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{{ver desambig|redir='''Faroeste'''|outros significados|Faroeste (desambiguação)}}{{Infobox|above=Fronteira Americana|image=The Cow Boy 1888.jpg|imagem-tamanho=300px|caption=O cowboy, o símbolo por excelência da fronteira americana. Foto de [[John C.H. Grabill]], {{circa|1887}}.|label1='''Data'''|data1={{Plain list|* Expansão territorial de 1607–1912 <small>(primeira colônia estabelecida em [[Jamestown (Virgínia)|Jamestown]] em 1607 para a [[Território do Arizona|Admissão do Território do Arizona como um Estado]] em 1912)</small>}}
{{Plain list|* 1865–1917 <small>([[História dos Estados Unidos (1865-1918)|Período estereotipado do Velho Oeste retratado na cultura pop]])</small>}}
{{Plain list|* 1865–1920 <small>(Registrado pelo [[Departamento do Censo dos Estados Unidos]])</small><ref>{{Citation |último=United States. Bureau of the Census |título=Statistical Atlases of the United States Series |url=https://fraser.stlouisfed.org/series/statistical-atlases-united-states-series-5578 |acessodata=2024-04-23}}</ref><ref>{{citar periódico|último= |primeiro= |data=1924-06-07 |título=Population, Plate No. 3 |url=https://fraser.stlouisfed.org/title/statistical-atlas-united-states-5191/population-527616?start_page=9 |periódico=United States Bureau of the Census |series=Statistical Atlas of the United States, 1920 |língua=en |páginas=9}}</ref>}}
{{Plain list|* 1860–1910 <small>(Período do Velho Oeste citado por vários historiadores)</small><ref>Brian W. Dippie, "American Wests: historiographical perspectives." ''American Studies International'' 27.2 (1989): 3–25.</ref><ref name="LOC TAW">{{Citar web|título=The American West, 1865–1900 {{!}} Rise of Industrial America, 1876–1900 {{!}} U.S. History Primary Source Timeline {{!}} Classroom Materials at the Library of Congress |url=https://www.loc.gov/classroom-materials/united-states-history-primary-source-timeline/rise-of-industrial-america-1876-1900/american-west-1865-1900/ |acessodata=7 de janeiro de 2023 |website=Library of Congress, Washington, D.C. }}</ref><ref>{{citar livro|último1=Milner |primeiro1=Clyde A. |url=http://archive.org/details/oxfordhistoryofa00clyd |título=The Oxford history of the American West |último2=O'Connor |primeiro2=Carol A. |último3=Sandweiss |primeiro3=Martha A. |data=1994 |publicado=New York : Oxford University Press |others=Internet Archive |isbn=978-0195059687 |páginas=326, 412–413, 424, 472}}</ref>}}
{{Plain list|*1865–1890 <small>(Opinião de Frederick J. Turner)</small><ref name=porter>{{citar livro|último1= Porter |primeiro1= Robert |último2= Gannett |primeiro2= Henry |último3= Hunt |primeiro3= William |título="Progress of the Nation", in "Report on Population of the [[United States]] at the Eleventh Census: 1890, Part 1" |páginas= xviii–xxxiv |publicado= Bureau of the Census |ano= 1895}}</ref><ref name="Turner, Frederick Jackson 1920 293">{{citar livro|autor=Turner, Frederick Jackson|título=The Frontier in American History|página= 293|capítulo= The Significance of the Frontier in American History|ano=1920|capítulourl=https://www.gutenberg.org/files/22994/22994-h/22994-h.htm}}</ref><ref>{{citar periódico|último1=Nash |primeiro1=Gerald D. |título=The Census of 1890 and the Closing of the Frontier |periódico=The Pacific Northwest Quarterly |data=1980 |volume=71 |número=3 |páginas=98–100 |jstor=40490574 |url=https://www.jstor.org/stable/40490574}}</ref><ref>{{citar periódico|último1=Lang |primeiro1=Robert E. |último2=Popper |primeiro2=Deborah E. |último3=Popper |primeiro3=Frank J. |título="Progress of the Nation": The Settlement History of the Enduring American Frontier |periódico=Western Historical Quarterly |data=1995 |volume=26 |número=3 |páginas=289–307 |doi=10.2307/970654 |jstor=970654 |url=https://doi.org/10.2307/970654}}</ref>}}|label2='''Local'''|data2=Atualmente os Estados Unidos, historicamente em ordem de assimilação:
* [[Treze Colônias]]
* [[Nova Suécia]]
* [[Novos Países Baixos]]
* [[Nova França]]
* [[Vice-Reino da Nova Espanha|Nova Espanha]]
* [[Território do Missouri]]
* [[República de Vermont]]
* [[Luisiana (Nova França)|Território de Louisiana]]
* [[Terra de Rupert]]
* [[Território de Dakota]]
* [[Território do Nebraska]]
* [[Flórida espanhola|Flórida Espanhola]]
* [[República do Texas]]
* [[Oregon Country]]
* [[República da Califórnia]]
* [[Território do Colorado]]
* [[Território de Montana]]
* [[Território de Wyoming]]
* [[Território de Utah]]
* [[Território de Oklahoma]]
* [[Território indígena]]
* [[Território do Novo México]]
* [[Território do Arizona]]
* [[Colonização russa da América|Alaska]]}}
'''Velho Oeste''', '''Oeste Selvagem''' ou '''Faroeste''' ({{lang-en|''Old West'', ''Wild West'' ou ''Far West''}}), também conhecido como '''Fronteira Americana''' ({{lang-en|''American Frontier''}}), abrange a geografia, a história, o folclore e a cultura associadas à onda futura de [[Evolução territorial dos Estados Unidos|expansão americana]] na [[América do Norte]] continental que começou com os [[Colonização europeia da América|assentamentos coloniais europeus]] no início Século XVII e terminou com a admissão dos últimos territórios ocidentais contíguos como estados em 1912. Esta era de migração e colonização massiva foi particularmente encorajada pelo presidente [[Thomas Jefferson]] após a [[Compra da Luisiana|compra da Louisiana]], dando origem à atitude [[Expansionismo|expansionista]] conhecida como "[[Doutrina do destino manifesto|destino manifesto]]" e à "[[Tese da Fronteira]]" dos historiadores. As lendas, os eventos históricos e o folclore da fronteira americana incorporaram-se tanto na cultura dos Estados Unidos que o Velho Oeste, e especificamente o género ocidental de mídia, tornou-se uma das características definidoras da identidade nacional americana.

== Periodização ==
Os historiadores debateram longamente sobre quando a era da fronteira começou, quando terminou e quais foram os seus principais subperíodos.<ref>Brian W. Dippie, "American Wests: historiographical perspectives." ''American Studies International'' 27.2 (1989): 3–25.</ref> Por exemplo, o subperíodo do Velho Oeste é às vezes usado por historiadores em relação ao período desde o fim da [[Guerra de Secessão|Guerra Civil Americana]] em 1865 até quando o Superintendente do Censo, [[William Rush Merriam]], declarou que o US Census Bureau pararia de registrar o assentamento na fronteira ocidental como parte de suas categorias de censo após o [[Censo dos Estados Unidos de 1890|Censo dos EUA de 1890]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/40490574 |título=The Census of 1890 and the Closing of the Frontier |data=1980 |periódico=The Pacific Northwest Quarterly |número=3 |ultimo=Nash |primeiro=Gerald D. |paginas=98–100 |jstor=40490574 |volume=71}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.2307/970654 |título='Progress of the Nation': The Settlement History of the Enduring American Frontier |data=1995 |periódico=Western Historical Quarterly |número=3 |ultimo=Lang |primeiro=Robert E. |ultimo2=Popper |primeiro2=Deborah E. |paginas=289–307 |doi=10.2307/970654 |jstor=970654 |ultimo3=Popper |primeiro3=Frank J. |volume=26}}</ref> Seus sucessores, entretanto, continuaram a prática até o [[Censo dos Estados Unidos de 1920|Censo de 1920]].<ref name=":3">{{Citation|último=United States. Bureau of the Census|título=Statistical Atlases of the United States Series|url=https://fraser.stlouisfed.org/series/statistical-atlases-united-states-series-5578|acessodata=2024-04-23}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://fraser.stlouisfed.org/title/statistical-atlas-united-states-5191/population-527616?start_page=9 |título=Population, Plate No. 3 |data=1924-06-07 |periódico=United States Bureau of the Census |ultimo= |primeiro= |series=Statistical Atlas of the United States, 1920 |paginas=9 |lingua=en}}</ref> Outros, incluindo a [[Biblioteca do Congresso]] e a [[Universidade de Oxford]], citam frequentemente pontos divergentes que remontam ao início do século XX; normalmente nas primeiras duas décadas, antes da entrada americana na [[Primeira Guerra Mundial]].<ref>{{Citar livro|url=http://archive.org/details/oxfordhistoryofa00clyd|título=The Oxford history of the American West|ultimo=Milner|primeiro=Clyde A.|ultimo2=O'Connor|primeiro2=Carol A.|ultimo3=Sandweiss|primeiro3=Martha A.|data=1994|editora=New York : Oxford University Press|páginas=393–423, 471–475|isbn=978-0195059687}}</ref> Um período conhecido como "A Guerra Civil Ocidental de Incorporação" durou de 1850 a 1919. Este período incluiu eventos históricos sinônimos do arquétipo do Velho Oeste ou "Velho Oeste", como conflitos violentos decorrentes da invasão de assentamentos em terras fronteiriças, remoção e assimilação de nativos, consolidação de propriedade para grandes corporações e governo, vigilantismo e tentativa de aplicação de leis sobre bandidos.<ref>{{Citar livro|url=http://archive.org/details/oxfordhistoryofa00clyd|título=The Oxford history of the American West|ultimo=Milner|primeiro=Clyde A.|ultimo2=O'Connor|primeiro2=Carol A.|ultimo3=Sandweiss|primeiro3=Martha A.|data=1994|editora=New York : Oxford University Press|páginas=393–423|isbn=978-0195059687}}</ref>

Em 1890, o Superintendente do Censo, [[William Rush Merriam]] declarou: "Até 1880 inclusive o país tinha uma fronteira de colonização, mas atualmente a área instável foi tão dividida por corpos isolados de colonização que dificilmente se pode dizer ser uma linha de fronteira na discussão da sua extensão, do seu movimento para oeste, etc., não pode, portanto, mais ter lugar nos relatórios do censo.<ref>{{Citar livro|título=The Frontier in American History|ultimo=Turner, Frederick Jackson|ano=1920|capitulo=The Significance of the Frontier in American History}}</ref> Apesar disso, o [[c:File:Distribution_of_US_Rural_Population_during_1900.pdf|censo dos EUA posterior a 1900]] continuou a mostrar a linha da fronteira oeste, e os seus sucessores continuaram a prática.<ref name=":33">{{Citation|último=United States. Bureau of the Census|título=Statistical Atlases of the United States Series|url=https://fraser.stlouisfed.org/series/statistical-atlases-united-states-series-5578|acessodata=2024-04-23}}</ref><ref name=":4">{{Citar periódico |url=https://fraser.stlouisfed.org/title/statistical-atlas-united-states-74/illustrations-population-492434 |título=Illustrations: Population |data=1914-07-01 |periódico=United States Bureau of the Census |ultimo= |primeiro= |series=Statistical Atlas of the United States, 1910 |lingua=en}}</ref> No entanto, no censo dos EUA de 1910, a fronteira havia diminuído em áreas divididas sem uma linha única de assentamento para o oeste.<ref>{{Citation|título=Illustrations: Population|data=julho de 1914|url=https://fraser.stlouisfed.org/title/statistical-atlas-united-states-74/illustrations-population-492434|periódico=Statistical Atlas of the United States|others=United States. Bureau of the Census|series=Statistical Atlas of the United States, 1910|acessodata=7 de janeiro de 2023}}</ref> Um influxo de proprietários agrícolas nas primeiras duas décadas do século XX, ocupando mais áreas do que as concessões de propriedades rurais em todo o século XIX, é citado como tendo reduzido significativamente as terras abertas.<ref name=":2">{{Citar livro|url=http://archive.org/details/oxfordhistoryofa00clyd|título=The Oxford history of the American West|ultimo=Milner|primeiro=Clyde A.|ultimo2=O'Connor|primeiro2=Carol A.|ultimo3=Sandweiss|primeiro3=Martha A.|data=1994|editora=New York : Oxford University Press|páginas=472|isbn=978-0195059687}}</ref>

Uma [[fronteira]] é uma zona de contato no limite de uma linha de assentamento. O teórico [[Frederick Jackson Turner]] foi mais fundo, argumentando que a fronteira foi palco de um processo definidor da civilização americana: “A fronteira”, afirmou ele, “promoveu a formação de uma nacionalidade composta para o povo americano”. Ele teorizou que era um processo de desenvolvimento: "Este renascimento perene, esta fluidez da vida americana, esta expansão para o oeste... fornecem as forças que dominam o caráter americano."<ref>{{Citar livro|título=The Frontier in American History|ultimo=Turner, Frederick Jackson|ano=1920|páginas=1–38|capitulo=The Significance of the Frontier in American History}}</ref> As ideias de Turner desde 1893 inspiraram gerações de historiadores (e críticos) a explorar múltiplas fronteiras individuais americanas, mas a fronteira popular popular concentra-se na conquista e colonização de terras [[Povos nativos dos Estados Unidos|nativas americanas]] a oeste do [[rio Mississippi]], no que hoje é o [[Região Centro-Oeste dos Estados Unidos|Centro-Oeste]], [[Texas]], as [[Grandes Planícies]], as [[Montanhas Rochosas]], o [[Região Sudoeste dos Estados Unidos|Sudoeste]] e a [[Costa Oeste dos Estados Unidos|Costa Oeste]].

Enorme atenção popular concentrou-se no [[Região Oeste (Estados Unidos)|oeste dos Estados Unidos]] (especialmente no sudoeste) na segunda metade do século XIX e no início do século XX, da década de 1850 à década de 1910. Esses meios de comunicação normalmente exageravam o romance, a anarquia e a violência caótica do período para obter um efeito dramático maior. Isso inspirou o gênero de filme [[western]], junto com programas de televisão, romances, histórias em quadrinhos, videogames, brinquedos infantis e fantasias.

Conforme definido por Hine e Faragher, “a história da fronteira conta a história da criação e defesa de comunidades, do uso da terra, do desenvolvimento de culturas e hotéis e da formação de estados”. Eles explicam: “É uma história de conquista, mas também de sobrevivência, persistência e fusão de povos e culturas que deram origem e continuaram a vida na América”.<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/americanwestinte00hine/page/10|título=The American West: A New Interpretive History|ultimo=Hine|primeiro=Robert V.|ultimo2=John Mack Faragher|editora=[[Yale University Press]]|ano=2000|isbn=978-0300078350}}</ref> O próprio Turner enfatizou repetidamente como a disponibilidade de "terras livres" para iniciar novas fazendas atraiu americanos pioneiros: "A existência de uma área de terras livres, sua recessão contínua e o avanço da colonização americana para o oeste explicam o desenvolvimento americano."<ref>Quoted in William Cronon, "Revisiting the vanishing frontier: The legacy of Frederick Jackson Turner." ''Western Historical Quarterly'' 18.2 (1987): 157–176, [157]</ref> Através de tratados com nações estrangeiras e [[Povos nativos dos Estados Unidos|tribos nativas]], compromisso político, conquista militar, o estabelecimento da lei e da ordem, a construção de fazendas, ranchos e cidades, a marcação de trilhas e escavação de minas, e a extração de grandes migrações de estrangeiros, os Estados Unidos expandiram-se de costa a costa, cumprindo a ideologia do Destino Manifesto. Em sua "Tese da Fronteira" (1893), Turner teorizou que a fronteira era um processo que transformou os europeus em um novo povo, os americanos, cujos valores se concentravam na igualdade, democracia e otimismo, bem como no [[individualismo]], autossuficiência e até violência.

=== Termos ''Oeste'' e ''Fronteira'' ===
[[Imagem:Distribution_of_US_Rural_Population_during_1900.pdf|miniaturadaimagem|Mapa do censo dos EUA mostrando a extensão do assentamento e da linha de fronteira em 1900]]
A [[fronteira]] é a margem do território não desenvolvido que abrangeria os [[Estados Unidos]] além da linha de fronteira estabelecida.<ref>{{Citar web|url=https://www.merriam-webster.com/dictionary/frontier|titulo=Definition of FRONTIER|acessodata=1 de fevereiro de 2020|website=www.merriam-webster.com|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.merriam-webster.com/dictionary/margin|titulo=Definition of MARGIN|acessodata=1 de fevereiro de 2020|website=www.merriam-webster.com|lingua=en}}</ref> O [[Departamento do Censo dos Estados Unidos|US Census Bureau]] designou o território fronteiriço como terra geralmente desocupada com uma densidade populacional inferior a 2 pessoas por milha quadrada (0,77 pessoas por quilómetro quadrado). A linha de fronteira era o limite externo da colonização europeu-americana nesta terra.<ref>{{Citar web|ultimo=The Website Services & Coordination Staff|primeiro=US Census Bureau|url=https://www.census.gov/dataviz/visualizations/001/|titulo=Following the Frontier Line, 1790 to 1890|acessodata=1 de fevereiro de 2020|website=U.S. Census|lingua=EN-US}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=American Usage of the Word "Frontier" from Colonial Times to Frederick Jackson Turner |data=1966 |periódico=Proceedings of the American Philosophical Society |número=1 |ultimo=Juricek |primeiro=John T. |paginas=10–34 |issn=0003-049X |jstor=985999 |volume=110}}</ref> Começando com os primeiros assentamentos europeus permanentes na [[Costa Leste dos Estados Unidos|Costa Leste]], moveu-se continuamente para o oeste de 1600 a 1900 (décadas) com movimentos ocasionais para o norte, para o Maine e New Hampshire, para o sul, para a Flórida, e para o leste, da Califórnia, para Nevada. Bolsões de assentamentos também apareceriam muito além da linha de fronteira estabelecida, particularmente na [[Costa Oeste dos Estados Unidos|Costa Oeste]] e no interior profundo, com assentamentos como [[Los Angeles]] e [[Salt Lake City]], respectivamente. O "[[Região Oeste (Estados Unidos)|Oeste]]" era a área recentemente colonizada perto dessa fronteira.<ref>Aron, Steven, "The Making of the First American West and the Unmaking of Other Realms" in {{Citar livro|título=A Companion to the American West|editora=Wiley-Blackwell|ano=2007|editor-sobrenome=Deverell|editor-nome=William|páginas=5–24|isbn=978-1405156530}}</ref> Assim, partes do [[Região Centro-Oeste dos Estados Unidos|Centro-Oeste]] e [[Região Sul (Estados Unidos)|do Sul dos Estados Unidos]], embora não sejam mais consideradas "ocidentais", têm uma herança fronteiriça junto com os estados ocidentais modernos.<ref name="Lamar19773">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=OJt5AAAAMAAJ|título=The Reader's Encyclopedia of the American West|ultimo=Lamar|primeiro=Howard R.|editora=Crowell|ano=1977|isbn=0690000081|autorlink=Howard R. Lamar}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Reclaiming the "F" Word, or Being and Becoming Postwestern |periódico=Pacific Historical Review |número=2 |ultimo=Klein |primeiro=Kerwin Lee |ano=1996 |paginas=179–215 |doi=10.2307/3639983 |jstor=3639983 |volume=65}}</ref> Richard W. Slatta, em sua visão da fronteira, escreve que "os historiadores às vezes definem o oeste americano como terras a oeste do ''98º'' [[Meridiano (geografia)|meridiano]] ou 98° de [[longitude]] oeste", e que outras definições da região "incluem todas as terras a oeste do Mississippi ou rios Missouri.<ref>{{Citar web|url=https://faculty.chass.ncsu.edu/slatta/cowboys/essays/front_life2.htm|titulo=Western frontier life in America|data=janeiro de 2006|acessodata=29 de novembro de 2019|publicado=Slatta, Richard W.}}</ref>

== Mapas dos territórios dos Estados Unidos ==
<gallery widths="210" heights="145">
Ficheiro:United States 1789-03-1789-08.png|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:United_States_1789-03-1789-08.png|1789: A nova nação
Ficheiro:United States 1819-12-1820.png|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:United_States_1819-12-1820.png|1819–1820: Pós-Guerra de 1812
Ficheiro:United States 1845-12-1846-06.png|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:United_States_1845-12-1846-06.png|1845–1846: Antes da Guerra Mexicano-Americana
Ficheiro:United States 1859-1860.png|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:United_States_1859-1860.png|1859–1860: Expansão Pré-Guerra Civil
Ficheiro:United States 1884-1889-11-02.png|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:United_States_1884-1889-11-02.png|1884–1889: Expansão pós-Guerra Civil
Ficheiro:United States 1912-08-1959-01.png|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:United_States_1912-08-1959-01.png|1912: EUA contíguos, todos os estados
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* {{Legend inline|#ffcccc|Estados}}
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* {{Legend inline|#c65167|Áreas disputadas}}
* {{Legend inline|#a0a0a0|Outros países}}

== História ==
{{História dos Estados Unidos sidebar}}

=== Fronteira colonial ===
{{Artigo principal|Treze Colônias}}
[[Imagem:George_Caleb_Bingham_-_Daniel_Boone_escorting_settlers_through_the_Cumberland_Gap.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|[[Daniel Boone]] escoltando colonos através de [[Lacuna de Cumberland|Cumberland Gap]]]]
Na [[Período colonial dos Estados Unidos|era colonial]], antes de 1776, o oeste era de alta prioridade para colonos e políticos. A fronteira americana começou quando [[Jamestown (Virgínia)|Jamestown]], Virgínia, foi colonizada pelos ingleses em 1607. Nos primeiros dias da colonização europeia na costa atlântica, até cerca de 1680, a fronteira era essencialmente qualquer parte do interior do continente para além da orla dos assentamentos existentes ao longo da costa atlântica.<ref>Ray Allen Billington and Martin Ridge, ''Westward Expansion: A History of the American Frontier'' (5th ed. 2001) ch.&nbsp;1–7</ref> Os padrões de expansão e colonização [[Colonização britânica da América|ingleses]], [[Colonização francesa da América|franceses]], [[Colonização espanhola da América|espanhóis]] e [[Colonização neerlandesa da América|holandeses]] eram bastante diferentes. Apenas alguns milhares de franceses migraram para o Canadá; esses [[habitantes]] se estabeleceram em aldeias ao longo do [[Rio São Lourenço (América do Norte)|rio São Lourenço]], construindo comunidades que permaneceram estáveis por longos períodos. Embora os comerciantes de peles franceses se espalhassem amplamente pelos Grandes Lagos e pela região Centro-Oeste, eles raramente se estabeleceram. O assentamento francês foi limitado a algumas aldeias muito pequenas, como [[Kaskaskia|Kaskaskia, Illinois]]<ref>Clarence Walworth Alvord, ''The Illinois Country 1673–1818'' (1918)</ref> bem como a um assentamento maior ao redor de [[Nova Orleães|Nova Orleans]]. No que é hoje o estado de Nova Iorque, os holandeses estabeleceram postos de comércio de peles no vale do rio Hudson, seguidos de grandes concessões de terras a ricos [[Patrono|proprietários]] de terras que trouxeram arrendatários que criaram aldeias compactas e permanentes. Eles criaram um denso assentamento rural no norte do estado de Nova York, mas não avançaram para o oeste.<ref>Sung Bok Kim, ''Landlord and Tenant in Colonial New York: Manorial Society, 1664–1775'' (1987)</ref>

As áreas do norte que estavam na fase de fronteira em 1700 geralmente tinham instalações de transporte precárias, de modo que as oportunidades para a agricultura comercial eram baixas. Estas áreas permaneceram principalmente na agricultura de subsistência e, como resultado, na década de 1760 estas sociedades eram altamente [[Igualitarismo|igualitárias]], conforme explicado pelo historiador Jackson Turner Main:<blockquote>A típica sociedade fronteiriça, portanto, era aquela em que as distinções de classe eram minimizadas. O especulador rico, se estivesse envolvido, geralmente permanecia em casa, de modo que normalmente ninguém rico era residente. A classe dos pobres sem terra era pequena. A grande maioria eram proprietários de terras, muitos dos quais também eram pobres porque começavam com poucas propriedades e ainda não tinham desmatado muita terra nem adquirido as ferramentas agrícolas e os animais que um dia os tornariam prósperos. Poucos artesãos estabeleceram-se na fronteira, exceto aqueles que praticavam um comércio para complementar a sua ocupação principal, a agricultura. Poderia haver um lojista, um ministro e talvez um médico; e havia vários trabalhadores sem terra. Todo o resto eram agricultores.<ref>Jackson Turner Main, ''Social structure of revolutionary America'' (1965) p.&nbsp;11.</ref></blockquote>No Sul, as áreas fronteiriças que careciam de transporte, como a região dos [[Apalaches|Montes Apalaches]], permaneceram baseadas na agricultura de subsistência e assemelhavam-se ao igualitarismo dos seus homólogos do Norte, embora tivessem uma classe superior maior de proprietários de escravos. A Carolina do Norte foi representativa. No entanto, as áreas fronteiriças de 1700 que tinham boas ligações fluviais foram cada vez mais transformadas em agricultura de plantação. Homens ricos entraram, compraram as boas terras e trabalharam nelas com escravos. A área não era mais “fronteira”. Tinha uma sociedade estratificada composta por uma poderosa nobreza branca proprietária de terras de classe alta, uma pequena classe média, um grupo bastante grande de agricultores brancos sem terra ou arrendatários e uma crescente população escrava na base da pirâmide social. Ao contrário do Norte, onde pequenas vilas e até cidades eram comuns, o Sul era predominantemente rural.<ref>Main, ''Social structure of revolutionary America'' (1965) pp.&nbsp;44–46.</ref>

==== Dos camponeses britânicos aos agricultores americanos ====
Os assentamentos coloniais costeiros deram prioridade à propriedade de terras para agricultores individuais e, à medida que a população crescia, avançaram para o oeste em busca de novas terras agrícolas.<ref>Allan Kulikoff, ''From British Peasants to Colonial American Farmers'' (2000)</ref> Ao contrário da Grã-Bretanha, onde um pequeno número de proprietários possuía a maior parte das terras, a propriedade na América era barata, fácil e generalizada. A propriedade da terra trouxe um certo grau de independência, bem como um voto para cargos locais e provinciais. Os assentamentos típicos da [[Nova Inglaterra]] eram bastante compactos e pequenos, com menos de um quilômetro quadrado. O conflito com os nativos americanos surgiu de questões políticas, nomeadamente quem governaria.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=WhPMfcl24XQC&pg=PA213|título=New England Frontier: Puritans and Indians, 1620–1675|ultimo=Vaughan|primeiro=Alden T.|editora=U. of Oklahoma Press|ano=1995|isbn=978-0806127187}}</ref> As primeiras áreas de fronteira a leste dos Montes Apalaches incluíam o vale do rio Connecticut,<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kia1OQT4YjEC&pg=PA339|título=Journey to New England|ultimo=Harris|primeiro=Patricia|ultimo2=Lyon|primeiro2=David|editora=Globe Pequot|ano=1999|isbn=978-0762703302}}</ref> e o norte da Nova Inglaterra (que foi um movimento para o norte, não para o oeste).<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=oMvXsDXvI_YC&pg=PA129|título=British Atlantic, American Frontier: Spaces Of Power In Early Modern British America|ultimo=Hornsby|primeiro=Stephen|editora=UPNE|ano=2005|isbn=978-1584654278}}</ref>

==== Guerras com franceses e com nativos ====
[[Imagem:Siege_of_Fort_Detroit.jpg|miniaturadaimagem|[[Cerco ao Forte Detroit]] durante a  [[rebelião de Pontiac]] em 1763]]
Os colonos na fronteira frequentemente relacionavam incidentes isolados para indicar conspirações indianas para atacá-los, mas estes careciam de uma dimensão diplomática francesa depois de 1763, ou de uma conexão espanhola depois de 1820.<ref>Tom Arne Midtrød, "Strange and Disturbing News: Rumor and Diplomacy in the Colonial Hudson Valley." ''Ethnohistory'' 58.1 (2011): 91–112.</ref>

A maioria das fronteiras passou por numerosos conflitos.<ref>Steven J. Oatis, ''Colonial Complex: South Carolina's Frontiers in the Era of the Yamasee War, 1680–1730'' (2004) [https://books.google.com/books?id=_rcFu4KjwVAC excerpt]</ref> A [[Guerra Franco-Indígena]] eclodiu entre a Grã-Bretanha e a França, com os franceses compensando a sua pequena base populacional colonial recrutando partidos de guerra nativos como aliados. A série de grandes guerras decorrentes das guerras europeias terminou com uma vitória completa para os britânicos na [[Guerra dos Sete Anos|Guerra Mundial dos Sete Anos]]. No [[Tratado de Paris (1763)|tratado de paz de 1763]], a França cedeu praticamente tudo, pois as terras a oeste do rio Mississippi, além da Flórida e Nova Orleans, foram para a Espanha. Caso contrário, as terras a leste do rio Mississippi e o que hoje é o Canadá foram para a Grã-Bretanha.

