvimento como elas são mais propensas a brincar na água contaminada. Outros grupos de alto risco incluem: agricultores, pescadores ou pessoas que utilizam a água suja para uso diário.<ref name="WHO2014"/> Ela pertence ao grupo de infecções [[Verminose|helmínticas]]<ref>{{citar web|título=Chapter 3 Infectious Diseases Related To Travel|url=http://wwwnc.cdc.gov/travel/yellowbook/2014/chapter-3-infectious-diseases-related-to-travel/schistosomiasis|website=cdc.gov|acessodata=30/11/2014|data=1/8/2013|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150402165447/http://wwwnc.cdc.gov/travel/yellowbook/2014/chapter-3-infectious-diseases-related-to-travel/schistosomiasis|arquivodata=2/4/2015}}</ref> e o diagnóstico é através da identificação de ovos do parasita, na urina ou fezes da pessoa. Também pode ser confirmada pela identificação de [[Imunoglobulina|anticorpos]] contra a doença no sangue.<ref name="WHO2014"/> |
|||
A '''esquistossomose''', também conhecida como '''barriga d'água''', '''febre do caramujo''' ou '''bilharzíaze''',<ref name="cpqr.fiocruz.br">[http://www.cpqrr.fiocruz.br/simposio/ X Simpósio Internacional </ref><ref>{{citar periódico|último1 =Colley|primeiro1 =Daniel G.|último2 =Bustinduy|primeiro2 =Amaya L.|último3 =Secor|primeiro3 =W. Evan|último4 =King|primeiro4 =Charles H.|título=Human schistosomiasis|periódico=The Lancet|volume=383|número=9936|páginas=2253–2264|doi=10.1016/s0140-6736(13)61949-2|pmid=24698483|url=http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(13)61949-2/abstract|pmc=4672382|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140829010728/http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(13)61949-2/abstract|arquivodata=29/8/2014|df=}}</ref> é uma [[Verminose|doença]] causada pelos [[Platyhelminthes|platelmintos]] do gênero ''[[Schistosoma]]''. O [[Aparelho urinário|trato urinário]] e/ou [[Tubo digestivo|intestinos]] podem ser infectados. Sintomas incluem [[dor abdominal]], [[Diarreia|diarréia sanguinolenta]] ou [[Hematúria|sangue na urina]]. Aqueles que foram infectados por um [[Doença crônica|longo período de tempo]] podem ocorrer apresentar [[Hepatotoxicidade|danos ao fígado]], [[insuficiência renal]], [[infertilidade]] ou [[câncer de bexiga]]. Em crianças, pode causar problemas de crescimento e [[dificuldades de aprendizagem]].<ref name="WHO2014">{{citar web|título=Schistosomiasis Fact sheet N°115|url=http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs115/en|obra=World Health Organization|acessodata=15/3/2014|data=3/2/2014|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140312203924/http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs115/en/|arquivodata=12/3/2014|df=}}</ref> |
|||
Métodos de prevenção da doença incluem a melhoria do acesso a água potável e a redução do número de caracóis. Em áreas onde a doença é comum, o medicamento [[praziquantel]] pode ser dado uma vez por ano, para todo o grupo. Isto é feito para diminuir o número de pessoas infectadas e, consequentemente, a propagação da doença. O praziquantel também é o tratamento recomendado pela [[Organização Mundial da Saúde|Organização Mundial de Saúde]] (OMS) para aqueles que estão infectados.<ref name="WHO2014"/> |
|||
A doença é transmitida por contato com [[água doce]] contaminada com parasitas, que são liberados a partir de caramujos infectados de água doce. A doença é especialmente comum entre as crianças em países em desenvolvimento como elas são mais propensas a brincar na água contaminada. Outros grupos de alto risco incluem: agricultores, pescadores, e pessoas que utilizam a água suja para uso diário.<ref name="WHO2014"/> Ela pertence ao grupo de infecções [[Verminose|helmínticas]]<ref>{{citar web|título=Chapter 3 Infectious Diseases Related To Travel|url=http://wwwnc.cdc.gov/travel/yellowbook/2014/chapter-3-infectious-diseases-related-to-travel/schistosomiasis|website=cdc.gov|acessodata=30/11/2014|data=1/8/2013|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150402165447/http://wwwnc.cdc.gov/travel/yellowbook/2014/chapter-3-infectious-diseases-related-to-travel/schistosomiasis|arquivodata=2/4/2015|df=}}</ref> e o diagnóstico é através da identificação de ovos do parasita, na urina ou fezes da pessoa. Também pode ser confirmada pela identificação de [[Imunoglobulina|anticorpos]] contra a doença no sangue.<ref name="WHO2014"/> |
|||
A esquistossomose afetou cerca de 252 milhões de pessoas em todo o mundo em 2015. Estima-se que 4.400 a 200.000 pessoas morrem a cada ano.<ref name="The2013">{{citar periódico|último =Thétiot-Laurent|primeiro =S. A.|autor2 =Boissier, J.|autor3 =Robert, A.|autor4 =Meunier, B.|título=Schistosomiasis Chemotherapy|periódico=Angewandte Chemie International Edition in English|data=27/6/2013|pmid=23813602|volume=52|número=31|páginas=7936–56|doi=10.1002/anie.201208390}}</ref> A doença é mais comum na África, bem como a Ásia e a América do Sul.<ref name="WHO2014"/> Em torno de 700 milhões de pessoas, em mais de 70 países, vivem em áreas onde a doença é comum.<ref>{{citar web|título=Schistosomiasis A major public health problem|url=http://www.who.int/schistosomiasis/en|obra=World Health Organization|acessodata=15/3/2014|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140405213018/http://www.who.int/schistosomiasis/en/|arquivodata=5/4/2014}}</ref> Em países tropicais, a esquistossomose é segunda apenas para a [[malária]] entre doenças parasitárias com o maior impacto económico.<ref name="SCP">{{citar web|autor =The Carter Center|título=Schistosomiasis Control Program|url=http://www.cartercenter.org/health/schistosomiasis/index.html|acessodata=17/7/2008|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080720091015/http://cartercenter.org/health/schistosomiasis/index.html|arquivodata=20 de julho de 2008}}</ref> Está listada como uma [[Doença negligenciada|doença tropical negligenciada]].<ref>{{citar web|título=Neglected Tropical Diseases|url=https://www.cdc.gov/globalhealth/ntd/diseases/index.html|website=cdc.gov|acessodata=28/11/2014|data=6/6/2011|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141204084219/http://www.cdc.gov/globalhealth/ntd/diseases/index.html|arquivodata=4/12/2014}}</ref> |
|||
Métodos de prevenção da doença incluem a melhoria do acesso a água potável e a redução do número de caramujos. Em áreas onde a doença é comum, o medicamento [[praziquantel]] pode ser dado uma vez por ano, para todo o grupo. Isto é feito para diminuir o número de pessoas infectadas e, consequentemente, a propagação da doença. O [[praziquantel]] também é o tratamento recomendado pela [[Organização Mundial da Saúde|Organização Mundial de Saúde]] (OMS) para aqueles que estão infectados.<ref name="WHO2014"/> |
|||
== Sinais e sintomas == |
|||
A esquistossomose afetou cerca de 252 milhões de pessoas em todo o mundo em 2015. Estima-se que 4.400 a 200.000 pessoas morrem a cada ano.<ref name="The2013">{{citar periódico|último =Thétiot-Laurent|primeiro =S. A.|autor2 =Boissier, J.|autor3 =Robert, A.|autor4 =Meunier, B.|título=Schistosomiasis Chemotherapy|periódico=Angewandte Chemie International Edition in English|data=27/6/2013|pmid=23813602|volume=52|número=31|páginas=7936–56|doi=10.1002/anie.201208390}}</ref> A doença é mais comum na África, bem como a Ásia e a América do Sul.<ref name="WHO2014"/> Em torno de 700 milhões de pessoas, em mais de 70 países, vivem em áreas onde a doença é comum.<ref>{{citar web|título=Schistosomiasis A major public health problem|url=http://www.who.int/schistosomiasis/en|obra=World Health Organization|acessodata=15/3/2014|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140405213018/http://www.who.int/schistosomiasis/en/|arquivodata=5/4/2014|df=}}</ref> Em países tropicais, a esquistossomose é segunda apenas para a [[malária]] entre doenças parasitárias com o maior impacto económico.<ref name="SCP">{{citar web|autor =The Carter Center|título=Schistosomiasis Control Program|url=http://www.cartercenter.org/health/schistosomiasis/index.html|acessodata=17/7/2008|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080720091015/http://cartercenter.org/health/schistosomiasis/index.html|arquivodata=20 de julho de 2008|df=}}</ref> Está listada como uma [[Doença negligenciada|doença tropical negligenciada]].<ref>{{citar web|título=Neglected Tropical Diseases|url=https://www.cdc.gov/globalhealth/ntd/diseases/index.html|website=cdc.gov|acessodata=28/11/2014|data=6/6/2011|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141204084219/http://www.cdc.gov/globalhealth/ntd/diseases/index.html|arquivodata=4/12/2014|df=}}</ref> |
|||
[[File:Cercarial dermatitis lower legs.jpg|thumb|200px|A dermatite cercariana pode apresentar-se como uma erupção pruriginosa, vermelha, [[erupção cutânea maculopapular|maculopapular]] (lesões planas e elevadas) nos locais de penetração cercária.]] |
|||
[[File:Schistosomiasis itch.jpeg|thumb|200px|upright=1.3|Bolhas na pele do antebraço, criadas pela entrada de parasitas ''Schistosoma'']] |
|||
Muitos indivíduos não apresentam sintomas. Se os sintomas aparecerem, eles geralmente levam de 4 a 6 semanas a partir do momento da infecção. O primeiro sintoma da doença pode ser uma sensação de mal-estar geral]. Dentro de 12 horas após a infecção, a pessoa pode reclamar de uma sensação de formigamento ou leve [[erupção cutânea]], comumente referido como "coceira do nadador", devido à irritação no ponto de entrada. A erupção que pode se desenvolver pode simular [[sarna]] e outros tipos de erupções cutâneas. Outros sintomas podem ocorrer 2 a 10 semanas depois e podem incluir [[febre]], dor, [[tosse]], [[diarreia]], calafrios ou aumento da glândula. Esses sintomas também podem estar relacionados à esquistossomose aviária, que não causa mais sintomas em humanos.<ref name="Schistosoma/Schistosomiasis">{{citar web |url=https://www.lecturio.com/concepts/schistosoma-schistosomiasis/| titulo=Schistosoma/Schistosomiasis|website=The Lecturio Medical Concept Library |acessodata= 2/7/2021}}</ref> |
|||
== Causas == |
|||
[[Ficheiro:Schistosma - Cercaria.jpg|miniaturadaimagem|As cercárias vivem em rios e lagos com caramujos e são a forma infectante do ''Schistosoma''.]] |
|||
