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Centeio: diferenças entre revisões

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{{Info/Taxonomia
{{Info/Taxonomia
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}}
[[File:Secale cereale MHNT.BOT.2015.2.40.jpg|thumb|''Secale cereale'' - [[MHNT]]]]
O '''centeio''' (''Secale cereale'') é uma [[gramínea]] cultivada em grande escala para colheita de [[Cariopse|grãos]] e forragem. Tem parentesco com o [[trigo]] e a [[cevada]]. O grão de centeio é utilizado para fazer [[farinha]], ração, [[cerveja]], alguns tipos de [[whisky]] e grande parte das [[vodca]]s. O centeio é plantado, sozinho ou misturado, para forragem do [[gado]] ou para ser colhido como [[feno]]. É muito tolerante com a acidez do terreno e mais ambientado a condições de seca e frio do que o trigo, embora não seja tão tolerante com o frio quanto a cevada. Os indícios mais antigos do uso doméstico do centeio foram encontrados no sítio de Tel Abu Hureyra, no norte da [[Síria]], no vale do [[Rio Eufrates|Eufrates]], datado do fim do [[Mesolítico|Epipaleolítico]].
O '''centeio'''<ref>''[http://jb.utad.pt/especie/Secale_cereale Secale cereale]'' - ''Flora Digital de Portugal''. jb.utad.pt/flora.</ref> (''Secale cereale'') é uma espécie de [[Angiosperma|planta com flor]] pertencente à [[família (biologia)|família]] [[Poaceae]]. A autoridade científica da espécie é de [[Carolus Linnaeus|Lineu]], tendo sido publicada em ''[[Species Plantarum]]'' 1: 84. 1753.<ref>Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 7 de Outubro de 2014 <http://www.tropicos.org/Name/25509953></ref>


É uma [[gramínea]] cultivada em grande escala para colheita de [[Cariopse|grãos]] e forragem. Tem parentesco com o [[trigo]] e a [[cevada]].
== Contra-indicações ==

O centeio, assim como o [[trigo]], a [[cevada]], a [[aveia]] e o [[malte]], possui o [[glúten]] em sua composição, desta forma, não deve ser consumido por portadores da [[doença celíaca]], já que a mesma traz como consequência ao organismo (caso consumido estes alimentos), uma atrofiação nas mucosas do [[intestino delgado]], prejudicando o organismo e a absorção de diversos nutrientes.
O grão de centeio é utilizado para fazer [[farinha]], ração, [[cerveja]], alguns tipos de [[whisky]] e grande parte das [[vodca]]s, além de ser muito utilizado na produção de [[pão de centeio]]. O centeio é plantado, sozinho ou misturado, para forragem do [[gado]] ou para ser colhido como [[feno]]. É muito tolerante com a acidez do terreno e mais ambientado a condições de seca e frio do que o trigo, embora não seja tão tolerante com o frio quanto a cevada.

== História ==
O centeio cultivado é encontrado em pequenas quantidades em uma série de sítios arqueológicos [[neolítico]]s da [[Turquia]], como no sítio Can Hasan III, mas de resto é praticamente ausente de registros arqueológicos até a [[Idade do Bronze]] da Europa Central, c. 1800-1500 a.C. Algumas fontes apontam os indícios mais antigos do uso doméstico do centeio como sendo encontrados no sítio de Tel Abu Hureyra, no norte da [[Síria]], no vale do [[Rio Eufrates|Eufrates]], datado do fim do [[Mesolítico|Epipaleolítico]]. Foi inicialmente produzido entre c. 1800-1500 a.C.{{harvRef|Zohray|2000|p=75}}

Outras fontes apontam que foi cultivado pela primeira vez na [[Alemanha]], e somente a partir do ano de [[400 a.C.]], tendo sido uma das culturas de cereais mais recentemente domesticadas.<ref name="ileg">{{citar web|url=http://www.i-legumes.com/centeio-historia.html|título=História do Centeio|publicado=i-legumes.com|língua=pt|acessodata=27 de dezembro de 2012}}</ref>