==== Migração constante para terras fronteiriças ====
Independentemente das guerras, os americanos estavam se movendo através dos Apalaches para o oeste da Pensilvânia, onde hoje é a Virgínia Ocidental, e áreas do [[país de Ohio]], Kentucky e Tennessee. Nos assentamentos do sul através de [[Lacuna de Cumberland|Cumberland Gap]], seu líder mais famoso foi [[Daniel Boone]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=BdG0WnoMcXkC&pg=PA96|título=Boone: A Biography|ultimo=Morgan|primeiro=Robert|editora=Algonquin Books|ano=2008|páginas=xiv, 96|isbn=978-1565126541}}</ref> O jovem [[George Washington]] promoveu assentamentos na Virgínia Ocidental em terras concedidas a ele e a seus soldados pelo governo real em pagamento pelo serviço prestado durante a guerra na milícia da Virgínia. Os assentamentos a oeste dos Montes Apalaches foram brevemente restringidos pela [[Proclamação Real de 1763]], proibindo o assentamento nesta área. O [[Tratado de Forte Stanwix|Tratado de Fort Stanwix]] (1768) reabriu a maior parte das terras ocidentais para os homens da fronteira se estabelecerem.<ref>Ray A. Billington, "The Fort Stanwix Treaty of 1768" ''New York History'' (1944), 25#2: 182–194. [https://www.jstor.org/stable/23147791 online]</ref>

=== Nova nação ===
A nação estava em paz depois de 1783. Os estados deram ao Congresso o controle das terras ocidentais e foi desenvolvido um sistema eficaz para a expansão populacional. A [[Lei Noroeste|Portaria do Noroeste]] de 1787 aboliu a escravidão na área ao norte do rio Ohio e prometeu a criação de um Estado quando um território atingisse um limite populacional, como [[História de Ohio|Ohio fez em 1803]].<ref>Ray Allen Billington and Martin Ridge, ''Westward Expansion: A History of the American Frontier'' (5th ed. 1982) pp. 203–222.</ref><ref>Robert V. Remini, "The Northwest Ordinance of 1787: Bulwark of the Republic." ''Indiana Magazine of History'' (1988) 84#1: 15–24 (online at https://scholarworks.iu.edu/journals/index.php/imh/issue/view/1011</ref>

O primeiro grande movimento a oeste das montanhas Apalaches originou-se na Pensilvânia, Virgínia e Carolina do Norte assim que a [[Guerra de Independência dos Estados Unidos|Guerra Revolucionária]] terminou em 1781. Os pioneiros se alojavam em um alpendre rústico ou, no máximo, em uma cabana de madeira de um cômodo. A principal fonte de alimento inicialmente vinha da caça de veados, perus e outros animais abundantes.<blockquote>Vestido com trajes típicos da fronteira, calças de couro, mocassins, gorro de pele e camisa de caça, e cingido por um cinto do qual pendia uma faca de caça e um estojo de caça, todos feitos em casa, o pioneiro apresentava uma aparência única. Em pouco tempo abriu na mata um canteiro, ou clareira, onde cultivava milho, trigo, linho, fumo e outros produtos, até fruta..<ref>Charles H. Ambler and Festus P. Summers, ''West Virginia, the mountain state'' (1958) p.&nbsp;55.</ref></blockquote>Em poucos anos, o pioneiro acrescentou porcos, ovelhas e gado, e talvez adquiriu um cavalo. Roupas caseiras substituíram as peles de animais. Os pioneiros mais inquietos ficaram insatisfeitos com a vida excessivamente civilizada e desenraizaram-se novamente para se deslocarem 80 ou 160 quilômetros mais a oeste.

==== Política fundiária ====
[[Imagem:Wilderness_road_en.png|miniaturadaimagem|Mapa da [[Estrada Selvagem|Wilderness Road]] em 1785]]
A política fundiária da nova nação era conservadora, prestando especial atenção às necessidades do Oriente colonizado.<ref>{{Citar periódico |título=An Overview of American Land Policy |periódico=Agricultural History |número=1 |ultimo=Gates |primeiro=Paul W. |ano=1976 |paginas=213–229 |jstor=3741919 |volume=50}}</ref> Os objetivos buscados por ambos os partidos na era de 1790-1820 eram fazer crescer a economia, evitar a drenagem dos trabalhadores qualificados necessários no Leste, distribuir a terra com sabedoria, vendê-la a preços que fossem razoáveis para os colonos, mas altos o suficiente para pagar o custo. dívida nacional, títulos legais claros e criar uma economia ocidental diversificada que estaria estreitamente interligada com as áreas colonizadas, com risco mínimo de um movimento separatista. Na década de 1830, porém, o Oeste estava cheio de posseiros sem escritura legal, embora possam ter pago dinheiro aos colonos anteriores. Os [[Democracia jacksoniana|democratas jacksonianos]] favoreceram os posseiros prometendo acesso rápido a terras baratas. Em contraste, [[Henry Clay]] ficou alarmado com a "ralé sem lei" que se dirigia para o Oeste e que estava a minar o conceito utópico de uma comunidade republicana de classe média estável e cumpridora da lei. Enquanto isso, os sulistas ricos procuravam oportunidades de comprar terras de alta qualidade para estabelecer plantações escravistas. O movimento Solo Livre da década de 1840 exigia terras de baixo custo para agricultores brancos livres, uma posição transformada em lei pelo novo Partido Republicano em 1862, oferecendo gratuitamente 160 acres (65 ha) [[Homestead Act|propriedades rurais]] para todos os adultos, homens e mulheres, negros e brancos, nativos ou imigrantes.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=AMphAwAAQBAJ&pg=PA229|título=Securing the West: Politics, Public Lands, and the Fate of the Old Republic, 1785–1850|ultimo=John R. Van Atta|editora=Johns Hopkins University Press|ano=2014|páginas=229, 235, 239–240|isbn=978-1421412764}}</ref>

Depois de vencer a [[Guerra de Independência dos Estados Unidos|Guerra Revolucionária]] (1783), os colonos americanos em grande número foram para o oeste. Em 1788, os [[pioneiros americanos no Território do Noroeste]] estabeleceram [[Marietta (Ohio)|Marietta, Ohio]], como o primeiro assentamento americano permanente no [[Território do Noroeste]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=hvIxAQAAMAAJ&pg=PA46|título=The Winning of the West|ultimo=Roosevelt|primeiro=Theodore|editora=Current Literature|ano=1905|páginas=46–}}</ref>

Em 1775, [[Daniel Boone]] abriu caminho para a Transylvania Company, da Virgínia, passando por [[Lacuna de Cumberland|Cumberland Gap,]] até o centro de Kentucky. Posteriormente, foi ampliado para chegar às [[Cataratas do Ohio]], em [[Louisville]]. A Wilderness Road era íngreme e acidentada e só podia ser percorrida a pé ou a cavalo, mas era a melhor rota para milhares de colonos que se mudavam para o [[Kentucky]].<ref>Robert L. Kincaid, ''The Wilderness road'' (1973)</ref> Em algumas áreas eles tiveram que enfrentar ataques nativos. Só em 1784, os nativos mataram mais de 100 viajantes na Wilderness Road. Nessa época, o Kentucky estava despovoado - estava "vazio de aldeias indígenas".<ref>Stephen Aron, ''How the West Was Lost: The Transformation of Kentucky from Daniel Boone to Henry Clay'' (1999) pp. 6–7.</ref> No entanto, grupos de invasão às vezes apareciam. Um dos interceptados foi o avô de [[Abraham Lincoln]], que foi [[Escalpelamento|escalpelado]] em 1784 perto de Louisville.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=fuTY3mxs9awC&pg=PA21|título=Lincoln|ultimo=David Herbert Donald|editora=Simon and Schuster|ano=1996|isbn=978-0684825359}}</ref>

==== Aquisição de terras nativas ====
[[Imagem:Death_tecumseh_1813.jpg|miniaturadaimagem|Líder nativo [[Tecumseh]] morto em batalha em 1813 por [[Richard Mentor Johnson|Richard M. Johnson]], que mais tarde se tornou vice-presidente]]
A [[Guerra Anglo-Americana de 1812|Guerra de 1812]] marcou o confronto final envolvendo grandes forças britânicas e nativas que lutavam para impedir a expansão americana. O objetivo de guerra britânico incluía a criação de um estado-barreira indígena sob os auspícios britânicos no Centro-Oeste, que interromperia a expansão americana para o oeste. Os milicianos da fronteira americana sob o comando do general [[Andrew Jackson]] derrotaram os Creeks e abriram o sudoeste, enquanto a milícia sob o governador [[William Henry Harrison]] derrotou a aliança nativo-britânica na [[Batalha do Tâmisa (1813)|Batalha do Tâmisa]], no Canadá, em 1813. A morte em batalha do líder nativo [[Tecumseh]] dissolveu a coalizão de tribos nativas hostis.<ref>Marshall Smelser, "Tecumseh, Harrison, and the War of 1812", ''Indiana Magazine of History'' (March 1969) 65#1 pp.&nbsp;25–44 [http://purl.dlib.indiana.edu/iudl/imh/printable/VAA4025-065-1-a02 online]</ref> Enquanto isso, o general Andrew Jackson acabou com a ameaça militar nativa no sudeste na [[Batalha de Horseshoe Bend]] em 1814, no Alabama. Em geral, os homens da fronteira lutaram contra os nativos com pouca ajuda do Exército dos EUA ou do governo federal.<ref>Billington and Ridge, ''Westward Expansion'' ch.&nbsp;11–14</ref>

Para acabar com a guerra, os diplomatas americanos negociaram o [[Tratado de Gante]], assinado no final de 1814, com a Grã-Bretanha. Rejeitaram o plano britânico de estabelecer um estado nativo no território dos EUA ao sul dos Grandes Lagos. Eles explicaram a política americana em relação à aquisição de terras indígenas:<blockquote>Os Estados Unidos, embora pretendam nunca adquirir terras dos índios, a não ser de forma pacífica e com o seu livre consentimento, estão totalmente determinados, dessa maneira, progressivamente e na proporção que a sua crescente população possa exigir, a recuperar o estado de natureza. , e cultivar todas as partes do território contidas dentro de seus limites reconhecidos. Ao fornecerem assim o apoio de milhões de seres civilizados, não violarão qualquer ditame de justiça ou de humanidade; pois eles não apenas darão aos poucos milhares de selvagens espalhados por aquele território um amplo equivalente por qualquer direito que possam renunciar, mas sempre lhes deixarão a posse de terras maiores do que podem cultivar e mais do que adequadas à sua subsistência, conforto, e prazer, pelo cultivo. Se se trata de um espírito de engrandecimento, os abaixo assinados estão preparados para admitir, nesse sentido, a sua existência; mas devem negar que isso proporcione a menor prova de uma intenção de não respeitar as fronteiras entre eles e as nações europeias, ou de um desejo de invadir os territórios da Grã-Bretanha. [...] Eles não vão supor que esse governo irá confessar, como base de sua política para com os Estados Unidos, um sistema para impedir seu crescimento natural dentro de seus territórios, com o objetivo de preservar um deserto perpétuo para os selvagens.<ref>{{citar periódico|título=The West in American Diplomacy, 1812–1815 |periódico=The Mississippi Valley Historical Review |número=4 |ano=1940 |doi=10.2307/1896318 |jstor=1896318 |volume=26 |em=quote on p.&nbsp;507 |último1=Gates |primeiro1=Charles M.}}</ref></blockquote>

==== Novos territórios e estados ====
[[Imagem:Thomas_Jefferson_by_Rembrandt_Peale,_1800.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|[[Thomas Jefferson]] se via como um homem de fronteira e um cientista; ele estava profundamente interessado em expandir e explorar o Oeste.]]
À medida que os colonos chegavam, os distritos fronteiriços tornaram-se inicialmente territórios, com uma legislatura eleita e um governador nomeado pelo presidente. Então, quando a população atingiu 100.000 habitantes, o território solicitou a condição de Estado.<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/cu31924028846322|título=Missouri's struggle for statehood, 1804–1821|ultimo=Floyd Calvin Shoemaker|ano=1916}}</ref> Os homens da fronteira normalmente abandonaram as formalidades legalistas e os direitos de voto restritivos favorecidos pelas classes superiores orientais e adoptaram mais democracia e mais igualitarismo.<ref>John D. Barnhart, ''Valley of Democracy: The Frontier versus the Plantation in the Ohio Valley, 1775–1818'' (1953)</ref>

Em 1810, a fronteira ocidental havia alcançado o [[Rio Mississippi|rio Mississipi]]. [[St. Louis (Missouri)|St. Louis, Missouri]], era a maior cidade da fronteira, a porta de entrada para viagens para o oeste e um principal centro comercial para o tráfego do rio Mississippi e o comércio interior, mas permaneceu sob controle espanhol até 1803.

==== Compra da Louisiana ====
{{Artigo principal|Compra da Luisiana}}[[Thomas Jefferson]] se considerava um homem de fronteira e estava profundamente interessado em expandir e explorar o Oeste.<ref>Merrill D. Peterson, "Jefferson, the West, and the Enlightenment Vision", ''Wisconsin Magazine of History'' (Summer 1987) 70#4 pp.&nbsp;270–280 [http://content.wisconsinhistory.org/cdm4/document.php?CISOROOT=/wmh&CISOPTR=36471&CISOSHOW=36418 online]</ref> A [[Compra da Luisiana|compra da Louisiana]] por Jefferson em 1803 dobrou o tamanho da nação ao custo de US$ 15 milhões, ou cerca de US$ 0,04 por acre (US$ 305 milhões em dólares de 2023, menos de 42 centavos por acre).<ref>Junius P. Rodriguez, ed. ''The Louisiana Purchase: A Historical and Geographical Encyclopedia'' (2002)</ref> Os [[Partido Federalista (Estados Unidos)|federalistas]] se opuseram à expansão, mas os [[Partido Democrata-Republicano|jeffersonianos]] saudaram a oportunidade de criar milhões de novas fazendas para expandir o domínio dos [[Yeoman|proprietários]] de terras; a propriedade fortaleceria a sociedade republicana ideal, baseada na agricultura (não no comércio), governada com leveza e promovendo a autossuficiência e a virtude, bem como formaria a base política para a [[democracia jeffersoniana]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=CSpVb1mzGgsC&pg=PA9|título=Jefferson's Freeholders and the Politics of Ownership in the Old Dominion|ultimo=Christopher Michael Curtis|editora=Cambridge U.P.|ano=2012|páginas=9–16|isbn=978-1107017405}}</ref>

A França foi paga pela sua soberania sobre o território nos termos do direito internacional. Entre 1803 e 1870, o governo federal comprou as terras das tribos indígenas que então as possuíam. Os contadores e tribunais do século XX calcularam o valor dos pagamentos feitos aos nativos, que incluíam pagamentos futuros em dinheiro, alimentos, cavalos, gado, suprimentos, edifícios, escolaridade e cuidados médicos. Em termos de dinheiro, o total pago às tribos na área da Compra da Louisiana foi de cerca de US$ 2,6 bilhões, ou quase US$ 9 bilhões em dólares de 2016. Quantias adicionais foram pagas aos nativos que viviam a leste do Mississippi por suas terras, bem como pagamentos aos nativos que viviam em partes do oeste fora da compra da Louisiana.<ref>Robert Lee, "Accounting for Conquest: The Price of the Louisiana Purchase of Indian Country", ''Journal of American History'' (March 2017) 103#4 pp. 921–942, Citing pp. 938–939. Lee used the consumer price index to translate historic sums into 2012 dollars.</ref>

Antes mesmo da compra, Jefferson planejava expedições para explorar e mapear as terras. Ele encarregou [[Expedição de Lewis e Clark|Lewis e Clark]] de "explorar o rio Missouri, e seu principal curso, como, por seu curso e comunicação com as águas do Oceano Pacífico; se o Columbia, Oregon, Colorado ou qualquer outro rio pode oferecer o mais comunicação direta e praticável em todo o continente para o comércio".<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Rk-LFPFl_3YC&pg=PA65|título=The Shaping of America: A Geographical Perspective on 500 Years of History: Volume 2: Continental America, 1800–1867|ultimo=Donald William Meinig|editora=Yale University Press|ano=1995|isbn=0300062907}}</ref> Jefferson também instruiu a expedição a estudar as tribos nativas da região (incluindo sua moral, língua e cultura), clima, solo, rios, comércio e vida animal e vegetal.<ref>Douglas Seefeldt, et al. eds. ''Across the Continent: Jefferson, Lewis and Clark, and the Making of America'' (2005)</ref>

Os empresários, principalmente [[John Jacob Astor]], rapidamente aproveitaram a oportunidade e expandiram as operações de comércio de peles para o [[Noroeste Pacífico|noroeste do Pacífico]]. O "[[Fort Astoria]]" de Astor (mais tarde Forte George), na foz do Rio Columbia, tornou-se o primeiro assentamento branco permanente naquela área, embora não fosse lucrativo para Astor. Ele fundou a American Fur Company em uma tentativa de quebrar o domínio que a [[Companhia da Baía de Hudson|Hudson's Bay Company]] tinha sobre a região. Em 1820, Astor assumiu o controle de comerciantes independentes para criar um monopólio lucrativo; ele deixou o negócio como multimilionário em 1834.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kxitJ36fsIQC&pg=PA220|título=Fur, Fortune, and Empire: The Epic History of the Fur Trade in America|ultimo=Eric Jay Dolin|editora=W.W. Norton|ano=2011|isbn=978-0393340020}}</ref>
[[Imagem:Fort_Nez_Perces_Trading_1841.jpg|miniaturadaimagem|[[Comércio de pele]]s em [[Fort Nez Percés]] em 1841]]

==== Comércio de peles ====
{{Artigo principal|Comércio de peles norte-americano}}{{Mais informações|Comércio de peles em Montana}}
[[Imagem:Audubon-Paridae.jpg|miniaturadaimagem|Ilustração de ''[[The Birds of America|Birds of America]]'' de [[John James Audubon|Audubon]]]]
À medida que a fronteira se movia para oeste, [[Caça com armadilha|armadilheiros]] e [[Comércio de peles norte-americano|caçadores]] avançavam à frente dos colonos, em busca de novos fornecimentos de [[Castor-americano|castores]] e outras peles para serem transportados para a Europa. Os caçadores foram os primeiros europeus em grande parte do Velho Oeste e formaram as primeiras relações de trabalho com os nativos americanos no Oeste.<ref>Eric Jay Dolan, ''Fur, Fortune, and Empire: The Epic History of the Fur Trade in America'' (2010)</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=pf8tAAAAYAAJ|título=The American fur trade of the far West: a history of the pioneer trading posts and early fur companies of the Missouri valley and the Rocky Mountains and the overland commerce with Santa Fe ...|ultimo=Hiram Martin Chittenden|editora=F.P. Harper|ano=1902}}</ref> Eles acrescentaram amplo conhecimento do terreno do Noroeste, incluindo a importante [[South Pass]] através das Montanhas Rochosas centrais. Descoberta por volta de 1812, mais tarde tornou-se uma importante rota de colonos para Oregon e Washington. Em 1820, porém, um novo sistema de "encontro de brigadas" enviou homens da companhia em "brigadas" através do país em longas expedições, contornando muitas tribos. Também encorajou os “caçadores livres” a explorar novas regiões por conta própria. No final da temporada de coleta, os caçadores "se encontravam" e entregavam suas mercadorias em troca de pagamento nos portos fluviais ao longo do [[Rio Green (Utah)|Green River]], Upper Missouri e Upper Mississippi. St. Louis foi a maior das cidades de encontro. Em 1830, porém, a moda mudou e os chapéus de castor foram substituídos por chapéus de seda, acabando com a demanda por peles americanas caras. Assim terminou a era dos [[Mountain Men|montanheses]], caçadores e batedores como [[Jedediah Strong Smith|Jedediah Smith]], [[Hugh Glass]], [[Davy Crockett]], [[Texas Jack Omohundro|Jack Omohundro]] e outros. O comércio de peles de castor praticamente cessou em 1845.<ref>Don D. Walker, "Philosophical and Literary Implications in the Historiography of the Fur Trade", ''Western American Literature'', (1974) 9#2 pp.&nbsp;79–104</ref>

==== O governo federal e a expansão para o oeste ====
Houve um amplo acordo sobre a necessidade de colonizar rapidamente os novos territórios, mas o debate polarizou-se sobre o preço que o governo deveria cobrar. Os conservadores e Whigs, tipificados pelo presidente [[John Quincy Adams]], queriam um ritmo moderado que cobrasse dos recém-chegados o suficiente para pagar os custos do governo federal. Os Democratas, no entanto, toleraram uma corrida desenfreada por terras a preços muito baixos. A resolução final veio na Lei de Homestead de 1862, com um ritmo moderado que deu aos colonos 160 acres de graça depois de trabalharem nele por cinco anos.<ref>John R. Van Atta, ''Securing the West: Politics, Public Lands, and the Fate of the Old Republic, 1785–1850'' (Johns Hopkins University Press; 2014)</ref>

A motivação do lucro privado dominou o movimento para o oeste,<ref name="Christine Bold 20133">Christine Bold, ''The Frontier Club: Popular Westerns and Cultural Power, 1880–1924'' (2013)</ref> mas o governo federal desempenhou um papel de apoio na garantia da terra através de tratados e na criação de governos territoriais, com governadores nomeados pelo Presidente. O governo federal adquiriu primeiro o território ocidental através de tratados com outras nações ou tribos nativas. Em seguida, enviou topógrafos para mapear e documentar o terreno.<ref>{{Citar periódico |título=The Government Land Surveyor as a Pioneer |periódico=The Mississippi Valley Historical Review |número=3 |ultimo=Agnew |primeiro=Dwight L. |ano=1941 |paginas=369–382 |doi=10.2307/1887121 |jstor=1887121 |volume=28}}</ref> No século 20, as burocracias de Washington administravam as terras federais, como o [[Escritório Geral de Terras dos Estados Unidos]] no Departamento do Interior,<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Rwo56CSIevwC&pg=PA51|título=The Land Office Business: The Settlement and Administration of American Public Lands, 1789–1837|ultimo=Rohrbough|primeiro=Malcolm J.|editora=Oxford U.P.|ano=1968|isbn=978-0195365498}}</ref> e depois de 1891, o [[Serviço Florestal dos Estados Unidos|Serviço Florestal]] no Departamento de Agricultura.<ref>Samuel P. Hays, ''The American People and the National Forests: The First Century of the U.S. Forest Service'' (2009)</ref> Depois de 1900, a construção de barragens e o controle de enchentes tornaram-se grandes preocupações.<ref>Richard White, ''It's Your Misfortune and None of My Own'' (1991), p.&nbsp;58</ref>

O transporte era uma questão fundamental e o Exército (especialmente o Corpo de Engenheiros do Exército) recebeu total responsabilidade por facilitar a navegação nos rios. O barco a vapor, usado pela primeira vez no rio Ohio em 1811, tornou possível viagens baratas utilizando os sistemas fluviais, especialmente os rios Mississippi e Missouri e seus afluentes.<ref>Adam I. Kane, ''The Western River Steamboat'' (2004)</ref> As expedições do exército subindo o rio Missouri em 1818-1825 permitiram que os engenheiros melhorassem a tecnologia. Por exemplo, o barco a vapor do Exército "[[Western Engineer]]" de 1819 combinava um calado muito raso com uma das primeiras rodas de popa. Em 1819-1825, o coronel Henry Atkinson desenvolveu barcos de quilha com rodas de pás movidas manualmente.<ref>{{Citar periódico |título=Army Contributions to River Transportation, 1818–1825 |periódico=Military Affairs |número=1 |ultimo=Nichols |primeiro=Roger L. |ano=1969 |paginas=242–249 |doi=10.2307/1984483 |jstor=1984483 |volume=33}}</ref>

O [[Serviço Postal dos Estados Unidos|sistema postal federal]] desempenhou um papel crucial na expansão nacional. Facilitou a expansão para o Oeste ao criar um sistema de comunicação barato, rápido e conveniente. As cartas dos primeiros colonizadores forneceram informações e incentivos para encorajar o aumento da migração para o Oeste, ajudaram famílias dispersas a manter contato e fornecer ajuda neutra, ajudaram os empresários a encontrar oportunidades de negócios e tornaram possíveis relações comerciais regulares entre comerciantes e o Oeste e atacadistas e fábricas de volta. leste. O serviço postal também ajudou o Exército a expandir o controle sobre os vastos territórios ocidentais. A ampla circulação de jornais importantes pelo correio, como o ''New York Weekly Tribune'', facilitou a coordenação entre políticos de diferentes estados. Os correios ajudaram a integrar áreas já estabelecidas com a fronteira, criando um espírito de nacionalismo e proporcionando uma infraestrutura necessária.<ref>William H. Bergmann, "Delivering a Nation through the Mail", ''Ohio Valley History'' (2008) 8#3 pp.&nbsp;1–18.</ref>

O exército desde cedo assumiu a missão de proteger os colonos junto com as [[Trilhas de Expansão para o Oeste]], uma política que foi descrita pelo [[Secretário da Guerra dos Estados Unidos|Secretário da Guerra dos EUA,]] [[John B. Floyd]], em 1857: <ref name="forts">{{Citar livro|título=Army Architecture in the West: Forts Laramie, Bridger, and D.A. Russell, 1849–1912|ultimo=Hogland|primeiro=Alison K.|editora=University of Oklahoma Press}}</ref><blockquote>Uma linha de postos paralelos, sem fronteiras, mas próximos das habitações habituais dos índios, colocados a distâncias convenientes e em posições adequadas, e ocupados pela infantaria, exerceria uma restrição salutar sobre as tribos, que sentiriam que qualquer incursão de seus guerreiros sobre os assentamentos brancos enfrentariam pronta retaliação contra suas próprias casas.</blockquote>Houve um debate na época sobre o melhor tamanho para os fortes com [[Jefferson Davis]], [[Winfield Scott]] e [[Thomas Jesus|Thomas Jesup]] apoiando fortes que eram maiores, mas em menor número que o Floyd. O plano de Floyd era mais caro, mas contava com o apoio dos colonos e do público em geral, que preferiam que os militares permanecessem o mais próximos possível. A área da fronteira era vasta e até mesmo Davis admitiu que "a concentração teria exposto partes da fronteira às hostilidades nativas sem qualquer proteção".<ref name="forts2">{{Citar livro|título=Army Architecture in the West: Forts Laramie, Bridger, and D.A. Russell, 1849–1912|ultimo=Hogland|primeiro=Alison K.|editora=University of Oklahoma Press}}</ref>