As manifestações da infecção esquistossomótica variam ao longo do tempo à medida que as [[cercárias]] e, posteriormente, os vermes adultos e seus ovos migram pelo corpo.<ref name=":1">{{citar periódico|vauthors=Gryseels B, Polman K, Clerinx J, Kestens L|data=setembro de 2006|titulo=Human schistosomiasis|periódico=Lancet|volume=368|número=9541|páginas=1106–18|doi=10.1016/s0140-6736(06)69440-3|pmid=16997665|s2cid=999943}}</ref> Se os ovos migrarem para o cérebro ou medula espinhal, podem ocorrer convulsões, paralisia ou inflamação da medula espinhal.<ref>{{citar web | url=https://www.cdc.gov/parasites/schistosomiasis/disease.html | titulo=Parasites - Schistosomiasis, Disease | website=www.cdc.gov | acessodata=4/12/2016 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20161202195524/http://www.cdc.gov/parasites/schistosomiasis/disease.html | arquivodata=2/12/2016}}</ref> |
|||
Existem seis espécies de ''[[Schistosoma]]'' que podem causar a esquistossomose ao homem: ''[[Schistosoma haematobium|S. hematobium]]'', ''[[Schistosoma intercalatum|S. intercalatum]]'', ''[[Schistosoma japonicum|S. japonicum]]'', ''[[Schistosoma malayensis|S. malayensis]]'', ''[[Schistosoma mansoni|S. mansoni]]'' e ''[[Schistosoma mekongi|S. mekongi]]''. Destas, apenas ''[[Schistosoma mansoni|S. mansoni]]'' é encontrada no [[América|continente americano]]. |
|||
Aqueles que foram infectados por um longo tempo podem apresentar [[dano hepático]], [[insuficiência renal]], [[infertilidade]] ou [[câncer de bexiga]].<ref name= WHO2014/> Em crianças, pode causar baixo crescimento e dificuldade de aprendizagem.<ref name=WHO2014>{{citar web | titulo=Schistosomiasis Fact sheet N°115 | url=https://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs115/en | publicado=World Health Organization | acessodata=15 de março de 2014 | data=3/2/2014 | urlmorta=dead | arquivourl=https://web.archive.org/web/20140312203924/http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs115/en/ | arquivodata=12/3/2014}}</ref> |
|||
Esses vermes se reproduzem dentro de caramujo, seu hospedeiro intermediário, e suas metacercárias penetram ativamente na pele e mucosas das pessoas que nadam ou ficam períodos dentro de rios e lagos com caramujos contaminados. Ou ainda podem ser deglutidos em alimentos contaminados com as cercárias, porém se elas atingirem o estômago são destruídas pelo suco gástrico (altamente ácido), entretanto na maioria dos casos relacionados a ingestão das cercárias, as larvas penetram nas mucosas antes de chegar ao estômago e dessa forma dão continuidade ao ciclo. |
|||
===Esquistossomose aguda=== |
|||
== Progressão e sintomas == |
|||
==== Dermatite cercária ==== |
|||
[[Ficheiro:Schistosoma mansoni trematodes.jpg|direita|thumb|Formas adultas do ''Schistosoma mansoni''. À esquerda par de macho e fêmea; ao meio fêmea; à direita macho]] |
|||
A primeira reação potencial é uma erupção pruriginosa, maculopapular que resulta da penetração de cercárias na pele nas primeiras 12 horas a dias após a penetração da cercária na pele.<ref name="msd">{{Citar web|url=https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/tremat%C3%B3deos-vermes/esquistossomose|titulo=Esquistossomose (Bilharzíase)|acessodata=2023-04-18|website=Manual Merck Sharp-Dhome}}</ref><ref name=":7">{{citar livro|url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/C2016001879X|titulo=Hunter's Tropical Medicine and Emerging Infectious Diseases|data=2020|publicado=Elsevier|isbn=978-0-323-55512-8|língua=en|doi=10.1016/c2016-0-01879-x|s2cid=241260330}}</ref> A primeira vez que uma pessoa não sensibilizada é exposta, as erupções são geralmente leves com uma sensação de formigamento associada que desaparece rapidamente por conta própria, pois esse é um tipo de reação de hipersensibilidade. Em pessoas sensibilizadas que foram previamente infectadas, a erupção cutânea pode se desenvolver em lesões elevadas, pruriginosas e vermelhas ([[pápula]]), algumas se transformando em lesões cheias de líquido ([[Vesícula (dermatologia)|vesículas]]).<ref name=":7"/> Infecções prévias com cercárias causam um desenvolvimento mais rápido e pior apresentação da dermatite devido à resposta imune mais forte.<ref>{{Citar web|data=2019-05-13|titulo=CDC - DPDx - Cercarial Dermatitis|url=https://www.cdc.gov/dpdx/cercarialdermatitis/index.html|acessodata=2021-11-01|website=www.cdc.gov|língua=en-us}}</ref> The round bumps are usually one to three centimeters across.<ref name=":3">{{citar periódico | vauthors = Gray DJ, Ross AG, Li YS, McManus DP | titulo = Diagnosis and management of schistosomiasis | periódico = BMJ | volume = 342 | páginas = d2651 | data = maio de 2011 | pmid = 21586478 | pmc = 3230106 | doi = 10.1136/bmj.d2651 }}</ref> Como as pessoas que vivem nas áreas afetadas foram frequentemente expostas repetidamente, as reações agudas são mais comuns em turistas e migrantes.<ref>{{citar periódico | vauthors = Bottieau E, Clerinx J, de Vega MR, Van den Enden E, Colebunders R, Van Esbroeck M, Vervoort T, Van Gompel A, Van den Ende J | numero-autores = 6 | titulo = Imported Katayama fever: clinical and biological features at presentation and during treatment | periódico = The Journal of Infection | volume = 52 | número = 5 | páginas = 339–45 | data = maio 2006 | pmid = 16169593 | doi = 10.1016/j.jinf.2005.07.022 }}</ref> A erupção pode ocorrer entre as primeiras horas e uma semana após a exposição, e normalmente desaparece por conta própria em cerca de 7 a 10 dias.<ref name=":7" /><ref name=":3"/> Para a esquistossomose humana, um tipo semelhante de [[dermatite]] chamado "coceira do nadador" também pode ser causado por cercárias de animais [[trematódeos]] que freqüentemente infectam pássaros.<ref name=":1"/><ref name=":7" /><ref name=":4">{{citar periódico | vauthors = Ross AG, Bartley PB, Sleigh AC, Olds GR, Li Y, Williams GM, McManus DP | titulo = Schistosomiasis | periódico = The New England Journal of Medicine | volume = 346 | número = 16 | páginas = 1212–20 | data = abril de 2002 | pmid = 11961151 | doi = 10.1056/NEJMra012396 | url = http://espace.library.uq.edu.au/view/UQ:64149/UQ64149_OA.pdf }}</ref> A dermatite cercariana não é contagiosa e não pode ser transmitida de pessoa para pessoa.<ref name=":9" /> |
|||
Os sintomas podem incluir:<ref name=":7" /><ref name=":9" /> |
|||
A fase de penetração corporal é o nome dado a sintomas que podem ocorrer quando da penetração da cercária na pele, mas frequentemente é assintomática, exceto em indivíduos já infectados antes. Nestes casos é comum surgir [[eritema]] (vermelhidão), reação de sensibilidade com [[urticária]] ([[dermatite]] cercariana) e prurido e pele avermelhada ou pápulas na pele no local penetrado, que duram alguns dias. |
|||
* Erupção plana e vermelha |
|||
* Pequenas espinhas vermelhas e salientes |
|||
* Pequenas bolhas vermelhas |
|||
* Sensação de formigamento ou formigamento, queimação, coceira na pele |
|||
Coçar a erupção cutânea pode levar a uma infecção bacteriana secundária da pele, por isso é importante evitar coçar. Alguns tratamentos comuns para a coceira incluem creme corticosteroide, loção anti-coceira e aplicação de compressas frias a erupções cutâneas, tomar banho com sais de Epsom ou bicarbonato de sódio e, em casos de coceira intensa, cremes e loções fortes prescritos, [[anti-histamínico]]s orais também podem ajudar a aliviar a coceira.<ref name=":7" /><ref name=":9" /> |
|||
Na fase inicial ou aguda, geralmente aparece após três a nove semanas após a penetração das cercárias quando há disseminação das larvas pelo sangue, e principalmente o início da postura de ovos o paciente apresenta a '''síndrome de Katayama''' caracteriza por: |
|||
*[[Náusea]], |
|||
*[[Cefaleia]] (dor de cabeça), |
|||
*[[Astenia]] (fraqueza) |
|||
*[[Dor abdominal]], |
|||
*[[Diarreia]] com sangue, |
|||
*[[Dispneia]] (falta de ar), |
|||
*[[Hemoptise]] (tosse com sangue), |
|||
*[[Artralgia]]s (dores em articulações), |
|||
*[[Linfonodomegalia]] (gânglios linfáticos inchados) |
|||
*[[Hepatomegalia]] (aumento do fígado), |
|||
*[[Esplenomegalia]] (aumento do baço), |
|||
*[[Urticária]] (alergia na pele com coceira). |
|||
==== Esquistossomose aguda (febre de Katayama) ==== |
|||
=== Complicações === |
|||
A esquistossomose aguda (febre de Katayama) pode ocorrer semanas ou meses (cerca de 2 a 8 semanas)<ref name=":10">{{Citation|último=Rosenthal|primeiro=Philip J.|titulo=Schistosomiasis (Bilharziasis)|data=2021|url=http://accessmedicine.mhmedical.com/content.aspx?aid=1175788717|publicacao=Current Medical Diagnosis & Treatment 2021|editor-sobrenome=Papadakis|editor-nome=Maxine A.|local=New York, NY|publicado=McGraw-Hill Education|acessodata=2021-11-01|editor-sobrenome2=McPhee|editor-nome2=Stephen J.|editor-sobrenome3=Rabow|editor-nome3=Michael W.}}</ref> após a infecção inicial como uma reação sistêmica contra a migração dos esquistossômulos conforme eles passam pela corrente sanguínea através dos pulmões para o fígado e também contra os antígenos dos ovos.<ref name=":1" /> Da mesma forma que a coceira do nadador, a febre de Katayama é mais comumente visto em pessoas com sua primeira infecção, como migrantes e turistas, e está associado a infecções pesadas.<ref name=":8" /> É visto, no entanto, em residentes nativos da China infectados com ''[[Schistosoma japonicum|S. japonicum]]''.<ref>{{citar periódico | vauthors = Ross AG, Sleigh AC, Li Y, Davis GM, Williams GM, Jiang Z, Feng Z, McManus DP | numero-autores = 6 | titulo = Schistosomiasis in the People's Republic of China: prospects and challenges for the 21st century | periódico = Clinical Microbiology Reviews | volume = 14 | número = 2 | páginas = 270–95 | data = abril 2001 | pmid = 11292639 | pmc = 88974 | doi = 10.1128/CMR.14.2.270-295.2001 }}</ref> ''S. japonicum'' pode causar esquistossomose aguda em população cronicamente infectada e pode levar a uma forma mais grave de esquistossomose aguda.<ref name=":7" /> |
|||
Os sintomas crônicos são quase todos devidos à produção de ovos imunogênicos. Estes são destrutivos por si mesmos, com o seus espinhos e enzimas, mas é a [[inflamação]] com que o sistema imunitário lhes reage que causa os maiores danos. As formas adultas não são atacadas porque usam moléculas ''self'' do próprio hóspede para se camuflar. Os sintomas desta fase crônica podem ser a [[hepatopatia]]s/enteropatias com [[hepatomegalia]], [[ascite]], [[diarreia]] no caso da esquistossomose mansônica, única que existe no Brasil. As formas mais graves com [[hepatomegalia]] e [[hipertensão portal]] são as principais causas de morte por esquistossomose no Brasil. A esquistossomose hematóbia, que existe em países africanos pode levar a patologias urinárias como [[disúria]]/[[hematúria]], [[nefropatia]]s, [[câncer da bexiga]]. |
|||
Os sintomas podem incluir:<ref name=":10" /><ref name=":8" /> |
|||
