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Chania: diferenças entre revisões

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'''Chania''' (em [[Língua grega antiga|grego]] ''Χανιά'') também chamada ''Caneia'' ou ''Hania'', é a segunda maior [[cidade]] da [[ilha]] [[Anexo:Lista de ilhas da Grécia|grega]] de [[Creta]] e a [[capital]] da [[Prefeituras da Grécia|prefeitura]] [[Chania (prefeitura)|de Chania]]. Sua população era de 55 838 em 2001.
'''Chania''' ou '''Hania''' ({{langx|el|Χανιά}}; {{langx|ota|خانيه||''Hanya''}}), também chamada '''Caneia''' (do [[Língua vêneta|veneziano]] ''La Canea''), é a segunda maior cidade da ilha [[Grécia|grega]] de [[Creta]] e é a [[capital]] da [[Unidades regionais da Grécia|unidade regional]] de [[Chania (unidade regional)|homónima]].


Está situada no noroeste da ilha, à beira do [[mar Egeu]], 70 km a oeste de [[Retimno]] e 145 km de [[Heraclião]]. A cidade atual é a sucessora da [[Antiguidade|antiga]] [[Cidónia]], que remonta ao [[Civilização|período minoico]].
Está sita na [[costa]] [[norte]] de Creta, a 70km de [[Rethymno]] e 145km de [[Heraklion]].


Em 2011, a população oficial do antigo município (atual unidade municipal) era {{formatnum:53910}} habitantes, enquanto que o novo município, resultante da reforma administrativa de 2011, tinha {{formatnum:108642}} habitantes. Este é constituído pela cidade e diversas localidades vizinhas, nomeadamente Cunupidiana ({{formatnum:8620}} hab.), Murnies ({{formatnum:7614}} hab.), [[Suda (Creta)|Suda]] ({{formatnum:6418}} hab.), Nerocuros ({{formatnum:5531}} hab.), Daratsos ({{formatnum:4732}} hab.), Perivolia ({{formatnum:3986}} hab.), Galatas ({{formatnum:3166}} hab.) e Aroni ({{formatnum:3003}} hab.).
== [[História]] ==


==História==
[[Ficheiro:Map Minoan Crete-en.svg|thumb|A ''[[civilização]] [[Civilização minóica|minóica]]'']]
===Pré-história e Antiguidade===
Chania situa-se no local onde existiu a localidade minoica a que os gregos chamavam Cidónia (''Kydonia'', "[[marmeleiro]]"). O termo aparece em escritos em {{Lknb|Linear|B}} como ''ku-do-ni-ja''. Há alguns vestígios [[Arqueologia|arqueológicos]] notáveis da existência dessa cidade minoica no subsolo de algumas partes da Chania moderna, os quais foram descobertos em [[Escavação|escavações]] levadas a cabo na zona de Kasteli, na parte antiga da cidade. Aparentemente, esta área é habitada desde o [[Neolítico]]. Cidónia surge depois do fim da era minoica como uma importante [[Cidade-Estado|cidade-estado]] da [[Grécia Clássica]], cujos domínios se estendiam desde a baía de Chania até ao sopé das [[Montanhas Brancas (Creta)|Montanhas Brancas]].


A primeira vaga de colonizadores oriundos da Grécia continental foi de [[Dóricos]], que chegaram {{ca.|{{AC|1100|x}}}} Cidónia estava constantemente em guerra com as cidades vizinhas de [[Áptera (Grécia)|Áptera]], [[Falasarna]] e [[Polirrénia]] e era suficientemente importante para que [[Homero]] a mencionasse na ''[[Odisseia]]''. Em {{AC|69|x}}, o [[cônsul romano]] [[Quinto Cecílio Metelo Crético]] derrotou os Cretenses e conquistou Cidónia, mas concedeu à cidade privilégios de cidade-estado independente. Cidónia teve o direito de cunhar as suas próprias moedas até ao {{DC|século III|x}}
Chania está no local onde existiu a povoação minóica de ''[[Cidônia (Grécia Antiga)|Cidônia]]''.