==== Cientistas, artistas e exploradores ====
[[Imagem:Alfred_Jacob_Miller_-_Fort_Laramie_-_Walters_37194049.jpg|direita|miniaturadaimagem|O primeiro Fort Laramie como era antes de 1840. Pintura de memória de [[Alfred Jacob Miller]]]]
O governo e a iniciativa privada enviaram muitos exploradores para o Oeste. Em 1805-1806, o tenente do Exército [[Zebulon Pike]] (1779-1813) liderou um grupo de 20 soldados para encontrar as cabeceiras do Mississippi. Mais tarde, ele explorou os rios Vermelho e Arkansas em território espanhol, chegando eventualmente ao [[Rio Grande (América do Norte)|Rio Grande]]. Em seu retorno, Pike avistou o [[Pico Pikes|pico no Colorado que leva seu nome]].<ref>Paul David Nelson. "Pike, Zebulon Montgomery", [http://www.anb.org/articles/20/20-00787.html ''American National Biography Online'' (2000)]</ref> O major [[Stephen Harriman Long]] (1784-1864) <ref>Roger L. Nichols, "Long, Stephen Harriman", [http://www.anb.org/articles/20/20-00604.html ''American National Biography Online'' (2000)]</ref> liderou as expedições de Yellowstone e Missouri de 1819-1820, mas sua categorização em 1823 das [[Grandes Planícies]] como áridas e inúteis fez com que a região ganhasse uma má reputação como o "Grande Deserto Americano", o que desencorajou a colonização naquela área durante várias décadas.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=qVxmUt3Pi9kC&pg=PA108|título=Men with sand: great explorers of the North American West|ultimo=Moring|primeiro=John|editora=Globe Pequot|ano=1998|páginas=91–110|isbn=978-1560446200}}</ref>

Em 1811, os naturalistas [[Thomas Nuttall]] (1786–1859) e [[John Bradbury (naturalista)|John Bradbury]] (1768–1823) viajaram pelo rio Missouri documentando e desenhando a vida vegetal e animal.<ref>Phillip Drennen Thomas, "The United States Army as the Early Patron of Naturalists in the Trans-Mississippi West, 1803–1820", ''Chronicles of Oklahoma'', (1978) 56#2 pp.&nbsp;171–193</ref> O artista [[George Catlin]] (1796–1872) pintou pinturas precisas da cultura nativa americana. O artista suíço [[Karl Bodmer]] criou paisagens e retratos atraentes.<ref>Clyde Hollmann, ''Five Artists of the Old West: George Catlin, Karl Bodmer, Alfred Jacob Miller, Charles M. Russell [and] Frederic Remington'' (1965).</ref> [[John James Audubon]] (1785–1851) é famoso por classificar e pintar nos mínimos detalhes 500 espécies de pássaros, publicado em ''[[The Birds of America|Birds of America]]''.<ref>Gregory Nobles, "John James Audubon, the American "Hunter-Naturalist.". ''Common-Place: The Interactive Journal of Early American Life'' (2012) 12#2 [http://www.common-place-archives.org/vol-12/no-02/nobles/ online]</ref>

O mais famoso dos exploradores foi [[John C. Frémont|John Charles Frémont]] (1813-1890), um oficial do Exército no Corpo de Engenheiros Topográficos. Ele exibiu um talento para a exploração e um gênio na autopromoção que lhe deu o apelido de "Marcador do Oeste" e o levou à nomeação presidencial do novo Partido Republicano em 1856.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=M0Qjsavhcv4C|título=Fremont, pathmarker of the West|ultimo=Nevins|primeiro=Allan|editora=University of Nebraska Press|ano=1992|isbn=0803283644}}</ref> Ele liderou uma série de expedições na década de 1840 que responderam a muitas das questões geográficas pendentes sobre a região pouco conhecida. Ele atravessou as Montanhas Rochosas por cinco rotas diferentes e mapeou partes do Oregon e da Califórnia. Em 1846-1847, ele desempenhou um papel importante na conquista da Califórnia. Em 1848-1849, Frémont foi designado para localizar uma rota central através das montanhas para a ferrovia transcontinental proposta, mas sua expedição terminou quase em desastre quando se perdeu e ficou presa por uma forte neve.<ref>Joe Wise, "Fremont's fourth expedition, 1848–1849: A reappraisal", ''Journal of the West'', (1993) 32#2 pp.&nbsp;77–85</ref> Seus relatórios misturavam narrativas de aventuras emocionantes com dados científicos e informações práticas detalhadas para viajantes. Isso despertou a imaginação do público e inspirou muitos a seguirem para o oeste. Goetzman diz que foi "monumental em sua amplitude, um clássico da exploração da literatura".<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=8aUnAQAAMAAJ|título=Exploration and empire: the explorer and the scientist in the winning of the American West|ultimo=Goetzmann|primeiro=William H.|editora=Vintage Books|ano=1972|isbn=978-0394718057}}</ref>

Enquanto as faculdades surgiam em todo o Nordeste, havia pouca competição na fronteira ocidental pela [[Universidade da Transilvânia]], fundada em Lexington, Kentucky, em 1780. Ela se orgulhava de ter uma faculdade de direito, além de seus programas de graduação e medicina. A Transilvânia atraiu jovens politicamente ambiciosos de todo o Sudoeste, incluindo 50 que se tornaram senadores dos Estados Unidos, 101 representantes, 36 governadores e 34 embaixadores, bem como Jefferson Davis, o presidente da Confederação.<ref>[[John R. Thelin]], ''A History of American Higher Education'' (2004) pp.&nbsp;46–47.</ref>

=== Oeste Antebellum ===
==== Religião ====
{{Artigo principal|prefixo=Informações adicionais|História do Metodismo nos Estados Unidos|Discípulos de Cristo (igreja)|História dos Batistas em Kentucky}}
[[Imagem:Circuit_rider_illustration_Eggleston.png|miniaturadaimagem|Ilustração de ''The Circuit Rider: A Tale of the Heroic Age,'' de [[Eduardo Eggleston|Edward Eggleston]]; Os metodistas bem organizados enviaram o cavaleiro do circuito para criar e servir uma série de igrejas numa área geográfica.]]
A maioria dos homens da fronteira mostrou pouco compromisso com a religião até que evangelistas viajantes começaram a aparecer e a produzir “reavivamentos”. Os pioneiros locais responderam com entusiasmo a estes eventos e, de facto, desenvolveram as suas religiões populistas, especialmente durante o [[Segundo Grande Despertar]] (1790-1840), que contou com reuniões campais ao ar livre que duraram uma semana ou mais e que apresentou muitas pessoas à religião organizada durante o primeira vez. Uma das maiores e mais famosas reuniões campais ocorreu em [[Cane Ridge, Kentucky]], em 1801.<ref>{{Citar periódico |título=The Frontier Camp Meeting: Contemporary and Historical Appraisals, 1805–1840 |periódico=[[Mississippi Valley Historical Review]] |número=1 |ultimo=Johnson |primeiro=Charles A. |ano=1950 |paginas=91–110 |doi=10.2307/1888756 |jstor=1888756 |volume=37}}</ref>

Os batistas locais estabeleceram pequenas igrejas independentes – os batistas abjuraram a autoridade centralizada; cada igreja local foi fundada no princípio da independência da congregação local. Por outro lado, os bispos dos metodistas bem organizados e centralizados designaram pilotos de circuito para áreas específicas durante vários anos de cada vez, e depois transferiram-nos para um novo território. Várias novas denominações foram formadas, das quais a maior foi a dos [[Discípulos de Cristo (igreja)|Discípulos de Cristo]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=6T5LAAAAIAAJ|título=Frontier Mission: A History of Religion West of the Southern Appalachians to 1861|ultimo=Posey|primeiro=Walter Brownlow|editora=University of Kentucky Press|ano=1966|isbn=978-0813111193}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=jzMxPwAACAAJ|título=And They All Sang Hallelujah: Plain Folk Camp-Meeting Religion, 1800–1845|ultimo=Bruce|primeiro=Dickson D. Jr.|editora=University of Tennessee Press|ano=1974|isbn=0870491571}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://commons.lib.jmu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1021&context=mhr |título=The Historiography of the Second Great Awakening and the Problem of Historical Causation, 1945–2005 |periódico=Madison Historical Review |número=4 |ultimo=Varel |primeiro=David A. |ano=2014 |volume=8}}</ref>

As igrejas orientais estabelecidas demoraram a atender às necessidades da fronteira. Os presbiterianos e congregacionalistas, visto que dependiam de ministros bem-educados, estavam com falta de mão de obra na evangelização da fronteira. Eles estabeleceram um [[Plano de União de 1801]] para combinar recursos na fronteira.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Llz6CQAAQBAJ&pg=PA40|título=The Presbyterian Mission Enterprise: From Heathen to Partner|ultimo=Englund-Krieger|primeiro=Mark J.|data=2015|editora=Wipf and Stock|páginas=40–41|isbn=978-1630878788}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Religion on the American Frontier: The Presbyterians, 1783–1840|ano=1933|editor-sobrenome=Sweet|editor-nome=William W.}} Has a detailed introduction and many primary sources.</ref>

==== Democracia no Centro-Oeste ====
O historiador Mark Wyman chama Wisconsin de "palimpsesto" de camadas e mais camadas de povos e forças, cada uma imprimindo influências permanentes. Ele identificou essas camadas como múltiplas "fronteiras" ao longo de três séculos: fronteira nativa americana, fronteira francesa, fronteira inglesa, fronteira do comércio de peles, fronteira de mineração e fronteira madeireira. Finalmente, a chegada da ferrovia trouxe o fim da fronteira.<ref>Mark Wyman, ''The Wisconsin Frontier'' (2009) pp.&nbsp;182, 293–294</ref>

[[Frederick Jackson Turner]] cresceu em Wisconsin durante sua última fase de fronteira e, em suas viagens pelo estado, pôde ver as camadas de desenvolvimento social e político. Um dos últimos alunos de Turner, [[Merle Curti]] usou uma análise aprofundada da história local de Wisconsin para testar a tese de Turner sobre a democracia. A visão de Turner era que a democracia americana "envolvia a participação ampla na tomada de decisões que afetavam a vida comum, o desenvolvimento da iniciativa e da autossuficiência e a igualdade de oportunidades econômicas e culturais. Envolvia, portanto, também a americanização dos imigrantes".<ref>Merle Curti, ''The Making of an American Community: A Case Study of Democracy in a Frontier County'' (1959) p.&nbsp;1</ref> Curti descobriu que de 1840 a 1860 em Wisconsin os grupos mais pobres ganharam rapidamente na propriedade de terras e muitas vezes ascenderam à liderança política a nível local. Ele descobriu que mesmo os jovens trabalhadores rurais sem terra logo conseguiram obter suas fazendas. A terra gratuita na fronteira criou, portanto, oportunidades e democracia, tanto para os imigrantes europeus como para os antigos ianques.<ref>Wyman, ''The Wisconsin Frontier'', p.&nbsp;293</ref>

==== Sudoeste ====
{{Artigo principal|vt=s|Velho Sudoeste}}
[[Imagem:Map_of_Santa_Fe_Trail-NPS.jpg|miniaturadaimagem|Mapa da [[Trilha de Santa Fé]]]]
Da década de 1770 à década de 1830, os pioneiros mudaram-se para as novas terras que se estendiam do Kentucky ao Alabama e ao Texas. A maioria eram agricultores que se mudavam em grupos familiares.<ref>Ray Allen Billington and Martin Ridge, ''Westward Expansion'' (5th ed. 1982) pp.&nbsp;203–328, 747–766</ref>

O historiador Louis Hacker mostra como a primeira geração de pioneiros foi um desperdício; eles eram ignorantes demais para cultivar a terra adequadamente e quando a fertilidade natural da terra virgem se esgotou, eles venderam tudo e se mudaram para o oeste para tentar novamente. Hacker descreve isso em Kentucky por volta de 1812:<blockquote>Estavam à venda fazendas com dez a cinquenta acres desmatados, possuindo casas de toras, pomares de pêssegos e às vezes de maçãs, cercados por cercas e com bastante madeira em pé para combustível. A terra era semeada com trigo e milho, que eram os alimentos básicos, enquanto o cânhamo [para fazer corda] era cultivado em quantidades crescentes nos fundos férteis dos rios....

No entanto, no geral, era uma sociedade agrícola sem competências ou recursos. Cometeu todos os pecados que caracterizam uma agricultura esbanjadora e ignorante. As sementes de capim não eram semeadas para o feno e, como resultado, os animais da fazenda tinham que se alimentar nas florestas; não era permitido que os campos ficassem como pastagens; uma única cultura foi plantada no solo até o esgotamento da terra; o esterco não foi devolvido aos campos; apenas uma pequena parte da fazenda foi cultivada, sendo o restante permitido ser feito de madeira. Os instrumentos de cultivo eram rudes e desajeitados e muito poucos, muitos deles feitos na fazenda. É evidente a razão pela qual o colonizador fronteiriço americano estava em constante movimento. Não foi o medo de um contato muito próximo com os confortos e restrições de uma sociedade civilizada que o levou a uma atividade incessante, nem apenas a chance de vender com lucro à próxima onda de colonos; foi a terra devastada que o impulsionou. A fome foi o aguilhão. A ignorância do agricultor pioneiro, as suas instalações inadequadas para o cultivo, os seus meios limitados de transporte exigiram as suas frequentes mudanças de cenário. Ele só poderia ter sucesso com solo virgem.<ref>{{citar periódico|título=Western Land Hunger and the War of 1812: A Conjecture |periódico=The Mississippi Valley Historical Review |número=4 |ano=1924 |páginas=365–395 |doi=10.2307/1892931 |jstor=1892931 |volume=10 |último1=Hacker |primeiro1=Louis Morton}}</ref></blockquote>Hacker acrescenta que a segunda onda de colonos recuperou as terras, reparou os danos e praticou uma agricultura mais sustentável. O historiador [[Frederick Jackson Turner]] explorou a visão de mundo e os valores individualistas da primeira geração:<blockquote>O que eles objetaram foram os obstáculos arbitrários, as limitações artificiais à liberdade de cada membro deste povo fronteiriço de desenvolver a sua carreira sem medo ou favorecimento. Aquilo a que se opuseram instintivamente foi à cristalização das diferenças, à monopolização das oportunidades e à fixação desse monopólio pelo governo ou pelos costumes sociais. A estrada deve estar aberta. O jogo deve ser jogado de acordo com as regras. Não deve haver nenhuma sufocação artificial da igualdade de oportunidades, nenhuma porta fechada para os capazes, nenhuma interrupção do jogo livre antes de ele ser jogado até o fim. Mais do que isso, havia um sentimento não formulado, talvez, mas muito real, de que o mero sucesso no jogo, pelo qual os homens mais capazes foram capazes de alcançar a preeminência, não dava aos bem sucedidos nenhum direito de desprezar os seus vizinhos, nenhum título adquirido. afirmar a superioridade como uma questão de orgulho e diminuir o direito igual e a dignidade dos menos bem-sucedidos.<ref>Frederick Jackson Turner, ''The Frontier in American History'' (1920) p.&nbsp;342.</ref></blockquote>

==== Destino manifesto ====
{{Artigo principal|Doutrina do destino manifesto}}
[[Imagem:United_States_1834-1836-03.png|miniaturadaimagem|Territórios dos EUA em 1834-1836]]
O Destino Manifesto era a crença controversa de que os Estados Unidos estavam preordenados a expandir-se da costa do Atlântico para a costa do Pacífico, e foram feitos esforços para concretizar essa crença. O conceito apareceu durante os tempos coloniais, mas o termo foi cunhado na década de 1840 por uma revista popular que editorializava: "o cumprimento do nosso destino manifesto... de espalhar-se pelo continente atribuído pela Providência para o livre desenvolvimento dos nossos milhões que se multiplicam anualmente. " À medida que a nação crescia, o "Destino Manifesto" tornou-se um grito de guerra para os expansionistas do Partido Democrata. Na década de 1840, as administrações Tyler e Polk (1841-1849) promoveram com sucesso esta doutrina nacionalista. No entanto, o [[Partido Whig (Estados Unidos)|Partido Whig]], que representava interesses empresariais e financeiros, opôs-se ao Destino Manifesto. Líderes Whig como [[Henry Clay]] e [[Abraham Lincoln]] pediram o aprofundamento da sociedade por meio da modernização e da urbanização, em vez da simples expansão horizontal.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=0XIvPDF9ijcC|título=What Hath God Wrought: The Transformation of America, 1815–1848|ultimo=Daniel Walker Howe|editora=Oxford University Press|ano=2007|páginas=702–706|isbn=978-0199743797}}</ref> Começando com a anexação do Texas, os expansionistas levaram a melhor. [[John Quincy Adams]], um Whig antiescravista, considerou a anexação do Texas em 1845 "a calamidade mais pesada que já se abateu sobre mim e meu país".<ref>Richard White (1991), p.&nbsp;76</ref>

Ajudando os colonos a se moverem para o oeste estavam os "guias" dos emigrantes da década de 1840, apresentando informações sobre rotas fornecidas pelos comerciantes de peles e pelas expedições de Frémont, e prometendo terras agrícolas férteis além das Montanhas Rochosas.<ref>Por exemplo, veja {{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=LXgUAAAAYAAJ&pg=PA160|título=Life on the plains and among the diggings: being scenes and adventures of an overland journey to California: with particular incidents of the route, mistakes and sufferings of the emigrants, the Indian tribes, the present and the future of the great West|ultimo=Delano|primeiro=Alonzo|editora=Miller, Orton & Mulligan|ano=1854}}.</ref>

==== México e Texas ====
{{Artigo principal|História do México|Revolução do Texas}}
[[Imagem:SantaAnnaSurrender.jpg|miniaturadaimagem|[[Sam Houston]] aceitando a rendição do general mexicano [[Antonio López de Santa Anna|Santa Anna]], 1836]]
O México tornou-se independente da Espanha em 1821 e assumiu o controle das possessões do norte da Espanha, que se estendiam do Texas à Califórnia. Caravanas americanas começaram a entregar mercadorias para a cidade mexicana de [[Santa Fé (Novo México)|Santa Fé]] ao longo da [[Trilha de Santa Fé]], ao longo de {{Convert|870|mi|km}} viagem que durou 48 dias saindo de Kansas City, Missouri (então conhecida como Westport). Santa Fé também foi o início da trilha para o "El Camino Real" (a Rodovia do Rei), uma rota comercial que transportava produtos manufaturados americanos para o sul, profundamente no México, e devolvia prata, peles e mulas para o norte (não deve ser confundida com outro "Caminho Real". "que conectou as missões na Califórnia). Um ramal também corria para o leste perto do Golfo (também chamado de Old San Antonio Road). Santa Fé se conectava à Califórnia através da Old Spanish Trail.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=YLjhWHWN8dYC|título=The Santa Fe Trail|ultimo=Robert Luther Duffus|editora=U. New Mexico Press|ano=1972|isbn=978-0826302359|anooriginal=1930}}, the standard scholarly history</ref><ref>Marc Simmons, ed. ''On the Santa Fe Trail'' (U.P. Kansas, 1991), primary sources</ref>

Os governos espanhol e mexicano atraíram colonos americanos para o Texas com condições generosas. [[Stephen Fuller Austin|Stephen F. Austin]] tornou-se um "empresário", recebendo contratos de autoridades mexicanas para trazer imigrantes. Ao fazer isso, ele também se tornou o comandante político e militar ''de facto'' da área. As tensões aumentaram, no entanto, após uma tentativa frustrada de estabelecer a nação independente de [[Rebelião da Fredônia|Fredônia]] em 1826. [[William Barret Travis|William Travis]], liderando o "partido da guerra", defendeu a independência do México, enquanto o "partido da paz" liderado por Austin tentou obter mais autonomia no relacionamento atual. Quando o presidente mexicano, [[Antonio López de Santa Anna|Santa Anna,]] mudou de alianças e se juntou ao partido centralista conservador, declarou-se ditador e ordenou que soldados entrassem no Texas para reduzir a nova imigração e a agitação. No entanto, a imigração continuou e 30.000 anglos com 3.000 escravos foram estabelecidos no Texas em 1835.<ref>[[Quintard Taylor]], "Texas: The South Meets the West, The View Through African American History", ''Journal of the West'' (2005) 44#2 pp.&nbsp;44–52</ref> Em 1836, eclodiu a [[Revolução do Texas]]. Após perdas no [[Batalha do Álamo|Álamo]] e [[Massacre de Goliad|Goliad]], os [[Texian|texanos]] venceram a decisiva [[Batalha de San Jacinto]] para garantir a independência. Em San Jacinto, [[Sam Houston]], comandante-chefe do Exército Texiano e futuro [[Presidente da República do Texas]], gritou a famosa frase "Lembre-se do Álamo! Lembre-se de Goliad". O Congresso dos EUA recusou-se a anexar o Texas, num impasse por argumentos controversos sobre a escravatura e o poder regional. Assim, a [[República do Texas]] permaneceu uma potência independente durante quase uma década antes de ser anexada como o 28º estado em 1845. O governo do México, no entanto, via o Texas como uma província em fuga e afirmava a sua propriedade.<ref>William C. Davis, ''Lone Star Rising: The Revolutionary Birth of the Texas Republic'' (Free Press, 2004){{Falta página}}{{Falta ISBN}}</ref>

==== Guerra Mexicano-Americana ====
{{Artigo principal|Guerra Mexicano-Americana}}
[[Imagem:Kearny-Las-Vegas-Aug-1846-engraving-1882.jpg|miniaturadaimagem|Anexação do [[Novo México]] pelo General [[Stephen W. Kearny|Kearny]], 15 de agosto de 1846]]
O México recusou-se a reconhecer a independência do Texas em 1836, mas as potências norte-americanas e europeias fizeram-no. O México ameaçou guerra se o Texas se juntasse aos EUA, o que fez em 1845. Os negociadores americanos foram rejeitados por um governo mexicano em crise. Quando o exército mexicano matou 16 soldados americanos em território disputado, a guerra estava próxima. [[Partido Whig (Estados Unidos)|Whigs]] como o congressista [[Abraham Lincoln]] denunciaram a guerra, mas ela era bastante popular fora da Nova Inglaterra.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=S3SEF_TzUjsC|título=A country of vast designs: James K. Polk, the Mexican War, and the conquest of the American continent|ultimo=Merry|primeiro=Robert W.|editora=Simon and Schuster|ano=2009|isbn=978-1439160459|autorlink=Robert W. Merry}}</ref>

A estratégia mexicana era defensiva; a estratégia americana foi uma ofensiva em três frentes, utilizando um grande número de soldados voluntários.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ZG0NKQEACAAJ|título=The War with Mexico: The Classic History of the Mexican–American War|ultimo=Justin Harvey Smith|editora=Red and Black Publishers|ano=2011|isbn=978-1610010184|anooriginal=1919|edição=abridged}}</ref> As forças terrestres tomaram o Novo México com pouca resistência e seguiram para a Califórnia, que rapidamente caiu nas mãos das forças terrestres e navais americanas. Da principal base americana em Nova Orleans, o General [[Zachary Taylor]] liderou forças para o norte do México, vencendo uma série de batalhas que se seguiram. A Marinha dos EUA transportou o General [[Winfield Scott]] para [[Veracruz (cidade)|Veracruz]]. Ele então marchou com sua força de 12.000 homens para o oeste, até a Cidade do México, vencendo a batalha final em Chapultepec. A conversa sobre a aquisição de todo o México desapareceu quando o exército descobriu que os valores políticos e culturais mexicanos eram tão estranhos aos da América. Como perguntou o ''Cincinnati Herald'', o que fariam os EUA com oito milhões de mexicanos "com a sua adoração de ídolos, superstições pagãs e raças mestiças degradadas?"<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=B5-9jU-9J20C|título=Race and manifest destiny: the origins of American racial anglo-saxonism|ultimo=Horsman|primeiro=Reginald|editora=Harvard U. Press|ano=1981|isbn=978-0674745728}}</ref>

O [[Tratado de Guadalupe Hidalgo]] de 1848 cedeu os territórios da Califórnia e do Novo México aos Estados Unidos por US$ 18,5 milhões (que incluiu a assunção de reivindicações contra o México por parte dos colonos). A [[Compra Gadsden|compra de Gadsden]] em 1853 adicionou o sul do Arizona, que era necessário para uma rota ferroviária para a Califórnia. Ao todo, o México cedeu meio milhão de milhas quadradas (1,3 milhões de km<sup>2</sup>) e incluía os futuros estados da Califórnia, Utah, Arizona, Nevada, Novo México e partes do Colorado e Wyoming, além do Texas. Gerenciar os novos territórios e lidar com a questão da escravidão causou intensa controvérsia, particularmente sobre a Provisão Wilmot, que teria proibido a escravidão nos novos territórios. O Congresso nunca a aprovou, mas resolveu temporariamente a questão da escravatura no Ocidente com o [[Compromisso de 1850]]. A Califórnia entrou na União em 1850 como um estado livre; as outras áreas permaneceram territórios por muitos anos.<ref>{{Citar periódico |título=The Treaty of Guadalupe-Hidalgo |periódico=The American Historical Review |número=2 |ultimo=Reeves |primeiro=Jesse S. |ano=1905 |paginas=309–324 |doi=10.2307/1834723 |jstor=1834723 |volume=10 |hdl-access=}}</ref><ref>Richard Griswold del Castillo, ''The Treaty of Guadalupe Hidalgo: A Legacy of Conflict'' (1990)</ref>

==== Crescimento do Texas ====
O novo estado cresceu rapidamente à medida que os migrantes chegavam às férteis terras algodoeiras do leste do Texas. Os imigrantes alemães começaram a chegar no início da década de 1840 devido às pressões económicas, sociais e políticas negativas na Alemanha.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=DdT6AQAAQBAJ|título=German Seed in Texas Soil: Immigrant Farmers in Nineteenth-century Texas|ultimo=Jordan|primeiro=Terry G.|data=1966|editora=University of Texas Press|isbn=0292727070}}</ref> Com os seus investimentos em terras de algodão e escravos, os plantadores estabeleceram plantações de algodão nos distritos orientais. A região central do estado foi desenvolvida mais por agricultores de subsistência que raramente possuíam escravos.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=7N9yOs-oDRQC|título=An Empire for Slavery: The Peculiar Institution in Texas, 1821–1865|ultimo=Campbell|primeiro=Randolph B.|editora=Louisiana State University Press|ano=1989|isbn=978-0807117231}}</ref>

O Texas em seus dias de Velho Oeste atraiu homens que sabiam atirar com precisão e possuíam gosto pela aventura, "pelo renome masculino, serviço patriótico, glória marcial e mortes significativas".<ref>Jimmy L Bryan, Jr., "The Patriot-Warrior Mystique", in Alexander Mendoza and Charles David Grear, eds. ''Texans and War: New Interpretations of the State's Military History'' (2012) p. 114.</ref>

==== Corrida do Ouro na Califórnia ====
{{Artigo principal|Corrida do ouro na Califórnia}}
[[Imagem:California_Clipper_500.jpg|miniaturadaimagem|Os navios [[Clipper (veleiro)|Clipper]] levaram 5 meses para navegar as 17.000 milhas (27.000 km) de Nova York a São Francisco.]]
Em 1846, cerca de 10.000 californios (hispânicos) viviam na Califórnia, principalmente em fazendas de gado no que hoje é a área de Los Angeles. Algumas centenas de estrangeiros estavam espalhados pelos distritos do norte, incluindo alguns americanos. Com a eclosão da guerra com o México em 1846, os EUA enviaram Frémont e uma unidade do [[Exército dos Estados Unidos|Exército dos EUA]], bem como forças navais, e rapidamente assumiram o controle.<ref>Kevin Starr, ''California: A History'' (2007) pp.&nbsp;43–70 {{Falta ISBN}}</ref> Quando a guerra estava terminando, ouro foi descoberto no norte e a notícia logo se espalhou pelo mundo.