Outras formas de esquistossomose graves são as formas ectópicas cujas mais importantes são neurológicas que pode ser medular, conhecida como [[mielopatia esquistossomótica]] ou [[esquistossomose medular]]<ref>FREITAS, André Ricardo Ribas; OLIVEIRA, Augusto César Penalva and SILVA, Luiz Jacintho. Schistosomal myeloradiculopathy in a low-prevalence area: 27 cases (14 autochthonous) in Campinas, São Paulo, Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz [online]. 2010, vol.105, n.4, pp. 398-408. ISSN 0074-0276. doi: 10.1590/S0074-02762010000400009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0074-02762010000400009&lng=en&nrm=iso&tlng=en> ou <http://www.scielo.br/pdf/mioc/v105n4/09.pdf></ref>, ou cerebral, quando atingem o cérebro, existem também casos de esquistossomose ectópica na pele, pulmão, tuba uterina e outras vísceras. |
|||
* Tosse seca com alterações na [[radiografia de tórax]] |
|||
* Febre |
|||
* Fadiga |
|||
* [[Mialgia|Dores musculares]] |
|||
* Dor de cabeça |
|||
* Mal-estar |
|||
* Dor abdominal |
|||
* Diarreia |
|||
* [[Hepatomegalia|Aumento do fígado]] e do [[Esplenomegalia|baço]] |
|||
* Colmeias |
|||
A esquistossomose aguda geralmente se resolve em 2 a 8 semanas na maioria dos casos,<ref name=":10" /> mas uma pequena proporção de pessoas apresenta perda de peso persistente, diarreia, dor abdominal difusa e erupção cutânea.<ref name= ":1"/> |
|||
As complicações podem incluir: |
|||
* Inflamação da medula espinhal ([[mielite transversa]]) pode ocorrer se vermes ou ovos viajarem para a medula espinhal durante esta fase aguda da infecção.<ref name=":7" /> |
|||
===Infecção crônica=== |
|||
Na doença de longa data, os vermes adultos põem ovos que podem causar reações [[Inflamação|inflamatória]]. Os ovos secretam [[Proteólise|proteolítico]] e enzimas que os ajudam a migrar para a bexiga e os intestinos para serem eliminados. As enzimas também causam uma reação inflamatória [[Eosinofilia|eosinofílica]] quando os ovos ficam presos nos tecidos ou embolizam para o fígado, baço, [[pulmões]] ou [[cérebro]].<ref name=":1"/> As manifestações de longo prazo são dependentes da espécie de esquistossomo, pois os vermes adultos de diferentes espécies migram para diferentes áreas.<ref name=":2">{{citar livro | titulo=Mandell, Douglas, and Bennett's Principles and Practice of Infectious Diseases | url=https://archive.org/details/mandelldouglasbe00gera |isbn=978-0443068393 | páginas=[https://archive.org/details/mandelldouglasbe00gera/page/n3245 3216]–3226.e3 | capítulo=Trematodes (Schistosomes and Liver, Intestinal, and Lung Flukes)| last1=Mandell | first1=Gerald L. | last2=Bennett | first2=John Eugene | último3=Dolin | primeiro3=Raphael | último4=Douglas | primeiro4=Robert Gordon | name-list-style = vanc | ano=2010 }}</ref> Muitas infecções são levemente sintomáticas, sendo [[anemia]] e [[desnutrição]] comuns em áreas endêmicas.<ref>{{citar web | titulo=Schistosomiasis | url=https://www.niaid.nih.gov/topics/schistosomiasis/Pages/default.aspx | website=www.niaid.nih.gov | acessodata=7/2/2016 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20160213101849/https://www.niaid.nih.gov/topics/schistosomiasis/Pages/default.aspx | arquivodata=13/2/2016}}</ref> |
|||
====Esquistossomose intestinal==== |
|||
Os vermes de ''[[Schistosoma mansoni|S. mansoni]]'' e ''S. japonicum'' migram para as veias do trato gastrointestinal e fígado.<ref name=":4" /> Ovos na parede do intestino podem causar dor, sangue nas fezes e diarréia (especialmente em crianças).<ref name=":4" /> A doença grave pode levar ao estreitamento do [[intestino grosso|cólon]] ou [[reto]].<ref name=":3" /> |
|||
Na esquistossomose intestinal, os ovos ficam alojados na parede intestinal durante sua migração das vênulas mesentéricas para o lúmen intestinal, e os ovos aprisionados causam uma reação do sistema imunológico chamada [[granuloma|reação granulomatosa]].<ref name=":6">{{citar periódico|último1=Elbaz|primeiro1=Tamer|último2=Esmat|primeiro2=Gamal|data=2013-09-01|titulo=Hepatic and Intestinal Schistosomiasis: Review|url=|periódico=Journal of Advanced Research|língua=en|volume=4|número=5|páginas=445–452|doi=10.1016/j.jare.2012.12.001|issn=2090-1232|pmc=4293886|pmid=25685451}}</ref> Eles afetam principalmente o intestino grosso e o reto, e o envolvimento do intestino delgado é mais raro.<ref name=":7" /> Essa resposta imune pode levar à obstrução do cólon e à perda de sangue. O indivíduo infectado pode ter o que parece ser uma barriga. Existe uma forte correlação entre a morbidade da esquistossomose intestinal e a intensidade da infecção.<ref name=":7" /> Em casos de infecções leves, os sintomas podem ser leves e passar despercebidos.<ref name=":8"/> As espécies mais comuns de causar esquistossomose intestinal são ''S. mansoni'' e ''S. japonicum'', porém, ''[[Schistosoma mekongi|S. mekongi]]'' e ''[[Schistosoma intercalatum|S. intercalatum]]'' também pode causar esta doença.<ref name=":8" /> |
|||
Os sintomas podem incluir:<ref name=":7" /> |
|||
* Dor e desconforto abdominal |
|||
* Perda de apetite |
|||
* Diarréia mucosa com ou sem sangue bruto |
|||
* Sangue nas fezes que não está visivelmente presente (sangue oculto nas fezes) |
|||
* Distensão abdominal |
|||
As complicações podem incluir: |
|||
* [[Pólipo (medicina)|Pólipos intestinais]] |
|||
* Úlceras intestinais |
|||
* [[Anemia por deficiência de ferro]]<ref name=":11">{{citar periódico|último1=Elbaz|primeiro1=Tamer|último2=Esmat|primeiro2=Gamal|data=setembro 2013|titulo=Hepatic and Intestinal Schistosomiasis: Review|periódico=Journal of Advanced Research|língua=en|volume=4|número=5|páginas=445–452|doi=10.1016/j.jare.2012.12.001|pmid=25685451|pmc=4293886|issn=2090-1232}}</ref> |
|||
* [[Fístula]]<ref name=":7" /> |
|||
* [[Estenose|Estenose intestinal (estreitamento do cólon ou reto)]] |
|||
* [[Enteropatia perdedora de proteínas]] |
|||
* [[Obstrução intestinal]] parcial ou completa |
|||
* [[Apendicite]] (raro) |
|||
Aproximadamente 10-50% das pessoas que vivem em regiões endêmicas de ''S. mansoni'' e ''S. japonicum'' desenvolve esquistossomose intestinal.<ref name=":7" /> ''S. mansoni'' sobrepõe-se epidemiologicamente com alta prevalência de HIV na África Subsaariana, onde a esquistossomose gastrointestinal tem sido associada ao aumento da transmissão do HIV.<ref name=":5" /> |
|||
==== Esquistossomose hepatoesplênica ==== |
|||
[[File:Caput medusae.jpg|thumb|200px|''[[Síndrome de Cruveilhier-Baumgarten|Caput medusae]]'' pode ocorrer como resultado da hipertensão portal causada por fibrose periportal]] |
|||
Os ovos também migram para o fígado, causando fibrose em 4 a 8% das pessoas com infecção crônica, principalmente aquelas com infecção grave de longa duração.<ref name=":4" /> |
|||
Os ovos podem ficar alojados no [[fígado]],<ref name=":6" /> levando a [[hipertensão portal]], [[esplenomegalia]], acúmulo de líquido no abdômen e risco de vida potencial dilatações ou áreas inchadas no esôfago ou trato gastrointestinal que podem rasgar e sangrar profusamente ([[varizes esofágicas]]). Esta condição pode ser dividida em duas fases distintas: esquistossomose hepática inflamatória (reação inflamatória precoce) e esquistossomose hepática crônica. As espécies mais comuns que causam esta condição são ''S. mansoni'', ''S. japonicum'', e ''S. mekongi''. |
|||
;Esquistossomose hepática inflamatória |
|||
* Esta condição ocorre principalmente em crianças e adolescentes devido à reação imune precoce aos ovos presos nos espaços periportal e pré-sinusoidal do fígado, criando numerosos granulomas.<ref name=":7" /> A função hepática não é afetada e a gravidade da doença o aumento do fígado e do baço está correlacionado com a intensidade da infecção.<ref name=":7" /> Caracteriza-se por um lobo esquerdo do fígado aumentado com uma borda afiada e baço aumentado com nódulos.<ref name=": 7" /> O aumento do fígado e baço geralmente é leve, mas em casos graves, eles podem aumentar até o nível do umbigo e até mesmo na pelve.<ref name=":7" /> |
|||
; Esquistossomose hepática crônica (fibrótica) |
|||
* Esta é uma doença hepática em estágio avançado que ocorre principalmente em adultos jovens e de meia-idade que foram infectados cronicamente por uma infecção grave e cuja regulação imunológica da fibrose não está funcionando adequadamente.<ref name=":7" /> Afeta apenas uma pequena proporção de pessoas infectadas.<ref name=":7" /> A função e a arquitetura do fígado não são afetadas, ao contrário da cirrose.<ref name=":7" /> A patogênese dessa doença é causada pela deposição de colágeno e proteínas da matriz extracelular dentro do espaço periportal, o que leva à fibrose portal do fígado e tratos portais fibróticos aumentados (fibrose da haste do tubo de Symmer).<ref name=":11" /> A fibrose periportal comprime fisicamente a veia porta levando a [[hipertensão portal]] (aumento da pressão venosa portal), aumento da pressão da veia esplênica e subsequente aumento do baço.<ref name=":7" /> A hipertensão portal também pode aumentar a pressão nas anastomoses portossistêmicas (conexões de vasos entre a circulação portal e a circulação sistêmica) levando a varizes esofágicas e [[caput medusae]]. , ou cérebro.<ref name=":7" /> A co-infecção com hepatite é comum em regiões endêmicas de esquistossomose com hepatite B ou hepatite C, e a co-infecção com hepatite C está associada a deterioração hepática mais rápida e pior prognóstico .<ref name=":11" /> Esquistossomose hepática fibrótica causada por ''S. mansoni'' geralmente se desenvolve em cerca de 5 a 15 anos, enquanto pode levar menos tempo para ''S. japonicum''.<ref name=":7" /> |
|||
* Os sintomas podem incluir: |
|||
** [[Varizes esofágicas]] (pode causar sangramento varicoso esofágico com risco de vida)<ref name=":11" /> |
|||
** [[Ascite]] (estágio final)<ref name=":11" /> |
|||
** ''[[Síndrome de Cruveilhier-Baumgarten|Caput medusae]]''<ref name=":7" /> |
|||
** [[Hepatoesplenomegalia|Baço e fígado aumentados]]<ref name=":7" /> |
|||
* As complicações podem incluir: |
|||
** Neuroesquistossomose<ref name=":7" /> devido a anastomoses portossistêmicas de hipertensão portal |
|||
** Esquistossomose pulmonar<ref name=":7" /> devido a anastomoses portossistêmicas de hipertensão portal |
|||
==== Esquistossomose pulmonar ==== |
|||