===Períodos bizantino e árabe===
Durante o período [[Grécia Antiga|clássico]], Cidônia foi uma importante [[Cidade-Estado|cidade-estado]], constantemente em guerra com as cidades vizinhas de Aptera, Falasarna e Polyrrinia e suficientemente importante para ser mencionada na ''[[Odisséia]]''.
{{Artigo principal|vt=s|Emirado de Creta}}


O primeiro período de governo bizantino, entre 395 e {{DC|824|x}}, bem como a governo dos [[Árabes]], que chamaram a Chania ''al Hanim'' ("a estalagem"), estão muito mal documentados. Durante o emirado de Creta, a população cristão foi perseguida e fugiu para as montanahs. Os [[Império Bizantino|Bizantinos]] retomaram a cidade em 961, dando início ao que é comum chamar o "segundo período bizantino", o qual durou até 1204. É neste período que o nome da cidade foi mudado para o grego ''Chania''. Os Bizantinos dotaram a cidade de poderosas fortificações para impedirem outra invasão árabe, usando materiais de antigas edificações da área. Nesta altura, Chania era a sé de um [[bispo]].
[[Ficheiro:Chania old town.jpg|thumb|left|Uma [[rua]] do ''Centro Histórico'']]


===Período veneziano===
Em [[69 a.C.]] o [[cônsul]] ''[[Caecilii Metellii|Metellus]]'' conquistou-a, mas a cidade manteve os privilégios de uma cidade-estado independente. Cidônia emitiu a sua própria moeda até o [[século III]].
[[Imagem:Chania old town.jpg|thumb|esquerda|upright|Rua do centro histórico]]


Depois da [[Quarta Cruzada]] (1204), durante a qual [[Constantinopla]] foi conquistada pelos chamados ''latinos'' (europeus ocidentais), Creta foi dada a [[Bonifácio de Montferrat]], que a vendeu aos [[República de Veneza|Venezianos]] por 100 [[Marco (moeda)|marcos]] de prata. Em 1252, os Venezianos lograram submeter os Cretenses, mas em 1263, os seus rivais [[República de Génova|Genoveses]], com apoio local, tomaram Chania sob o comando de {{ilc|Enrico Pescatore||Enrico de Cândia|Henrique, conde de Malta}}, e mantiveram-na até 1285, quando voltou às mãos dos Venezianos.
No início da era cristã, Cidônia pertenceu ao [[Império Bizantino]].


Durante o período veneziano, Chania foi a capital da região, ou seja, o local residência do ''rectore'' (administrador geral) e floresceu como um importante centro comercial da fértil região em que se encontra. O governo veneziano foi inicialmente duro e opressivo, mas lentamente as relações entre governados e governantes foram melhorando. O contacto com [[Veneza]] deu origem a uma entrelaçamento das culturas cretense e veneziana, o que não implicou que os cretenses tivessem abandonado a sua [[Igreja Ortodoxa Grega|ortodoxia grega]]. A cidade passou a ser conhecida como La Canea, nome ainda usado em {{ling|it}} e em {{ling|fr}} (''La Canée''), as suas fortificações foram reforçadas e a cidade ganhou a forma que ainda hoje conserva.
Os árabes conquistaram Creta em [[824]], e a cidade ganhou o nome actual de ''Chania''. Este período árabe foi mais um período de escravatura que uma colonização.


Depois da [[Queda de Constantinopla]] em 1453, muitos padres, monges e artistas procuraram refúgio em Creta e reforçaram a religião e cultura bizantina na ilha. No período que se seguiu, Chania foi um local onde se misturavam elementos culturais bizantinos, venezianios e gregos clássicos. Muitos dos edifícios importantes da cidade datam dessa época e as atividades intelectuais (escrita, música, educação, etc.) foram também promovidas.
O Império Bizantino reconquistou a cidade em 961. A cidade foi fortificada para prevenir outra invasão árabe.