Acredita-se que o centeio seja originário de uma espécie selvagem que crescia como [[erva daninha]] em campos de [[trigo]] e [[cevada]].<ref name="ileg"/>

Em muitos países, o centeio, assim como a [[cevada]], era considerado como um alimento para os pobres, e à medida que o nível de vida aumentou em diversas civilizações, o consumo de centeio diminuiu.<ref name="ileg"/> Por outro lado, em algumas culturas como as da [[Escandinávia]] e países do Leste Europeu, o centeio continua a ser importante.<ref name="ileg"/>

==Centeio no Brasil==
O centeio foi introduzido no [[Brasil]] por imigrantes alemães e polacos no [[século XIX]] e, até hoje, o cultivo é realizado em grande parte por descendentes de europeus.<ref name=embrapa/>

O centeio é uma opção de cultivo de [[Inverno]] no Brasil, destacando-se, em relação aos outros cereais de estação fria, pela rusticidade e capacidade de adaptação em condições de ambiente menos favoráveis.<ref name=embrapa>{{citar web|url=http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Centeio/CultivodeCenteio_2ed/index.htm|título=Cultivo de centeio|autor=CUNHA, Gilberto R|publicado=[[Embrapa]]|língua=pt|acessodata=27 de dezembro de 2012}}</ref> O seu cultivo ainda está aquém das potencialidades, as estatísticas oficiais dão conta que ocupa anualmente ao redor de quatro mil hectares.<ref name=embrapa/> A área ocupada diminuiu nas últimas cinco décadas, provavelmente em razão do subsídio estendido à cultura de [[trigo]], da extinção de moinhos coloniais de centeio, da reduzida pesquisa e da incidência de doenças.<ref name=embrapa/>

==Produção mundial==
[[Imagem:2005rye.PNG|thumb|direita|Produção de centeio em 2005]]
O centeio é uma das espécies selvagens que crescem no centro e no leste da Turquia, e áreas adjacentes. Entretanto, a maior parte do centeio a nível mundial vem da [[Rússia]], [[Polónia]], [[China]], [[Canadá]] e [[Dinamarca]].<ref name="ileg"/> É o oitavo cereal mais produzido no mundo.<ref name=embrapa/>

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'''Produção em toneladas. Números de 2004-2005'''<ref>Dados de FAOSTAT ([[Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação|FAO]]) [http://faostat.fao.org/DesktopDefault.aspx?PageID=567&lang=fr Base de dados da FAO, acessados em 14 de novembro de 2006]</ref>
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|------
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|------
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|------
| align="left"|{{flag|Bielorrússia}}||align="right"|1&nbsp;397&nbsp;000,00||align="right"|8 %||align="right"|1&nbsp;155&nbsp;000,00||align="right"|7 %
|------
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|------
| align="left"|{{flag|Canadá}}||align="right"|417&nbsp;900,00||align="right"|2 %||align="right"|366&nbsp;900,00||align="right"|2 %
|------
| align="left"|{{flag|Turquia}}||align="right"|270&nbsp;000,00||align="right"|2 %||align="right"|260&nbsp;000,00||align="right"|2 %
|------
| align="left"|{{flag|República Tcheca}}||align="right"|313&nbsp;348,00||align="right"|2 %||align="right"|196&nbsp;755,00||align="right"|1 %
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| align="left"|{{flag|Estados Unidos}}||align="right"|209&nbsp;690,00||align="right"|1 %||align="right"|191&nbsp;450,00||align="right"|1 %
|------
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|-----
|align="right"| '''Total'''||align="right"|'''17&nbsp;652&nbsp;470,00'''||align="right"|100 %||'''15&nbsp;509&nbsp;578,00'''||align="right"|100 %
|}