Milhares de "Quarenta e Nove" chegaram à Califórnia navegando pela América do Sul (ou tomando um atalho através do Panamá infestado de doenças) ou caminhando pela trilha da Califórnia. A população aumentou para mais de 200.000 habitantes em 1852, principalmente nos distritos do ouro que se estendiam pelas montanhas a leste de São Francisco.
[[Imagem:SanFranciscoharbor1851c_sharp.jpg|miniaturadaimagem|Porto de São Francisco {{Circa|1850}} . Entre 1847 e 1870, a população de São Francisco explodiu de 500 para 150.000]]
A habitação em São Francisco era escassa e os navios abandonados cujas tripulações se dirigiam para as minas eram frequentemente convertidos em alojamentos temporários. Nas próprias minas de ouro, as condições de vida eram primitivas, embora o clima ameno se mostrasse atraente. Os suprimentos eram caros e os alimentos pobres, dietas típicas consistindo principalmente de carne de porco, feijão e uísque. Estas comunidades altamente masculinas e transitórias, sem instituições estabelecidas, eram propensas a elevados níveis de violência, embriaguez, palavrões e comportamento motivado pela ganância. Sem tribunais ou agentes da lei nas comunidades mineiras para fazer cumprir as reivindicações e a justiça, os mineiros desenvolveram o seu sistema jurídico ad hoc, baseado nos “códigos mineiros” utilizados noutras comunidades mineiras no estrangeiro. Cada campo tinha as suas próprias regras e muitas vezes distribuía justiça por voto popular, por vezes agindo de forma justa e por vezes exercendo vigilantes; com os nativos americanos (índios), mexicanos e chineses geralmente recebendo as sentenças mais duras.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=zjHQWyttp6QC&pg=PA209|título=Law in the western United States|ultimo=Gordon Morris Bakken|editora=University of Oklahoma Press|ano=2000|páginas=209–214|isbn=978-0806132150}}</ref>

A corrida do ouro mudou radicalmente a economia da Califórnia e trouxe uma série de profissionais, incluindo especialistas em metais preciosos, comerciantes, médicos e advogados, que se somaram à população de mineiros, donos de bares, jogadores e prostitutas. Um jornal de São Francisco declarou: "O país inteiro... ressoa o sórdido grito de O''uro! Ouro! Ouro!'' enquanto o campo fica meio plantado, a casa meio construída e tudo negligenciado, exceto a fabricação de pás e picaretas. "<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=UPUsIaHZTm0C&pg=PA186|título=A Golden State: Mining and Economic Development in Gold Rush California|ultimo=Smith-Baranzini|primeiro=Marlene|editora=University of California Press|ano=1999|páginas=186–187|isbn=978-0520217713}}</ref> Mais de 250.000 mineradores encontraram um total de mais de US$ 200 milhões em ouro nos cinco anos da Corrida do Ouro na Califórnia.<ref name="Howard R. Lamar 1977, pp. 446–47">Howard R. Lamar (1977), pp.&nbsp;446–447</ref><ref>Josephy (1965), p.&nbsp;251</ref> À medida que milhares chegavam, porém, cada vez menos mineiros faziam fortuna e a maioria terminava exausto e falido.

Bandidos violentos muitas vezes atacavam os mineiros, como no caso do assassinato de onze bandidos por [[Jonathan R. Davis]] sozinho.<ref name="Davis">Fournier, Richard. "Mexican War Vet Wages Deadliest Gunfight in American History", ''VFW Magazine'' (January 2012), p.&nbsp;30.</ref> Os acampamentos se espalharam ao norte e ao sul do [[Rio American]]o e ao leste nas [[Serra Nevada (Estados Unidos)|Sierras]]. Em poucos anos, quase todos os mineiros independentes foram deslocados à medida que as minas eram compradas e geridas por empresas mineiras, que depois contratavam mineiros com salários baixos. À medida que o ouro se tornou mais difícil de encontrar e de extrair, os garimpeiros individuais deram lugar a grupos de trabalho remunerado, a competências especializadas e a maquinaria de mineração. Minas maiores, no entanto, causaram maiores danos ambientais. Nas montanhas predominava a mineração em poços, produzindo grandes quantidades de resíduos. A partir de 1852, no final da corrida do ouro de 1849, até 1883, foi utilizada a [[mineração hidráulica]]. Apesar dos enormes lucros obtidos, caiu nas mãos de alguns capitalistas, deslocou numerosos mineiros, grandes quantidades de resíduos entraram nos sistemas fluviais e causaram graves danos ecológicos ao ambiente. A mineração hidráulica terminou quando o clamor público sobre a destruição de terras agrícolas levou à proibição desta prática.<ref>Walter Nugent, ''American West Chronicle'' (2007) p. 119.</ref>

As áreas montanhosas do triângulo do Novo México à Califórnia e [[Território de Dakota|Dakota do Sul]] continham centenas de locais de mineração de rocha dura, onde garimpeiros descobriram ouro, prata, cobre e outros minerais (bem como algum carvão de rocha mole). Campos de mineração temporários surgiram durante a noite; a maioria se tornou [[Cidade-fantasma|cidades fantasmas]] quando os minérios se esgotaram. Os garimpeiros se espalharam e caçaram ouro e prata ao longo das Montanhas Rochosas e no sudoeste. Logo o ouro foi descoberto no Colorado, Utah, Arizona, Novo México, Idaho, Montana e Dakota do Sul (em 1864).<ref>Rodman W. Paul, ''Mining Frontiers of the Far West, 1848–1880'' (1980)</ref>

A descoberta do Comstock Lode, contendo grandes quantidades de prata, resultou nas cidades prósperas de Nevada, [[Virginia City (Nevada)|Virginia City]], [[Carson City]] e [[Silver City (Nevada)|Silver City]]. A riqueza proveniente da prata, mais do que do ouro, alimentou o amadurecimento de São Francisco na década de 1860 e ajudou a ascensão de algumas de suas famílias mais ricas, como a de [[George Hearst]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kMuc9Lb-3mkC&pg=PA68|título=The Hearsts: An American Dynasty|ultimo=Robinson|primeiro=Judith|editora=U. of Delaware Press|ano=1991|isbn=978-0874133837}}</ref>

==== Oregon Trail ====
{{Artigo principal|Oregon Trail}}
[[Imagem:Wpdms_nasa_topo_oregon_trail.jpg|miniaturadaimagem|400.000 homens, mulheres e crianças viajaram 2.000 milhas (3.200 km) em trens de vagões durante uma viagem de seis meses na [[Oregon Trail]].]]
Para chegar às novas e ricas terras da Costa Oeste, havia três opções: alguns navegaram ao redor do extremo sul da América do Sul durante uma viagem de seis meses, alguns fizeram a traiçoeira viagem através do Istmo do Panamá, mas outros 400 mil caminharam até lá em um barco. rota terrestre de mais de 2.000 milhas (3.200&nbsp;quilômetros); seus vagões geralmente partiam do Missouri. Eles se moviam em grandes grupos sob o comando de um condutor experiente, trazendo roupas, suprimentos agrícolas, armas e animais. Esses trens de vagões seguiam rios importantes, cruzavam pradarias e montanhas e normalmente terminavam em Oregon e na Califórnia. Os pioneiros geralmente tentavam completar a viagem durante uma única estação quente, geralmente durante seis meses. Em 1836, quando o primeiro trem de carroças de migrantes foi organizado em [[Independence (Missouri)|Independence, Missouri]], uma trilha de carroças foi aberta até Fort Hall, Idaho. As trilhas foram desobstruídas cada vez mais a oeste, chegando finalmente ao [[Vale do Willamette]], no Oregon. Esta rede de trilhas de carroças que leva ao noroeste do Pacífico foi mais tarde chamada de [[Oregon Trail|Trilha do Oregon]]. A metade oriental da rota também foi usada por viajantes na [[California Trail]] (de 1843), [[Mormon Trail]] (de 1847) e [[Trilha Bozeman]] (de 1863) antes de partirem para seus destinos separados.<ref>John David Unruh, ''The Plains Across: The Overland Emigrants and the Trans-Mississippi West, 1840–1860'' (1979).</ref>

No "Trem de Vagões de 1843", cerca de 700 a 1.000 emigrantes dirigiram-se para Oregon; o missionário [[Marcus Whitman]] liderou os vagões na última etapa. Em 1846, a Barlow Road foi concluída ao redor do Monte Hood, proporcionando uma trilha difícil, mas transitável, do Rio Missouri até o Vale Willamette: cerca de 2.000 milhas (3.200km).<ref>John David Unruh, ''The Plains Across: The Overland Emigrants and the Trans-Mississippi West, 1840–1860'' (1993){{Falta página}}{{Falta ISBN}}</ref> Embora a direção principal de viagem nas primeiras trilhas de carroças fosse para o oeste, as pessoas também usavam a trilha do Oregon para viajar para o leste. Alguns fizeram isso porque estavam desanimados e derrotados. Alguns voltaram com sacos de ouro e prata. A maioria estava voltando para buscar suas famílias e transferi-las de volta para o oeste. Esses "retrocessos" foram uma importante fonte de informação e entusiasmo sobre as maravilhas e promessas — e perigos e decepções — do Extremo Oeste.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Unruh|primeiro=John D. Jr.|titulo=Against the Grain: West to East on the Overland Trail|website=Kansas Quarterly|ano=1973|paginas=72–84|volume=5}} Also chapter four of Unruh, ''The Plains Across''</ref>

Nem todos os emigrantes conseguiram chegar ao seu destino. Os perigos da rota terrestre eram numerosos: picadas de cobra, acidentes de carroça, violência de outros viajantes, suicídio, desnutrição, debandadas, ataques de nativos, uma variedade de doenças ([[disenteria]], [[Febre tifoide|febre tifóide]] e [[cólera]] estavam entre as mais comuns), exposição, avalanches, etc. Um exemplo particularmente conhecido da natureza traiçoeira da viagem é a história do malfadado [[Caravana Donner]], que ficou preso nas montanhas de [[Serra Nevada (Estados Unidos)|Sierra Nevada]] durante o inverno de 1846-1847. Metade das 90 pessoas que viajavam com o grupo morreram de fome e exposição, e algumas recorreram ao canibalismo para sobreviver.<ref>Mary E. Stuckey, "The Donner Party and the Rhetoric of Westward Expansion", ''Rhetoric and Public Affairs'', (2011) 14#2 pp.&nbsp;229–260 [http://muse.jhu.edu/journals/rhetoric_and_public_affairs/v014/14.2.stuckey.html in Project MUSE]</ref> Outra história de canibalismo contou com [[Alfredo Packer|Alferd Packer]] e sua jornada para o [[Colorado]] em 1874. Também ocorreram ataques frequentes de bandidos e saqueadores de estrada, como os infames [[irmãos Harpe]] que patrulhavam as rotas de fronteira e tinham como alvo grupos de migrantes.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=TzsXBAAAQBAJ|título=Introduction to Criminology: Why Do They Do It?|ultimo=Schram|primeiro=Pamela J.|ultimo2=Tibbetts|primeiro2=Stephen G.|data=2014|editora=Sage|localização=Los Angeles|isbn=978-1412990851}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=mknzvz_5CiEC|título=Serial Killers|ultimo=Newton|primeiro=Michael|ultimo2=French|primeiro2=John L.|data=2008|editora=Chelsea House Publishers|localização=New York|isbn=978-0791094112}}</ref>

==== Mórmons e Utah ====
{{Artigo principal|Guerra Mórmon|Guerra de Utah}}
[[Imagem:Mountain_Meadows_Massacre.jpg|miniaturadaimagem|O [[massacre de Mountain Meadows]] foi conduzido por [[mórmon]]s e nativos [[Paiute do Sul|Paiute]] contra 120 civis com destino à Califórnia.]]
[[Imagem:Mormon_Pioneer_handcart_statue.jpg|miniaturadaimagem|The ''Handcart Pioneer Monument'', de [[Torleif S. Knaphus]], localizado na [[Praça do Templo]] em Salt Lake City, Utah]]
No Missouri e em Illinois, a [[Guerra Mórmon|animosidade]] entre os colonos mórmons e os habitantes locais cresceu, o que se espelharia em outros estados, como Utah, anos depois. A violência finalmente eclodiu em 24 de outubro de 1838, quando milícias de ambos os lados entraram em confronto e um [[Massacre de Haun's Mill|assassinato em massa]] de mórmons no condado de Livingston ocorreu 6 dias depois.<ref>{{Citation|primeiro1=Emily W.|último=Jensen|título=Setting the record straight on the 'Hawn's' Mill Massacre|url=http://www.deseretnews.com/article/705384477/Setting-the-record-straight-on-the-Hawns-Mill-Massacre.html|data=30 de maio de 2010|periódico=[[Deseret News]]}}</ref> Uma [[Ordem Executiva 44 do Missouri|Ordem de Extermínio Mórmon]] foi apresentada durante esses conflitos, e os Mórmons foram forçados a se dispersar.<ref>Dean L. May, ''Utah: A People's History'' p.&nbsp;57. (1987).</ref> [[Brigham Young]], buscando deixar a jurisdição americana para escapar da perseguição religiosa em Illinois e Missouri, conduziu os [[mórmon]]s ao vale do [[Grande Lago Salgado]], propriedade na época do México, mas não controlado por eles. Cem assentamentos rurais mórmons surgiram no que Young chamou de "[[Estado de Deseret|Deseret]]", que ele governou como uma teocracia. Mais tarde, tornou-se Território de Utah. O assentamento de Young em [[Salt Lake City]] serviu como centro de sua rede, que também alcançou territórios vizinhos. O comunalismo e as práticas agrícolas avançadas dos Mórmons permitiram-lhes ter sucesso.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=s-gTAAAAYAAJ|título=Arizona, historic land|ultimo=Fireman|primeiro=Bert M.|editora=Knopf|ano=1982|isbn=978-0394507972}}</ref> Os mórmons frequentemente vendiam mercadorias para os vagões que passavam e chegavam a acordo com as tribos nativas locais porque Young decidiu que era mais barato alimentar os nativos do que combatê-los.<ref>Lawrence G. Coates, "Brigham Young and Mormon Indian Policies: The Formative Period, 1836–1851", ''BYU Studies'' (1978) 18#3 pp.&nbsp;428–452</ref> A educação tornou-se uma alta prioridade para proteger o grupo sitiado, reduzir a heresia e manter a solidariedade do grupo.<ref>{{Citar periódico |título=Education among the Mormons: Brigham Young and the Schools of Utah |periódico=History of Education Quarterly |número=4 |ultimo=Buchanan |primeiro=Frederick S. |ano=1982 |paginas=435–459 |doi=10.2307/368068 |jstor=368068 |volume=22}}</ref>

Após o fim da Guerra Mexicano-Americana em 1848, Utah foi cedido aos Estados Unidos pelo México. Embora os mórmons em Utah tenham apoiado os esforços dos EUA durante a guerra; o governo federal, pressionado pelas igrejas protestantes, rejeitou a teocracia e a poligamia. Fundado em 1852, o Partido Republicano era abertamente hostil à [[A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias]] (Igreja SUD) em Utah por causa da prática da poligamia, vista pela maioria do público americano como uma afronta aos princípios religiosos, culturais e morais. valores da civilização moderna. [[Guerra de Utah|Os confrontos]] beiraram a guerra aberta no final da década de 1850, quando o presidente Buchanan enviou tropas. Embora não tenha havido batalhas militares travadas e as negociações tenham levado à suspensão, a violência ainda aumentou e houve várias vítimas.<ref>{{Citation|primeiro1=Robert C.|último=Kennedy|título=Setting the record straight on the 'Hawn's' Mill Massacre|url=https://www.nytimes.com/learning/general/onthisday/harp/1128.html|data=28 de novembro de 2001|periódico=[[The New York Times]]}}</ref> Após a Guerra Civil, o governo federal assumiu sistematicamente o controle de Utah, a Igreja SUD foi legalmente desincorporada no território e os membros da hierarquia da igreja, incluindo Young, foram sumariamente removidos e impedidos de praticamente todos os cargos públicos.<ref>David Prior, "Civilization, Republic, Nation: Contested Keywords, Northern Republicans, and the Forgotten Reconstruction of Mormon Utah", ''Civil War History'', (Sept 2010) 56#3 pp.&nbsp;283–310, [http://muse.jhu.edu/journals/civil_war_history/v056/56.3.prior.html in Project MUSE]</ref> Enquanto isso, o trabalho missionário bem-sucedido nos EUA e na Europa trouxe uma enxurrada de convertidos mórmons para Utah. Durante este tempo, o Congresso recusou-se a admitir Utah na União como um estado e um estado significaria o fim do controle federal direto sobre o território e a possível ascensão de políticos escolhidos e controlados pela Igreja SUD na maioria, senão em todos os governos federais, estaduais e cargos eleitos locais do novo estado. Finalmente, em 1890, a liderança da igreja anunciou que a poligamia não era mais um princípio central, passando a ser um compromisso. Em 1896, Utah foi admitido como o 45º estado, com os mórmons divididos entre republicanos e democratas.<ref>David Bigler, ''Forgotten Kingdom: The Mormon Theocracy in the American West, 1847–1896'' (1998)</ref>

==== Pony Express e o telégrafo ====
{{Artigo principal|Pony Express}}
[[Imagem:Ponymap.jpg|miniaturadaimagem|Mapa da rota do [[Pony Express]]]]
O governo federal forneceu subsídios para o desenvolvimento do correio e da entrega de carga e, em 1856, o Congresso autorizou melhorias nas estradas e um serviço de correio terrestre para a Califórnia. Os novos vagões comerciais atendem principalmente mercadorias transportadas. Em 1858, John Butterfield (1801–1869) estabeleceu um serviço de palco que ia de Saint Louis a São Francisco em 24 dias ao longo de uma rota ao sul. Esta rota foi abandonada em 1861 após a adesão do Texas à Confederação, em favor dos serviços de diligência estabelecidos via Fort Laramie e [[Salt Lake City]], uma viagem de 24 dias, com [[Wells Fargo|Wells Fargo & Co.]] nome).<ref>{{Citar periódico |título=Wells Fargo: Symbol of the Wild West? |periódico=The Western Historical Quarterly |número=2 |ultimo=Jackson |primeiro=W. Turrentine |ano=1972 |paginas=179–196 |doi=10.2307/967112 |jstor=967112 |volume=3}}</ref>

William Russell, na esperança de conseguir um contrato governamental para um serviço de entrega de correio mais rápido, iniciou o [[Pony Express]] em 1860, reduzindo o tempo de entrega para dez dias. Ele montou mais de 150 estações a cerca de {{Convert|15|mi|km}} de distância.

Em 1861, o Congresso aprovou a Lei Telegráfica Land-Grant, que financiou a construção das linhas telegráficas transcontinentais da Western Union. [[Hiram Sibley]], chefe da Western Union, negociou acordos exclusivos com ferrovias para operar linhas telegráficas ao longo de sua faixa de domínio. Oito anos antes da inauguração da ferrovia transcontinental, o primeiro telégrafo transcontinental ligou Omaha, Nebraska, a São Francisco em 24 de outubro de 1861.<ref>Joseph J. DiCerto, ''The Saga of the Pony Express'' (2002)</ref> O Pony Express terminou em apenas 18 meses porque não conseguia competir com o telégrafo.<ref>Billington and Ridge, ''Westward Expansion'' pp.&nbsp;577–578</ref><ref>James Schwoch, ''Wired into Nature: The Telegraph and the North American Frontier'' (U of Illinois Press, 2018) [http://www.h-net.org/reviews/showrev.php?id=56981 online review].</ref>

==== Bleeding Kansas ====
{{Artigo principal|Bleeding Kansas}}
[[Imagem:Marais-massacre.jpg|alt=Men lined up along a tree line are shot by men on horseback.|miniaturadaimagem|[[Massacre de Marais des Cygnes]] contra os antiescravistas de Kansans, 19 de maio de 1858]]
Constitucionalmente, o Congresso não poderia tratar da escravidão nos estados, mas tinha jurisdição nos territórios ocidentais. A Califórnia rejeitou por unanimidade a escravidão em 1850 e tornou-se um estado livre. O Novo México permitiu a escravidão, mas raramente era vista lá. Kansas estava fora dos limites da escravidão pelo Compromisso de 1820. Os elementos do Solo Livre temiam que, se a escravidão fosse permitida, os proprietários ricos comprariam as melhores terras e trabalhariam nelas com gangues de escravos, deixando poucas oportunidades para os homens brancos livres possuírem fazendas. Poucos proprietários de engenho do Sul estavam interessados no Kansas, mas a ideia de que a escravatura ali era ilegal implicava que tinham um estatuto de segunda classe que era intolerável para o seu sentido de honra e parecia violar o princípio dos direitos dos Estados. Com a aprovação da extremamente controversa [[Ato de Kansas-Nebraska|Lei Kansas-Nebraska]] em 1854, o Congresso deixou a decisão para os eleitores locais no Kansas. Do outro lado do Norte, um novo grande partido foi formado para combater a escravidão: o [[Partido Republicano (Estados Unidos)|Partido Republicano]], com numerosos ocidentais em posições de liderança, mais notavelmente [[Abraham Lincoln]], de Illinois. Para influenciar a decisão territorial, elementos antiescravistas (também chamados de "Jayhawkers" ou "Free-soilers") financiaram a migração de colonos politicamente determinados. Mas os defensores da escravidão reagiram com os colonos pró-escravidão do Missouri.<ref>Thomas Goodrich, ''War to the Knife: Bleeding Kansas, 1854–1861'' (2004)</ref> O resultado foi violência de ambos os lados; ao todo, 56 homens foram mortos quando a violência diminuiu em 1859.<ref>Dale Watts, "How Bloody Was Bleeding Kansas? Political Killings in Kansas territory, 1854–1861", ''Kansas History'' (1995) 18#2 pp.&nbsp;116–129. [http://www.kshs.org/publicat/history/1995summer_watts.pdf online]</ref> Em 1860, as forças pró-escravidão estavam no controle — mas o Kansas tinha apenas dois escravos. As forças antiescravistas assumiram o controle em 1861, quando o Kansas se tornou um estado livre. O episódio demonstrou que um compromisso democrático entre o Norte e o Sul sobre a escravatura era impossível e serviu para acelerar a Guerra Civil.<ref>Nicole Etcheson, ''Bleeding Kansas: Contested Liberty in the Civil War Era'' (2006)</ref>

=== Guerra Civil no Oeste ===
[[Imagem:Execution_of_38_Sioux_Indians_at_Mankato_Minnesota_1862.jpg|miniaturadaimagem|Enforcamento em massa de guerreiros [[Sioux]] condenados por assassinato e estupro em [[Mankato (Minnesota)|Mankato, Minnesota]], 1862]]
Apesar do seu grande território, o Oeste trans-Mississippi tinha uma população pequena e a sua história de guerra foi, em grande medida, subestimada na historiografia da Guerra Civil Americana.<ref>Stacey L. Smith, "Beyond North and South: Putting the West in the Civil War and Reconstruction". ''Journal of the Civil War Era'' 6.4 (2016): 566–591. [https://muse.jhu.edu/article/635054/summary online]</ref>

==== Teatro Trans-Mississippi ====
{{Artigo principal|Teatro Trans-Mississippi da Guerra Civil Americana}}A Confederação engajou-se em várias campanhas importantes no Oeste. No entanto, o Kansas, uma importante área de conflito que antecedeu a guerra, foi palco de apenas uma batalha, em [[Batalha de Mine Creek|Mine Creek]]. Mas a sua proximidade com as linhas confederadas permitiu que guerrilheiros pró-confederados, como [[Quantrill's Raiders]], atacassem os redutos da União e massacrassem os residentes.<ref>Barry A. Crouch, "A 'Fiend in Human Shape?' William Clarke Quantrill and his Biographers", ''Kansas History'' (1999) 22#2 pp.&nbsp;142–156 analyzes the highly polarized historiography</ref>

No Texas, os cidadãos votaram pela adesão à Confederação; Alemães anti-guerra foram enforcados.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=2hHlg76WTGIC&pg=PA115|título=Texas Divided: Loyalty and Dissent in the Lone Star State, 1856–1874|ultimo=James Alan Marten|editora=U. Press of Kentucky|ano=1990|isbn=0813133610}}</ref> As tropas locais assumiram o controle do arsenal federal em San Antonio, com planos de tomar os territórios do norte do Novo México, Utah e Colorado, e possivelmente da Califórnia. O [[Território Confederado do Arizona|Arizona Confederado]] foi criado por cidadãos do Arizona que queriam proteção contra ataques Apache depois que as unidades do Exército dos Estados Unidos foram retiradas. A Confederação então pretende [[Campanha do Novo México|obter o controle]] do Território do Novo México. O general [[Henry Hopkins Sibley]] foi encarregado da campanha e, junto com seu [[Exército do Novo México]], marchou até o Rio Grande na tentativa de tomar a riqueza mineral do Colorado e também da Califórnia. O Primeiro Regimento de Voluntários descobriu os rebeldes e eles imediatamente avisaram e juntaram-se aos Yankees em Fort Union. A [[Batalha de Glorieta Pass]] logo eclodiu, e a União encerrou a campanha confederada e a área a oeste do Texas permaneceu nas mãos da União.<ref>''Civil War in the American West''</ref><ref>David Westphall, "The Battle of Glorieta Pass: Its Importance in the Civil War", ''New Mexico Historical Review'' (1989) 44#2 pp.&nbsp;137–154</ref>

Missouri, um estado da União onde a escravidão era legal, tornou-se um campo de batalha quando o governador pró-secessão, contra o voto da legislatura, conduziu tropas ao arsenal federal em St. Louis; ele foi auxiliado pelas forças confederadas de Arkansas e Louisiana. No entanto, o General da União [[Samuel Ryan Curtis|Samuel Curtis]] recuperou St. Louis e todo o Missouri para a União. O estado foi palco de numerosos ataques e guerrilhas no oeste.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=9s_37IpWF30C&pg=PA95|título=Inside War: The Guerrilla Conflict in Missouri During the American Civil War|ultimo=Fellman|primeiro=Michael|editora=Oxford U.P.|ano=1990|isbn=978-0199839254}}</ref>

==== Manutenção da paz ====
[[Imagem:Dakota_War_of_1862-stereo-right.jpg|miniaturadaimagem|Colonos escapando da [[Guerra de Dakota de 1862]]]]
O Exército dos EUA depois de 1850 estabeleceu uma série de postos militares ao longo da fronteira, concebidos para impedir a guerra entre tribos nativas ou entre nativos e colonos. Ao longo do século XIX, os oficiais do Exército normalmente construíram suas carreiras em funções de manutenção da paz, passando de forte em forte até a aposentadoria. A experiência real de combate era incomum para qualquer soldado.<ref>Samuel J. Watson, ''Peacekeepers and Conquerors: The Army Officer Corps on the American Frontier, 1821–1846'' (2013)</ref>

O conflito mais dramático foi a [[Guerra de Dakota de 1862|guerra Sioux em Minnesota]] em 1862, quando as tribos Dakota atacaram sistematicamente as fazendas alemãs para expulsar os colonos. Durante vários dias, os ataques de Dakota na Agência Lower Sioux, [[New Ulm]], e [[Hutchinson (Minnesota)|Hutchinson]] mataram de 300 a 400 colonos brancos. A milícia estadual revidou e Lincoln enviou tropas federais. As batalhas que se seguiram em [[Batalha de Forte Ridgely|Fort Ridgely]], [[Batalha de Birch Coulee|Birch Coulee]], [[Fort Abercrombie]] e [[Batalha de Wood Lake|Wood Lake]] pontuaram uma guerra de seis semanas, que terminou com uma vitória americana. O governo federal julgou 425 nativos por homicídio e 303 foram condenados e sentenciados à morte. Lincoln perdoou a maioria, mas 38 líderes foram enforcados.<ref>Kenneth Carley, ''The Dakota War of 1862'' (Minnesota Historical Society, 2nd ed. 2001)</ref>

A diminuição da presença das tropas da União no Oeste deixou para trás milícias não treinadas; tribos hostis aproveitaram a oportunidade para atacar os colonos. A milícia revidou duramente, principalmente atacando os quartéis de inverno das tribos Cheyenne e Arapaho, repletos de mulheres e crianças, no [[massacre de Sand Creek]], no leste do Colorado, no final de 1864.<ref>Stan Hoig, ''The Sand Creek Massacre'' (1974)</ref>

[[Kit Carson]] e o Exército dos EUA em 1864 prenderam toda a tribo [[Navajos|Navajo]] no Novo México, onde atacavam colonos e os colocaram em uma reserva.<ref>Richard C. Hopkins, "Kit Carson and the Navajo Expedition", ''Montana: The Magazine of Western History'' (1968) 18#2 pp.&nbsp;52–61</ref> Dentro do [[Território indígena|Território Indígena]], hoje Oklahoma, surgiram conflitos entre as [[Cinco tribos civilizadas|Cinco Tribos Civilizadas]], a maioria das quais ficou do lado do Sul sendo eles próprios proprietários de escravos.<ref>W. David Baird and Danney Goble, ''Oklahoma: A History'' (2011) pp.&nbsp;105–112.</ref>

Em 1862, o Congresso promulgou duas leis importantes para facilitar a colonização do Oeste: a [[Homestead Act|Lei de Homestead]] e a [[Lei Ferroviária do Pacífico de 1862|Lei das Ferrovias do Pacífico]]. O resultado, em 1890, foram milhões de novas explorações agrícolas nos estados das Planícies, muitas delas operadas por novos imigrantes da Alemanha e da Escandinávia.