===Período otomano===
Depois da ''[[Quarta Cruzada]]'' e do fim do Império Bizantino em 1204, Creta foi oferecida ao Marquês de Montferrat Bonifácio, que a vendeu aos Venezianos por 100 marcos de prata.
{{Artigo principal|vt=s|Creta otomana}}
Durante o período Veneziano, Chania foi escolhida para capital da região e tornou-se num importante centro comercial. Foram construídas muralhas, contra invasões e piratas, e a cidade ganhou a forma que perdura até hoje.
As fortes muralhas não impediram o exército otomano de conquistarem Chania em 1645, após dois meses de cerco. Os invasores desembarcaram perto do {{ilc|Mosteiro de Gonia||Moni Gonia}}, em [[Císsamos]], a oeste da cidade, que [[saque]]aram e incendiaram. O cerco a Chania começou em 2 de agosto de 1645. O número de mortos durante o cerco foi muito elevado, particularmente entre os Otomanos. Quando voltou para casa, o comandante dos sitiantes foi executado por ter perdio {{formatnum:40000}} homens. Mais tarde, as igrejas foram transformadas em [[mesquita]]s.


Os Turcos residiam sobretudo nos bairros orientais de Kasteli e Splantzia, onde converteram a igreja [[Ordem dos Pregadores|dominicana]] de São Nicolau na mesquita central "do Soberano" ({{langx|tr|''Hünkar Camısı''|nome}}). Também construíram novas mesquitas, como a Mesquita Küçük Hasan Paşa (conhecida como Mesquita dos [[Janízaros]]) ou a Mesquita Yali (Mesquita Nova). Os banhos públicos ([[Banho turco|amãs]]) e fontes eram uma das caraterísticas da cidade turca. O [[paxá]] de Creta residia em Chania.
Contudo, as muralhas não evitaram a conquista da cidade pelos turcos em 1645.


Em 1821, durante a revolta dos Gregos contra o Império Otomano, ocorreram conflitos entre Gregos e Turcos em Chania, que provocaram mortos em ambos os lados. O bispo de Císsamos, Melhisedek Despotakis, foi enforcado numa árvore na praça Splantzia por ter participado nos eventos revolucionários. Em 1878, foi assinado o {{ilc|Pacto de Chalepa||Pacto de Halepa}}, na cidade com aquele nome, atualmente um subúrbio de Chania. O pacto tornava Creta uma espécie de estado parlamentar autónomo dentro do Império Otomano.
Muita igrejas tornaram-se mesquitas e riquezas da cidade são levadas. Sob o domínio árabe são construídas novas mesquitas, banhos públicos e fontes.


O cretense [[Elefthérios Venizélos|Venizelos]] em 1896, foi o líder da revolta contra os turcos, e seria mais tarde primeiro ministro da Grécia.
O cretense [[Elefthérios Venizélos|Venizelos]], foi o líder da revolta contra os turcos em 1896, e seria mais tarde primeiro-ministro da Grécia.


Em 1971, a capital de Creta mudou-se para [[Iráklio|Heraklion]].
Em 1971, a capital de Creta mudou-se para [[Heraclião]].


== Monumentos e outros lugares de interesse ==
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[[Imagem:Crete-Chania-Cathedral-May2005.jpg|thumb|[[Catedral de Chania|Catedral ortodoxa de Chania]]]]
== [[Monumento]]s e outros lugares de interesse ==


;[[Museu]]s
[[Ficheiro:Crete-Chania-Cathedral-May2005.jpg|thumb|A [[catedral de Chania]]]]
* [[Museu Arqueológico de Chania|Museu Arqueológico]]

=== [[Museu]]s ===

* [[Museu Arqueológico de Chania]]
* [[Museu da Vida Escolar da Grécia]]
* [[Museu da Vida Escolar da Grécia]]
* [[Museu Naval de Chania]]
* [[Museu Naval de Chania|Museu Naval]]


=== [[Igreja]]s ===
;[[Igreja (edifício)|Igrejas]]
* [[Catedral de Chania|Catedral ortodoxa]]
* [[Igreja Ortodoxa Grega de São Nicolau|Igreja ortodoxa de São Nicolau]]