{| border="1" cellpadding="3" cellspacing="0" align="center"
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| colspan="6" align="center" bgcolor=#DDFFDD |
'''Produção em toneladas de forragem e silagem. Dados de 2004-2005'''<ref>Dados de FAOSTAT ([[Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação|FAO]]) [http://faostat.fao.org/DesktopDefault.aspx?PageID=567&lang=fr Base de dados da FAO, acessada em 14 de novembro de 2006]</ref>
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| align="left"|{{flag|França}}||align="right"|21&nbsp;522&nbsp;700,00||align="right"|85 %||align="right"|21&nbsp;600&nbsp;000,00||align="right"|85 %
|------
| align="left"|{{flag|Dinamarca}}||align="right"|1&nbsp;800&nbsp;000,00||align="right"|7 %||align="right"|1&nbsp;850&nbsp;000,00||align="right"|7 %
|------
| align="left"|{{flag|Espanha}}||align="right"|1&nbsp;200&nbsp;000,00||align="right"|5 %||align="right"|1&nbsp;000&nbsp;000,00||align="right"|4 %
|------
| align="left"|{{flag|México}}||align="right"|600&nbsp;000,00||align="right"|2 %||align="right"|600&nbsp;000,00||align="right"|2 %
|------
| align="left"|{{flag|Noruega}}||align="right"|297&nbsp;000,00||align="right"|1 %||align="right"|297&nbsp;000,00||align="right"|1 %
|-----
|align="right"| '''Total'''||align="right"|'''25&nbsp;419&nbsp;700,00'''||align="right"|100 %||'''25&nbsp;347&nbsp;000,00'''||align="right"|100 %
|}

==Doenças==
[[Imagem:Stroma Claviceps purpurea.JPG|140px|thumb|direita|[[Esporão-do-centeio]]]]
A principal doença conhecida é o [[esporão-do-centeio]] ou cravagem do centeio, causada por um [[fungo]] do género ''Claviceps'', que possui cerca de 50 espécies, cuja espécie principal é o ''Claviceps purpurea'' (Fries) Tulasne. O fungo se desenvolve no ovário do centeio, produzindo estruturas arqueadas que são denominadas cravagem do centeio.<ref name="up">{{citar web|url=http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0708/g25_centeio/cc.html|título=Alcalóides da Cravagem do Centeio|autor=TAVEIRA, Marcos; CRUZ, Susana|publicado=[[Universidade do Porto]]|ano=2008|língua=pt|acessodata=27 de dezembro de 2012}}</ref> Há registros da ocorrência dessa doença na planta desde [[600 a.C.]].<ref name="up"/>

Deste fungo se extraem também vários [[alcaloide]]s e substâncias de uso [[medicina]]l, como a [[ergotamina]], utilizada no tratamento de [[enxaqueca]]. Com efeito alucinógeno, é também a precursora da droga [[LSD]]. A contaminação com esporão-do-centeio é apontada como uma possível causa para as reações descritas por meninas de Salem em 1696, que foram consideradas enfeitiçadas por bruxas, o que levou à condenação e morte de 76 pessoas, no episódio que ficou conhecido como [[Bruxas de Salem]].<ref name="clark">{{citar web|url=http://pessoas.hsw.uol.com.br/julgamento-bruxas-de-salem.htm|título=Os casos de bruxaria em Salém teriam tido influência de drogas?|autor=CLARK, Joshua; LAYTON, Julia|publicado=HowStuffWorks|língua=pt|acessodata=27 de dezembro de 2012}}</ref> A contaminação com o esporão pode se manifestar na forma de [[ergotismo gangrenoso]], que causa queimação na pele, bolhas e apodrecimento das extremidades do corpo, e geralmente causa a morte da vítima. Também pode se manifestar na forma de [[ergotismo convulsivo]], que ataca o [[sistema nervoso central]], causando loucura, [[psicose]], alucinações, paralisia e sensações de formigamento.<ref name="clark"/> Os sintomas relatados pelas duas primeiras meninas afetadas correspondem aos sintomas que hoje se atribuem ao ergotismo convulsivo. A teoria considera ainda que a ocorrência de um verão úmido naquele ano pode ter favorecido a proliferação do fungo, e que as duas garotas eram primas e viviam na mesma casa, e parte do salário de sua família era pago em grãos, o que reforçaria a tese de envenenamento. No entanto, esta teoria foi contestada desde seu lançamento.<ref name="clark"/>