A hipertensão portal secundária à esquistossomose hepatoesplênica pode causar conexões de vasos entre a circulação portal (fígado e intestino) e a circulação sistêmica, o que cria um caminho para os ovos e vermes viajarem para os pulmões.<ref name=":7" /> Os ovos podem se depositar ao redor dos leitos capilares alveolares e causar inflamação granulomatosa das arteríolas pulmonares, seguida de fibrose.<ref name=":7" /> Isso leva à hipertensão arterial no sistema circulatório pulmonar ([[hipertensão pulmonar]] ), aumento da pressão no coração direito, dilatação da artéria pulmonar e do átrio direito e [[Hipertrofia ventricular direita|espessamento da parede ventricular direita]].<ref name=":7" /> |
|||
Os sintomas de [[hipertensão pulmonar]] podem incluir: |
|||
* Falta de ar |
|||
* Dor no peito |
|||
* Sentindo-se cansado |
|||
* Desmaio durante o esforço físico |
|||
====Esquistossomose urogenital==== |
|||
[[File:Schistosomiaisis Bladder Calcifications.png|thumb|right|350px|Imagem de [[raios-X]] simples da [[pelve]] de um paciente subsaariano de 44 anos, infectado por esquistossomose urinária, observa-se a calcificação da parede da [[bexiga urinária|bexiga]] causada pela deposição de cálcio ao redor dos ovos do ''Schistosoma'' ]] |
|||
Os vermes de ''[[Schistosoma haematobium|S. haematobium]]'' migram para as veias ao redor da [[bexiga]] e [[ureter]] onde se reproduzem.<ref name=":2" /><ref name=":12" /> O ''S. haematobium'' pode produzir até 3.000 ovos por dia, esses ovos migram das veias para a bexiga e os lúmens do ureter, mas até 50% deles podem ficar presos nos tecidos circundantes, causando inflamação granulomatosa, formação de pólipos e ulceração da bexiga, do ureter e tecidos do trato genital.<ref name=":7" /><ref name=":12" /> Isso pode levar a [[hematúria|sangue na urina]] 10 a 12 semanas após a infecção.<ref name=":1" /><ref name=":3" /> Com o tempo, [[fibrose]] pode levar à obstrução do trato urinário, [[hidronefrose]] e [[insuficiência renal]].<ref name=":1"/><ref name=":3"/> [[Câncer de bexiga]] o diagnóstico e a mortalidade geralmente são elevados nas áreas afetadas; os esforços para controlar a esquistossomose no [[Egito]] levaram a uma diminuição na taxa de câncer de bexiga.<ref name=":3"/><ref>{{citar periódico | vauthors = Mostafa MH, Sheweita SA, O'Connor PJ | titulo = Relationship between schistosomiasis and bladder cancer | periódico = Clinical Microbiology Reviews | volume = 12 | número = 1 | páginas = 97–111 | data = janeiro de 1999 | pmid = 9880476 | pmc = 88908 | doi = 10.1128/CMR.12.1.97 }}</ref> O risco de câncer de bexiga parece ser especialmente alto em fumantes do sexo masculino, talvez devido à irritação crônica do revestimento da bexiga, permitindo que ela seja exposta a [[cancerígeno]]s do fumo.<ref name=":4"/><ref name=":2"/> |
|||
Nas mulheres, a doença geniturinária também pode incluir lesões genitais que podem levar ao aumento das taxas de transmissão do [[HIV]].<ref name=":3"/><ref name=":5">{{citar periódico | vauthors = Yegorov S, Joag V, Galiwango RM, Good SV, Okech B, Kaul R | titulo = Impact of Endemic Infections on HIV Susceptibility in Sub-Saharan Africa | periódico = Tropical Diseases, Travel Medicine and Vaccines | volume = 5 | páginas = 22 | data = 2019 | pmid = 31798936 | pmc = 6884859 | doi = 10.1186/s40794-019-0097-5 }}</ref><ref>{{citar periódico | vauthors = Feldmeier H, Krantz I, Poggensee G | titulo = Female genital schistosomiasis: a neglected risk factor for the transmission of HIV? | periódico = Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene | volume = 89 | número = 2 | páginas = 237 | data = março de 1995 | pmid = 7778161 | doi = 10.1016/0035-9203(95)90512-x }}</ref> Se as lesões envolverem as trompas de falópio ou os ovários, podem levar à infertilidade, se os órgãos reprodutivos masculinos forem afetados, pode haver sangue no esperma.<ref name=":7" /> |
|||
Os sintomas urinários podem incluir:<ref name=":7" /> |
|||
* Sangue na urina - o sangue geralmente é visto no final do jato urinário (sintoma mais comum)<ref name=":8" /> |
|||
* Dor ao urinar |
|||
* Aumentar a frequência de micção |
|||
* Proteína na urina |
|||
* Infecção urinária secundária |
|||
* Infecção renal secundária |
|||
Os sintomas genitais podem incluir: |
|||
* Inflamação e ulceração do colo uterino, vagina ou vulva<ref name=":8" /> |
|||
* Sangue no esperma |
|||
* Infertilidade feminina |
|||
A função renal não é afetada em muitos casos, e as lesões são reversíveis com o tratamento adequado para eliminar os vermes.<ref name=":7" /> |
|||
====Neuroesquistossomose==== |
|||
A complicação ectópica da esquistossomose, conhecida como neuroesquistossomose, tem sido cada vez mais relatada na literatura médica devido à sua incidência que varia de 0,4% a 3% entre pacientes com esquistossomose. No Brasil, onde há cerca de 16 milhões de esquistossomóticos, a ocorrência desse distúrbio neurológico é particularmente relevante. A apresentação clínica da neuroesquistossomose mansônica é variável e depende do estágio de evolução da esquistossomose.<ref>{{Citar web|url=https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8930|titulo=Neuroesquistossomose|acessodata=2023-04-18|website=Revista Neurociências - UNIFESP}}</ref> |
|||
== O ciclo da esquistossomose == |
== O ciclo da esquistossomose == |
||
[[Imagem:Esquistossomose-2.png]]Machos e Fêmeas adultos instalam-se nos vasos sanguíneos do intestino, do fígado e do baço do ser humano, onde se reproduzem. |
|||
[[Ficheiro:Esquistossomose-2.png]] |
|||
== Diagnóstico == |
== Diagnóstico == |
||
Linha 62: | Linha 150: | ||
O [[hemograma]] demonstra [[leucopenia]], [[anemia]] e [[plaquetopenia]]. Ocorrem alterações das provas de função hepática, com aumento de [[TGO]], [[TGP]] e [[fosfatase alcalina]]. Embora crie a [[hipertensão portal]], classicamente a esquistossomose preserva a função hepática. Assim, os [[critérios de Child-Pught]], úteis no [[cirrose|cirrótico]], nem sempre funcionam no esquistossomótico que não tem associado [[hepatite]] viral ou alcoólica. |
O [[hemograma]] demonstra [[leucopenia]], [[anemia]] e [[plaquetopenia]]. Ocorrem alterações das provas de função hepática, com aumento de [[TGO]], [[TGP]] e [[fosfatase alcalina]]. Embora crie a [[hipertensão portal]], classicamente a esquistossomose preserva a função hepática. Assim, os [[critérios de Child-Pught]], úteis no [[cirrose|cirrótico]], nem sempre funcionam no esquistossomótico que não tem associado [[hepatite]] viral ou alcoólica. |
||
A [[ |
A [[ultrassonografia]] em mãos experientes pode fazer o [[diagnóstico]], sendo [[patognomônico]] a fibrose e espessamento periportal, hipertrofia do lobo hepático esquerdo e aumento do calibre da mesentérica superior.<ref name="www.brasilescola.com">[http://www.brasilescola.com/doencas/esquistossomose.htm Esquistossomose (Barriga-d'água): causa, sintomas, tratamento e prevenção. - Brasil Escola]</ref> |
||
A [[biopsia]] retal é uma técnica também utilizável, tendo uma [[sensibilidade]] de 80%. |
A [[biopsia]] retal é uma técnica também utilizável, tendo uma [[sensibilidade]] de 80%. |
||
Linha 69: | Linha 157: | ||
[[Saneamento básico]] com [[esgoto]]s e água tratada. Controle dos [[caramujo]]s que são hospedeiros intermediários da doença. Proteção dos pés e pernas com botas de borracha com solado antiderrapante. Informar a população das medidas profiláticas da doença. Evitar entrar em contato com água que contenha cercárias. A Educação em saúde é fundamental para o controle da doença. No entanto deve ser pensada em conjunto com a população local para que tenha um impacto sustentável ao longo do tempo. |
[[Saneamento básico]] com [[esgoto]]s e água tratada. Controle dos [[caramujo]]s que são hospedeiros intermediários da doença. Proteção dos pés e pernas com botas de borracha com solado antiderrapante. Informar a população das medidas profiláticas da doença. Evitar entrar em contato com água que contenha cercárias. A Educação em saúde é fundamental para o controle da doença. No entanto deve ser pensada em conjunto com a população local para que tenha um impacto sustentável ao longo do tempo. |
||
Em junho de 2012, a [[Fundação Oswaldo Cruz]] anunciou a criação de uma [[vacina]] contra a esquistossomose,<ref>[http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Brasil/Interior.aspx?content_id=2605797 Cientistas brasileiros criam vacina contra doença parasitária grave]</ref> utilizando a proteína [[SM14]], que se encontra em fase final de testes.<ref name="DW">{{citar web | |
Em junho de 2012, a [[Fundação Oswaldo Cruz]] anunciou a criação de uma [[vacina]] contra a esquistossomose,<ref>[http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Brasil/Interior.aspx?content_id=2605797 Cientistas brasileiros criam vacina contra doença parasitária grave]</ref> utilizando a proteína [[SM14]], que se encontra em fase final de testes.<ref name="DW">{{citar web |último=Neher |primeiro=Clarissa |título=Brasil está perto de lançar vacina pioneira contra esquistossomose |url=http://www.dw.de/brasil-est%C3%A1-perto-de-lan%C3%A7ar-vacina-pioneira-contra-esquistossomose/a-17513604 |publicado=DW |acessodata=07-05-2014 |data=24-03-2014}}</ref> |
||
== Tratamento == |
== Tratamento == |
||
Existem duas drogas: praziquantel e [[oxamniquina]]<ref>[http://www.who.int/bulletin/volumes/81/3/Ferrari0303.pdf Ferrari et al. Efficacy of oxamniquine and praziquantel in the treatment of Schistosoma mansoni infection: a controlled trial. Bulletin of the World Health Organization, 2003]</ref>, para o tratamento da esquistossomose.<ref>{{citar web | url=http://www.emedicine.com/med/topic2071.htm | titulo=eMedicine - Schistosomiasis | acessodata=14 de junho de 2007 | publicado=eMedicine | urlmorta=live | arquivourl=https://web.archive.org/web/20070707075024/http://www.emedicine.com/med/topic2071.htm | arquivodata=7 de julho de 2007 }}</ref> Eles são considerados equivalentes em relação à eficácia e segurança contra a ''S. mansoni''.<ref>{{citar periódico | vauthors = Danso-Appiah A, Olliaro PL, Donegan S, Sinclair D, Utzinger J | titulo = Drugs for treating Schistosoma mansoni infection | periódico = The Cochrane Database of Systematic Reviews | volume = 2 | número = 2 | páginas = CD000528 | data = fevereiro 2013 | pmid = 23450530 | pmc = 6532716 | doi = 10.1002/14651858.cd000528.pub2 | url = http://archive.lstmed.ac.uk/4574/1/Cochrane_Database_2_CD000528.pdf }}</ref> Devido ao menor custo por tratamento do praziquantel e à falta de eficácia da oxaminiquina contra a forma urogenital da doença causada por ''S. haematobium'', em geral o praziquantel é considerado a primeira opção de tratamento.<ref>{{Citar web | url=https://www.who.int/tdr/news/2014/praziquantel-for-schistosomiasis/en | titulo=WHO TDR news item, 4th Dec 2014, Praziquantel dose confirmed for schistosomiasis | acessodata=5 de setembro de 2016 | urlmorta=live | arquivourl=https://web.archive.org/web/20160913205716/http://www.who.int/tdr/news/2014/praziquantel-for-schistosomiasis/en/ | arquivodata=13 de setembro de 2016 }}</ref> Praziquantel pode ser usado com segurança em crianças e mulheres grávidas.<ref name=":8" /> O objetivo do tratamento é curar a doença e prevenir a evolução da forma aguda para a crônica da doença. Todos os casos de suspeita de esquistossomose devem ser tratados independentemente da apresentação, pois o parasita adulto pode viver no hospedeiro por anos.<ref>{{citar periódico | vauthors = Brinkmann UK, Werler C, Traoré M, Doumbia S, Diarra A | titulo = Experiences with mass chemotherapy in the control of schistosomiasis in Mali | periódico = Tropical Medicine and Parasitology | volume = 39 | número = 2 | páginas = 167–74 | data = junho 1988 | pmid = 3140359 }}</ref> |