=== Oeste pós-guerra ===
==== Governança territorial após a Guerra Civil ====
[[Imagem:Fsstockade.jpg|miniaturadaimagem|Camp Supply Stockade, fevereiro de 1869]]
Com o fim da guerra e a abolição da escravidão, o governo federal se concentrou em melhorar a governança dos territórios. Subdividiu vários territórios, preparando-os para a condição de Estado, seguindo os precedentes estabelecidos pela [[Lei Noroeste|Portaria do Noroeste]] de 1787. Padronizou procedimentos e fiscalização dos governos territoriais, retirando alguns poderes locais e impondo muita “burocracia”, aumentando significativamente a burocracia federal.<ref>Jack Ericson Eblen, ''The First and Second United States Empires: Governors and Territorial Government, 1784–1912'' (U. of Pittsburgh Press 1968)</ref>

O envolvimento federal nos territórios foi considerável. Além dos subsídios diretos, o governo federal manteve postos militares, forneceu segurança contra ataques nativos, financiou obrigações de tratados, conduziu pesquisas e vendas de terras, construiu estradas, providenciou escritórios de terras, fez melhorias nos portos e subsidiou a entrega de correio terrestre. Os cidadãos territoriais passaram a condenar o poder federal e a corrupção local e, ao mesmo tempo, a lamentar que mais dólares federais não lhes tivessem sido enviados.<ref>Richard White (1991), p.&nbsp;177</ref>

Os governadores territoriais eram nomeados politicamente e estavam em dívida com Washington, por isso geralmente governavam com mão leve, permitindo que as legislaturas tratassem das questões locais. Além de sua função como governador civil, um governador territorial também era comandante de milícia, superintendente local de assuntos indígenas e elemento de ligação do estado com agências federais. As legislaturas, por outro lado, falavam em nome dos cidadãos locais e eles tinham uma margem de manobra considerável do governo federal para fazer leis locais.<ref>Eblen, ''The First and Second United States Empires'' p.&nbsp;190</ref>

Estas melhorias na governação ainda deixavam muito espaço para lucros. Como [[Mark Twain]] escreveu enquanto trabalhava para seu irmão, o secretário de Nevada: “O governo do meu país despreza a simplicidade honesta, mas acaricia a vilania artística, e acho que poderia ter me tornado um batedor de carteiras muito capaz se tivesse permanecido no serviço público por um ou dois anos."<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=OAZEAAAAYAAJ&pg=PA181|título=Roughing it|ultimo=Twain|primeiro=Mark|editora=Harper & Brothers|ano=1913|isbn=978-0-520-20559-8}}</ref> "Anéis territoriais", associações corruptas de políticos locais e proprietários de empresas apoiadas pelo patrocínio federal, desviadas de tribos nativas e cidadãos locais, especialmente nos territórios de Dakota e Novo México.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=4MNXAAAAYAAJ|título=Encyclopedia of the American West|ultimo=Phillips|primeiro=Charles|ultimo2=Axelrod|primeiro2=Alan|editora=Simon & Schuster|ano=1996|volume=2|isbn=978-0028974958}}</ref>

==== Sistema fundiário federal ====
[[Imagem:Homesteader_NE_1866.png|miniaturadaimagem|[[Homestead Act|Homesteaders]], {{Circa}} 1866]]
Ao adquirir, preparar e distribuir terras públicas à propriedade privada, o governo federal geralmente seguiu o sistema estabelecido pela [[Portaria Fundiária de 1785]] . Equipes federais de exploração e científicas realizariam o reconhecimento da terra e determinariam a habitação dos nativos americanos. Através de tratados, os títulos de terra seriam cedidos pelas tribos residentes. Em seguida, os topógrafos criariam mapas detalhados marcando o terreno em quadrados de seis milhas (10 km) de cada lado, subdivididos primeiro em blocos de uma milha quadrada, depois em 160 acres. Os municípios seriam formados a partir dos lotes e vendidos em [[hasta pública]]. Os terrenos não vendidos poderiam ser adquiridos no escritório de terras a um preço mínimo de US$ 1,25 por acre.<ref>Richard White (1991), ch. 6</ref>

Como parte da política pública, o governo concederia terras públicas a certos grupos, como os veteranos, através do uso de "roteiro de terras". O script era negociado num mercado financeiro, muitas vezes abaixo do preço mínimo de 1,25 dólares por acre estabelecido por lei, o que deu aos especuladores, investidores e promotores outra forma de adquirir grandes extensões de terra a baixo custo.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=GoHUQQFXzKAC&pg=PA40|título=Land Problems and Policies|ultimo=Johnson|primeiro=Vernon Webster|ultimo2=Barlowe|primeiro2=Raleigh|editora=Ayer Publishing|ano=1979|isbn=978-0405113789}}</ref> A política fundiária tornou-se politizada por facções e interesses concorrentes, e a questão da escravatura em novas terras era controversa. Para combater os especuladores de terras, os agricultores formaram "clubes de reivindicações" para lhes permitir comprar áreas maiores do que os {{Convert|160|acre|km2}}, comercializando entre si a preços controlados.<ref>{{Citar periódico |título=The Iowa Claim Clubs: Symbol and Substance |periódico=The Mississippi Valley Historical Review |número=2 |ultimo=Bogue |primeiro=Allan G. |ano=1958 |paginas=231–253 |doi=10.2307/1902928 |jstor=1902928 |volume=45}}</ref>

Em 1862, o Congresso aprovou três projetos de lei importantes que transformaram o sistema fundiário. O [[Homestead Act]] concedeu {{Convert|160|acre|km2}} gratuitos para cada assentado que melhorou a terra durante cinco anos; cidadãos e não cidadãos, incluindo posseiros e mulheres, eram todos elegíveis. O único custo foi uma modesta taxa de registro. A lei foi especialmente importante na colonização dos estados das planícies. Muitos adquiriram uma propriedade de graça e outros compraram suas terras de ferrovias a preços baixos.<ref>Harold M. Hyman, ''American Singularity: The 1787 Northwest Ordinance, the 1862 Homestead and Morrill Acts, and the 1944 GI Bill'' (U of Georgia Press, 2008)</ref><ref>Sarah T. Phillips et al. "Reflections on One Hundred and Fifty Years of the United States Department of Agriculture", ''Agricultural History'' (2013) 87#3 pp.&nbsp;314–367.</ref>

A [[Lei Ferroviária do Pacífico de 1862]] previu o terreno necessário para construir a ferrovia transcontinental. As terras foram entregues às ferrovias em alternância com áreas de propriedade do governo guardadas para distribuição gratuita aos proprietários rurais. Para ser equitativo, o governo federal reduziu cada área para {{Convert|80|acre|ha}} devido ao seu valor percebido ser mais elevado dada a sua proximidade com a linha férrea. As ferrovias tinham até cinco anos para vender ou hipotecar suas terras, após a instalação dos trilhos, após os quais os terrenos não vendidos poderiam ser comprados por qualquer pessoa. Freqüentemente, as ferrovias vendiam imediatamente algumas de suas terras adquiridas pelo governo aos proprietários rurais para encorajar a colonização e o crescimento dos mercados que as ferrovias seriam então capazes de atender. As ferrovias de Nebraska na década de 1870 foram fortes impulsionadoras de terras ao longo de suas rotas. Enviaram agentes para a Alemanha e a Escandinávia com pacotes que incluíam transporte barato para a família, bem como mobiliário e ferramentas agrícolas, e ofereceram crédito a longo prazo a taxas baixas. O boosterismo conseguiu atrair famílias americanas e europeias aventureiras para [[Território do Nebraska|Nebraska]], ajudando-as a comprar parcelas de terras em boas condições. O preço de venda dependia de fatores como qualidade do solo, água e distância da ferrovia.<ref>Kurt E. Kinbacher, and William G. Thoms III, "Shaping Nebraska", ''Great Plains Quarterly'' (2008) 28#3 pp.&nbsp;191–207.</ref>

A [[Lei Morrill]] de 1862 concedeu concessões de terras aos estados para iniciar faculdades de agricultura e artes mecânicas (engenharia). As faculdades negras tornaram-se elegíveis para essas concessões de terras em 1890. A Lei conseguiu atingir os seus objectivos de abrir novas universidades e tornar a agricultura mais científica e lucrativa.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=rtRFyFO4hpEC&pg=PA204|título=Encyclopedia of the Great Plains|editora=University of Nebraska Press|ano=2004|editor-sobrenome=Wishart|editor-nome=David J.|isbn=0803247877}}</ref>

==== Ferrovias transcontinentais ====
{{Artigo principal|Primeira Ferrovia Transcontinental|Union Pacific Railroad}}
[[Imagem:Pacific_Railroad_Profile_1867.jpg|centro|miniaturadaimagem|Perfil da Pacific Railroad de São Francisco (esquerda) a Omaha. ''Harper's Weekly'', 7 de dezembro de 1867]]
Na década de 1850, o governo dos EUA patrocinou pesquisas que mapearam as restantes regiões inexploradas do Oeste, a fim de planear possíveis rotas para uma ferrovia transcontinental. Grande parte deste trabalho foi realizado pelo [[Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos|Corpo de Engenheiros]], [[Corpo de Engenheiros Topógrafos dos Estados Unidos|Corpo de Engenheiros Topográficos]] e Departamento de Explorações e Pesquisas, e ficou conhecido como "O Grande Reconhecimento". O regionalismo animou debates no Congresso sobre a escolha da rota norte, central ou sul. Os requisitos de engenharia para a rota ferroviária eram um abastecimento adequado de água e madeira, e uma rota o mais nivelada possível, dadas as fracas locomotivas da época.<ref>Frank N. Schubert, ''The Nation Builders: A Sesquicentennial History of the Corps of Topographical Engineers 1838–1863'' (2004)</ref>
[[Imagem:Transcontinental_railroad_route.png|miniaturadaimagem|Rota da primeira ferrovia transcontinental através do oeste dos Estados Unidos (construída entre 1863 e 1869)]]
As propostas para construir um transcontinental falharam devido às disputas do Congresso sobre a escravidão. Com a secessão dos estados confederados em 1861, os modernizadores do Partido Republicano assumiram o Congresso e queriam uma linha de ligação à Califórnia. As empresas privadas deveriam construir e operar a linha. A construção seria feita por trabalhadores não qualificados que viveriam em acampamentos temporários ao longo do caminho. Imigrantes da China e da Irlanda fizeram a maior parte do trabalho de construção. [[Theodore D. Judah|Theodore Judah]], o engenheiro-chefe do [[Central Pacific Railroad|Pacífico Central,]] pesquisou a rota do leste de São Francisco. Os incansáveis esforços de lobby de Judá em Washington foram em grande parte responsáveis pela aprovação da [[Lei Ferroviária do Pacífico]] de 1862, que autorizou a construção tanto do Pacífico Central quanto do [[Union Pacific Railroad|Union Pacific]] (que construiu a oeste de Omaha).<ref>David Haward Bain, ''[[Empire Express: Building the First Transcontinental Railroad]]'' New York: Penguin Books (1999) p.&nbsp;155</ref> Em 1862, quatro ricos comerciantes de São Francisco ([[Leland Stanford]], [[Collis Potter Huntington|Collis Huntington]], [[Charles Crocker]] e [[Mark Hopkins, Jr.|Mark Hopkins]]) assumiram o comando, com Crocker encarregado da construção. A linha foi concluída em maio de 1869. As viagens de passageiros de costa a costa em 8 dias substituíram agora os comboios de vagões ou as viagens marítimas que levavam de 6 a 10 meses e custavam muito mais.

A estrada foi construída com hipotecas de Nova York, Boston e Londres, apoiadas por concessões de terras. Não houve subsídios federais em dinheiro, mas houve um empréstimo ao Pacífico Central que acabou sendo reembolsado com juros de 6%. O governo federal ofereceu concessões de terras em um padrão xadrez. A ferrovia vendeu todas as outras praças, com o governo abrindo sua metade para os proprietários rurais. O governo também emprestou dinheiro – posteriormente reembolsado – a US$ 16.000 por milha em trechos planos e de US$ 32.000 a US$ 48.000 em terrenos montanhosos. Os governos locais e estaduais também ajudaram no financiamento.
[[Imagem:Union_pacific_poster.jpg|miniaturadaimagem|Cartaz do dia de inauguração da Union Pacific Railroad, 1869]]
A maioria dos trabalhadores manuais do Pacífico Central eram recém-chegados da China.<ref>{{Citar periódico |título=The Army of Canton in the High Sierra |periódico=Pacific Historical Review |número=2 |ultimo=Saxton |primeiro=Alexander |ano=1966 |paginas=141–152 |doi=10.2307/3636678 |jstor=3636678 |volume=35}}</ref> Kraus mostra como esses homens viviam e trabalhavam e como administravam seu dinheiro. Ele conclui que os altos funcionários perceberam rapidamente o alto grau de limpeza e confiabilidade dos chineses.<ref>George Kraus, "Chinese Laborers and the Construction of the Central Pacific", ''Utah Historical Quarterly'' (1969) 27#1 pp.&nbsp;41–57</ref> O Pacífico Central empregava mais de 12.000 trabalhadores chineses, 90% da sua força de trabalho manual. Ong explora se os trabalhadores ferroviários chineses foram ou não explorados pela ferrovia, com os brancos em melhores posições. Ele descobre que a ferrovia estabelecia salários diferentes para brancos e chineses e usava estes últimos em trabalhos mais braçais e perigosos, como o manuseio e o derramamento de [[nitroglicerina]].<ref>{{Citar web|url=https://www.pbs.org/wgbh/americanexperience/features/general-article/tcrr-nitro/|titulo=PBS: Role of Nitro Glycerin in the Transcontinental Railroad|acessodata=24 de agosto de 2017|website=[[PBS]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170121122733/http://www.pbs.org/wgbh/americanexperience/features/general-article/tcrr-nitro/|arquivodata=21 de janeiro de 2017|urlmorta=dead}}</ref> No entanto, a ferrovia também forneceu acampamentos e alimentos que os chineses desejavam e protegeu os trabalhadores chineses das ameaças dos brancos.<ref>Paul M. Ong, "The Central Pacific Railroad and Exploitation of Chinese Labor", ''Journal of Ethnic Studies'' (1985) 13#2w pp.&nbsp;119–124.</ref>

A construção da ferrovia exigiu seis atividades principais: levantamento da rota, detonação de uma faixa de domínio, construção de túneis e pontes, limpeza e assentamento do leito da estrada, assentamento de dormentes e trilhos e manutenção e fornecimento de alimentos e ferramentas às tripulações. O trabalho era altamente físico, usando arados e raspadores puxados por cavalos, além de picaretas manuais, machados, marretas e carrinhos de mão. Algumas máquinas movidas a vapor, como pás, foram usadas. Os trilhos eram de ferro (o aço veio alguns anos depois), pesavam {{Convert|700|lb}} e exigiu cinco homens para levantá-lo. Para explodir, eles usaram pólvora negra. As equipes de construção da Union Pacific, em sua maioria irlandeses-americanos, andavam em média cerca de duas milhas (3km) de nova via por dia.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=WXO6x1nSldYC&pg=PA13|título=Building the Pacific railway: the construction-story of America's first iron thoroughfare between the Missouri River and California, from the inception of the great idea to the day, May 10, 1869, when the Union Pacific and the Central Pacific joined tracks at Promontory Point, Utah, to form the nation's transcontinental|ultimo=Edwin Legrand Sabin|ano=1919|autorlink=Edwin Legrand Sabin}}</ref>

Seis ferrovias transcontinentais foram construídas na [[Gilded Age|Era Dourada]] (mais duas no Canadá); eles abriram o Oeste para agricultores e pecuaristas. De norte a sul, eram o Pacífico Norte, Milwaukee Road e Great Northern ao longo da fronteira Canadá-EUA; a União Pacífico/Pacífico Central no meio, e ao sul a [[Atchison, Topeka and Santa Fe Railway|Santa Fé]], e o Pacífico Sul. Todos, exceto o Grande Norte de [[James Jerome Hill|James J. Hill,]] dependiam de concessões de terras. As histórias financeiras eram muitas vezes complexas. Por exemplo, o Pacífico Norte recebeu a sua maior concessão de terras em 1864. O financista [[Jay Cooke]] (1821–1905) esteve no comando até 1873, quando faliu. Os tribunais federais, no entanto, mantiveram em operação as ferrovias falidas. Em 1881, [[Henry Villard]] (1835–1900) assumiu e finalmente completou a linha para Seattle. Mas a linha faliu no [[Pânico de 1893]] e Hill assumiu o controle. Ele então fundiu várias linhas com financiamento do [[John Pierpont Morgan|J.P. Morgan]], mas o presidente Theodore Roosevelt as desfez em 1904.<ref>Ross R. Cotroneo, "The Northern Pacific: Years of Difficulty", ''Kansas Quarterly'' (1970) 2#3 pp.&nbsp;69–77</ref>

No primeiro ano de operação, 1869-70, 150.000 passageiros fizeram a longa viagem. Os colonos foram encorajados com promoções para virem para o Oeste em viagens gratuitas de reconhecimento para comprar terrenos ferroviários em condições fáceis, distribuídas ao longo de vários anos. As ferrovias tinham "Departamentos de Imigração" que anunciavam pacotes de negócios de baixo custo, incluindo passagens e terras em condições fáceis para agricultores na Alemanha e na Escandinávia. As pradarias, prometeram-lhes, não significavam um trabalho árduo porque “estabelecer-se na pradaria pronta para o arado é diferente de mergulhar numa região coberta de madeira”.<ref>Billington and Ridge, ''Westward Expansion'' pp.&nbsp;646–647</ref> Os colonos eram clientes das ferrovias, transportando suas colheitas e gado e trazendo produtos manufaturados. Todos os fabricantes se beneficiaram dos custos mais baixos de transporte e do raio de negócios muito maior.<ref>Sarah Gordon, ''Passage to Union: How the Railroads Transformed American Life, 1829–1929'' (1998)</ref>

White conclui com um veredicto misto. Os transcontinentais abriram o Oeste à colonização, trouxeram muitos milhares de trabalhadores e gestores de alta tecnologia e altamente remunerados, criaram milhares de vilas e cidades, orientaram a nação num eixo leste-oeste e revelaram-se altamente valiosos para a nação como um todo. Por outro lado, muitos foram construídos e muito antes da demanda real. O resultado foi uma bolha que deixou pesadas perdas para os investidores e levou a práticas de gestão inadequadas. Em contraste, como observa White, as linhas no Centro-Oeste e no Leste, apoiadas por uma base populacional muito grande, fomentaram a agricultura, a indústria e a mineração, ao mesmo tempo que geravam lucros constantes e recebiam poucos benefícios governamentais.<ref>Richard White, ''Railroaded: The Transcontinentals and the Making of Modern America'' (2011)</ref>

==== Migração após a Guerra Civil ====
[[Imagem:Picturesque_America58.jpg|miniaturadaimagem|''Emigrants Crossing the Plains'', 1872, mostra colonos atravessando as [[Grandes Planícies]]. Por F.O.C. Darley e gravado por H.B. Hall.]]
Após a [[Guerra de Secessão|Guerra Civil]], muitos da Costa Leste e da Europa foram atraídos para o oeste por relatos de parentes e por extensas campanhas publicitárias prometendo "as melhores terras de pradaria", "preços baixos", "grandes descontos em dinheiro" e "melhores condições do que nunca". !". As novas ferrovias proporcionaram aos migrantes a oportunidade de sair e dar uma olhada, com ingressos familiares especiais, cujo custo poderia ser aplicado na compra de terrenos oferecidos pelas ferrovias. Cultivar nas planícies era de fato mais difícil do que no leste. A gestão da água era mais crítica, os relâmpagos eram mais prevalentes, o clima era mais extremo e as chuvas eram menos previsíveis.<ref>Billington and Ridge, ''Westward Expansion'' ch. 32</ref>

Os verdadeiros migrantes olharam para além do medo do desconhecido. A sua principal motivação para se mudarem para oeste foi encontrar uma vida económica melhor do que a que tinham. Os agricultores procuravam terras maiores, mais baratas e mais férteis; comerciantes e comerciantes buscavam novos clientes e novas oportunidades de liderança. Os trabalhadores queriam empregos com salários mais elevados e melhores condições. À medida que os colonos se deslocavam para oeste, tiveram de enfrentar desafios ao longo do caminho, como a falta de madeira para habitação, o mau tempo, como nevascas e secas, e tornados temíveis.<ref>{{Citar web|url=http://amhistory.si.edu/ourstory/activities/sodhouse/more.html|titulo=Life on the Prairie|acessodata=4 out 2014|publicado=American History}}</ref> Nas pradarias sem árvores, os proprietários construíram casas de grama. Uma das maiores pragas que atingiu os colonos foi a Praga dos Gafanhotos de 1874, que devastou as Grandes Planícies.<ref>{{Citar web|ultimo=Corbin|primeiro=Joyce|url=https://www.kshs.org/kansapedia/grasshopper-plague-of-1874/12070|titulo=Grasshopper Plague of 1874|data=junho de 2003|publicado=Kansas Historical Society}}</ref> Esses desafios fortaleceram esses colonos na tarefa de domesticar a fronteira.<ref>{{Citar web|ultimo=Lyons|primeiro=Chuck|url=http://www.historynet.com/1874-the-year-of-the-locust.htm|titulo=1874: The Year of the Locust|data=5 fev  2012|acessodata=4 out 2014|publicado=History Net}}</ref>

==== Compra do Alasca ====
{{Artigo principal|Compra do Alasca}}Após a derrota do [[Império Russo]] na [[Guerra da Crimeia]], o czar [[Alexandre II da Rússia]] decidiu vender o território [[Colonização russa da América|russo-americano]] do [[Alasca]] aos Estados Unidos. A decisão foi motivada em parte pela necessidade de dinheiro e em parte pelo reconhecimento do Estado russo de que a Grã-Bretanha poderia facilmente capturar o Alasca em qualquer conflito futuro entre as duas nações. O Secretário de Estado dos EUA, [[William H. Seward|William Seward,]] negociou com os russos a aquisição da enorme extensão de terra do Alasca, uma área com aproximadamente um quinto do tamanho do resto dos Estados Unidos. Em 30 de março de 1867, os EUA compraram o território dos russos por US$ 7,2 milhões (US$ 157 milhões em dólares de 2023). A cerimônia de transferência foi concluída em [[Sitka]] em 18 de outubro de 1867, quando os soldados russos entregaram o território ao Exército dos Estados Unidos.