== Contraindicações ==
O centeio, assim como o [[trigo]], a [[cevada]], e o [[malte]], possui o [[glúten]] em sua composição, desta forma, não deve ser consumido por portadores da [[doença celíaca]], já que a mesma traz como consequência ao organismo (caso consumido estes alimentos), uma atrofiação nas mucosas do [[intestino delgado]], prejudicando o organismo e a absorção de diversos nutrientes.

== Protecção ==

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.


== Galeria ==
== Galeria ==
{{commons|Secale cereale}}
<gallery>
<gallery>
Ficheiro:Rogge plant Secale cereale.jpg
Ficheiro:Rogge plant Secale cereale.jpg
Linha 30: Linha 112:
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</gallery>


{{Referências}}
== {{Ver também}} ==
* [[Pão de centeio]]


== {{Ligações externas}} ==
== Bibliografia ==
* [http://www3.uma.pt/alfa/checklist_flora_pt/output_db.php?familia=Poaceae&Genero_mais=Secale&restritivo_mais=cereale&submit=Procurar Secale cereale]'' - Checklist da Flora de Portugal (Continental, Açores e Madeira) - Sociedade Lusitana de Fitossociologia
* {{link|pt|2=http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Centeio/CultivodeCenteio_2ed/index.htm|3=Cultivo de centeio no Brasil}}
* [http://www4.uma.pt/gbm/checklist/lista_flora.php Checklist da Flora do Arquipélago da Madeira] (Madeira, Porto Santo, Desertas e Selvagens) - Grupo de Botânica da Madeira
* [http://www.azoresbioportal.angra.uac.pt/listagens.php?lang=pt&pesquisar=Secale%20cereale&sstr=4 Secale cereale]'' - Portal da Biodiversidade dos Açores
* ''[http://www.theplantlist.org/tpl/search?q=Secale+cereale Secale cereale]'' - The Plant List (2010). Version 1. Published on the Internet; http://www.theplantlist.org/ (consultado em 9 de novembro de 2014).
* ''[http://www.ipni.org/ipni/advPlantNameSearch.do?find_genus=Secale&find_species=cereale&find_rankToReturn=spec Secale cereale]'' - International Plant Names Index
* Castroviejo, S. (coord. gen.). 1986-2012. ''[http://www.floraiberica.es/ Flora iberica]'' 1-8, 10-15, 17-18, 21. Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid.
*{{citar livro|último=Zohray|primeiro=Daniel|coautor=Hopf, Maria|título=Domestication of plants in the Old World|edição=3|local=Oxford|editora=University Press|ano=2000|língua=en|ref=harv}}


