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Vila Ipojuca: diferenças entre revisões

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Devido explosão demográfica que a Lapa paulistana experimentou desde as instalações das estradas de ferro São Paulo Railway, ou Santos-Jundiaí, e E.F. Sorocabana, a Lapa tornou-se um dos cenários da primeira onda de industrialização da cidade, razão pela qual recebeu migrantes de todas as partes do estado, do país e da Europa, sobretudo da região dos Bálcãs, fugidos das mazelas da [Primeira Guerra Mundial (1914-1918)]. Os primeiros loteamentos na Vila Ipojuca datam do início dos anos 1920, precisamente onde hoje está a rua Húngara. A Vila Ipojuca é composta por um conjunto de colinas e fundos de vale que perfazem a microbacia hidrográfica do [[Córrego do Mandí/Tiburtino]], córrego conhecido tanto por Mandí como por Tiburtino. O nome Ipojuca foi dado pelo agrimensor que atuou nos loteamentos e arruamentos por lembrar sua terra natal, Ipojuca, no estado de Pernambuco. A etimologia da palavra ipojuca, do tupi-guarani, remonta a águas turvas. Certamente isso se deve aos abundantes corpos d´água, riachos e nascentes que proveram as primeiras famílias de água potável e límpida nas encostas do Espigão Central, sito à Cerro Corá. Contudo, já nos anos 1940, o aumento da população e consequente multiplicação de fossas comprometeram o abastecimento local que ensejou as primeiras reivindicações comunitárias junto ao poder público para a construção de sistema de saneamento e de caixa d´água. Não obstante, até meados dos anos 1950, famílias inteiras abasteciam-se diariamente na famosa Biquinha, situada na confluência das ruas Votupoca, Mota Pais e Francisco Alves. Assim como a Vila Anastácio, a Ipojuca teve presença marcante de imigrantes do [[leste europeu|Leste Europeu]] - em especial dos húngaros ou "hungareses" (sic)-, como se autodenominavam, o que se pode constatar ainda pelos nomes de logradouros ainda presentes Húngara, Dnieper, Praça Tcheco, Croata, Rumaica; bem como pelos nomes antigos de outros, como: Avenida dos Bálcãs (atual Avenida Ricardo Medina Filho), rua Sérvia (atual Camburiú) e Lituânia (atual Ibiquara).
Devido a explosão demográfica que a Lapa paulistana experimentou desde as instalações das estradas de ferro São Paulo Railway, ou Santos-Jundiaí, e E.F. Sorocabana, a Lapa tornou-se um dos cenários da primeira onda de industrialização da cidade, razão pela qual recebeu migrantes de todas as partes do estado, do país e da Europa, sobretudo da região dos Bálcãs, fugidos das mazelas da [Primeira Guerra Mundial (1914-1918)]. Os primeiros loteamentos na Vila Ipojuca datam do início dos anos 1920, precisamente onde hoje está a rua Húngara. O bairro é composto por um conjunto de colinas e fundos de vale que perfazem a microbacia hidrográfica do [[Córrego do Mandí/Tiburtino]], córrego conhecido tanto por Mandí como por Tiburtino. O nome Ipojuca foi dado pelo agrimensor que atuou nos loteamentos e arruamentos por lembrar sua terra natal, Ipojuca, no estado de Pernambuco. A etimologia da palavra ipojuca, do tupi-guarani, remonta a águas turvas. Certamente isso se deve aos abundantes corpos d´água, riachos e nascentes que proveram as primeiras famílias de água potável e límpida nas encostas do Espigão Central, sito à Cerro Corá. Contudo, já nos anos 1940, o aumento da população e consequente multiplicação de fossas comprometeram o abastecimento local que ensejou as primeiras reivindicações comunitárias junto ao poder público para a construção de sistema de saneamento e de caixa d´água. Não obstante, até meados dos anos 1950, famílias inteiras abasteciam-se diariamente na famosa Biquinha, situada na confluência das ruas Votupoca, Mota Pais e Francisco Alves. Assim como a Vila Anastácio, a Vila Ipojuca teve presença marcante de imigrantes do [[leste europeu|Leste Europeu]] - em especial dos húngaros ou "hungareses" (sic)-, como se autodenominavam, o que se pode constatar ainda pelos nomes de logradouros ainda presentes Húngara, Dnieper, Praça Tcheco, Croata, Rumaica; bem como pelos nomes antigos de outros, como: Avenida dos Bálcãs (atual Avenida Ricardo Medina Filho), rua Sérvia (atual Camburiú) e Lituânia (atual Ibiquara).