|||
O tratamento é feito com um antiparasitário de baixa toxicidade (principalmente praziquantel ou oxamniquina), que deve ser prescrito para todos os pacientes cujo exame de fezes ou de mucosa retal apresente ovos viáveis do parasita. |
|||
A esquistossomose é tratável tomando por [[via oral]], uma única dose do praziquantel, anualmente.<ref name="STreat">{{Citar web | autor=The Carter Center | titulo=How is Schistosomiasis Treated? | url=http://www.cartercenter.org/health/schistosomiasis/treatment.html | acessodata=17 julho de 2008 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20080225084801/http://www.cartercenter.org/health/schistosomiasis/treatment.html <!-- Bot retrieved archive --> | arquivodata=25 de fevereiro de 2008}}</ref> |
|||
O [[praziquantel]] é uma droga de administração oral em dose única cujos principais efeitos colaterais são diarreia e dor abdominal. Ele atua alterando a capacidade do parasita de contrair sua musculatura, fazendo com que se solte e seja eliminado. No Brasil, é o medicamento preferencial no tratamento de todas as formas clínicas da esquistossomose.<ref>[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cab_n21_vigilancia_saude_2ed_p1.pdf Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Atenção Básica . - 2. ed. rev. - Brasília : Ministério da Saúde, 2008]</ref> |
|||
O praziquantel elimina apenas os esquistossomas adultos, não é eficaz em matar os ovos e os vermes imaturos, os ovos vivos podem ser excretados pela pessoa infectada semanas após o tratamento com praziquantel, os vermes imaturos podem sobreviver e crescer até se tornarem esquistossomas adultos após a terapia com praziquantel, sendo assim, é importante repetir o teste de esquistossomose nas fezes e/ou urina cerca de 4 a 6 semanas após a terapia com praziquantel, o tratamento com praziquantel pode ser repetido para garantir a eliminação completa do parasita.<ref name=":7" /> |
|||
A [[oxamniquina]] é também de administração oral em dose única. Ela atua sobre o ''Schistosoma mansoni'' com eficácia um pouco inferior à do [[praziquantel]], mas não atua sobre outras espécies do verme.<ref>[http://www.who.int/bulletin/volumes/81/3/Ferrari0303.pdf Ferrari et al. Efficacy of oxamniquine and praziquantel in the treatment of Schistosoma mansoni infection: a controlled trial. Bulletin of the World Health Organization, 2003]</ref> |
|||
A OMS desenvolveu diretrizes para o tratamento comunitário com base no impacto que a doença tem nas crianças das aldeias nas quais é comum:<ref name="STreat"/> |
|||
* Quando uma aldeia informa que mais de 50 por cento das crianças têm sangue na urina, todos na aldeia recebem tratamento.<ref name="STreat"/> |
|||
* Quando 20 a 50 por cento das crianças têm urina com sangue, apenas crianças em idade escolar são tratadas.<ref name="STreat"/> |
|||
* Quando menos de 20% das crianças apresentam sintomas, o tratamento em massa não é implementado.<ref name="STreat"/> |
|||
Outros tratamentos possíveis incluem uma combinação de praziquantel com [[metrifonato]], [[artesunato]] ou [[mefloquina]].<ref name=Cochrane2014>{{citar periódico | vauthors = Kramer CV, Zhang F, Sinclair D, Olliaro PL | titulo = Drugs for treating urinary schistosomiasis | periódico = The Cochrane Database of Systematic Reviews | volume = 8 | número = 8 | páginas = CD000053 | data = agosto 2014 | pmid = 25099517 | pmc = 4447116 | doi = 10.1002/14651858.CD000053.pub3 }}</ref> Uma [[revisão Cochrane]] encontrou evidências preliminares de que, quando usado sozinho, o metrifonato era tão eficaz quanto o praziquantel.<ref name=Cochrane2014/> A mefloquina, que já foi usada para tratar e prevenir a malária, foi reconhecida em 2008-2009 como eficaz contra esquistossomos.<ref name=Xiao2013>{{citar periódico | vauthors = Xiao SH | s2cid = 16689743 | titulo = Mefloquine, a new type of compound against schistosomes and other helminthes in experimental studies | periódico = Parasitology Research | volume = 112 | número = 11 | páginas = 3723–40 | data = novembro 2013 | pmid = 23979493 | doi = 10.1007/s00436-013-3559-0 }}</ref> |
|||
Historicamente, o [[Antimonium tartaricum]] permaneceu como o tratamento de escolha para a esquistossomose até o desenvolvimento do praziquantel na década de 1980.<ref>{{citar periódico |último1=Walker |primeiro1=Mark D. | name-list-style = vanc |data=agosto 2018 |titulo=Etymologia: Antimony |periódico=Emerg. Infect. Dis. |volume=24 |número=8 |páginas=1601|citação= citing public domain text, published by the CDC |doi= 10.3201/eid2408.et2408 |doi-access=free }}</ref> |
|||
===Monitoramento pós-tratamento=== |
|||
A [[Osteopontina]] (OPN) é uma ferramenta promissora para monitorar a eficácia do praziquantel e a regressão da [[fibrose]] pós-tratamento à medida que a expressão (OPN) é modulada por ''S. mansoni'' e seus níveis se correlacionam com a gravidade da fibrose da esquistossomose e hipertensão portal em camundongos e humanos. A farmacoterapia com praziquantel reduz os níveis sistêmicos de OPN e o conteúdo de colágeno hepático em camundongos.<ref>{{citar periódico|data=2021-01-23|titulo=Praziquantel pharmacotherapy reduces systemic osteopontin levels and liver collagen content in murine schistosomiasis mansoni|url=https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0020751921000308|periódico=International Journal for Parasitology|língua=en|doi=10.1016/j.ijpara.2020.11.002|issn=0020-7519|last1=Pereira|first1=Thiago A.|last2=Vaz De Melo Trindade|first2=Guilherme|last3=Trindade Santos|first3=Elisangela|último4=Pereira|primeiro4=Fausto E.L.|último5=Souza|primeiro5=Márcia Maria de|volume=51|número=6|páginas=437–440|pmid=33493521|s2cid=231711719}}</ref> |
|||
===Brasil=== |
|||
No Brasil o composto do praziquantel é importando da China e produzido exclusivamente pelo Farmanguinhos, laboratório da [[Fundação Oswaldo Cruz]] (Fiocruz), e vende somente só para o Ministério da Saúde, que o distribui para postos de saúde pelo país, o medicamento não é encontrado em farmácias.<ref>{{Citar web|url=https://marcozero.org/esquistossomose-os-perigos-presentes-e-futuros-do-declinio-do-praziquantel/|titulo=Esquistossomose: os perigos presentes e futuros do declínio do praziquantel|acessodata=2023-04-17|website=Marco Zero}}</ref> |
|||
A [[Merck Sharp and Dohme|Merck]], empresa detentora dos direitos patenteados dos medicamentos praziquantel Cisticid®, disponível em comprimidos de 500 mg, e Cestox®, em comprimidos de 150 mg - informou que solicitou à [[Agência Nacional de Vigilância Sanitária|Anvisa]] a suspensão da produção do Cestox em abril de 2012. A suspensão ocorreu 180 dias depois, embora a razão não tenha sido divulgada pela empresa. Enquanto isso, o Cisticid é vendido por uma distribuidora de São Paulo e destinado ao uso hospitalar. O [[Sistema Único de Saúde|SUS]] fornece o praziquantel produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro, em cápsulas de 600 mg e 150 mg, e garante que não há falta do medicamento na rede pública.<ref>{{Citar web|url=https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/05/31/interna_gerais,397348/falta-remedio-para-xistose-nas-farmacias.shtml|titulo=Falta remédio para xistose nas farmácias|data=2013-05-31|acessodata=2023-04-17|website=Estado de Minas}}</ref> |
|||
== História == |
== História == |
||
Com o desenvolvimento da agricultura, a esquistossomose passou de doença rara a problema sério. Muitas múmias [[egipto|egípcias]] apresentam as lesões inconfundíveis da esquistossomose por ''S. haematobium''. A infecção pelos parasitas dava-se nos trabalhos de irrigação da agricultura. As cheias do [[Nilo]] sempre foram a fonte da prosperidade do Egito, mas também traziam os caracóis portadores dos schistosomas. O hábito dos agricultores de fazer as plantações e trabalhos de irrigação com os pés descalços metidos na água parada, favorecia a disseminação da doença crônica causada por estes parasitas. |
|||
A doença foi descrita cientificamente pela primeira vez em [[1851]] pelo médico alemão [[Theodor Maximilian Bilharz]], que lhe dá o nome alternativo de ''bilharzíase''. |
A doença foi descrita cientificamente pela primeira vez em [[1851]] pelo médico alemão [[Theodor Maximilian Bilharz]], que lhe dá o nome alternativo de ''bilharzíase''. |
||
Linha 85: | Linha 190: | ||
{{Referências}} |
{{Referências}} |
||
==Ligações externas== |
== Ligações externas == |
||
* |
*{{Link||2=http://www.xistose.com |3=www.xistose.com |4=– material educativo para crianças}} |
||
{{Controle de autoridade}} |
|||
{{Helmintíases}} |
{{Helmintíases}} |
||
{{Portal3|Saúde}} |
|||
[[Categoria:Parasitoses]] |
|||
[[Categoria:Helmintíases]] |
|||
[[Categoria:Doenças negligenciadas]] |
[[Categoria:Doenças negligenciadas]] |
Edição atual tal como às 18h21min de 1 de outubro de 2023
Esquistossomose | |
---|---|
Menino de 11 anos com fluido abdominal e hipertensão portal devido a esquisstossomose (Agusan del Sur, Filipinas) | |
Especialidade | infecciologia |
Complicações | dano ao fígado, insuficiência renal, infertilidade, câncer de bexiga[1] |
Causas | Schistosoma de caramujos de água doce[1] |
Prevenção | Acesso a água limpa[1] |
Medicação | Praziquantel[1] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | B65 |
CID-9 | 120 |
CID-11 | 1194562592 |
DiseasesDB | 11875 |
MedlinePlus | 001321 |
eMedicine | 228392 |
MeSH | D012552 |
Leia o aviso médico |
A esquistossomose, também conhecida como barriga d'água, xistose,[2] febre do caramujo ou bilharzíaze,[3][4] é uma doença causada pelos platelmintos do gênero Schistosoma. O trato urinário e/ou intestinos podem ser infectados.