;Outros
* [[Catedral de Chania]]
* [[Igreja Ortodoxa Grega de São Nicolau]]
* [[Porto veneziano de Chania|Porto veneziano]]
* [[Estaleiros venezianos de Chania|Estaleiros venezianos]]

=== Outros ===

* [[Porto Veneziano de Chania]]
* [[Praça Venizelos de Chania]]
* [[Grande Arsenal de Chania]]
* [[Estaleiros Venezianos de Chania]]
* [[Mercado Municipal de Chania]]


== A cidade hoje ==
== A cidade hoje ==


[[Ficheiro:FarolChania.JPG|250px|right|O [[farol]] de Chania]]
[[Imagem:Chania Lighthouse 02.jpg|thumb|[[Farol]] de Chania]]


Apesar de ter sido bombardeada na [[II Guerra Mundial]], Chania é considerada a cidade mais bonita de Creta, especialmente o seu porto e farol venezianos do [[século XV]]. Muitos dos antigos edifícios foram restaurados como hotéis, lojas e bares.
Apesar de ter sido bombardeada na [[Segunda Guerra Mundial]], Chania é considerada a cidade mais bonita de Creta, especialmente o seu porto e farol venezianos do {{séc|XV}}. Muitos dos antigos edifícios foram restaurados como hotéis, lojas e bares.


Nos últimos anos a cidade tornou-se um muito procurado destino [[Turismo|turístico]].
Nos últimos anos a cidade tornou-se um muito procurado destino [[Turismo|turístico]]. A cidade tem vários museus e edifícios interessantes. De referir o museu arqueológico, o museu naval e o museu da escola grega. Em 1913 foi inaugurado o edifício do mercado, baseado no mercado de [[Marselha]].

A cidade tem vários museus e edifícios interessantes. De referir o museu arqueológico, o museu naval e o museu da escola grega. Em 1913 foi inaugurado o edifício do mercado, baseado no mercado de [[Marselha]].

Chania tem hoje cerca de 60 000 habitantes. É servida por um aeroporto internacional.

== Pessoas famosas ==


== Personalidades ligadas a Chania ==
* [[Elefthérios Venizélos]]
* [[Elefthérios Venizélos]]
* [[Konstantínos Mitsotákis]]
* [[Konstantínos Mitsotákis]]
* [[Nana Mouskouri]]
* [[Nana Mouskouri]]
* [[John Aniston]] (Γιάννης Αναστασάκης)


== Panoramas ==
== Panoramas ==
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{{commonscat|Chania}}

[[Categoria:Cidades da Grécia]]
[[Categoria:Chania| ]]
[[Categoria:Chania| ]]
[[Categoria:Localidades de Creta]]

[[Categoria:Localidades da unidade regional de Chania]]
{{Bom interwiki|de}}
[[Categoria:Cidades portuárias da Europa]]

[[ar:خانيا]]
[[bg:Ханя]]
[[ca:Khanià]]
[[cs:Chania]]
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[[scn:Canea]]
[[sh:Kanija]]
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[[sl:Hania]]
[[sr:Ханија]]
[[sv:Chania]]
[[tr:Hanya]]
[[uk:Ханья]]
[[war:Khania]]
[[zh:干尼亞]]

Edição atual tal como às 11h02min de 5 de março de 2021

Grécia Chania

Χανιά

Hania, Caneia

 
  Município  
A Mesquita Küçük Hasan Paşa, conhecida como Mesquita dos Janízaros, no porto veneziano de Chania
A Mesquita Küçük Hasan Paşa, conhecida como Mesquita dos Janízaros, no porto veneziano de Chania
A Mesquita Küçük Hasan Paşa, conhecida como Mesquita dos Janízaros, no porto veneziano de Chania
Localização
Localização do município de Chania na unidade regional homónima
Localização do município de Chania na unidade regional homónima
Localização do município de Chania na unidade regional homónima
Chania está localizado em: Grécia
Chania
Localização de Chania na Grécia
Coordenadas 35° 31' N 24° 1' E
País Grécia
Região Creta
Unidade regional Chania
História
Fundação Neolítico
Administração
Prefeito Emmanouil Skoulakis
Características geográficas
Área total 356,12 km²
 • Área urbana 12,56 km²
População total (2011) 108 642 hab.
 • População urbana 53 910
Densidade 305,1 hab./km²
 • Densidade urbana 4 292,2 hab./km²
Código postal 73100
Sítio www.chania.gr

