Tratado de Paris (1229): diferenças entre revisões
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O '''Tratado de Paris''' (também conhecido como '''Tratado de Meaux-Paris''' ou simplesmente '''Tratado de Meaux''') é um acordo assinado em [[1229]] entre o Reino da [[França]] e o [[Condado de Tolosa]] que pôs fim às hostilidades entre ambos, motivadas pela [[Cruzada albigense]]. |
O '''Tratado de Paris''' (também conhecido como '''Tratado de Meaux-Paris''' ou simplesmente '''Tratado de Meaux''') é um acordo assinado em [[1229]] entre o Reino da [[França]] e o [[Condado de Tolosa]] que pôs fim às hostilidades entre ambos, motivadas pela [[Cruzada albigense]]. |
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O acordo compreendia 22 clausulas que comprometiam ao cesse das hostilidades entre o conde de Tolosa e a nobreza feudal francesa em troca de que o primeiro prestasse a sua fidelidade à Igreja Romana e ao rei da França, abandonando o seu apoio a causa dos seus vassalos albigenses enfrentados à Igreja à que devia simultaneamente compensar com uma série de indenizações econômicas. |
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Para isso Raimundo VII devia entregar a metade dos seus territórios, começando pelos pertencentes aos viscondes de [[Trencavel]] e os senescais de [[Beaucaire (Gard)|Beaucaire]] e [[Carcassonne]] que passam ao Reino da França. |
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Alfonso faleceu sem descendência em [[1271]] e as suas posses tolosanas vincularam-se definitivamente ao devir do reino da França, que anularia a sua autonomia, ao tempo que afastava sobre elas as pretensões de outras potências, como a [[Coroa de Aragão]]. Séculos mais tarde, a maior parte dos territórios do antigo condado de Tolosa formariam as regiões francesas do [[Languedoque-Rossilhão]] e de [[Midi-Pyrénées]]. |
Alfonso faleceu sem descendência em [[1271]] e as suas posses tolosanas vincularam-se definitivamente ao devir do reino da França, que anularia a sua autonomia, ao tempo que afastava sobre elas as pretensões de outras potências, como a [[Coroa de Aragão]]. Séculos mais tarde, a maior parte dos territórios do antigo condado de Tolosa formariam as regiões francesas do [[Languedoque-Rossilhão]] e de [[Midi-Pyrénées]]. |
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Pela sua vez, as posses provençais que deveriam passar à Igreja nesse mesmo ano foram retidas durante 3 anos mais (até [[1274]]) pelo Reino da França que, finalmente se submeteria aos termos do tratado, entregando o marquesado de Provença ao Papado. Estas chegariam a albergar a sede da Igreja Católica de [[1309]] a [[1377]] ([[Papado de Avinhão]]) até serem reincorporadas em [[1797]] à França do [[Diretório (Revolução Francesa)|Diretório]] mediante o [[Tratado de Tolentino]]. |
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== Bibliografia == |
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*[[Michel Roquebert]] ''L'épopée cathare'' - 4 tomos |
* [[Michel Roquebert]] ''L'épopée cathare'' - 4 tomos, 1970-1994, Edit. Privat, Re-editado 2001 (La Croisade albigeoise, l'Inquisition) |
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*Monique Zerner-Chardavoine ''La croisade albigeoise'', Col. Archives, Gallimard, 1979. |
* Monique Zerner-Chardavoine ''La croisade albigeoise'', Col. Archives, Gallimard, 1979. |
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==Ver também== |
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*[[Cruzada albigense]] |
* [[Cruzada albigense]] |
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== Ligações externas == |
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* {{fr}} [http://www.quercy.net/qmedieval/histoire/parchemins/parch46.html O pergaminho do tratado de Paris] |
* {{fr}} [https://web.archive.org/web/20110922081057/http://www.quercy.net/qmedieval/histoire/parchemins/parch46.html O pergaminho do tratado de Paris] |
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* {{fr}} [http://www.archives.mairie-toulouse.fr/fonds/inventaire/articles/AA5/aa5_004.htm Texto do tratado de Paris, conservado nos Arquivos de Tolosa] |
* {{fr}} [https://web.archive.org/web/20070927220105/http://www.archives.mairie-toulouse.fr/fonds/inventaire/articles/AA5/aa5_004.htm Texto do tratado de Paris, conservado nos Arquivos de Tolosa] |
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* {{ca}} [http://www.xtec.es/~apalau12/index10.htm Os cátaros] |
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* {{fr}} [http://jean.duvernoy.free.fr/ Heresias medievais] |
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Edição atual tal como às 21h20min de 13 de maio de 2021
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Junho de 2019) |
O Tratado de Paris (também conhecido como Tratado de Meaux-Paris ou simplesmente Tratado de Meaux) é um acordo assinado em 1229 entre o Reino da França e o Condado de Tolosa que pôs fim às hostilidades entre ambos, motivadas pela Cruzada albigense.
Contexto
[editar | editar código-fonte]Desde que em 1209 o Papa Inocêncio III declarara a cruzada contra os cátaros albigenses, o sul da França vinha sendo palco de uma luta entre senhores feudais do Norte e Sul (partidários respectivos do Rei Filipe II da França e da família Saint-Gilles, Condes de Tolosa).