== Ligações externas ==
{{Esboço-gramínea}}
{{Portal3|Botânica}}


<!--{{TaxonIds|nome=|ncbi=|eol=|gbif=|itis=|eunomen=|grin=|col=|wikispecies=Secale cereale}}-->
[[Categoria:Cereais]]
<!--{{Commons}}-->
[[Categoria:Poaceae]]
* ''[http://www.flora-on.pt/index.php?q=Secale+cereale Secale cereale]'' - Flora-on
* ''[http://ww2.bgbm.org/EuroPlusMed/PTaxonDetail.asp?NameCache=Secale%20cereale Secale cereale]'' - The Euro+Med PlantBase
* ''[http://www.floravascular.com/index.php?spp=Secale%20cereale Secale cereale]'' - Flora Vascular
* ''[http://www.biodiversitylibrary.org/name/Secale_cereale Secale cereale]'' - [[Biodiversity Heritage Library]] - Bibliografia
* ''[http://plants.jstor.org/search?qtype=all&query=Secale+cereale Secale cereale]'' - [[JSTOR]] Global Plants
* ''[http://rbg-web2.rbge.org.uk/cgi-bin/nph-readbtree.pl/feout?FAMILY_XREF=&GENUS_XREF=Secale&SPECIES_XREF=cereale Secale cereale]'' - ''[[Flora Europaea]]''
* ''[http://www.ncbi.nlm.nih.gov/taxonomy/?term=Secale%cereale Secale cereale]'' - NCBI Taxonomy Database
* ''[http://www.gbif.org/species/search?q=Secale+cereale Secale cereale]'' - [[Global Biodiversity Information Facility]]
* ''[http://eol.org/search?q=Secale+cereale&search=Go Secale cereale]'' - [[Encyclopedia of Life]]


{{esboço-planta}}
[[an:Secale cereale]]

[[ar:شيلم]]
{{Portal3|Botânica|Flora de Portugal}}
[[ast:Secale cereale]]

[[az:Əkin çovdarı]]
[[Categoria:Flora de Portugal]]
[[bat-smg:Rogē]]
[[Categoria:Secale|cereale]]
[[be-x-old:Жыта пасяўное]]
[[bg:Ръж]]
[[Categoria:Cereais]]
[[br:Segal]]
[[bs:Raž]]
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[[csb:Żëto]]
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[[da:Almindelig Rug]]
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[[el:Σίκαλη]]
[[en:Rye]]
[[eo:Sekalo]]
[[es:Secale cereale]]
[[et:Rukis]]
[[eu:Zekale]]
[[fa:چاودار]]
[[fi:Ruis]]
[[fr:Seigle]]
[[fy:Rogge]]
[[gl:Centeo]]
[[he:שיפון (דגן)]]
[[hi:नीवारिका]]
[[hr:Raž]]
[[hsb:Sywna rožka]]
[[hu:Rozs]]
[[id:Gandum hitam]]
[[io:Sekalo]]
[[is:Rúgur]]
[[it:Secale cereale]]
[[ja:ライムギ]]
[[ka:შვრია]]
[[ko:호밀]]
[[koi:Рудзӧг]]
[[la:Secale]]
[[lb:Kar (Planz)]]
[[lbe:Сус]]
[[li:Rogge]]
[[lt:Sėjamasis rugys]]
[[lv:Rudzi]]
[[ml:റൈ]]
[[nds-nl:Raai]]
[[nl:Rogge (graan)]]
[[nn:Rug]]
[[no:Dyrket rug]]
[[oc:Segal]]
[[os:Сылмæнæу]]
[[pl:Żyto zwyczajne]]
[[pnb:رائی]]
[[qu:Sintinu]]
[[ro:Secară]]
[[ru:Рожь]]
[[sah:Оруос]]
[[sco:Rye]]
[[sh:Raž]]
[[simple:Rye]]
[[sk:Raž siata]]
[[sl:Rž]]
[[sq:Thekra]]
[[sr:Раж]]
[[sv:Råg]]
[[sw:Ngano nyekundu]]
[[ta:ராய் (புல்வகை)]]
[[th:ข้าวไรย์]]
[[tr:Çavdar]]
[[udm:Ӟег]]
[[uk:Жито посівне]]
[[vi:Lúa mạch đen]]
[[wa:Swele]]
[[war:Secale cereale]]
[[zh:裸麥]]
[[zh-min-nan:Thǹg-theh-be̍h]]
[[zh-yue:黑麥]]

Edição atual tal como às 22h05min de 24 de junho de 2022

Como ler uma infocaixa de taxonomiaSecale cereale

Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmas
Clado: monocotiledóneas
Ordem: Poales
Família: Poaceae
Género: Secale
Espécie: S. cereale
Nome binomial
Secale cereale
L.
Secale cereale - MHNT

O centeio[1] (Secale cereale) é uma espécie de planta com flor pertencente à família Poaceae. A autoridade científica da espécie é de Lineu, tendo sido publicada em Species Plantarum 1: 84. 1753.[2]

É uma gramínea cultivada em grande escala para colheita de grãos e forragem. Tem parentesco com o trigo e a cevada.