Chania ou Hania (em grego: Χανιά; em turco otomano: خانيه; romaniz.: Hanya), também chamada Caneia (do veneziano La Canea), é a segunda maior cidade da ilha grega de Creta e é a capital da unidade regional de homónima.

Está situada no noroeste da ilha, à beira do mar Egeu, 70 km a oeste de Retimno e 145 km de Heraclião. A cidade atual é a sucessora da antiga Cidónia, que remonta ao período minoico.

Em 2011, a população oficial do antigo município (atual unidade municipal) era 53 910 habitantes, enquanto que o novo município, resultante da reforma administrativa de 2011, tinha 108 642 habitantes. Este é constituído pela cidade e diversas localidades vizinhas, nomeadamente Cunupidiana (8 620 hab.), Murnies (7 614 hab.), Suda (6 418 hab.), Nerocuros (5 531 hab.), Daratsos (4 732 hab.), Perivolia (3 986 hab.), Galatas (3 166 hab.) e Aroni (3 003 hab.).

História[editar | editar código-fonte]

Pré-história e Antiguidade[editar | editar código-fonte]

Chania situa-se no local onde existiu a localidade minoica a que os gregos chamavam Cidónia (Kydonia, "marmeleiro"). O termo aparece em escritos em Linear B como ku-do-ni-ja. Há alguns vestígios arqueológicos notáveis da existência dessa cidade minoica no subsolo de algumas partes da Chania moderna, os quais foram descobertos em escavações levadas a cabo na zona de Kasteli, na parte antiga da cidade. Aparentemente, esta área é habitada desde o Neolítico. Cidónia surge depois do fim da era minoica como uma importante cidade-estado da Grécia Clássica, cujos domínios se estendiam desde a baía de Chania até ao sopé das Montanhas Brancas.

A primeira vaga de colonizadores oriundos da Grécia continental foi de Dóricos, que chegaram c.1 100 a.C. Cidónia estava constantemente em guerra com as cidades vizinhas de Áptera, Falasarna e Polirrénia e era suficientemente importante para que Homero a mencionasse na Odisseia. Em 69 a.C., o cônsul romano Quinto Cecílio Metelo Crético derrotou os Cretenses e conquistou Cidónia, mas concedeu à cidade privilégios de cidade-estado independente. Cidónia teve o direito de cunhar as suas próprias moedas até ao século III d.C.

Períodos bizantino e árabe[editar | editar código-fonte]

Ver também : Emirado de Creta

O primeiro período de governo bizantino, entre 395 e 824 d.C., bem como a governo dos Árabes, que chamaram a Chania al Hanim ("a estalagem"), estão muito mal documentados. Durante o emirado de Creta, a população cristão foi perseguida e fugiu para as montanahs. Os Bizantinos retomaram a cidade em 961, dando início ao que é comum chamar o "segundo período bizantino", o qual durou até 1204. É neste período que o nome da cidade foi mudado para o grego Chania. Os Bizantinos dotaram a cidade de poderosas fortificações para impedirem outra invasão árabe, usando materiais de antigas edificações da área. Nesta altura, Chania era a sé de um bispo.

Período veneziano[editar | editar código-fonte]

Rua do centro histórico

Depois da Quarta Cruzada (1204), durante a qual Constantinopla foi conquistada pelos chamados latinos (europeus ocidentais), Creta foi dada a Bonifácio de Montferrat, que a vendeu aos Venezianos por 100 marcos de prata. Em 1252, os Venezianos lograram submeter os Cretenses, mas em 1263, os seus rivais Genoveses, com apoio local, tomaram Chania sob o comando de Enrico Pescatore, e mantiveram-na até 1285, quando voltou às mãos dos Venezianos.