Os críticos da época consideraram a compra uma "loucura de Seward", argumentando que não havia recursos naturais no novo território e ninguém se incomodaria em viver em um clima tão frio e gelado. Embora o desenvolvimento e a colonização do Alasca tenham crescido lentamente, a descoberta de minas de ouro durante a [[Corrida do Ouro de Klondike]] em 1896, a [[Corrida do Ouro de Nome]] em 1898 e a [[Corrida do Ouro de Fairbanks]] em 1902 trouxeram milhares de mineiros para o território, impulsionando assim a prosperidade do Alasca nas próximas décadas. As principais descobertas de petróleo no final do século XX enriqueceram o estado.<ref>Howard Kushner, "The significance of the Alaska purchase to American expansion." in S. Frederick Starr, ed., ''Russia's American Colony''. (1987): 295–315.</ref>

==== Corrida pela terra de Oklahoma ====
{{Artigo principal|Land Rush de 1889}}Em 1889, Washington abriu {{Convert|2000000|acre|km2}} de terras desocupadas no território de Oklahoma. Em 22 de abril, mais de 100.000 colonos e pecuaristas (conhecidos como "boomers") <ref>[https://soonersports.com/news/2013/5/20/208806115.aspx "What Is a Sooner?"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130618065703/http://www.soonersports.com/trads/what-is-a-sooner.html|date=June 18, 2013}} SoonerAthletics. University of Oklahoma. Retrieved May 9, 2014.</ref> alinharam-se na fronteira e, quando as armas e clarins do exército deram o sinal, começaram uma corrida louca para reivindicar suas reivindicações na Land Run de 1889. Uma testemunha escreveu: “Os cavaleiros levaram a melhor desde o início. Foi uma bela corrida por alguns minutos, mas logo os cavaleiros começaram a se espalhar como um leque e, quando chegaram ao horizonte, estavam espalhados. até onde a vista alcança".<ref>Quoted in [[Larry Schweikart]] and Bradley J. Birzer, ''The American West'' (2003) p.&nbsp;333</ref> Em um único dia, as cidades de [[Oklahoma City]], [[Norman (Oklahoma)|Norman]] e [[Guthrie (Oklahoma)|Guthrie]] passaram a existir. Da mesma forma, milhões de acres de terras adicionais foram abertos e colonizados nos quatro anos seguintes.<ref>Stan Hoig, ''The Oklahoma Land Rush of 1889'' (1989)</ref>

=== Guerras Indígenas ===
{{Artigo principal|Guerras Indígenas nos Estados Unidos}}
[[Imagem:Sitting_Bull.jpg|miniaturadaimagem|[[Touro Sentado]], Chefe [[Sioux]]]]
As guerras indígenas ocorreram nos Estados Unidos, embora os conflitos sejam geralmente separados em duas categorias; as guerras indígenas a leste do rio Mississippi e as guerras indígenas a oeste do Mississippi. O [[Departamento do Censo dos Estados Unidos|Bureau of the Census dos EUA]] (1894) forneceu uma estimativa de mortes:<blockquote>As guerras “indígenas” sob o governo dos Estados Unidos foram em número superior a 40. Custaram a vida de cerca de 19 mil homens, mulheres e crianças brancas, incluindo os mortos em combates individuais, e a vida de cerca de 30 mil índios. O número real de índios mortos e feridos deve ser muito maior do que o dado... Cinquenta por cento a mais seria uma estimativa segura...<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=KWkUAQAAMAAJ&pg=PA637|título=Report on Indians taxed and Indians not taxed in the United States (except Alaska)|autor=Bureau of the Census|publicado=Norman Ross Pub.|isbn=978-0883544624|ano=1894|página=637}}</ref></blockquote>O historiador Russell Thornton estima que de 1800 a 1890, a população nativa diminuiu de 600.000 para apenas 250.000. O despovoamento foi causado principalmente por [[Infecção|doenças]] e também pela guerra. Muitas tribos do Texas, como os Karankawan, Akokisa, Bidui e outras, foram extintas devido a conflitos com colonos texanos.<ref>{{Citar livro|título=American Indian Holocaust and Survival: A Population History Since 1492|ultimo=Thornton|primeiro=Russell|ano=1990|páginas=131–132}} University of Oklahoma Press. {{ISBN|978-0806122205}}</ref> O rápido despovoamento dos nativos americanos após a Guerra Civil alarmou o governo dos EUA, e o [[James Rood Doolittle|Comitê Doolittle]] foi formado para investigar as causas, bem como fornecer recomendações para a preservação da população.<ref>"Doolittle and the Indians; What the Senator Knows About Suppressing Reports A Good Secretary of the Interior for Greeley's Reform Cabinet", ''The New York Times'', September 8, 1872,</ref><ref>{{Citar livro|título=American Indian Holocaust and Survival: A Population History Since 1492|ultimo=Thornton|primeiro=Russell|ano=1990|páginas=132–133}} University of Oklahoma Press. {{ISBN|978-0806122205}}</ref> As soluções apresentadas pelo comité, como a criação de cinco conselhos de inspecção para prevenir os abusos dos nativos, tiveram pouco efeito à medida que a grande migração ocidental começou.<ref>{{Citar web|url=http://longstreet.typepad.com/thesciencebookstore/2012/01/jf-ptak-science-books-post-1706-the-indian-had-few-options-in-the-1860s-and-1870s-the-buffalo-were-gone-and-hunting-lands-w.html|titulo=The Doolittle Report on the State of Indians in U.S. Reservations, 1867|data=31 de janeiro de 2012|acessodata=10 fev 2012|publicado=Long Street}}</ref>
[[Imagem:Plenty_Coups_Edward_Curtis_Portrait_(c1908).jpg|miniaturadaimagem|[[Muitos Golpes]], Chefe da tribo [[Crows]]]]

==== Guerras Indígenas a leste do Mississippi ====
===== Trilha das Lágrimas =====
{{Artigo principal|Trilha das Lágrimas}}A expansão da migração para o sudeste dos Estados Unidos nas décadas de 1820 a 1830 forçou o governo federal a lidar com a "questão indígena". Os nativos estavam sob controle federal, mas eram independentes dos governos estaduais. As legislaturas estaduais e os juízes estaduais não tinham autoridade sobre suas terras e os estados exigiam o controle. Politicamente, o novo [[Partido Democrata (Estados Unidos)|Partido Democrata]] do presidente [[Andrew Jackson]] exigiu a remoção dos nativos dos estados do sudeste para novas terras no oeste, enquanto o [[Partido Whig (Estados Unidos)|Partido Whig]] e as igrejas protestantes se opuseram à remoção. A [[Democracia jacksoniana|Democracia Jacksoniana]] provou ser irresistível, ao vencer as eleições presidenciais de 1828, 1832 e 1836. Em 1837, começou a "política de remoção de índios", para implementar o ato do Congresso assinado por Andrew Jackson em 1830. Muitos historiadores atacaram duramente Jackson.<ref>However Jackson's policy is defended as benign by Robert Remini, ''Andrew Jackson and His Indian Wars'' (2001) pp.&nbsp;226–253, and by Francis Paul Prucha, "Andrew Jackson's Indian Policy: A Reassessment", ''Journal of American History'' (1969) 56:527–539 {{JSTOR|1904204}}.</ref> A lei de 1830 previa teoricamente a remoção voluntária e tinha salvaguardas para os direitos dos nativos, mas na realidade, a remoção foi salvaguarda involuntária, brutal e ignorada.<ref>Alfred A. Cave, "Abuse of Power: Andrew Jackson and The Indian Removal Act of 1830", ''Historian'', (Winter 2003) 65#6 pp.&nbsp;1330–1353 {{DOI|10.1111/j.0018-2370.2003.00055.x}}</ref> Jackson justificou suas ações afirmando que os nativos não tinham “nem a inteligência, a indústria, os hábitos morais, nem o desejo de melhorias”.<ref>Richard White (1991), pp.&nbsp;86–89</ref>

A marcha forçada de cerca de vinte tribos incluiu as "Cinco Tribos Civilizadas" ([[Cherokees|Cherokee]], [[Chickasaw]], [[Choctaw]], [[Creek]] e [[Seminoles|Seminole]]). Para motivar os nativos relutantes em se mudarem, o governo federal também prometeu rifles, cobertores, tabaco e dinheiro. Em 1835, os Cherokee, a última nação nativa do Sul, assinaram o tratado de remoção e se mudaram para Oklahoma. Todas as tribos receberam novas terras no "[[Território indígena|Território Indígena]]" (que mais tarde se tornou Oklahoma). Dos aproximadamente 70.000 nativos removidos, cerca de 18.000 morreram de doenças, fome e exposição na rota.<ref>Osborn, William M., ''The Wild Frontier: Atrocities During the American-Indian War from Jamestown Colony to Wounded Knee'', Random House (2001) ch. 7: Atrocities from the Trail of Tears to the Civil War. {{ISBN|978-0375758560}}</ref> Este êxodo ficou conhecido como [[Trilha das Lágrimas]] (em Cherokee "''Nunna dual Tsuny''", "A Trilha Onde Eles Choraram"). O impacto das remoções foi severo. As tribos transplantadas tiveram dificuldades consideráveis de adaptação ao novo ambiente e às vezes entraram em conflito com as tribos nativas da região.<ref>Theda Perdue, ''The Cherokee Nation and the Trail of Tears'' (2008) ch.&nbsp;6, 7</ref>

A única maneira de um nativo permanecer e evitar a remoção era aceitar a oferta federal de {{Convert|640|acre|km2}} ou mais de terra (dependendo do tamanho da família) em troca de deixar a tribo e tornar-se cidadão do estado sujeito às leis estaduais e federais. No entanto, muitos nativos que aceitaram a oferta foram fraudados por "especuladores vorazes" que roubaram suas reivindicações e venderam suas terras aos brancos. Somente no Mississippi, as reivindicações fraudulentas atingiram {{Convert|3800000|acre|km2}}. Das cinco tribos, os Seminole ofereceram a maior resistência, escondendo-se nos pântanos da [[Flórida|Florida]] e travando uma [[Guerras Seminoles|guerra]] que custou ao Exército dos EUA 1.500 vidas e 20 milhões de dólares.<ref>John K. Mahon, ''History of the Second Seminole War, 1835–1842'' (2010)</ref>

==== Guerras indígenas a oeste do Mississippi ====
[[Imagem:Western_Indian_Wars.jpg|miniaturadaimagem|Batalhas indígenas no Oeste  Trans Mississippi (1860-1890)]]
Os guerreiros nativos do Oeste, utilizando o seu estilo tradicional de guerra limitada e orientada para a batalha, confrontaram o Exército dos EUA. Os nativos enfatizavam a bravura no combate, enquanto o Exército colocava sua ênfase não tanto no combate individual, mas na construção de redes de fortes, no desenvolvimento de um sistema logístico e no uso do telégrafo e das ferrovias para coordenar e concentrar suas forças. A guerra intertribal das planícies indianas não tinha nenhuma semelhança com a guerra “moderna” praticada pelos americanos ao longo das linhas europeias, utilizando as suas vastas vantagens em população e recursos. Muitas tribos evitaram a guerra e outras apoiaram o Exército dos EUA. As tribos hostis ao governo continuaram a prosseguir o seu tipo tradicional de luta e, portanto, não conseguiram ter qualquer sucesso permanente contra o Exército.<ref>Anthony R. McGinnis, "When Courage Was Not Enough: Plains Indians at War with the United States Army", ''Journal of Military History'' (2012) 76#2 pp.&nbsp;455–473.</ref>

As guerras indígenas foram travadas nas regiões ocidentais, com mais conflitos nos estados que fazem fronteira com o México do que nos estados do interior. O Arizona ficou em primeiro lugar, com 310 batalhas conhecidas travadas dentro das fronteiras do estado entre americanos e nativos. O Arizona ficou em primeiro lugar em mortes na guerra, com 4.340 mortos, incluindo soldados, civis e nativos americanos. Isso foi mais que o dobro do que ocorreu no Texas, o segundo estado com melhor classificação. A maioria das mortes no Arizona foram causadas pelos [[Apaches]]. Michno também diz que cinquenta e um por cento das batalhas de guerra indianas entre 1850 e 1890 ocorreram no Arizona, Texas e Novo México, bem como trinta e sete por cento das vítimas no condado a oeste do rio Mississippi.<ref>Michno, ''Encyclopedia of Indian wars: western battles and skirmishes, 1850–1890'' p.&nbsp;367</ref> O [[Comanches|Comanche]] travou uma [[Guerras Comanches|série de conflitos]] contra os exércitos [[Vice-Reino da Nova Espanha|espanhóis]] e, posteriormente, mexicanos e americanos. O [[Comancheria|poder dos comanches]] atingiu o pico na década de 1840, quando eles conduziram [[Guerras Comanche-México|ataques em grande escala]] a centenas de quilômetros do próprio México, ao mesmo tempo em que [[Guerras Indígenas-Texanas|guerreavam]] contra os anglo-americanos e os [[tejano]]s que se estabeleceram no [[República do Texas|Texas]] independente.<ref>Meedm D.V & Smith, J. Comanche 1800-74 Oxford (2003), Osprey, Oxford, pp 5</ref>

Uma das guerras indígenas mais mortíferas travadas foi a [[Guerra das Cobras]] em 1864-1868, que foi conduzida por uma confederação de nativos americanos [[Paiute do Norte]], [[Povo Bannock|Bannock]] e [[Shoshone]], chamados de "Índios Cobra" contra o Exército dos Estados Unidos nos estados de Oregon, Nevada, Califórnia e Idaho, que correm ao longo do rio Snake.<ref>Hubert Howe Bancroft, ''History of Oregon, Volume II, 1848–1888'', The History Company, San Francisco, 1888, p.&nbsp;462, note&nbsp;4.</ref> A guerra começou quando surgiu a tensão entre os nativos locais e os comboios pioneiros das inundações que invadiam as suas terras, o que resultou numa competição por alimentos e recursos. Os nativos incluídos neste grupo atacaram e assediaram grupos de emigrantes e mineiros que atravessavam o Vale do [[Rio Snake]], o que resultou em novas retaliações dos assentamentos brancos e na intervenção do exército dos Estados Unidos. A guerra resultou em um total de 1.762 homens mortos, feridos e capturados de ambos os lados. Ao contrário de outras guerras indianas, a Guerra das Cobras foi amplamente esquecida na história dos Estados Unidos devido à cobertura limitada da guerra.<ref>Michno, Gregory, ''The Deadliest Indian War in the West: The Snake Conflict, 1864–1868''. Caldwell: Caxton Press, 2007. pp.&nbsp;345–346</ref>

A [[Guerra do Colorado]] travada por [[Cheyennes|Cheyenne]], Arapaho e Sioux, foi travada nos territórios do Colorado até Nebraska. O conflito foi travado em 1863-1865 enquanto a Guerra Civil Americana ainda estava em andamento. Causada pela dissolução entre os nativos e os colonos brancos da região, a guerra ficou famosa pelas atrocidades cometidas entre as duas partes. Milícias brancas destruíram aldeias nativas e mataram mulheres e crianças nativas, como o sangrento [[massacre de Sand Creek]], e os nativos também invadiram ranchos, fazendas e mataram famílias brancas, como o [[Massacre do Rancho Americano|massacre de American Ranch]] e a [[Invasão ao Rancho Godfrey]].<ref>Hyde, George E. (1968). Life of George Bent Written from His Letters. Ed. by Savoie Lottinville. Norman, OK: University of Oklahoma Press. pp.&nbsp;168–195 {{ISBN|978-0806115771}}.</ref><ref>Michno, Gregory. ''Encyclopedia of Indian Wars: Western Battles and Skirmishes, 1850–1890''. Mountain Press Publishing Company (2003). pp.&nbsp;163–164. {{ISBN|978-0878424689}}</ref>

Nas [[Guerras Apache]], o Coronel [[Kit Carson|Christopher "Kit" Carson]] forçou o [[Mescalero]] Apache a entrar em uma reserva em 1862. Em 1863–1864, Carson usou uma política de [[Terra queimada|terra arrasada]] na Campanha Navajo, queimando campos e casas Navajo, e capturando ou matando seu gado. Ele foi auxiliado por outras tribos nativas com inimizade de longa data contra os Navajos, principalmente os Utes.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=oyYUAAAAYAAJ&pg=PA409|título=Kit Carson days (1809–1868)|ultimo=Sabin|primeiro=Edwin Legrand|editora=A. C. McClurg|ano=1914|páginas=409–417|isbn=978-0795009570}}, full text online</ref> Outro conflito proeminente desta guerra foi a luta de [[Gerônimo]] contra os assentamentos no Texas na década de 1880. Os apaches sob seu comando conduziram emboscadas a cavalarias e fortes dos EUA, como o ataque a Cibecue Creek, ao mesmo tempo que invadiam fazendas e ranchos proeminentes, como o infame ataque ao Empire Ranch que matou três cowboys.<ref name="Chiefs">{{Citar livro|título=The Great Chiefs|ultimo=Capps|primeiro=Benjamin|editora=Time-Life Education|ano=1975|isbn=978-0316847858}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.empireranchfoundation.org/wp-content/uploads/2013/07/Dowell-Thesis-Converted.pdf|titulo=Empire Ranch Foundation: History of the Empire Ranch|acessodata=17 de fevereiro de 2014|website=Gregory Paul Dowell}}</ref> Os EUA finalmente induziram o último bando Apache hostil sob o comando de Gerônimo a se render em 1886.

Durante a [[Campanha Comanche]], a [[Guerra do Rio Vermelho]] foi travada em 1874-1875 em resposta à diminuição do suprimento de búfalos dos Comanches, bem como à recusa de alguns bandos em serem introduzidos nas reservas.<ref>Samuel C. Gwynne. ''Empire of the summer moon : Quanah Parker and the rise and fall of the Comanches, the most powerful Indian tribe in American history''. 1st Scribner hardcover ed.. New York: Scribner, 2010. p. 6 {{ISBN|978-1416591061}}</ref> Os Comanches começaram a atacar pequenos assentamentos no Texas, o que levou à [[Batalha de Buffalo Wallow]] e à [[Segunda Batalha de Adobe Walls]] travada por [[Guerra dos Caçadores de Búfalos|caçadores de búfalos]], e à Batalha de Lost Valley contra os Texas Rangers. A guerra finalmente terminou com um confronto final entre os Comanches e a Cavalaria dos EUA em [[Batalha do Canyon de Palo Duro|Palo Duro Canyon]]. O último chefe de guerra Comanche, [[Quanah Parker]], rendeu-se em junho de 1875, o que finalmente encerraria as guerras travadas por texanos e nativos.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=XGVVSkVVSX4C&pg=PA3|título=Quanah Parker, Comanche Chief|ultimo=Hagan|primeiro=William Thomas|editora=U. of Oklahoma Press|ano=1995|isbn=978-0806127729}}</ref>
[[Imagem:Fetterman_massacre.jpg|miniaturadaimagem|A batalha perto de Fort Phil Kearny, Território de Dakota, 21 de dezembro de 1866]]
A [[Guerra de Nuvem Vermelha|Guerra da Nuvem Vermelha]] foi liderada pelo chefe [[Povo dacota|dacota]] [[Nuvem Vermelha]] contra os militares que estavam erguendo fortes ao longo da Trilha Bozeman. Foi a campanha de maior sucesso contra os EUA durante as Guerras Indígenas. Pelo Tratado de Fort Laramie (1868), os EUA concederam uma grande reserva aos Lakota, sem presença militar; incluía toda Black Hills.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=lyNakUZmQ9IC&pg=PA287|título=The Encyclopedia of North American Indian Wars, 1607–1890: A Political, Social, and Military History|ultimo=Tucker|primeiro=Spencer C.|editora=ABC-CLIO|ano=2011|isbn=978-1851096039}}</ref> O Capitão Jack era um chefe da tribo Modoc Nativa Americana da Califórnia e [[Óregon|Oregon]], e foi seu líder durante a [[Guerra Modoc]]. Com 53 guerreiros Modoc, o Capitão Jack deteve 1.000 homens do [[Exército dos Estados Unidos|Exército dos EUA]] durante 7 meses. Capitão Jack matou [[Eduardo Canby|Edward Canby]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=laxSyAp89G4C&pg=PA71|título=Encyclopedia of Native American Wars And Warfare|ultimo=Kessel|primeiro=William B.|ultimo2=Wooster|primeiro2=Robert|editora=Infobase Publishing|ano=2005|isbn=978-1438110110}}</ref>
[[Imagem:Scalped_Morrison.jpg|miniaturadaimagem|Cadáver escalpelado de caçador de búfalos encontrado após um encontro em 1868 com Cheyennes perto de Fort Dodge, Kansas]]
Em junho de 1877, na [[Guerra Nez Perce]], os [[Nez Perce]] sob o comando do [[Chefe Joseph]], não querendo desistir de suas terras tradicionais e se mudar para uma reserva, empreenderam uma viagem de 1.200 milhas (2.000km) lutando contra a retirada de [[Óregon|Oregon]] para perto do Canadá-EUA. Fronteira S. em [[Montana]]. Numerando apenas 200 guerreiros, os Nez Perce "lutaram contra cerca de 2.000 regulares americanos e voluntários de diferentes unidades militares, juntamente com seus auxiliares nativos de muitas tribos, em um total de dezoito combates, incluindo quatro grandes batalhas e pelo menos quatro escaramuças ferozmente contestadas".<ref>Alvin M. Jacoby, Jr., ''The Nez Perce and the Opening of the Northwest''. (Yale U Press, 1965), p.&nbsp;632</ref> Os Nez Perce foram finalmente cercados na [[Batalha de Bear Paw]] e se renderam. A [[Guerra de Black Hills|Grande Guerra Sioux de 1876]] foi conduzida pelos Lakota sob o comando de [[Touro Sentado]] e [[Cavalo Louco]]. O conflito começou após repetidas violações do Tratado de Fort Laramie (1868), quando ouro foi descoberto nas colinas. Uma de suas famosas batalhas foi a [[Batalha de Little Bighorn]], na qual as forças combinadas [[Sioux]] e [[Cheyennes|Cheyenne]] derrotaram a 7ª Cavalaria, liderada pelo General [[George Armstrong Custer]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=lyNakUZmQ9IC&pg=PA222|título=The Encyclopedia of North American Indian Wars, 1607–1890: A Political, Social, and Military History|ultimo=Tucker|primeiro=Spencer C.|editora=ABC-CLIO|ano=2011|isbn=978-1851096039}}</ref> A [[Guerra Ute]], travada pelo povo Ute contra os colonos em Utah e Colorado, levou a duas batalhas; o massacre de Meeker, que matou 11 agentes nativos, e o massacre de Pinhook, que matou 13 fazendeiros e cowboys armados.<ref>{{Citar web|ultimo=Bunch|primeiro=Joey|url=http://blogs.denverpost.com/library/2012/10/15/meeker-massacre-forced-utes-colorado-attack-backlash/4274/|titulo=Meeker Massacre forced Utes from most of Colorado, but the attack was a backlash|data=15 out 2012|website=The Denver Post}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Jordan|primeiro=Kathy|url=http://www.gjsentinel.com/special_sections/articles/deadly_confrontation_in_utah_t|titulo=Deadly confrontation in Utah took place shortly before GJ incorporated|data=20 de janeiro de 2012|acessodata=1 abr 2015|website=The Daily Sentinel|arquivourl=https://archive.today/20150404112855/http://www.gjsentinel.com/special_sections/articles/deadly_confrontation_in_utah_t|arquivodata=4 abr 2015|urlmorta=dead}}</ref> Os conflitos de Ute finalmente terminaram após os eventos da [[Guerra Posey]] em 1923, que foi travada contra os colonos e as autoridades.<ref name=":02">{{Citar web|url=https://www.uen.org/utah_history_encyclopedia/p/POSEY_WAR.shtml|titulo=Utah History Encyclopedia|acessodata=14 fev 2020|website=www.uen.org}}</ref>

O fim das principais guerras indianas veio no [[massacre de Wounded Knee]] em 29 de dezembro de 1890, onde a [[7.º Regimento de Cavalaria (Estados Unidos)|7ª Cavalaria]] tentou desarmar um homem Sioux e precipitou um massacre no qual cerca de 150 homens, mulheres e crianças Sioux foram mortos. Apenas treze dias antes, Sitting Bull havia sido morto com seu filho Crow Foot em um tiroteio com um grupo de policiais nativos enviado pelo governo americano para prendê-lo.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=57R5QDjyc5YC&pg=PA262|título=From Fort Laramie to Wounded Knee: In the West That Was|ultimo=Allen|primeiro=Charles W.|editora=University of Nebraska Press|ano=2001|isbn=0803259360}}</ref> Porém, conflitos e incidentes adicionais, como a Guerra do Blefe (1914-1915) e a Guerra Posey, ocorreriam no início da década de 1920.<ref name=":03">{{Citar web|url=https://www.uen.org/utah_history_encyclopedia/p/POSEY_WAR.shtml|titulo=Utah History Encyclopedia|acessodata=14 fev 2020|website=www.uen.org}}</ref> O último combate entre soldados do Exército dos EUA e nativos americanos ocorreu na [[Batalha de Bear Valley]] em 9 de janeiro de 1918.<ref name=":12">{{Citar web|url=http://www.hood.army.mil/4id_1-10cavalrysquadron/sqdrnhist.htm|titulo=Squadron History|data=19 abr 2005|acessodata=14 fev 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20050419173045/http://www.hood.army.mil/4id_1-10cavalrysquadron/sqdrnhist.htm|arquivodata=19 abr 2005}}</ref>

==== Fortes e postos avançados ====
À medida que a fronteira se movia para oeste, o estabelecimento de fortes militares dos EUA movia-se com ela, representando e mantendo a soberania federal sobre novos territórios.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=4GNSjwUnkmoC|título=Forts of the West: Military Forts and Presidios, and Posts Commonly Called Forts, West of the Mississippi River to 1898|ultimo=Frazer|primeiro=Robert Walter|editora=U. of Oklahoma Press|ano=1965|isbn=978-0806112503}} for detailed guide</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=8F1eGSL6_lwC&pg=PA37|título=Historical Atlas of the American West|ultimo=Beck|primeiro=Warren A.|ultimo2=Haase|primeiro2=Ynez D.|editora=U of Oklahoma Press|ano=1992|isbn=978-0806124568}}</ref> As guarnições militares geralmente não tinham paredes defensáveis, mas raramente eram atacadas. Eles serviram como bases para tropas em ou perto de áreas estratégicas, especialmente para neutralizar a presença nativa. Por exemplo, Fort Bowie protegeu [[Passe Apache|Apache Pass]] no sul do Arizona ao longo da rota postal entre Tucson e El Paso e foi usado para lançar ataques contra [[Cochise]] e [[Gerônimo]]. Fort Laramie e [[Fort Kearny]] ajudaram a proteger os imigrantes que cruzavam as Grandes Planícies e uma série de postos na Califórnia protegeram os mineiros. Fortes foram construídos para lançar ataques contra os Sioux. À medida que as reservas indígenas surgiram, os militares estabeleceram fortes para protegê-las. Os fortes também protegiam a Union Pacific e outras linhas ferroviárias. Outros fortes importantes foram Fort Sill, Oklahoma, Fort Smith, Arkansas, Fort Snelling, Minnesota, Fort Union, Novo México, [[Fort Worth]], Texas, e [[Fort Walla Walla]] em Washington. Fort Omaha, Nebraska, abrigou o [[Departamento de Platte]] e foi responsável por equipar a maioria dos postos ocidentais por mais de 20 anos após sua fundação no final da década de 1870. [[Forte Huachuca|Fort Huachuca]], no Arizona, também era originalmente um posto de fronteira e ainda está em uso pelo Exército dos Estados Unidos.

==== Reservas indígenas ====
{{Artigo principal|Reserva indígena (Estados Unidos)}}
[[Imagem:Native_American_Chiefs_1865.jpg|miniaturadaimagem|Chefes nativos americanos, 1865]]
Os colonos que viajavam por terra para Oregon e Califórnia tornaram-se alvos de ameaças nativas. Robert L. Munkres leu 66 diários de grupos que viajaram pela trilha do Oregon entre 1834 e 1860 para estimar os perigos reais que enfrentaram com os ataques dos nativos em Nebraska e Wyoming. A grande maioria dos diaristas não relatou quaisquer ataques armados. No entanto, muitos relataram assédio por parte dos nativos que imploravam ou exigiam pedágios e roubavam cavalos e gado.<ref>Robert L. Munkres, "The Plains Indian Threat on the Oregon Trail before 1860", ''Annals of Wyoming'' (April 1968) 40#2 pp.&nbsp;193–221</ref> Madsen relata que as tribos Shoshoni e Bannock ao norte e oeste de Utah eram mais agressivas com os comboios de carroções.<ref>Brigham D. Madsen, "Shoshoni-Bannock Marauders on the Oregon Trail, 1859–1863", ''Utah Historical Quarterly'', (Jan 1967) 35#1 pp.&nbsp;3–30</ref> O governo federal tentou reduzir as tensões e criar novas fronteiras tribais nas Grandes Planícies com dois novos tratados no início de 1850. O [[Tratado de Fort Laramie (1851)|Tratado de Fort Laramie]] estabeleceu zonas tribais para os [[Sioux]], [[Cheyennes]], [[Arapaho]]s, [[Crows]] e outros, e permitiu a construção de estradas e postos através das terras tribais. Um segundo tratado garantiu a passagem segura ao longo da [[Trilha de Santa Fé]] para trens de vagões. Em troca, as tribos receberiam, durante dez anos, uma compensação anual pelos danos causados pelos migrantes.<ref>Burton S. Hill, "The Great Indian Treaty Council of 1851", ''Nebraska History'', (1966) 47#1 pp.&nbsp;85–110</ref> Os territórios de Kansas e Nebraska também se tornaram áreas controversas à medida que o governo federal procurava essas terras para a futura [[Primeira Ferrovia Transcontinental|ferrovia transcontinental]]. No Extremo Oeste, os colonos começaram a ocupar terras no Oregon e na Califórnia antes que o governo federal garantisse o título das tribos nativas, causando atritos consideráveis. Em Utah, os [[mórmon]]s também se mudaram antes que a propriedade federal fosse obtida.