O grão de centeio é utilizado para fazer farinha, ração, cerveja, alguns tipos de whisky e grande parte das vodcas, além de ser muito utilizado na produção de pão de centeio. O centeio é plantado, sozinho ou misturado, para forragem do gado ou para ser colhido como feno. É muito tolerante com a acidez do terreno e mais ambientado a condições de seca e frio do que o trigo, embora não seja tão tolerante com o frio quanto a cevada.

O centeio cultivado é encontrado em pequenas quantidades em uma série de sítios arqueológicos neolíticos da Turquia, como no sítio Can Hasan III, mas de resto é praticamente ausente de registros arqueológicos até a Idade do Bronze da Europa Central, c. 1800-1500 a.C. Algumas fontes apontam os indícios mais antigos do uso doméstico do centeio como sendo encontrados no sítio de Tel Abu Hureyra, no norte da Síria, no vale do Eufrates, datado do fim do Epipaleolítico. Foi inicialmente produzido entre c. 1800-1500 a.C.[3]

Outras fontes apontam que foi cultivado pela primeira vez na Alemanha, e somente a partir do ano de 400 a.C., tendo sido uma das culturas de cereais mais recentemente domesticadas.[4]

Acredita-se que o centeio seja originário de uma espécie selvagem que crescia como erva daninha em campos de trigo e cevada.[4]

Em muitos países, o centeio, assim como a cevada, era considerado como um alimento para os pobres, e à medida que o nível de vida aumentou em diversas civilizações, o consumo de centeio diminuiu.[4] Por outro lado, em algumas culturas como as da Escandinávia e países do Leste Europeu, o centeio continua a ser importante.[4]

Centeio no Brasil

[editar | editar código-fonte]

O centeio foi introduzido no Brasil por imigrantes alemães e polacos no século XIX e, até hoje, o cultivo é realizado em grande parte por descendentes de europeus.[5]

O centeio é uma opção de cultivo de Inverno no Brasil, destacando-se, em relação aos outros cereais de estação fria, pela rusticidade e capacidade de adaptação em condições de ambiente menos favoráveis.[5] O seu cultivo ainda está aquém das potencialidades, as estatísticas oficiais dão conta que ocupa anualmente ao redor de quatro mil hectares.[5] A área ocupada diminuiu nas últimas cinco décadas, provavelmente em razão do subsídio estendido à cultura de trigo, da extinção de moinhos coloniais de centeio, da reduzida pesquisa e da incidência de doenças.[5]

Produção mundial

[editar | editar código-fonte]
Produção de centeio em 2005

O centeio é uma das espécies selvagens que crescem no centro e no leste da Turquia, e áreas adjacentes. Entretanto, a maior parte do centeio a nível mundial vem da Rússia, Polónia, China, Canadá e Dinamarca.[4] É o oitavo cereal mais produzido no mundo.[5]

Produção em toneladas. Números de 2004-2005[6]

 Rússia 2 871 870,00 16 % 3 630 000,00 23 %
 Polônia 4 280 716,00 24 % 3 359 452,00 22 %
 Alemanha 3 830 000,00 22 % 2 794 000,00 18 %
 Ucrânia 1 592 500,00 9 % 1 184 000,00 8 %
 Bielorrússia 1 397 000,00 8 % 1 155 000,00 7 %
 China 600 000,00 3 % 748 000,00 5 %
 Canadá 417 900,00 2 % 366 900,00 2 %
 Turquia 270 000,00 2 % 260 000,00 2 %
 República Tcheca 313 348,00 2 % 196 755,00 1 %
 Estados Unidos 209 690,00 1 % 191 450,00 1 %
Outros países 1 869 446,00 11 % 1 624 021,00 10 %
Total 17 652 470,00 100 % 15 509 578,00 100 %