A doença é transmitida por contato com água doce contaminada com parasitas, que são liberados a partir de caracóis infectados de água doce. A doença é especialmente comum entre as crianças em países em desenvolvimento como elas são mais propensas a brincar na água contaminada. Outros grupos de alto risco incluem: agricultores, pescadores ou pessoas que utilizam a água suja para uso diário.[1] Ela pertence ao grupo de infecções helmínticas[5] e o diagnóstico é através da identificação de ovos do parasita, na urina ou fezes da pessoa. Também pode ser confirmada pela identificação de anticorpos contra a doença no sangue.[1]
Métodos de prevenção da doença incluem a melhoria do acesso a água potável e a redução do número de caracóis. Em áreas onde a doença é comum, o medicamento praziquantel pode ser dado uma vez por ano, para todo o grupo. Isto é feito para diminuir o número de pessoas infectadas e, consequentemente, a propagação da doença. O praziquantel também é o tratamento recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para aqueles que estão infectados.[1]
A esquistossomose afetou cerca de 252 milhões de pessoas em todo o mundo em 2015. Estima-se que 4.400 a 200.000 pessoas morrem a cada ano.[6] A doença é mais comum na África, bem como a Ásia e a América do Sul.[1] Em torno de 700 milhões de pessoas, em mais de 70 países, vivem em áreas onde a doença é comum.[7] Em países tropicais, a esquistossomose é segunda apenas para a malária entre doenças parasitárias com o maior impacto económico.[8] Está listada como uma doença tropical negligenciada.[9]
Sinais e sintomas
[editar | editar código-fonte]Muitos indivíduos não apresentam sintomas. Se os sintomas aparecerem, eles geralmente levam de 4 a 6 semanas a partir do momento da infecção. O primeiro sintoma da doença pode ser uma sensação de mal-estar geral]. Dentro de 12 horas após a infecção, a pessoa pode reclamar de uma sensação de formigamento ou leve erupção cutânea, comumente referido como "coceira do nadador", devido à irritação no ponto de entrada. A erupção que pode se desenvolver pode simular sarna e outros tipos de erupções cutâneas. Outros sintomas podem ocorrer 2 a 10 semanas depois e podem incluir febre, dor, tosse, diarreia, calafrios ou aumento da glândula. Esses sintomas também podem estar relacionados à esquistossomose aviária, que não causa mais sintomas em humanos.[10]
As manifestações da infecção esquistossomótica variam ao longo do tempo à medida que as cercárias e, posteriormente, os vermes adultos e seus ovos migram pelo corpo.[11] Se os ovos migrarem para o cérebro ou medula espinhal, podem ocorrer convulsões, paralisia ou inflamação da medula espinhal.[12]
Aqueles que foram infectados por um longo tempo podem apresentar dano hepático, insuficiência renal, infertilidade ou câncer de bexiga.[1] Em crianças, pode causar baixo crescimento e dificuldade de aprendizagem.[1]
Esquistossomose aguda
[editar | editar código-fonte]Dermatite cercária
[editar | editar código-fonte]A primeira reação potencial é uma erupção pruriginosa, maculopapular que resulta da penetração de cercárias na pele nas primeiras 12 horas a dias após a penetração da cercária na pele.[13][14] A primeira vez que uma pessoa não sensibilizada é exposta, as erupções são geralmente leves com uma sensação de formigamento associada que desaparece rapidamente por conta própria, pois esse é um tipo de reação de hipersensibilidade. Em pessoas sensibilizadas que foram previamente infectadas, a erupção cutânea pode se desenvolver em lesões elevadas, pruriginosas e vermelhas (pápula), algumas se transformando em lesões cheias de líquido (vesículas).[14] Infecções prévias com cercárias causam um desenvolvimento mais rápido e pior apresentação da dermatite devido à resposta imune mais forte.[15] The round bumps are usually one to three centimeters across.[16] Como as pessoas que vivem nas áreas afetadas foram frequentemente expostas repetidamente, as reações agudas são mais comuns em turistas e migrantes.[17] A erupção pode ocorrer entre as primeiras horas e uma semana após a exposição, e normalmente desaparece por conta própria em cerca de 7 a 10 dias.[14][16] Para a esquistossomose humana, um tipo semelhante de dermatite chamado "coceira do nadador" também pode ser causado por cercárias de animais trematódeos que freqüentemente infectam pássaros.[11][14][18] A dermatite cercariana não é contagiosa e não pode ser transmitida de pessoa para pessoa.[19]
Os sintomas podem incluir:[14][19]
- Erupção plana e vermelha
- Pequenas espinhas vermelhas e salientes
- Pequenas bolhas vermelhas
- Sensação de formigamento ou formigamento, queimação, coceira na pele
Coçar a erupção cutânea pode levar a uma infecção bacteriana secundária da pele, por isso é importante evitar coçar. Alguns tratamentos comuns para a coceira incluem creme corticosteroide, loção anti-coceira e aplicação de compressas frias a erupções cutâneas, tomar banho com sais de Epsom ou bicarbonato de sódio e, em casos de coceira intensa, cremes e loções fortes prescritos, anti-histamínicos orais também podem ajudar a aliviar a coceira.[14][19]
Esquistossomose aguda (febre de Katayama)
[editar | editar código-fonte]A esquistossomose aguda (febre de Katayama) pode ocorrer semanas ou meses (cerca de 2 a 8 semanas)[20] após a infecção inicial como uma reação sistêmica contra a migração dos esquistossômulos conforme eles passam pela corrente sanguínea através dos pulmões para o fígado e também contra os antígenos dos ovos.[11] Da mesma forma que a coceira do nadador, a febre de Katayama é mais comumente visto em pessoas com sua primeira infecção, como migrantes e turistas, e está associado a infecções pesadas.[21] É visto, no entanto, em residentes nativos da China infectados com S. japonicum.[22] S. japonicum pode causar esquistossomose aguda em população cronicamente infectada e pode levar a uma forma mais grave de esquistossomose aguda.[14]
Os sintomas podem incluir:[20][21]
- Tosse seca com alterações na radiografia de tórax
- Febre
- Fadiga
- Dores musculares
- Dor de cabeça
- Mal-estar
- Dor abdominal
- Diarreia
- Aumento do fígado e do baço
- Colmeias
A esquistossomose aguda geralmente se resolve em 2 a 8 semanas na maioria dos casos,[20] mas uma pequena proporção de pessoas apresenta perda de peso persistente, diarreia, dor abdominal difusa e erupção cutânea.[11]
As complicações podem incluir:
- Inflamação da medula espinhal (mielite transversa) pode ocorrer se vermes ou ovos viajarem para a medula espinhal durante esta fase aguda da infecção.[14]
Infecção crônica
[editar | editar código-fonte]Na doença de longa data, os vermes adultos põem ovos que podem causar reações inflamatória. Os ovos secretam proteolítico e enzimas que os ajudam a migrar para a bexiga e os intestinos para serem eliminados. As enzimas também causam uma reação inflamatória eosinofílica quando os ovos ficam presos nos tecidos ou embolizam para o fígado, baço, pulmões ou cérebro.[11] As manifestações de longo prazo são dependentes da espécie de esquistossomo, pois os vermes adultos de diferentes espécies migram para diferentes áreas.[23] Muitas infecções são levemente sintomáticas, sendo anemia e desnutrição comuns em áreas endêmicas.[24]
Esquistossomose intestinal
[editar | editar código-fonte]Os vermes de S. mansoni e S. japonicum migram para as veias do trato gastrointestinal e fígado.[18] Ovos na parede do intestino podem causar dor, sangue nas fezes e diarréia (especialmente em crianças).[18] A doença grave pode levar ao estreitamento do cólon ou reto.[16]
Na esquistossomose intestinal, os ovos ficam alojados na parede intestinal durante sua migração das vênulas mesentéricas para o lúmen intestinal, e os ovos aprisionados causam uma reação do sistema imunológico chamada reação granulomatosa.[25] Eles afetam principalmente o intestino grosso e o reto, e o envolvimento do intestino delgado é mais raro.[14] Essa resposta imune pode levar à obstrução do cólon e à perda de sangue. O indivíduo infectado pode ter o que parece ser uma barriga. Existe uma forte correlação entre a morbidade da esquistossomose intestinal e a intensidade da infecção.[14] Em casos de infecções leves, os sintomas podem ser leves e passar despercebidos.[21] As espécies mais comuns de causar esquistossomose intestinal são S. mansoni e S. japonicum, porém, S. mekongi e S. intercalatum também pode causar esta doença.[21]
Os sintomas podem incluir:[14]
- Dor e desconforto abdominal
- Perda de apetite
- Diarréia mucosa com ou sem sangue bruto
- Sangue nas fezes que não está visivelmente presente (sangue oculto nas fezes)
- Distensão abdominal
As complicações podem incluir:
- Pólipos intestinais
- Úlceras intestinais
- Anemia por deficiência de ferro[26]
- Fístula[14]
- Estenose intestinal (estreitamento do cólon ou reto)
- Enteropatia perdedora de proteínas
- Obstrução intestinal parcial ou completa
- Apendicite (raro)
Aproximadamente 10-50% das pessoas que vivem em regiões endêmicas de S. mansoni e S. japonicum desenvolve esquistossomose intestinal.[14] S. mansoni sobrepõe-se epidemiologicamente com alta prevalência de HIV na África Subsaariana, onde a esquistossomose gastrointestinal tem sido associada ao aumento da transmissão do HIV.[27]
Esquistossomose hepatoesplênica
[editar | editar código-fonte]Os ovos também migram para o fígado, causando fibrose em 4 a 8% das pessoas com infecção crônica, principalmente aquelas com infecção grave de longa duração.[18]
Os ovos podem ficar alojados no fígado,[25] levando a hipertensão portal, esplenomegalia, acúmulo de líquido no abdômen e risco de vida potencial dilatações ou áreas inchadas no esôfago ou trato gastrointestinal que podem rasgar e sangrar profusamente (varizes esofágicas). Esta condição pode ser dividida em duas fases distintas: esquistossomose hepática inflamatória (reação inflamatória precoce) e esquistossomose hepática crônica. As espécies mais comuns que causam esta condição são S. mansoni, S. japonicum, e S. mekongi.