Uma nova política de estabelecimento de reservas tomou forma gradualmente depois que as fronteiras do "Território Indígena" começaram a ser ignoradas. Ao prever as reservas indígenas, o Congresso e o [[Gabinete de Assuntos Indígenas|Escritório de Assuntos Indígenas]] esperavam destribalizar os nativos americanos e prepará-los para a integração com o resto da sociedade americana, a "incorporação final no grande corpo da nossa população cidadã".<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=iSeWGTYsFcsC&pg=PA324|título=The Great Father: The United States Government and the American Indians|ultimo=Prucha|primeiro=Francis Paul|editora=U. of Nebraska Press|ano=1995|isbn=0803287348}}</ref> Isso permitiu o desenvolvimento de dezenas de cidades ribeirinhas ao longo do [[rio Missouri]] no novo [[Território do Nebraska|Território de Nebraska]], que foi separado do restante da Compra da Louisiana após a [[Ato de Kansas-Nebraska|Lei Kansas-Nebraska]]. Cidades pioneiras influentes incluíam [[Omaha (Nebraska)|Omaha]], [[Nebraska City]] e [[St. Joseph (Missouri)|St. Joseph]].

As atitudes americanas em relação aos nativos durante este período variaram da malevolência ("o único índio bom é um índio morto") ao humanitarismo mal direcionado (os índios vivem em sociedades "inferiores" e pela assimilação na sociedade branca podem ser redimidos) até um tanto realista (os nativos americanos e os colonos poderiam coexistir em sociedades separadas, mas iguais, dividindo as restantes terras ocidentais).<ref>Richard White (1991), p.&nbsp;321</ref> Lidar com tribos nômades complicou a estratégia de reserva e o poder tribal descentralizado dificultou a celebração de tratados entre os índios das planícies. Os conflitos eclodiram na década de 1850, resultando em várias guerras indígenas.<ref>Richard White (1991), p.&nbsp;95</ref> Nestes tempos de conflito, os nativos tornam-se mais rigorosos com a entrada de homens brancos em seu território. Como no caso de [[Oliver Loving]], eles às vezes atacavam [[Cowboy|vaqueiros]] e seu gado se fossem pegos cruzando as fronteiras de suas terras.<ref name="richardmelzer">Richard Melzer, ''Buried Treasures: Famous and Unusual Gravesites in New Mexico History'', Santa Fe, New Mexico: Sunstone Press, 2007, p.&nbsp;105</ref><ref name="Sarah2">Carter, Sarah, ''Cowboys, Ranchers and the Cattle Business: Cross-Border Perspectives on Ranching History'', Univ Pr of Colorado (2000) p.&nbsp;95.</ref> Eles também atacariam o gado se a comida fosse escassa em tempos difíceis. No entanto, a relação entre cowboys e nativos americanos era mais mútua do que é retratada, e os primeiros ocasionalmente pagavam uma multa de 10 centavos por vaca para os últimos, para permitir-lhes viajar por suas terras.<ref>Malone, John William. ''An Album of the American Cowboy''. New York: Franklin Watts, Inc., 1971, p.&nbsp;42. {{ISBN|0531015122}}</ref> Os nativos também atacavam [[Diligência (veículo)|diligências]] que viajavam na fronteira em busca de cavalos e objetos de valor.<ref>{{Citar web|ultimo=Michno|primeiro=Gregory|url=http://www.historynet.com/stagecoach-attacks-roll-em.htm|titulo=Stagecoach Attacks{{snd}}Roll 'em|data=29 de janeiro de 2015|acessodata=20 de dezembro de 2015|publicado=History}}</ref>

Após a Guerra Civil, à medida que os exércitos voluntários se dispersaram, os regimentos de cavalaria do exército regular aumentaram em número de seis para dez, entre eles o [[7.º Regimento de Cavalaria (Estados Unidos)|7º Regimento de Cavalaria dos EUA]] de Custer, famoso por [[Batalha de Little Bighorn|Little Bighorn]], e o [[9º Regimento de Cavalaria dos EUA]] afro-americano e o [[10º Regimento de Cavalaria dos EUA]]. As unidades negras, junto com outras (cavalaria e infantaria), ficaram conhecidas coletivamente como [[Buffalo Soldier]]. De acordo com [[Robert M. Utley]]:<blockquote>O exército fronteiriço era uma força militar convencional que tentava controlar, através de métodos militares convencionais, um povo que não se comportava como inimigo convencional e, na verdade, muitas vezes nem sequer era inimigo. Esta é a mais difícil de todas as missões militares, seja na África, na Ásia ou no oeste americano.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ojYrdQ-IBaMC&pg=PA411|título=Frontier Regulars: The United States Army and the Indian, 1866–1891|último=Utley|primeiro=Robert M.|publicado=U of Nebraska Press|isbn=0803295510|ano=1984|página=411}}</ref></blockquote>

=== História social ===
==== Sociedade democrática ====
[[Imagem:Mayer-Awakening-1915.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|As [[Sufrágio feminino|sufragistas]] do "Despertar" tiveram sucesso no Oeste; sua tocha desperta as mulheres que lutam no Norte e no Sul neste desenho animado de Henry Mayer em ''Puck'', 20 de fevereiro de 1915.]]
Os ocidentais estavam orgulhosos da sua liderança no movimento pela democracia e pela igualdade, um tema importante para [[Frederick Jackson Turner]]. Os novos estados de Kentucky, Tennessee, Alabama e Ohio eram mais democráticos do que os estados-mãe do Leste em termos de política e sociedade.<ref>Ray Allen Billington, ''America's Frontier Heritage'' (1963) ch.&nbsp;6–7</ref> Os estados ocidentais foram os primeiros a dar às mulheres o direito de voto. Em 1900, o Oeste, especialmente a Califórnia e o Oregon, liderou o [[Era Progressiva|movimento Progressista]].

Os estudiosos examinaram a história social do Oeste em busca do caráter americano. A [[história do Kansas]], argumentou o historiador [[Carl L. Becker]] há um século, reflete os ideais americanos. Ele escreveu: "O espírito do Kansas é o espírito americano duplamente destilado. É um novo produto enxertado do individualismo americano, do idealismo americano, da intolerância americana. Kansas é a América em microcosmo."<ref>Carl L. Becker, "Kansas", in ''Essays in American History Dedicated to Frederick Jackson Turner'' (1910), 85–111</ref>

Os estudiosos compararam o surgimento da democracia na América com outros países, no que diz respeito à experiência de fronteira.<ref>Walker D. Wyman, and Clifton B. Kroeber, eds. ''The frontier in perspective'' (1957).</ref> Selwyn Troen fez a comparação com Israel. Os homens da fronteira americanos confiaram no esforço individual, no contexto de grandes quantidades de terras não povoadas com inimigos externos fracos. Israel, pelo contrário, operava numa zona geográfica muito pequena, rodeada por vizinhos mais poderosos. O pioneiro judeu não estava a construir uma empresa individual ou familiar, mas era um participante consciente na construção da nação, com alta prioridade em assentamentos planeados colectivos e cooperativos. Os pioneiros israelitas trouxeram especialistas americanos em irrigação e agricultura para prestarem aconselhamento técnico. No entanto, rejeitaram o modelo de fronteira americano em favor de um modelo europeu que apoiasse as suas preocupações políticas e de segurança.<ref>S. Ilan Troen, "Frontier myths and their applications in America and Israel: A transnational perspective". ''Journal of American History'' 86#3 (1999): 1209–1230. [https://www.researchgate.net/profile/Ilan_Troen/publication/236829575_Frontier_Myths_and_Their_Applications_in_America_and_Israel_A_Transnational_Perspective/links/55a7d18508aedffc530eb36d.pd online]</ref>

==== Fronteira urbana ====
As cidades desempenharam um papel essencial no desenvolvimento da fronteira, como centros de transporte, centros financeiros e de comunicações e fornecedoras de mercadorias, serviços e entretenimento.<ref>Richard C. Wade, ''The Urban Frontier: The Rise of Western Cities, 1790–1830'' (1959) [https://www.amazon.com/Urban-Frontier-Western-Cities-1790-1830/dp/0252064224/ excerpt and text search], covers Pittsburgh, Cincinnati, Lexington, Louisville, and St. Louis.</ref> À medida que as ferrovias avançaram para o oeste, em direção ao território instável depois de 1860, elas construíram cidades de serviços para atender às necessidades das equipes de construção ferroviária, das equipes de trem e dos passageiros que faziam refeições em paradas programadas.<ref>John C. Hudson, "Towns of the western railroads". ''Great Plains Quarterly'' 2#1 (1982): 41–54. [http://digitalcommons.unl.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=2671&context=greatplainsquarterly online]</ref> Na maior parte do Sul, havia muito poucas cidades de qualquer tamanho num raio de quilômetros, e esse padrão também se aplicava ao Texas, de modo que as ferrovias só chegaram na década de 1880. Eles então despacharam o gado e as movimentações de gado tornaram-se assuntos de curta distância. No entanto, os comboios de passageiros eram frequentemente alvo de gangues armadas.<ref>{{Citar periódico |título=Law and Lawlessness on the Texas Frontier, 1875–1890 |periódico=The Southwestern Historical Quarterly |número=2 |ultimo=Holden |primeiro=W. C. |ano=1940 |paginas=188–203 |jstor=30240564 |volume=44}}</ref>{{Panorama|Denver Colorado 1898 - LOC - restoration1.jpg|783px|Panorama de [[Denver]] {{circa|1898}}}}A economia de Denver antes de 1870 estava enraizada na mineração; em seguida, cresceu expandindo seu papel nas ferrovias, no comércio atacadista, na manufatura, no processamento de alimentos e na manutenção do crescente interior agrícola e pecuário. Entre 1870 e 1890, a produção industrial disparou de US$ 600.000 para US$ 40 milhões, e a população cresceu 20 vezes, para 107.000. Denver sempre atraiu mineiros, trabalhadores, prostitutas e viajantes. Saloons e casas de jogo surgiram durante a noite. Os presidentes da cidade gabavam-se dos seus belos teatros, especialmente da Grande Ópera Tabor, construída em 1881.<ref>Stephen J. Leonard, and Thomas J. Noel, ''Denver: Mining Camp to Metropolis'' (1990) pp.&nbsp;44–45</ref> Em 1890, Denver havia crescido e se tornado a 26ª maior cidade da América e a quinta maior cidade a oeste do rio Mississippi.<ref>{{Citar web|url=https://www.census.gov/population/www/documentation/twps0027/tab12.txt|titulo=Population of the 100 Largest Urban Places: 1890}}</ref> Os tempos de boom atraíram milionários e suas mansões, bem como traficantes, pobreza e crime. Denver ganhou notoriedade regional com sua variedade de casas obscenas, desde os suntuosos bairros de senhoras renomadas até os miseráveis "berços" localizados a poucos quarteirões de distância. Os negócios iam bem; os visitantes gastaram muito e depois deixaram a cidade. Desde que as senhoras conduzissem os seus negócios de forma discreta e as "meninas do berço" não anunciassem a sua disponibilidade de forma demasiado grosseira, as autoridades aceitavam os seus subornos e olhavam para o outro lado. Limpezas e repressões ocasionais satisfizeram as exigências de reforma.<ref>Clark Secrest. ''Hell's Belles: Prostitution, Vice, and Crime in Early Denver, with a Biography of Sam Howe, Frontier Lawman''. (2nd ed., 2002.)</ref>

Com sua gigantesca montanha de cobre, [[Butte (Montana)|Butte, Montana]], era o maior, mais rico e mais turbulento campo de mineração da fronteira. Era um reduto étnico, com os católicos irlandeses no controle da política e dos melhores empregos na principal empresa mineira [[Anaconda Copper]].<ref>David M. Emmons, ''The Butte Irish: Class and Ethnicity in an American mMining Town, 1875–1925'' (1990).</ref> Os impulsionadores da cidade abriram uma biblioteca pública em 1894. Ring argumenta que a biblioteca era originalmente um mecanismo de controle social, "um antídoto para a tendência dos mineiros para beber, se prostituir e jogar". Também foi projetada para promover os valores da classe média e convencer os orientais de que Butte era uma cidade cultivada.<ref>{{Citar periódico |título=The Origins of the Butte Public Library: Some Further Thoughts on Public Library Development in the State of Montana |periódico=Libraries & Culture |número=4 |ultimo=Ring |primeiro=Daniel F. |ano=1993 |paginas=430–444 |jstor=25542594 |volume=28}}</ref>

==== Raça e etnia ====
===== Imigrantes europeus =====
[[Imagem:Volga-Germans-US.jpg|miniaturadaimagem|Alojamentos temporários para [[alemães do Volga]] no centro do [[Kansas]], 1875]]
Os imigrantes europeus construíram frequentemente comunidades de origens religiosas e étnicas semelhantes. Por exemplo, muitos finlandeses foram para Minnesota e Michigan, suecos e noruegueses para Minnesota e Dakotas, [[Imigração irlandesa nos Estados Unidos|irlandeses]] para centros ferroviários ao longo das linhas transcontinentais, [[alemães do Volga]] para Dakota do Norte, [[Anglo-americano|ingleses]] convertidos à [[Movimento dos Santos dos Últimos Dias|Igreja dos Santos dos Últimos Dias]] foram para Utah, incluindo imigrantes ingleses que se estabeleceram em os estados das [[Montanhas Rochosas]] (Colorado, Wyoming e Idaho) e [[História dos judeus na Alemanha|judeus alemães]] para Portland, Oregon.<ref>Frederick C. Luebke, ''European Immigrants in the American West: Community Histories''(1998)</ref><ref>Mark Wyman, ''Immigrants in the Valley: Irish, Germans, and Americans in the Upper Mississippi Country, 1830–1860'' (1984)</ref>

===== Afro-americanos =====
[[Imagem:Army_buffalo_soldiers.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Um [[Buffalo Soldier]]. O apelido foi dado aos soldados negros pelas tribos nativas que controlavam.]]
Os afro-americanos mudaram-se para o Oeste como soldados, bem como cowboys, trabalhadores rurais, trabalhadores de bares, cozinheiros e bandidos. Os [[Buffalo Soldier]]s eram soldados do 9º e 10º Regimentos de Cavalaria, totalmente negros, e dos 24º e 25º Regimentos de Infantaria do Exército dos EUA. Eles tinham oficiais brancos e serviram em vários fortes ocidentais.<ref>William H. Leckie and Shirley A. Leckie. ''The Buffalo Soldiers: A Narrative of the Black Cavalry in the West'' (U. of Oklahoma Press, 2012)</ref>

Cerca de 4.000 negros vieram para a Califórnia na época da Corrida do Ouro. Em 1879, após o fim da Reconstrução no Sul, vários milhares de libertos mudaram-se dos estados do Sul para o Kansas. Conhecidos como [[Exodusters]], eles foram atraídos pela perspectiva de terras boas e baratas da Homestead Law e de melhor tratamento. A cidade totalmente negra de [[Nicodemos, Kansas|Nicodemus, Kansas]], fundada em 1877, era um assentamento organizado que antecede os Exodusters, mas é frequentemente associado a eles.<ref>[[Nell Irvin Painter]], ''Exodusters: Black Migration to Kansas After Reconstruction'' (1992)</ref>

===== Asiáticos =====
{{Artigo principal|História dos sino-americanos}}
A [[corrida do ouro na Califórnia]] incluiu milhares de chegadas de mexicanos e chineses. Os migrantes chineses, muitos dos quais eram camponeses empobrecidos, forneceram a maior parte da força de trabalho para a construção da porção do Pacífico Central da ferrovia transcontinental. A maioria deles voltou para casa em 1870, quando a ferrovia foi concluída.<ref>Franklin Ng, "The Sojourner, Return Migration, and Immigration History", ''Chinese America: History and Perspectives'' (1995) pp.&nbsp;53–71,</ref> Os que permaneceram trabalharam na mineração, na agricultura e abriram pequenos comércios como mercearias, lavanderias e restaurantes. A hostilidade contra os chineses permaneceu elevada nos estados/territórios ocidentais, como visto no episódios do [[Massacre da Enseada Chinesa]] e no [[massacre de Rock Springs]]. Os chineses foram geralmente forçados a "[[Chinatown]]s" autossuficientes em cidades como São Francisco, Portland, Seattle e Los Angeles.<ref>Shih-Shan Henry Tsai, ''The Chinese Experience in America'' (Indiana University Press, 1986)</ref> Em Los Angeles, o último grande [[Massacre chinês de Los Angeles em 1871|motim anti-chinês]] ocorreu em 1871, após o qual a aplicação da lei local ficou mais forte.<ref>Scott Zesch, ''The Chinatown War: Chinese Los Angeles and the Massacre of 1871'' (2012) p.&nbsp;213</ref> No final do século 19, as Chinatowns eram favelas miseráveis, conhecidas por seu vício, prostituição, drogas e batalhas violentas entre "tenças". Na década de 1930, porém, as Chinatowns tornaram-se destinos turísticos limpos, seguros e atraentes.<ref>{{Citar periódico |título=From Vice District to Tourist Attraction: The Moral Career of American Chinatowns, 1880–1940 |periódico=Pacific Historical Review |número=3 |ultimo=Light |primeiro=Ivan |ano=1974 |paginas=367–394 |doi=10.2307/3638262 |jstor=3638262 |volume=43}}</ref>

Os primeiros japoneses chegaram aos EUA em 1869, com a chegada de 22 pessoas de famílias de samurais, estabelecendo-se no condado de Placer, na Califórnia, para estabelecer a [[Colônia de Fazenda de Chá e Seda Wakamatsu]]. Os japoneses foram recrutados para trabalhar nas plantações no Havaí, a partir de 1885. No final do século 19, mais japoneses emigraram para o Havaí e para o continente americano. Os [[Issei]], ou imigrantes japoneses de primeira geração, não foram autorizados a se tornarem cidadãos dos EUA porque não eram "uma pessoa branca livre", de acordo com a [[Lei de Naturalização de 1790|Lei de Naturalização dos Estados Unidos de 1790]]. Isto não mudou até a aprovação da [[Lei de Imigração e Nacionalidade de 1952]], conhecida como Lei McCarran-Walter, que permitiu que imigrantes japoneses se tornassem cidadãos norte-americanos naturalizados.

Em 1920, os agricultores nipo-americanos produziam 67 milhões de dólares em colheitas, mais de dez por cento do valor total das colheitas da Califórnia. Havia 111.000 nipo-americanos nos EUA, dos quais 82.000 eram imigrantes e 29.000 nasceram nos EUA.<ref>[https://densho.org/timeline/ Important Moments in Japanese American History:Before, During, and After World War II Mass Incarceration. Timeline; Densho] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20190430164405/https://densho.org/timeline/|date=April 30, 2019}}.</ref> O Congresso aprovou a Lei de Imigração de 1924, encerrando efetivamente toda a imigração japonesa para os EUA. Os filhos dos Issei nascidos nos EUA eram cidadãos, de acordo com a [[Décima Quarta Emenda à Constituição dos Estados Unidos|14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos]].<ref>Scott Ingram, ''Japanese Immigrants'' (2004)</ref>
[[Imagem:Exterior_of_the_Mission_Xavier_del_Bac.jpg|miniaturadaimagem|A missão espanhola de San Xavier del Bac, perto de [[Tucson]], fundada em 1700]]

===== Hispânicos =====
{{Artigo principal|História dos hispânicos e latino-americanos nos Estados Unidos}}A grande maioria dos hispânicos que viviam nos antigos territórios da [[Vice-Reino da Nova Espanha|Nova Espanha]] permaneceram e tornaram-se cidadãos americanos em 1848.<ref>Casandra D. Salgado, "Mexican American Identity: Regional Differentiation in New Mexico." ''Sociology of Race and Ethnicity'' 6.2 (2020): 179–194.</ref> Os cerca de 10.000 californianos também se tornaram cidadãos dos EUA. Eles viviam no sul da Califórnia e depois de 1880 foram ofuscados pelas centenas de milhares de recém-chegados dos estados do leste. Aqueles no Novo México dominaram cidades e vilarejos que pouco mudaram até meados do século XX. Chegaram recém-chegados do México, especialmente depois que a Revolução de 1911 aterrorizou milhares de aldeias em todo o México. A maioria dos refugiados foi para o Texas ou para a Califórnia, e logo surgiram bairros pobres em muitas cidades fronteiriças. O "Robin Hood" californiano, [[Joaquín Murietta]], liderou uma gangue na década de 1850 que queimou casas, matou mineiros exploradores, roubou diligências de proprietários de terras e lutou contra a [[violência]] e a [[discriminação]] contra os  [[latino-americanos]]. No Texas, [[Juan Nepomuceno Cortina|Juan Cortina]] liderou uma campanha de 20 anos contra os Anglos e os [[Texas Ranger Division|Texas Rangers]], começando por volta de 1859.<ref>Arnoldo de León and Richard Griswold del Castillo, ''North to Aztlan: A History of Mexican Americans in the United States'' (2006)</ref>

==== Vida familiar ====
Nas [[Grandes Planícies]], muito poucos homens solteiros tentaram administrar uma fazenda ou rancho; os agricultores compreenderam claramente a necessidade de uma esposa trabalhadora e de numerosos filhos para cuidar das muitas tarefas, incluindo a criação dos filhos, a alimentação e o vestuário da família, a gestão do trabalho doméstico e a alimentação dos trabalhadores contratados.<ref>Deborah Fink, ''Agrarian Women: Wives and Mothers in Rural Nebraska, 1880–1940'' (1992)</ref> Durante os primeiros anos de colonização, as mulheres agricultoras desempenharam um papel fundamental na garantia da sobrevivência da família, trabalhando ao ar livre. Após cerca de uma geração, as mulheres deixaram cada vez mais os campos, redefinindo assim os seus papéis dentro da família. Novas conveniências, como máquinas de costura e de lavar roupa, encorajaram as mulheres a dedicarem-se a funções domésticas. O movimento científico de gestão doméstica, promovido em todo o país pelos meios de comunicação social e pelos agentes de extensão governamentais, bem como as feiras municipais que apresentavam realizações na culinária caseira e nas conservas, colunas de aconselhamento para mulheres nos jornais agrícolas e cursos de economia doméstica nas escolas, todos contribuíram para esta tendência.<ref>Chad Montrie, "'Men Alone Cannot Settle a Country:' Domesticating Nature in the Kansas-Nebraska Grasslands", ''Great Plains Quarterly'', Fall 2005, Vol. 25 Issue 4, pp.&nbsp;245–258</ref>

Embora a imagem oriental da vida agrícola nas pradarias enfatize o isolamento do agricultor solitário e da vida agrícola, na realidade, a população rural criou para si uma rica vida social. Freqüentemente, eles patrocinavam atividades que combinavam trabalho, alimentação e entretenimento, como criação de celeiros, cascas de milho, colchas de abelhas,<ref>Karl Ronning, "Quilting in Webster County, Nebraska, 1880–1920", ''Uncoverings'', (1992) Vol. 13, pp.&nbsp;169–191</ref> reuniões em granjas,<ref>Donald B. Marti, ''Women of the Grange: Mutuality and Sisterhood in Rural America, 1866–1920'' (1991)</ref> atividades da igreja e funções escolares. As mulheres organizaram refeições partilhadas e eventos festivos, bem como visitas prolongadas entre famílias.<ref>Nathan B. Sanderson, "More Than a Potluck", ''Nebraska History'', (2008) 89#3 pp.&nbsp;120–131</ref>

===== Infância =====
A infância na fronteira americana é um território contestado. Um grupo de estudiosos, seguindo o exemplo dos romancistas [[Willa Cather]] e [[Laura Ingalls Wilder]], argumenta que o ambiente rural foi benéfico para a educação da criança. Os historiadores Katherine Harris<ref>Katherine Harris, ''Long Vistas: Women and Families on Colorado Homesteads'' (1993)</ref> e Elliott West<ref>Elliott West, ''Growing Up with the Country: Childhood on the Far Western Frontier'' (1989)</ref> escrevem que a educação rural permitiu que as crianças se libertassem das hierarquias urbanas de idade e gênero, promoveu a interdependência familiar e, no final, produziu crianças mais autossuficientes, móveis, adaptáveis, responsáveis, independentes e mais em contacto com a natureza do que os seus homólogos urbanos ou orientais. Por outro lado, as historiadoras Elizabeth Hampsten<ref>Elizabeth Hampsten, ''Settlers' Children: Growing Up on the Great Plains'' (1991)</ref> e Lillian Schlissel<ref>Lillian Schlissel, Byrd Gibbens and Elizabeth Hampsten, ''Far from Home: Families of the Westward Journey'' (2002)</ref> oferecem um retrato sombrio da solidão, da privação, do abuso e da exigência de trabalho físico desde tenra idade. Riney-Kehrberg assume uma posição intermediária.<ref>Pamela Riney-Kehrberg, ''Childhood on the Farm: Work, Play, and Coming of Age in the Midwest'' (2005)</ref>

==== Prostituição e jogos de azar ====
{{Mais informações|História da prostituição|Apostador de fronteira}}Os empresários abriram lojas e negócios para atender aos mineiros. Mundialmente famosas eram as casas de prostituição encontradas em todos os campos de mineração do mundo.<ref>Julia Ann Laite, "Historical Perspectives on Industrial Development, Mining, and Prostitution", ''Historical Journal'', (2009) 53#3 pp.&nbsp;739–761 {{DOI|10.1017/S0018246X09990100}}</ref> A [[prostituição]] era uma indústria em crescimento que atraía profissionais do sexo de todo o mundo, atraídas pelo dinheiro, apesar das duras e perigosas condições de trabalho e do baixo prestígio. As mulheres chinesas eram frequentemente vendidas pelas suas famílias e levadas para os campos como prostitutas; eles tiveram que devolver seus ganhos para a família na China.<ref>{{Citar periódico |título=Free, Indentured, Enslaved: Chinese Prostitutes in Nineteenth-Century America |periódico=Signs |número=1 |ultimo=Hirata |primeiro=Lucie Cheng |ano=1979 |paginas=3–29 |doi=10.1086/493680 |jstor=3173531 |volume=5}}</ref> Em Virginia City, Nevada, uma prostituta, [[Júlia Bulette|Julia Bulette]], foi uma das poucas que alcançou o status de "respeitável". Ela cuidou de vítimas de uma epidemia de gripe; isso deu-lhe aceitação na comunidade e o apoio do xerife. Os habitantes da cidade ficaram chocados quando ela foi assassinada em 1867; eles deram a ela um funeral luxuoso e rapidamente julgaram e enforcaram seu agressor.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=QrNvJpE0Q3YC&pg=PA1|título=Gold Diggers & Silver Miners: Prostitution and Social Life on the Comstock Lode|ultimo=Goldman|primeiro=Marion S.|editora=U of Michigan Press|ano=1981|páginas=1–4, 118|isbn=0472063324}}</ref> Até a década de 1890, as mulheres dirigiam predominantemente os negócios, após o que os cafetões do sexo masculino assumiram o controle, e o tratamento dispensado às mulheres geralmente diminuiu. Não era incomum que os bordéis nas cidades ocidentais funcionassem abertamente, sem o estigma das cidades da Costa Leste. O jogo e a prostituição eram fundamentais para a vida nestas cidades ocidentais, e só mais tarde – à medida que a população feminina aumentava, os reformadores se instalavam e outras influências civilizatórias chegavam – é que a prostituição se tornou menos flagrante e menos comum.<ref>Anne M. Butler, ''Daughters of joy, sisters of misery: prostitutes in the American West, 1865–1890'' (1985)</ref> Depois de cerca de uma década, as cidades mineiras atraíram mulheres respeitáveis que administravam pensões, organizaram sociedades religiosas, trabalharam como lavadeiras e costureiras e lutaram por status independente.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=veCFM5kr4z0C&pg=PA164|título=Frontier Women: "Civilizing" the West? 1840–1880|ultimo=Jeffrey|primeiro=Julie|editora=Macmillan|ano=1998|isbn=978-0809016013}}</ref>

Sempre que um novo assentamento ou campo de mineração começava, um dos primeiros edifícios ou tendas erguidas seria um salão de jogos. À medida que a população crescia, as salas de jogos eram normalmente os edifícios maiores e mais ricamente decorados de qualquer cidade e muitas vezes abrigavam um bar, palco para entretenimento e quartos de hotel para os hóspedes. Estes estabelecimentos foram uma força motriz da economia local e muitas cidades mediram a sua prosperidade pelo número de salas de jogo e jogadores profissionais que possuíam. As cidades que eram amigáveis ao jogo eram normalmente conhecidas pelos esportes como "totalmente despertas" ou "totalmente abertas".<ref>Robert K. DeArment, ''The Knights of the Green Cloth: The Saga of the Frontier Gamblers'' (U of Oklahoma Press, 1982), p.&nbsp;43.</ref> Cidades pecuárias no Texas, Oklahoma, Kansas e Nebraska tornaram-se famosos centros de jogos de azar. Os cowboys vinham acumulando seus salários e adiando seus prazeres até finalmente chegarem à cidade com dinheiro para apostar. [[Abilene (Kansas)|Abilene]], [[Dodge City (Kansas)|Dodge City]], [[Wichita (Kansas)|Wichita]], [[Omaha (Nebraska)|Omaha]] e [[Kansas City (Missouri)|Kansas City]] tinham uma atmosfera favorável aos jogos. Tal atmosfera também provocava problemas e essas cidades também desenvolveram reputações como lugares perigosos e sem lei.<ref>Henry Chafetz, ''Play the Devil: A History of Gambling in the United States'', (1960), pp. 145–150.</ref><ref>Asbury, ''Sucker's Progress'' pp. 349–357.</ref>

==== Lei e ordem ====
[[Imagem:DodgeCityPeaceCommission.jpg|miniaturadaimagem|A "Comissão de Paz de Dodge City", 10 de junho de 1883. (Em pé a partir da esquerda) William H. Harris (1845–1895), [[Luke Short]] (1854–1893), [[Bat Masterson|William "Bat" Masterson]] (1853–1921), William F. Petillon (1846–1917), (sentado a partir da esquerda) [[Charlie Bassett]] (1847–1896), [[Wyatt Earp]] (1848–1929), Michael Francis “Frank” McLean (1854–1902), Cornelius “Neil” Brown (1844–1926). Foto de Charles A. Conkling.<ref>[http://www.kansashistory.us/dodgecitylawmen.html Dodge City Peace Commission Old West Gunfighters Dodge City, KS 1883] (1883) Ford County Historical Society. retrieved October 2014</ref>]]
A "Comissão de Paz de Dodge City", 10 de junho de 1883. (Em pé a partir da esquerda) William H. Harris (1845–1895), [[Lucas Curto|Luke Short]] (1854–1893), [[Bat Masterson|William "Bat" Masterson]] (1853–1921), William F. Petillon (1846–1917), (sentado a partir da esquerda) [[Charlie Bassett]] (1847–1896), [[Wyatt Earp]] (1848–1929), Michael Francis “Frank” McLean (1854–1902), Cornelius “Neil” Brown (1844–1926). Foto de Charles A. Conkling.