A princípio os vassalos do Rei da França conseguiram rápidos avanços que se veriam plasmados com a tomada de Toulouse e a morte do rei Pedro II de Aragão (a quem os occitanos deviam vassalagem) na Batalha de Muret e a condenação do catarismo no Concílio de Latrão IV (1215). Mas a morte do Papa ao ano seguinte provoca uma sublevação geral em todo o Languedoque que se traduz num desembarque Raimundo VI em Marselha e uma sequência de batalhas que culmina na reconquista de Toulouse em 1217 e a morte ao ano seguinte do general cruzado Simão de Montfort durante um assédio enquanto intentava recuperar a cidade rosa. Consolidaria-se assim a resistência occitana da mão do novo conde Raimundo VII (seu pai faleceu em 1221) que com apoio da Coroa de Aragão e do Condado de Foix recuperará parte dos territórios arrebatados à sua família voltando a um status quo similar ao do princípio da Cruzada.
Para forçar a procura duma saída ao conflito e evitar um rebrote da heresia, o novo Papa Honório II excomungou o conde tolosano no Concílio de Bourges (29 de novembro de 1225). Isto, ligado à renúncia do filho de Simão, Amaury VI de Montfort, dos seus direitos sobre o Condado e a vitória militar em 1226 dos exércitos franceses no comando do filho de Louis VIII sobre os occitanos, favoreceu o clima para que em 1229 o legado papal (Cardeal de Saint-Ange) concebesse um acordo de paz que seria finalmente redigido pelo Conde de Champagne e o Abade de Grandselve, e assinado em março desse ano em Meaux.
A assinatura
[editar | editar código-fonte]O tratado foi assinado a 12 de abril de 1229 pelos representantes do reino da França (então regido por Branca de Castela, mãe do futuro Luís IX) e a Igreja Católica por um lado, e, pelo outro, o Conde de Tolosa Raimundo VII.
As condições do tratado foram particularmente duras para o Condado de Toulouse, o qual, à longa, veria nele o seu próprio desaparecimento. Além disso, vieram acompanhadas por uma penitencia pública do conde Raimundo que, antes de assina-lo, deveu peregrinar até Paris, onde foi flagelado sobre os degraus de Notre-Dame.
O acordo
[editar | editar código-fonte]O acordo compreendia 22 clausulas que comprometiam ao cesse das hostilidades entre o conde de Tolosa e a nobreza feudal francesa em troca de que o primeiro prestasse a sua fidelidade à Igreja Romana e ao rei da França, abandonando o seu apoio a causa dos seus vassalos albigenses enfrentados à Igreja à que devia simultaneamente compensar com uma série de indenizações econômicas.
Para isso Raimundo VII devia entregar a metade dos seus territórios, começando pelos pertencentes aos viscondes de Trencavel e os senescais de Beaucaire e Carcassonne que passam ao Reino da França.
Assim mesmo o conde comprometia-se a retirar as suas pretensões sobre os territórios do vale do Ródano (passando o marquesado de Provença às mãos da Igreja com o nome de Condado Venaissin), desmantelar as defesas de várias vilas (entre elas Toulouse), fundar e custear durante 10 anos uma universidade em Toulouse e a participar diretamente nas cruzadas de Oriente.
Contudo, as cláusulas que se revelariam de maior importância para o devir da história medieval foram a 12ª e 13ª que estipulava por um lado, o matrimônio entre a filha do conde e um dos filhos do rei Luís, e por outro, a transmissão à coroa real francesa das posses remanescentes do conde caso falecimento sem descendência:
“ | 12° A filha de Raymond VII será entregue ao rei, quem por dispensa da Igreja a dará em matrimônio a um dos seus filhos; 13° ...após a morte do conde, Toulouse e o seu bispado pertencerão ao irmão do rei; se este morrer sem deixar filhos os seus domínios voltariam à coroa sem que os demais herdeiros ou descendentes de Raymond VII puder reclamar direito algum. |
” |
Consequências
[editar | editar código-fonte]A aplicação do artigo 12º teve não obstante de aguardar até 1237, ao matrimônio entre Joana de Tolosa e Alfonso de Poitiers. Raimundo faleceu em 1249 e as suas posses passaram a Alfonso, não sem antes forçar um novo confronto direto com este, o seu genro, e a coroa, ao dar o seu apoio às pretensões inglesas na Aquitânia.
Alfonso faleceu sem descendência em 1271 e as suas posses tolosanas vincularam-se definitivamente ao devir do reino da França, que anularia a sua autonomia, ao tempo que afastava sobre elas as pretensões de outras potências, como a Coroa de Aragão. Séculos mais tarde, a maior parte dos territórios do antigo condado de Tolosa formariam as regiões francesas do Languedoque-Rossilhão e de Midi-Pyrénées.
Pela sua vez, as posses provençais que deveriam passar à Igreja nesse mesmo ano foram retidas durante 3 anos mais (até 1274) pelo Reino da França que, finalmente se submeteria aos termos do tratado, entregando o marquesado de Provença ao Papado. Estas chegariam a albergar a sede da Igreja Católica de 1309 a 1377 (Papado de Avinhão) até serem reincorporadas em 1797 à França do Diretório mediante o Tratado de Tolentino.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Michel Roquebert L'épopée cathare - 4 tomos, 1970-1994, Edit. Privat, Re-editado 2001 (La Croisade albigeoise, l'Inquisition)
- Monique Zerner-Chardavoine La croisade albigeoise, Col. Archives, Gallimard, 1979.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- (em francês) O pergaminho do tratado de Paris
- (em francês) Texto do tratado de Paris, conservado nos Arquivos de Tolosa
- (em catalão) Os cátaros
- (em francês) Heresias medievais
Referências
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Tratado de París (1229)».