Durante o período veneziano, Chania foi a capital da região, ou seja, o local residência do rectore (administrador geral) e floresceu como um importante centro comercial da fértil região em que se encontra. O governo veneziano foi inicialmente duro e opressivo, mas lentamente as relações entre governados e governantes foram melhorando. O contacto com Veneza deu origem a uma entrelaçamento das culturas cretense e veneziana, o que não implicou que os cretenses tivessem abandonado a sua ortodoxia grega. A cidade passou a ser conhecida como La Canea, nome ainda usado em italiano e em francês (La Canée), as suas fortificações foram reforçadas e a cidade ganhou a forma que ainda hoje conserva.

Depois da Queda de Constantinopla em 1453, muitos padres, monges e artistas procuraram refúgio em Creta e reforçaram a religião e cultura bizantina na ilha. No período que se seguiu, Chania foi um local onde se misturavam elementos culturais bizantinos, venezianios e gregos clássicos. Muitos dos edifícios importantes da cidade datam dessa época e as atividades intelectuais (escrita, música, educação, etc.) foram também promovidas.

Período otomano[editar | editar código-fonte]

Ver também : Creta otomana

As fortes muralhas não impediram o exército otomano de conquistarem Chania em 1645, após dois meses de cerco. Os invasores desembarcaram perto do Mosteiro de Gonia, em Císsamos, a oeste da cidade, que saquearam e incendiaram. O cerco a Chania começou em 2 de agosto de 1645. O número de mortos durante o cerco foi muito elevado, particularmente entre os Otomanos. Quando voltou para casa, o comandante dos sitiantes foi executado por ter perdio 40 000 homens. Mais tarde, as igrejas foram transformadas em mesquitas.

Os Turcos residiam sobretudo nos bairros orientais de Kasteli e Splantzia, onde converteram a igreja dominicana de São Nicolau na mesquita central "do Soberano" (em turco: Hünkar Camısı). Também construíram novas mesquitas, como a Mesquita Küçük Hasan Paşa (conhecida como Mesquita dos Janízaros) ou a Mesquita Yali (Mesquita Nova). Os banhos públicos (amãs) e fontes eram uma das caraterísticas da cidade turca. O paxá de Creta residia em Chania.

Em 1821, durante a revolta dos Gregos contra o Império Otomano, ocorreram conflitos entre Gregos e Turcos em Chania, que provocaram mortos em ambos os lados. O bispo de Císsamos, Melhisedek Despotakis, foi enforcado numa árvore na praça Splantzia por ter participado nos eventos revolucionários. Em 1878, foi assinado o Pacto de Chalepa, na cidade com aquele nome, atualmente um subúrbio de Chania. O pacto tornava Creta uma espécie de estado parlamentar autónomo dentro do Império Otomano.

O cretense Venizelos, foi o líder da revolta contra os turcos em 1896, e seria mais tarde primeiro-ministro da Grécia.

Em 1971, a capital de Creta mudou-se para Heraclião.

Monumentos e outros lugares de interesse[editar | editar código-fonte]

Catedral ortodoxa de Chania
Museus
Igrejas
Outros

A cidade hoje[editar | editar código-fonte]

Farol de Chania

Apesar de ter sido bombardeada na Segunda Guerra Mundial, Chania é considerada a cidade mais bonita de Creta, especialmente o seu porto e farol venezianos do século XV. Muitos dos antigos edifícios foram restaurados como hotéis, lojas e bares.

Nos últimos anos a cidade tornou-se um muito procurado destino turístico. A cidade tem vários museus e edifícios interessantes. De referir o museu arqueológico, o museu naval e o museu da escola grega. Em 1913 foi inaugurado o edifício do mercado, baseado no mercado de Marselha.

Personalidades ligadas a Chania[editar | editar código-fonte]

Panoramas[editar | editar código-fonte]

Zona a oeste do porto veneziano, com as Montanhas Brancas ao fundo
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