Em face da verticalização indiscriminada e sem qualquer estudo prévio de impactos de vizinhança, poluição atmosférica por particulada por escapamentos de automóveis e poluição sonora, além de comprometimento dos regimes de Sol e vento, vizinhos enraizados mobilizam-se no sentido de preservar a identidade e os patrimônios materiais edificados do bairro, tanto privados como público, como é o caso do antigo ponto de ônibus da Praça Coronel Cipriano de Moraes. O ponto ou abrigo de passageiros é, sem dúvida, um dos símbolos da paisagem do bairro. Sua estrutura é de concreto com teto abaulado e seis pilares em V, projetado e construído em meados da década de 1950 pela Divisão de Engenharia e Obras da antiga Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), que operava linhas de ônibus locais e gerenciou o sistema de transportes públicos da cidade até 1994. <ref>{{Citar web|título = Ponto de ônibus mais antigo de SP sobrevive em praça da Lapa|URL = http://sao-paulo.estadao.com.br/blogs/edison-veiga/abrigo-mais-antigo-de-sp-sobrevive-em-praca-da-lapa/|acessadoem = 2015-08-26}}</ref> {{referências}}
Em face da verticalização indiscriminada e sem qualquer estudo prévio de impactos de vizinhança, poluição atmosférica por particulada por escapamentos de automóveis e poluição sonora, além de comprometimento dos regimes de Sol e vento, vizinhos enraizados mobilizam-se no sentido de preservar a identidade e os patrimônios materiais edificados do bairro, tanto privados como público, como é o caso do antigo ponto de ônibus da Praça Coronel Cipriano de Moraes, considerado o mais antigo de toda a cidade de São Paulo. O ponto ou abrigo de passageiros é, sem dúvida, um dos símbolos da paisagem do bairro. Sua estrutura é de concreto com teto abaulado e seis pilares em V, projetado e construído em meados da década de 1950 pela Divisão de Engenharia e Obras da antiga Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), que operava linhas de ônibus locais e gerenciou o sistema de transportes públicos da cidade até 1994. <ref>{{Citar web|título = Ponto de ônibus mais antigo de SP sobrevive em praça da Lapa|URL = http://sao-paulo.estadao.com.br/blogs/edison-veiga/abrigo-mais-antigo-de-sp-sobrevive-em-praca-da-lapa/|acessadoem = 2015-08-26}}</ref> {{referências}}




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[[Categoria:Bairros da Lapa]]
[[Categoria:Bairros da Lapa (distrito de São Paulo)]]

Edição atual tal como às 23h38min de 9 de abril de 2023

Vila Ipojuca
Bairro de São Paulo
Fundação 1921
Imigração predominante [nos primórdios dos loteamentos da vila, no início dos anos 1920, foi de imigrantes do Leste Europeu, notadamente eslavos dos Bálcãs fugidos da I Guerra Mundial]
Habitantes [pouco mais que 1/3 da população da (Lapa) (distrito de São Paulo) (subprefeitura da Lapa) (https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/subprefeituras/dados_demograficos/index.php?p=12758)]
Distrito Lapa
Subprefeitura Lapa
Região Administrativa Oeste