- Esquistossomose hepática inflamatória
- Esta condição ocorre principalmente em crianças e adolescentes devido à reação imune precoce aos ovos presos nos espaços periportal e pré-sinusoidal do fígado, criando numerosos granulomas.[14] A função hepática não é afetada e a gravidade da doença o aumento do fígado e do baço está correlacionado com a intensidade da infecção.[14] Caracteriza-se por um lobo esquerdo do fígado aumentado com uma borda afiada e baço aumentado com nódulos.[28] O aumento do fígado e baço geralmente é leve, mas em casos graves, eles podem aumentar até o nível do umbigo e até mesmo na pelve.[14]
- Esquistossomose hepática crônica (fibrótica)
- Esta é uma doença hepática em estágio avançado que ocorre principalmente em adultos jovens e de meia-idade que foram infectados cronicamente por uma infecção grave e cuja regulação imunológica da fibrose não está funcionando adequadamente.[14] Afeta apenas uma pequena proporção de pessoas infectadas.[14] A função e a arquitetura do fígado não são afetadas, ao contrário da cirrose.[14] A patogênese dessa doença é causada pela deposição de colágeno e proteínas da matriz extracelular dentro do espaço periportal, o que leva à fibrose portal do fígado e tratos portais fibróticos aumentados (fibrose da haste do tubo de Symmer).[26] A fibrose periportal comprime fisicamente a veia porta levando a hipertensão portal (aumento da pressão venosa portal), aumento da pressão da veia esplênica e subsequente aumento do baço.[14] A hipertensão portal também pode aumentar a pressão nas anastomoses portossistêmicas (conexões de vasos entre a circulação portal e a circulação sistêmica) levando a varizes esofágicas e caput medusae. , ou cérebro.[14] A co-infecção com hepatite é comum em regiões endêmicas de esquistossomose com hepatite B ou hepatite C, e a co-infecção com hepatite C está associada a deterioração hepática mais rápida e pior prognóstico .[26] Esquistossomose hepática fibrótica causada por S. mansoni geralmente se desenvolve em cerca de 5 a 15 anos, enquanto pode levar menos tempo para S. japonicum.[14]
- Os sintomas podem incluir:
- Varizes esofágicas (pode causar sangramento varicoso esofágico com risco de vida)[26]
- Ascite (estágio final)[26]
- Caput medusae[14]
- Baço e fígado aumentados[14]
- As complicações podem incluir:
Esquistossomose pulmonar
[editar | editar código-fonte]A hipertensão portal secundária à esquistossomose hepatoesplênica pode causar conexões de vasos entre a circulação portal (fígado e intestino) e a circulação sistêmica, o que cria um caminho para os ovos e vermes viajarem para os pulmões.[14] Os ovos podem se depositar ao redor dos leitos capilares alveolares e causar inflamação granulomatosa das arteríolas pulmonares, seguida de fibrose.[14] Isso leva à hipertensão arterial no sistema circulatório pulmonar (hipertensão pulmonar ), aumento da pressão no coração direito, dilatação da artéria pulmonar e do átrio direito e espessamento da parede ventricular direita.[14]
Os sintomas de hipertensão pulmonar podem incluir:
- Falta de ar
- Dor no peito
- Sentindo-se cansado
- Desmaio durante o esforço físico
Esquistossomose urogenital
[editar | editar código-fonte]Os vermes de S. haematobium migram para as veias ao redor da bexiga e ureter onde se reproduzem.[23][29] O S. haematobium pode produzir até 3.000 ovos por dia, esses ovos migram das veias para a bexiga e os lúmens do ureter, mas até 50% deles podem ficar presos nos tecidos circundantes, causando inflamação granulomatosa, formação de pólipos e ulceração da bexiga, do ureter e tecidos do trato genital.[14][29] Isso pode levar a sangue na urina 10 a 12 semanas após a infecção.[11][16] Com o tempo, fibrose pode levar à obstrução do trato urinário, hidronefrose e insuficiência renal.[11][16] Câncer de bexiga o diagnóstico e a mortalidade geralmente são elevados nas áreas afetadas; os esforços para controlar a esquistossomose no Egito levaram a uma diminuição na taxa de câncer de bexiga.[16][30] O risco de câncer de bexiga parece ser especialmente alto em fumantes do sexo masculino, talvez devido à irritação crônica do revestimento da bexiga, permitindo que ela seja exposta a cancerígenos do fumo.[18][23]
Nas mulheres, a doença geniturinária também pode incluir lesões genitais que podem levar ao aumento das taxas de transmissão do HIV.[16][27][31] Se as lesões envolverem as trompas de falópio ou os ovários, podem levar à infertilidade, se os órgãos reprodutivos masculinos forem afetados, pode haver sangue no esperma.[14]
Os sintomas urinários podem incluir:[14]
- Sangue na urina - o sangue geralmente é visto no final do jato urinário (sintoma mais comum)[21]
- Dor ao urinar
- Aumentar a frequência de micção
- Proteína na urina
- Infecção urinária secundária
- Infecção renal secundária
Os sintomas genitais podem incluir:
- Inflamação e ulceração do colo uterino, vagina ou vulva[21]
- Sangue no esperma
- Infertilidade feminina
A função renal não é afetada em muitos casos, e as lesões são reversíveis com o tratamento adequado para eliminar os vermes.[14]
Neuroesquistossomose
[editar | editar código-fonte]A complicação ectópica da esquistossomose, conhecida como neuroesquistossomose, tem sido cada vez mais relatada na literatura médica devido à sua incidência que varia de 0,4% a 3% entre pacientes com esquistossomose. No Brasil, onde há cerca de 16 milhões de esquistossomóticos, a ocorrência desse distúrbio neurológico é particularmente relevante. A apresentação clínica da neuroesquistossomose mansônica é variável e depende do estágio de evolução da esquistossomose.[32]
O ciclo da esquistossomose
[editar | editar código-fonte]Machos e Fêmeas adultos instalam-se nos vasos sanguíneos do intestino, do fígado e do baço do ser humano, onde se reproduzem.
Diagnóstico
[editar | editar código-fonte]Nas análises sanguíneas há eosinofilia (aumento dos eosinófilos, células do sistema imunitário antiparasitas). Estes quadros só ocorrem secundariamente à hipersensibilidade ao parasita, sendo uma doença mais comum em pacientes moradores de áreas não endêmicas que se expõem a coleções hídricas contaminadas. Estes quadros duram em geral alguns dias, mas podem durar até meses e em casos raros podem ser fatais. Estes pacientes apresentam grandes granulomas periovulares necrótico-exsudativos dispersos pelos intestinos, fígado e outros órgãos. Estes sintomas podem ceder espontaneamente ou podem nem sequer surgir, mas a doença crônica silenciosa.
Os ovos podem ser encontrados no exame parasitológico de fezes, mas nas infecções recentes o exame apresenta baixa sensibilidade. Para aumentar a sensibilidade podem ser usados de coproscopia qualitativa, como Hoffman ou quantitativo, como Kato-Katz. A eficácia com três amostras chega apenas a 75%.
O hemograma demonstra leucopenia, anemia e plaquetopenia. Ocorrem alterações das provas de função hepática, com aumento de TGO, TGP e fosfatase alcalina. Embora crie a hipertensão portal, classicamente a esquistossomose preserva a função hepática. Assim, os critérios de Child-Pught, úteis no cirrótico, nem sempre funcionam no esquistossomótico que não tem associado hepatite viral ou alcoólica.
A ultrassonografia em mãos experientes pode fazer o diagnóstico, sendo patognomônico a fibrose e espessamento periportal, hipertrofia do lobo hepático esquerdo e aumento do calibre da mesentérica superior.[33]
A biopsia retal é uma técnica também utilizável, tendo uma sensibilidade de 80%.
Prevenção
[editar | editar código-fonte]Saneamento básico com esgotos e água tratada. Controle dos caramujos que são hospedeiros intermediários da doença. Proteção dos pés e pernas com botas de borracha com solado antiderrapante. Informar a população das medidas profiláticas da doença. Evitar entrar em contato com água que contenha cercárias. A Educação em saúde é fundamental para o controle da doença. No entanto deve ser pensada em conjunto com a população local para que tenha um impacto sustentável ao longo do tempo.
Em junho de 2012, a Fundação Oswaldo Cruz anunciou a criação de uma vacina contra a esquistossomose,[34] utilizando a proteína SM14, que se encontra em fase final de testes.[35]
Tratamento
[editar | editar código-fonte]Existem duas drogas: praziquantel e oxamniquina[36], para o tratamento da esquistossomose.[37] Eles são considerados equivalentes em relação à eficácia e segurança contra a S. mansoni.[38] Devido ao menor custo por tratamento do praziquantel e à falta de eficácia da oxaminiquina contra a forma urogenital da doença causada por S. haematobium, em geral o praziquantel é considerado a primeira opção de tratamento.[39] Praziquantel pode ser usado com segurança em crianças e mulheres grávidas.[21] O objetivo do tratamento é curar a doença e prevenir a evolução da forma aguda para a crônica da doença. Todos os casos de suspeita de esquistossomose devem ser tratados independentemente da apresentação, pois o parasita adulto pode viver no hospedeiro por anos.[40]
A esquistossomose é tratável tomando por via oral, uma única dose do praziquantel, anualmente.[41]
O praziquantel elimina apenas os esquistossomas adultos, não é eficaz em matar os ovos e os vermes imaturos, os ovos vivos podem ser excretados pela pessoa infectada semanas após o tratamento com praziquantel, os vermes imaturos podem sobreviver e crescer até se tornarem esquistossomas adultos após a terapia com praziquantel, sendo assim, é importante repetir o teste de esquistossomose nas fezes e/ou urina cerca de 4 a 6 semanas após a terapia com praziquantel, o tratamento com praziquantel pode ser repetido para garantir a eliminação completa do parasita.[14]
A OMS desenvolveu diretrizes para o tratamento comunitário com base no impacto que a doença tem nas crianças das aldeias nas quais é comum:[41]
- Quando uma aldeia informa que mais de 50 por cento das crianças têm sangue na urina, todos na aldeia recebem tratamento.[41]
- Quando 20 a 50 por cento das crianças têm urina com sangue, apenas crianças em idade escolar são tratadas.[41]
- Quando menos de 20% das crianças apresentam sintomas, o tratamento em massa não é implementado.[41]
Outros tratamentos possíveis incluem uma combinação de praziquantel com metrifonato, artesunato ou mefloquina.[42] Uma revisão Cochrane encontrou evidências preliminares de que, quando usado sozinho, o metrifonato era tão eficaz quanto o praziquantel.[42] A mefloquina, que já foi usada para tratar e prevenir a malária, foi reconhecida em 2008-2009 como eficaz contra esquistossomos.[43]
Historicamente, o Antimonium tartaricum permaneceu como o tratamento de escolha para a esquistossomose até o desenvolvimento do praziquantel na década de 1980.[44]
Monitoramento pós-tratamento
[editar | editar código-fonte]A Osteopontina (OPN) é uma ferramenta promissora para monitorar a eficácia do praziquantel e a regressão da fibrose pós-tratamento à medida que a expressão (OPN) é modulada por S. mansoni e seus níveis se correlacionam com a gravidade da fibrose da esquistossomose e hipertensão portal em camundongos e humanos. A farmacoterapia com praziquantel reduz os níveis sistêmicos de OPN e o conteúdo de colágeno hepático em camundongos.[45]
Brasil
[editar | editar código-fonte]No Brasil o composto do praziquantel é importando da China e produzido exclusivamente pelo Farmanguinhos, laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e vende somente só para o Ministério da Saúde, que o distribui para postos de saúde pelo país, o medicamento não é encontrado em farmácias.[46]
A Merck, empresa detentora dos direitos patenteados dos medicamentos praziquantel Cisticid®, disponível em comprimidos de 500 mg, e Cestox®, em comprimidos de 150 mg - informou que solicitou à Anvisa a suspensão da produção do Cestox em abril de 2012. A suspensão ocorreu 180 dias depois, embora a razão não tenha sido divulgada pela empresa. Enquanto isso, o Cisticid é vendido por uma distribuidora de São Paulo e destinado ao uso hospitalar. O SUS fornece o praziquantel produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro, em cápsulas de 600 mg e 150 mg, e garante que não há falta do medicamento na rede pública.[47]
História
[editar | editar código-fonte]Com o desenvolvimento da agricultura, a esquistossomose passou de doença rara a problema sério. Muitas múmias egípcias apresentam as lesões inconfundíveis da esquistossomose por S. haematobium. A infecção pelos parasitas dava-se nos trabalhos de irrigação da agricultura. As cheias do Nilo sempre foram a fonte da prosperidade do Egito, mas também traziam os caracóis portadores dos schistosomas. O hábito dos agricultores de fazer as plantações e trabalhos de irrigação com os pés descalços metidos na água parada, favorecia a disseminação da doença crônica causada por estes parasitas.