Produção em toneladas de forragem e silagem. Dados de 2004-2005[7]

 França 21 522 700,00 85 % 21 600 000,00 85 %
 Dinamarca 1 800 000,00 7 % 1 850 000,00 7 %
 Espanha 1 200 000,00 5 % 1 000 000,00 4 %
 México 600 000,00 2 % 600 000,00 2 %
 Noruega 297 000,00 1 % 297 000,00 1 %
Total 25 419 700,00 100 % 25 347 000,00 100 %
Esporão-do-centeio

A principal doença conhecida é o esporão-do-centeio ou cravagem do centeio, causada por um fungo do género Claviceps, que possui cerca de 50 espécies, cuja espécie principal é o Claviceps purpurea (Fries) Tulasne. O fungo se desenvolve no ovário do centeio, produzindo estruturas arqueadas que são denominadas cravagem do centeio.[8] Há registros da ocorrência dessa doença na planta desde 600 a.C..[8]

Deste fungo se extraem também vários alcaloides e substâncias de uso medicinal, como a ergotamina, utilizada no tratamento de enxaqueca. Com efeito alucinógeno, é também a precursora da droga LSD. A contaminação com esporão-do-centeio é apontada como uma possível causa para as reações descritas por meninas de Salem em 1696, que foram consideradas enfeitiçadas por bruxas, o que levou à condenação e morte de 76 pessoas, no episódio que ficou conhecido como Bruxas de Salem.[9] A contaminação com o esporão pode se manifestar na forma de ergotismo gangrenoso, que causa queimação na pele, bolhas e apodrecimento das extremidades do corpo, e geralmente causa a morte da vítima. Também pode se manifestar na forma de ergotismo convulsivo, que ataca o sistema nervoso central, causando loucura, psicose, alucinações, paralisia e sensações de formigamento.[9] Os sintomas relatados pelas duas primeiras meninas afetadas correspondem aos sintomas que hoje se atribuem ao ergotismo convulsivo. A teoria considera ainda que a ocorrência de um verão úmido naquele ano pode ter favorecido a proliferação do fungo, e que as duas garotas eram primas e viviam na mesma casa, e parte do salário de sua família era pago em grãos, o que reforçaria a tese de envenenamento. No entanto, esta teoria foi contestada desde seu lançamento.[9]

Contraindicações

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O centeio, assim como o trigo, a cevada, e o malte, possui o glúten em sua composição, desta forma, não deve ser consumido por portadores da doença celíaca, já que a mesma traz como consequência ao organismo (caso consumido estes alimentos), uma atrofiação nas mucosas do intestino delgado, prejudicando o organismo e a absorção de diversos nutrientes.

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

Referências

  1. Secale cereale - Flora Digital de Portugal. jb.utad.pt/flora.
  2. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 7 de Outubro de 2014 <http://www.tropicos.org/Name/25509953>
  3. Zohray 2000, p. 75.
  4. a b c d e «História do Centeio». i-legumes.com. Consultado em 27 de dezembro de 2012 
  5. a b c d e CUNHA, Gilberto R. «Cultivo de centeio». Embrapa. Consultado em 27 de dezembro de 2012 
  6. Dados de FAOSTAT (FAO) Base de dados da FAO, acessados em 14 de novembro de 2006
  7. Dados de FAOSTAT (FAO) Base de dados da FAO, acessada em 14 de novembro de 2006
  8. a b TAVEIRA, Marcos; CRUZ, Susana (2008). «Alcalóides da Cravagem do Centeio». Universidade do Porto. Consultado em 27 de dezembro de 2012 
  9. a b c CLARK, Joshua; LAYTON, Julia. «Os casos de bruxaria em Salém teriam tido influência de drogas?». HowStuffWorks. Consultado em 27 de dezembro de 2012 

Ligações externas

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