Vila Ipojuca é um bairro do distrito da Lapa situado na região oeste da cidade de São Paulo. Devido a explosão demográfica que a Lapa paulistana experimentou desde as instalações das estradas de ferro São Paulo Railway, ou Santos-Jundiaí, e E.F. Sorocabana, a Lapa tornou-se um dos cenários da primeira onda de industrialização da cidade, razão pela qual recebeu migrantes de todas as partes do estado, do país e da Europa, sobretudo da região dos Bálcãs, fugidos das mazelas da [Primeira Guerra Mundial (1914-1918)]. Os primeiros loteamentos na Vila Ipojuca datam do início dos anos 1920, precisamente onde hoje está a rua Húngara. O bairro é composto por um conjunto de colinas e fundos de vale que perfazem a microbacia hidrográfica do Córrego do Mandí/Tiburtino, córrego conhecido tanto por Mandí como por Tiburtino. O nome Ipojuca foi dado pelo agrimensor que atuou nos loteamentos e arruamentos por lembrar sua terra natal, Ipojuca, no estado de Pernambuco. A etimologia da palavra ipojuca, do tupi-guarani, remonta a águas turvas. Certamente isso se deve aos abundantes corpos d´água, riachos e nascentes que proveram as primeiras famílias de água potável e límpida nas encostas do Espigão Central, sito à Cerro Corá. Contudo, já nos anos 1940, o aumento da população e consequente multiplicação de fossas comprometeram o abastecimento local que ensejou as primeiras reivindicações comunitárias junto ao poder público para a construção de sistema de saneamento e de caixa d´água. Não obstante, até meados dos anos 1950, famílias inteiras abasteciam-se diariamente na famosa Biquinha, situada na confluência das ruas Votupoca, Mota Pais e Francisco Alves. Assim como a Vila Anastácio, a Vila Ipojuca teve presença marcante de imigrantes do Leste Europeu - em especial dos húngaros ou "hungareses" (sic)-, como se autodenominavam, o que se pode constatar ainda pelos nomes de logradouros ainda presentes Húngara, Dnieper, Praça Tcheco, Croata, Rumaica; bem como pelos nomes antigos de outros, como: Avenida dos Bálcãs (atual Avenida Ricardo Medina Filho), rua Sérvia (atual Camburiú) e Lituânia (atual Ibiquara).


Em face da verticalização indiscriminada e sem qualquer estudo prévio de impactos de vizinhança, poluição atmosférica por particulada por escapamentos de automóveis e poluição sonora, além de comprometimento dos regimes de Sol e vento, vizinhos enraizados mobilizam-se no sentido de preservar a identidade e os patrimônios materiais edificados do bairro, tanto privados como público, como é o caso do antigo ponto de ônibus da Praça Coronel Cipriano de Moraes, considerado o mais antigo de toda a cidade de São Paulo. O ponto ou abrigo de passageiros é, sem dúvida, um dos símbolos da paisagem do bairro. Sua estrutura é de concreto com teto abaulado e seis pilares em V, projetado e construído em meados da década de 1950 pela Divisão de Engenharia e Obras da antiga Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), que operava linhas de ônibus locais e gerenciou o sistema de transportes públicos da cidade até 1994. [1]

Referências


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Fontes:


Campiotto, Renata Cima. Patrimônio urbano do bairro da Lapa. Trabalho de Final de Graduação. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. 2015.

Piazzi, Murillo Aggio. Córregos ocultos da cidade de São Paulo. O córrego Tiburtino na Lapa. Revista Paisagem e Ambiente: Ensaios. n. 39. São Paulo. pp. 241-260. 2017.

Moreno, Ramón et all. https://www.tvgazeta.com.br/videos/vila-ipojuca-quer-preservar-memoria-bairro/

https://mobilidadesampa.com.br/2016/05/conheca-o-ponto-de-onibus-mais-antigo-de-sao-paulo/

Santos, Wanderley. Lapa. Coleção História dos Bairros de São Paulo. São Paulo: Secretaria Municipal da Cultura, 1980.

Segatto, J. (org). Lapa: evolução histórica. São Paulo: DPH, 1988.

Acervo do Museu da Lapa Miguel Dell´Erba