A doença foi descrita cientificamente pela primeira vez em 1851 pelo médico alemão Theodor Maximilian Bilharz, que lhe dá o nome alternativo de bilharzíase.
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j «Schistosomiasis Fact sheet N°115». World Health Organization. 3 de fevereiro de 2014. Consultado em 15 de março de 2014. Arquivado do original em 12 de março de 2014
- ↑ «Esquistossomose». Ministério da Saúde. Consultado em 31 de dezembro de 2022
- ↑ X Simpósio Internacional
- ↑ Colley, Daniel G.; Bustinduy, Amaya L.; Secor, W. Evan; King, Charles H. «Human schistosomiasis». The Lancet. 383 (9936): 2253–2264. PMC 4672382. PMID 24698483. doi:10.1016/s0140-6736(13)61949-2. Cópia arquivada em 29 de agosto de 2014
- ↑ «Chapter 3 Infectious Diseases Related To Travel». cdc.gov. 1 de agosto de 2013. Consultado em 30 de novembro de 2014. Cópia arquivada em 2 de abril de 2015
- ↑ Thétiot-Laurent, S. A.; Boissier, J.; Robert, A.; Meunier, B. (27 de junho de 2013). «Schistosomiasis Chemotherapy». Angewandte Chemie International Edition in English. 52 (31): 7936–56. PMID 23813602. doi:10.1002/anie.201208390
- ↑ «Schistosomiasis A major public health problem». World Health Organization. Consultado em 15 de março de 2014. Cópia arquivada em 5 de abril de 2014
- ↑ The Carter Center. «Schistosomiasis Control Program». Consultado em 17 de julho de 2008. Cópia arquivada em 20 de julho de 2008
- ↑ «Neglected Tropical Diseases». cdc.gov. 6 de junho de 2011. Consultado em 28 de novembro de 2014. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2014
- ↑ «Schistosoma/Schistosomiasis». The Lecturio Medical Concept Library. Consultado em 2 de julho de 2021
- ↑ a b c d e f g Gryseels B, Polman K, Clerinx J, Kestens L (setembro de 2006). «Human schistosomiasis». Lancet. 368 (9541): 1106–18. PMID 16997665. doi:10.1016/s0140-6736(06)69440-3
- ↑ «Parasites - Schistosomiasis, Disease». www.cdc.gov. Consultado em 4 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2016
- ↑ «Esquistossomose (Bilharzíase)». Manual Merck Sharp-Dhome. Consultado em 18 de abril de 2023
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah Hunter's Tropical Medicine and Emerging Infectious Diseases (em inglês). [S.l.]: Elsevier. 2020. ISBN 978-0-323-55512-8. doi:10.1016/c2016-0-01879-x
- ↑ «CDC - DPDx - Cercarial Dermatitis». www.cdc.gov (em inglês). 13 de maio de 2019. Consultado em 1 de novembro de 2021
- ↑ a b c d e f g Gray DJ, Ross AG, Li YS, McManus DP (maio de 2011). «Diagnosis and management of schistosomiasis». BMJ. 342: d2651. PMC 3230106. PMID 21586478. doi:10.1136/bmj.d2651
- ↑ Bottieau E, Clerinx J, de Vega MR, Van den Enden E, Colebunders R, Van Esbroeck M, et al. (maio 2006). «Imported Katayama fever: clinical and biological features at presentation and during treatment». The Journal of Infection. 52 (5): 339–45. PMID 16169593. doi:10.1016/j.jinf.2005.07.022
- ↑ a b c d e Ross AG, Bartley PB, Sleigh AC, Olds GR, Li Y, Williams GM, McManus DP (abril de 2002). «Schistosomiasis» (PDF). The New England Journal of Medicine. 346 (16): 1212–20. PMID 11961151. doi:10.1056/NEJMra012396
- ↑ a b c Erro de citação: Etiqueta
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome:9
- ↑ a b c Rosenthal, Philip J. (2021), Papadakis, Maxine A.; McPhee, Stephen J.; Rabow, Michael W., eds., «Schistosomiasis (Bilharziasis)», New York, NY: McGraw-Hill Education, Current Medical Diagnosis & Treatment 2021, consultado em 1 de novembro de 2021
- ↑ a b c d e f g Erro de citação: Etiqueta
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome:8
- ↑ Ross AG, Sleigh AC, Li Y, Davis GM, Williams GM, Jiang Z, et al. (abril 2001). «Schistosomiasis in the People's Republic of China: prospects and challenges for the 21st century». Clinical Microbiology Reviews. 14 (2): 270–95. PMC 88974. PMID 11292639. doi:10.1128/CMR.14.2.270-295.2001
- ↑ a b c Mandell GL, Bennett JE, Dolin R, Douglas RG (2010). «Trematodes (Schistosomes and Liver, Intestinal, and Lung Flukes)». Mandell, Douglas, and Bennett's Principles and Practice of Infectious Diseases. [S.l.: s.n.] pp. 3216–3226.e3. ISBN 978-0443068393
- ↑ «Schistosomiasis». www.niaid.nih.gov. Consultado em 7 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 13 de fevereiro de 2016
- ↑ a b Elbaz, Tamer; Esmat, Gamal (1 de setembro de 2013). «Hepatic and Intestinal Schistosomiasis: Review». Journal of Advanced Research (em inglês). 4 (5): 445–452. ISSN 2090-1232. PMC 4293886. PMID 25685451. doi:10.1016/j.jare.2012.12.001
- ↑ a b c d e Elbaz, Tamer; Esmat, Gamal (setembro 2013). «Hepatic and Intestinal Schistosomiasis: Review». Journal of Advanced Research (em inglês). 4 (5): 445–452. ISSN 2090-1232. PMC 4293886. PMID 25685451. doi:10.1016/j.jare.2012.12.001
- ↑ a b Yegorov S, Joag V, Galiwango RM, Good SV, Okech B, Kaul R (2019). «Impact of Endemic Infections on HIV Susceptibility in Sub-Saharan Africa». Tropical Diseases, Travel Medicine and Vaccines. 5. 22 páginas. PMC 6884859. PMID 31798936. doi:10.1186/s40794-019-0097-5
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome: 7
- ↑ a b Erro de citação: Etiqueta
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome:12
- ↑ Mostafa MH, Sheweita SA, O'Connor PJ (janeiro de 1999). «Relationship between schistosomiasis and bladder cancer». Clinical Microbiology Reviews. 12 (1): 97–111. PMC 88908. PMID 9880476. doi:10.1128/CMR.12.1.97
- ↑ Feldmeier H, Krantz I, Poggensee G (março de 1995). «Female genital schistosomiasis: a neglected risk factor for the transmission of HIV?». Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene. 89 (2). 237 páginas. PMID 7778161. doi:10.1016/0035-9203(95)90512-x
- ↑ «Neuroesquistossomose». Revista Neurociências - UNIFESP. Consultado em 18 de abril de 2023
- ↑ Esquistossomose (Barriga-d'água): causa, sintomas, tratamento e prevenção. - Brasil Escola
- ↑ Cientistas brasileiros criam vacina contra doença parasitária grave
- ↑ Neher, Clarissa (24 de março de 2014). «Brasil está perto de lançar vacina pioneira contra esquistossomose». DW. Consultado em 7 de maio de 2014
- ↑ Ferrari et al. Efficacy of oxamniquine and praziquantel in the treatment of Schistosoma mansoni infection: a controlled trial. Bulletin of the World Health Organization, 2003
- ↑ «eMedicine - Schistosomiasis». eMedicine. Consultado em 14 de junho de 2007. Arquivado do original em 7 de julho de 2007
- ↑ Danso-Appiah A, Olliaro PL, Donegan S, Sinclair D, Utzinger J (fevereiro 2013). «Drugs for treating Schistosoma mansoni infection» (PDF). The Cochrane Database of Systematic Reviews. 2 (2): CD000528. PMC 6532716. PMID 23450530. doi:10.1002/14651858.cd000528.pub2
- ↑ «WHO TDR news item, 4th Dec 2014, Praziquantel dose confirmed for schistosomiasis». Consultado em 5 de setembro de 2016. Arquivado do original em 13 de setembro de 2016
- ↑ Brinkmann UK, Werler C, Traoré M, Doumbia S, Diarra A (junho 1988). «Experiences with mass chemotherapy in the control of schistosomiasis in Mali». Tropical Medicine and Parasitology. 39 (2): 167–74. PMID 3140359
- ↑ a b c d e The Carter Center. «How is Schistosomiasis Treated?». Consultado em 17 julho de 2008. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2008
- ↑ a b Kramer CV, Zhang F, Sinclair D, Olliaro PL (agosto 2014). «Drugs for treating urinary schistosomiasis». The Cochrane Database of Systematic Reviews. 8 (8): CD000053. PMC 4447116. PMID 25099517. doi:10.1002/14651858.CD000053.pub3
- ↑ Xiao SH (novembro 2013). «Mefloquine, a new type of compound against schistosomes and other helminthes in experimental studies». Parasitology Research. 112 (11): 3723–40. PMID 23979493. doi:10.1007/s00436-013-3559-0
- ↑ Walker MD (agosto 2018). «Etymologia: Antimony». Emerg. Infect. Dis. 24 (8). 1601 páginas. doi:10.3201/eid2408.et2408.
citing public domain text, published by the CDC
- ↑ Pereira, Thiago A.; Vaz De Melo Trindade, Guilherme; Trindade Santos, Elisangela; Pereira, Fausto E.L.; Souza, Márcia Maria de (23 de janeiro de 2021). «Praziquantel pharmacotherapy reduces systemic osteopontin levels and liver collagen content in murine schistosomiasis mansoni». International Journal for Parasitology (em inglês). 51 (6): 437–440. ISSN 0020-7519. PMID 33493521. doi:10.1016/j.ijpara.2020.11.002
- ↑ «Esquistossomose: os perigos presentes e futuros do declínio do praziquantel». Marco Zero. Consultado em 17 de abril de 2023
- ↑ «Falta remédio para xistose nas farmácias». Estado de Minas. 31 de maio de 2013. Consultado em 17 de abril de 2023
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «www.xistose.com». – material educativo para crianças