O historiador Waddy W. Moore usa registros judiciais para mostrar que na fronteira escassamente povoada do Arkansas, a ilegalidade era comum. Ele distinguiu dois tipos de crimes: não profissionais ([[duelo]]s, crimes de embriaguez, venda de uísque aos indígenas, corte de árvores em terras federais) e profissionais ([[Abigeato|furto]], roubo em rodovias, [[falsificação]]).<ref name="MooreCrimeArkansas">{{Citar periódico |título=Some Aspects of Crime and Punishment on the Arkansas Frontier |data=1964 |periódico=Arkansas Historical Quarterly |número=1 |ultimo=Moore |primeiro=Waddy W. |paginas=50–64 |doi=10.2307/40021171 |jstor=40021171 |volume=23}}</ref> Os criminosos encontraram muitas oportunidades para roubar os bens das famílias pioneiras, enquanto os poucos homens da lei com recursos insuficientes tiveram grande dificuldade em detectar, prender, deter e condenar os transgressores. Os bandidos, normalmente em grupos de dois ou três, raramente atacavam diligências com um guarda carregando uma espingarda de cano duplo serrado; revelou-se menos arriscado roubar carroceiros, pessoas a pé e cavaleiros solitários,<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=oYwvC6VegwMC&pg=PA280|título=Guns of the Old West: An Illustrated Guide|ultimo=Chapel|primeiro=Charles Edward|editora=Courier Dover Publications|ano=2002|páginas=280–282|isbn=978-0486421612}}</ref> enquanto os próprios assaltos a bancos eram mais difíceis de realizar devido à segurança do estabelecimento. Segundo o historiador Brian Robb, a primeira forma de [[crime organizado]] na América nasceu das gangues do Velho Oeste.<ref>Robb, Brian J. ''A Brief History of Gangsters''. Running Press (2015). ch. 1: Lawlessness in the Old West. {{ISBN|978-0762454761}}</ref>

Quando os criminosos eram condenados, a punição era severa.<ref name="MooreCrimeArkansas2">{{Citar periódico |título=Some Aspects of Crime and Punishment on the Arkansas Frontier |data=1964 |periódico=Arkansas Historical Quarterly |número=1 |ultimo=Moore |primeiro=Waddy W. |paginas=50–64 |doi=10.2307/40021171 |jstor=40021171 |volume=23}}</ref> Além do ocasional [[xerife]] e [[Serviço de Delegados dos Estados Unidos|marechal]] ocidental, havia outras agências de aplicação da lei em toda a fronteira americana, como os [[Texas Ranger Division|Texas Rangers]].<ref>{{Citar web|url=https://prism.ucalgary.ca/bitstream/handle/1880/51022/UofCPress_Cowboy_Legend_2015_chapter06.pdf|titulo=The cowboy legend: Owen Wister's Virginian and the Canadian-American frontier|data=novembro de 2015|acessodata=2 ago 2020|publicado=Jennings, John}}</ref> Estes homens da lei não foram apenas fundamentais para manter a paz, mas também para proteger os habitantes locais das ameaças nativas e mexicanas na fronteira.<ref>Utley, Robert M., ''Lone Star Lawmen: The Second Century of the Texas Rangers'', Berkley (2008) ch. I: The Border 1910–1915. {{ISBN|978-0425219386}}</ref> A aplicação da lei tendeu a ser mais rigorosa nas cidades do que nas áreas rurais. A aplicação da lei enfatizou mais a manutenção da estabilidade do que o combate armado, concentrando-se na embriaguez, desarmando cowboys que violaram decretos de controle de armas e lidando com violações flagrantes das leis de jogo e prostituição.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=t15L9AfXlPcC&pg=PA131|título=The Cattle Towns|ultimo=Dykstra|primeiro=Robert R.|editora=University of Nebraska Press|ano=1983|páginas=116–135|isbn=978-0803265615}}</ref>

Dykstra argumenta que a imagem violenta das cidades pecuárias no cinema e na ficção é em grande parte um mito. A verdadeira Dodge City, diz ele, era a sede do comércio de peles de búfalo das Planícies do Sul e uma das principais cidades pecuárias do Oeste, um ponto de venda e embarque do gado que chegava do Texas. Ele afirma que existe uma "segunda Dodge City" que pertence ao imaginário popular e prospera como uma metáfora cultural para a violência, o caos e a depravação.<ref>{{Citar periódico |título=Overdosing on Dodge City |periódico=The Western Historical Quarterly |número=4 |ultimo=Dykstra |primeiro=Robert R. |ano=1996 |paginas=505–514 |doi=10.2307/970535 |jstor=970535 |volume=27}}</ref> Para o vaqueiro que chegava com o dinheiro na mão depois de dois meses de trilha, a cidade era emocionante. Uma testemunha ocular contemporânea de Hays City, Kansas, pinta uma imagem vívida desta cidade pecuária:<blockquote>Hays City à luz do lampião era notavelmente animada, mas não muito moral. As ruas brilhavam com o reflexo dos bares, e uma olhada lá dentro mostrava andares lotados de dançarinos, as mulheres alegremente vestidas se esforçando para se esconder com fitas e pintar as linhas terríveis que aquele artista sombrio, Dissipação, adora desenhar em tais rostos... Para a música dos violinos e o bater dos pés a dança continuou, e vimos no vertiginoso labirinto velhos que deviam estar fazendo piruetas bem na beira de seus túmulos.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ug5LAQAAIAAJ&pg=PA142|título=Buffalo land: an authentic narrative of the adventures and misadventures of a late scientific and sporting party upon the great plains of the West. With full descriptions of the buffalo, wolf, and wild horse, etc., etc. Also an appendix, constituting the work a manual for sportsmen and hand-book for emigrants seeking homes|último=Webb|primeiro=William Edward|ano=1873|página=142}}</ref></blockquote>Foi reconhecido que a representação popular de Dodge City no cinema e na ficção carrega um toque de verdade, já que o crime com armas de fogo era galopante na cidade antes do estabelecimento de um governo local. Contudo, pouco depois de os residentes da cidade estabelecerem oficialmente o seu primeiro governo municipal, foi promulgada uma lei que proíbe armas de fogo escondidas e a criminalidade foi reduzida pouco depois. Leis semelhantes foram aprovadas em outras cidades fronteiriças para reduzir também a taxa de crimes com armas de fogo. Como observou Adam Wrinkler, professor de direito da UCLA:<blockquote>O porte de armas dentro dos limites de uma cidade fronteiriça era geralmente proibido. Leis que proibiam as pessoas de portar armas eram comuns, de Dodge City a Tombstone. Quando os residentes de Dodge City formaram seu governo municipal, uma das primeiras leis promulgadas foi a proibição do transporte oculto. A proibição foi logo depois expandida para transporte aberto também. A imagem hollywoodiana do pistoleiro marchando pela cidade com dois Colts na cintura é apenas isso: uma imagem hollywoodiana, criada por seu efeito dramático.<ref>{{citar jornal|último=Kassler|primeiro=Glenn|url=https://www.washingtonpost.com/news/fact-checker/wp/2014/04/29/rick-santorums-misguided-view-of-gun-control-in-the-wild-west/|título=Rick Santorum's misguided view of gun control in the Wild West|data=29 abr 2014|jornal=[[The Washington Post]]}}</ref></blockquote>[[Tombstone (Arizona)|Tombstone, Arizona]], foi uma cidade mineira turbulenta que floresceu por mais tempo do que a maioria, de 1877 a 1929.<ref>{{Citar periódico |título=Bust and bust in the mining West |periódico=Journal of the West |número=4 |ultimo=Clements |primeiro=Eric L. |ano=1996 |paginas=40–53 |issn=0022-5169 |volume=35}}</ref> A prata foi descoberta em 1877 e em 1881 a cidade tinha uma população de mais de 10.000 habitantes. Em 1879, os recém-chegados [[Nicholas Porter Earp|irmãos Earp]] compraram ações na mina Vizina, direitos de água e concessões de jogos de azar, mas [[Virgil Earp|Virgil]], [[Wyatt Earp|Wyatt]] e [[Morgan Earp]] obtiveram cargos em momentos diferentes como legisladores federais e locais. Depois de mais de um ano de ameaças e rixas, eles, junto com [[Doc Holliday]], mataram três bandidos no [[Tiroteio no O.K. Corral]], o tiroteio mais famoso do Velho Oeste. Na sequência, Virgil Earp foi mutilado em uma emboscada e Morgan Earp foi assassinado enquanto jogava bilhar. Wyatt e outros, incluindo seus irmãos [[James Earp]] e [[Warren Earp]], perseguiram aqueles que acreditavam serem responsáveis em uma [[Passeio de Vingança Earp|vingança]] extralegal e mandados foram emitidos para sua prisão no assassinato de [[Frank Stilwell]]. Os Cochise County Cowboys foram um dos primeiros sindicatos do [[crime organizado]] nos Estados Unidos, e sua morte veio nas mãos de Wyatt Earp.<ref>Alexander, Bob. ''Bad Company and Burnt Powder: Justice and Injustice in the Old Southwest (Frances B. Vick Series)''. University of North Texas Press; (2014). pp.&nbsp;259–261. {{ISBN|978-1574415667}}</ref>

Contadores de histórias e cineastas ocidentais apresentaram o tiroteio em muitas produções ocidentais.<ref>{{Citar periódico |título=Tombstone in Fiction |periódico=Journal of Arizona History |número=2 |ultimo=Sonnichsen |primeiro=C. L. |ano=1968 |paginas=58–76 |jstor=41695470 |volume=9}}</ref> O romance ''Tombstone'' (1927), de Walter Noble Burns, tornou Earp famoso. Hollywood celebrou os dias da lápide de Earp com ''[[A Paixão dos Fortes|My Darling Clementine]]'' de John Ford (1946), ''[[Gunfight at the O.K. Corral]]'' de John Sturges (1957) e ''[[Hour of the Gun]]'' (1967), ''[[Doc (filme)|Doc]]'' de Frank Perry (1971), ''[[Tombstone (filme)|Tombstone]]'' de George Cosmatos (1993) e Lawrence ''[[Wyatt Earp (filme)|Wyatt Earp]]'' de Kasdan (1994). Eles solidificaram a reputação moderna de Earp como o atirador mais mortal do Velho Oeste.<ref>{{Citar periódico |título=Wyatt Earp at the O. K. Corral: Six Versions |periódico=Journal of American Culture |número=2 |ultimo=Cohen |primeiro=Hubert I. |ano=2003 |paginas=204–223 |doi=10.1111/1542-734X.00087 |volume=26}}</ref>

===== Banditismo =====
{{multiple image
 | align =
 | total_width = 550
 | image1 = Dalton Gang memento mori 1892.jpg
 | image2 = Cherokeebill posing with captors.jpg
 | image3 = Cherokee bill death.jpg
 | footer = (Esquerda): membros da [[Quadrilha dos Dalton]] após a Batalha de Coffeyville em 1892; (centro): Crawford "Cherokee Bill" Goldsby posando com seus captores durante uma parada de trem para Nowata, Oklahoma, 1895. Da esquerda para a direita estão #5) Zeke Crittenden; #4) Dick Crittenden; Cherokee Bill; #2) Escalas de Clint, #1) Ike Rogers; #3) Deputado Marshall Bill Smith.<ref>{{Citar web|url=https://books.google.com/books?id=weE1AQAAMAAJ&dq=Clint+scales+photograph+with+Cherokee+Bill&pg=PA398|título=Hell on the Border: He Hanged Eighty-eight Men. A History of the Great United States Criminal Court at Fort Smith, Arkansas, and of Crime and Criminals in the Indian Territory, and the Trial and Punishment Thereof Before ... Judge Isaac C. Parker ... and by the Courts of Said Territory, Embracing the Leading Sentences and Charges to Grand and Petit Juries Delivered by the World Famous Jurist – his Acknowledged Masterpieces, Besides Much Other Legal Lore ... Illustrated with Over Fifty Fine Half-tones|primeiro=S. W.|último=Harman|data=10 de janeiro de 1898|publicado=Phoenix publishing Company|via=Google Books}}</ref> (à direita): representação do enforcamento de Cherokee Bill em 17 de março de 1896, conforme foi publicado pelos jornais após sua execução
}}
O principal tipo de banditismo foi conduzido pelos infames bandidos do Oeste, incluindo a [[gangue James-Younger]], [[Billy the Kid]], a [[Quadrilha dos Dalton]], [[Charles Earl Bowles|Black Bart]], [[Sam Bass]], [[Butch Cassidy's Wild Bunch]] e centenas de outros que atacavam bancos, trens, diligências e, em alguns casos, até transportes governamentais armados, como o [[Roubo do Tesoureiro de Wham|Roubo de Wham Paymaster]] e o [[Massacres do Skeleton Canyon|Roubo de Skeleton Canyon]].<ref>Richard White (1991), p.&nbsp;336</ref><ref>Bill O'Neal, ''Encyclopedia of Western Gunfighters'' (1991)</ref> Alguns dos bandidos, como Jesse James, foram produtos da violência da Guerra Civil (James viajou com os [[Invasores de Quantrill|Quantrill's Raiders]]) e outros tornaram-se bandidos durante tempos difíceis na indústria pecuária. Muitos eram desajustados e vagabundos que vagavam pelo Oeste evitando a lei. Nas áreas rurais [[Joaquín Murietta]], [[Jack Powers]], [[Augustine Chacon]] e outros bandidos aterrorizaram o estado. Quando gangues de bandidos estavam próximos, as cidades ocasionalmente formavam um destacamento para expulsá-los ou capturá-los. Vendo que a necessidade de combater os bandidos era uma oportunidade de negócio crescente, [[Allan Pinkerton]] ordenou que a sua Agência Nacional de Detetives, fundada em 1850, abrisse filiais no Oeste, e eles entraram no negócio de perseguir e capturar bandidos.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=DVlCAAAAIAAJ|título=The Pinkertons: the detective dynasty that made history|ultimo=Horan|primeiro=James David|editora=Crown Publishers|ano=1968|isbn=978-9120028989}}</ref> Para se refugiarem da lei, os bandidos usariam as vantagens do campo aberto, das passagens remotas e das [[badlands]] para se esconder.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=bZSdHchp3WkC&q=%22Hole+in+the+Wall+Gang%22+subject:%22Biography+%26+Autobiography+/+Criminals+%26+Outlaws%22&pg=PA171|título=Manhunt: The Pursuit of Harry Tracy|ultimo=Gulick|primeiro=Bill|editora=Caxton Press|ano=1999|isbn=0870043927}}</ref> Embora alguns assentamentos e cidades na fronteira também abriguem bandidos e criminosos, que eram chamados de "cidades fora da lei".<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=mkVGPQAACAAJ|título=Gunfight at Ingalls: Death of an Outlaw Town|ultimo=Shirley|primeiro=Glenn|editora=Barbed Wire Press|ano=1990|isbn=978-0935269062}}</ref>

O banditismo foi um grande problema na Califórnia depois de 1849, quando milhares de jovens separados da família ou da comunidade se mudaram para uma terra com poucos mecanismos de aplicação da lei. Para combater isso, o [[Comitê de Vigilância de São Francisco]] foi criado para dar julgamentos e sentenças de morte a infratores conhecidos. Como tal, outros assentamentos anteriores criaram as suas agências privadas para proteger as comunidades devido à falta de estabelecimentos de manutenção da paz.<ref name="CultureViolence">{{Citar web|ultimo=DiLorenzo|primeiro=Thomas J.|url=http://www.independent.org/publications/tir/article.asp?a=803|titulo=The Culture of Violence in the American West: Myth versus Reality|publicado=The Independent Institute}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Mullen|primeiro=Kevin|url=https://www.sfhistoryencyclopedia.com/articles/f/fallonMalachi.html|titulo=Malachi Fallon First Chief of Police|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140731183542/http://www.sfhistoryencyclopedia.com/articles/f/fallonMalachi.html|arquivodata=31 de julho de 2014|urlmorta=dead}}</ref> Esses comitês de vigilância refletiam diferentes ocupações na fronteira, como clubes de terras, associações de pecuaristas e acampamentos de mineração. Comitês de vigilância semelhantes também existiam no Texas, e seu principal objetivo era acabar com a ilegalidade e livrar as comunidades de bandidos e [[Abigeato|ladrões]].<ref>{{Citar web|ultimo=Barton|primeiro=Julia|url=http://www.texasobserver.org/troubled-times/|titulo=Troubled Times|data=10 ago 2010|website=Texas Observer}}</ref> Esses comitês às vezes formavam o governo da multidão para grupos privados de [[Justiceiro|vigilantes]], mas geralmente eram compostos por cidadãos responsáveis que queriam apenas manter a ordem. Os criminosos capturados por estes comités de vigilância foram tratados cruelmente; muitas vezes enforcado ou fuzilado sem qualquer forma de julgamento.<ref name="Vigil">{{Citar web|ultimo=Gard|primeiro=Wayne|url=https://tshaonline.org/handbook/online/articles/jnv01|titulo=Vigilantes and Vigilance Committees|data=15 de junho de 2010|acessodata=2 fev 2014|publicado=Handbook of Texas}}</ref>

Os civis também pegaram em armas para se defenderem no Velho Oeste, às vezes aliando-se a homens da lei ([[Quadrilha dos Dalton|Assalto a Banco de Coffeyville]]) ou aliando-se a bandidos ([[Batalha de Ingalls]]). Na fronteira pós-Guerra Civil, mais de 523 brancos, 34 negros e 75 outros foram vítimas de linchamento.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=FcdPAAAAYAAJ&q=523+|título=A Searchlight on America|ultimo=James Truslow Adams|ano=1930}}</ref> No entanto, os casos de linchamento no Velho Oeste não foram causados principalmente pela ausência de um sistema legal, mas também pela classe social. O historiador Michael J. Pfeifer escreve: "Ao contrário do entendimento popular, os primeiros linchamentos territoriais não resultaram da ausência ou distância da aplicação da lei, mas sim da instabilidade social das primeiras comunidades e da sua disputa por propriedade, estatuto e definição de direitos sociais."<ref name="pfeifer-frontier-quote">Michael J. Pfeifer, ''Rough Justice: Lynching and American Society, 1874–1947'' (U of Illinois Press, 2004), p.&nbsp;30.</ref>

===== Vendetas =====
{{Artigo principal|Range war}}
[[Imagem:What_an_Unbranded_Cow_Has_Cost_by_Frederic_Remington_1895.jpeg|direita|miniaturadaimagem|''What An Unbranded Cow Has Cost'', de [[Frederic Remington]], que retrata as consequências de uma guerra entre cowboys e supostos ladrões. 1895]]
As ''[[Range war]]s'' foram conflitos armados infames que ocorreram no "campo aberto" da fronteira americana. O tema destes conflitos foi o controle de terras livremente utilizadas para agricultura e pastagem de gado que deu nome ao conflito.<ref>Marilynn S. Johnson, ''Violence in the West: The Johnson County Range War and Ludlow Massacre: A Brief History with Documents''. (2008) p.&nbsp;12. {{ISBN|978-0312445799}}</ref> As guerras de alcance tornaram-se mais comuns no final da Guerra Civil Americana, e vários conflitos foram travados, como a [[Guerra do Vale Pleasant|Guerra de Pleasant Valley]], [[Guerra do Condado de Johnson]], [[Guerra dos Pecos|Guerra de Pecos]], [[Guerra do Condado de Mason]], [[Tom Horn|Guerra do Condado de Colorado]], [[Guerras de Corte de Cercas|Guerra de Corte de Cerca]], [[Guerra do Condado de Colfax]], [[Guerra de Castaic Range]], [[Ataque de Spring Creek]], [[Guerra de Porum Range|Porum Range War]], [[Conflito Barber–Mizell|rivalidade Barber-Mizell]], [[Guerra do Sal de San Elizario]] e outros.<ref>Randy McFerrin and Douglas Wills, "High Noon on the Western Range: A Property Rights Analysis of the Johnson County War", ''Journal of Economic History'' (2007) 67#1 pp.&nbsp;69–92</ref> Durante uma guerra em [[Montana]], um grupo de vigilantes chamado [[Estranguladores de Stuart|Stuart's Stranglers]], formado por pecuaristas e cowboys, matou até 20 criminosos e invasores somente em 1884.<ref name="Howard">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=vDLc6nfBc1kC|título=Montana, high, wide, and handsome|ultimo=Joseph Kinsey Howard|editora=University of Nebraska Press|ano=2003|localização=Lincoln|páginas=129–137|isbn=978-0803273399}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=DeArment|primeiro=R.K.|url=http://www.historynet.com/gang-crackdown-when-stuarts-stranglers-raided-the-rustlers.htm|titulo=Gang Crackdown: When Stuart's Stranglers Raided|data=7 de junho de 2007|website=Wild West Magazine}}.</ref> Em Nebraska, o criador de gado Isom Olive liderou uma guerra de alcance em 1878 que matou vários colonos em linchamentos e tiroteios antes de eventualmente levar ao seu próprio assassinato.<ref>{{Citar web|url=http://www.wyomingtalesandtrails.com/johnson.html|titulo=Johnson County War|acessodata=2 de fevereiro de 2014|publicado=Wyoming Tails and Trails|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140108082126/http://wyomingtalesandtrails.com/johnson.html|arquivodata=8 de janeiro de 2014|urlmorta=dead}}</ref> Outro tipo infame de conflito a céu aberto foram as [[Guerras das Ovelhas]], que foram travadas entre criadores de ovelhas e criadores de gado pelos direitos de pastoreio e ocorreram principalmente no Texas, Arizona e na região fronteiriça de Wyoming e Colorado.<ref name="tshaonline1">{{Citar web|url=https://tshaonline.org/handbook/online/articles/azs01|titulo=Sheep Wars &#124; The Handbook of Texas Online&#124; Texas State Historical Association (TSHA)|data=15 de junho de 2010|acessodata=10 fev 2012|publicado=Tshaonline.org}}</ref><ref name="jcs-group1">{{Citar web|url=http://www.jcs-group.com/oldwest/wars/sheepmen.html|titulo=Feuds & Range Wars – Sheepmen vs. Cattlemen|acessodata=10 fev 2012|publicado=Jcs-group.com}}</ref> Na maioria dos casos, o envolvimento militar formal foi utilizado para pôr rapidamente fim a estes conflitos. Outros conflitos por terras e territórios também foram travados, como a [[Guerra Regulador-Moderador]], [[Problemas de Cortina]], [[Guerra de Las Cuevas]] e a [[Guerra dos Bandidos]].

[[Vendeta]]s envolvendo famílias e linhagens também ocorreram muito na fronteira.<ref>{{Citar web|url=http://www.legendsofamerica.com/we-feuds.html|titulo=Legends of America: Feuds and Range Wars|acessodata=22 set 2014}}</ref> Dado que as agências privadas e os comités de vigilância substituem os tribunais adequados, muitas famílias inicialmente dependiam de si próprias e das suas comunidades para a sua segurança e justiça. Essas guerras incluem a [[Guerra do Condado de Lincoln]], a [[Guerra Tutt-Everett]], a [[Tiroteio em Hot Springs|Rivalidade Flynn-Doran]], a [[Rivalidade Early-Hasley]], a [[Guerra Brooks–Baxter|Guerra Brooks-Baxter]], a [[Rivalidade Sutton-Taylor]], a Rivalidade [[Horrell Brothers]], a [[Rivalidade Brooks-McFarland]], a [[Rivalidade Reese-Townsend]] e a [[Vendeta de Earp Ride]].
[[Imagem:Charles_Marion_Russell_-_Buccaroos_(1902).jpg|miniaturadaimagem|Uma imagem clássica do [[cowboy]] americano, retratado por [[Charles Marion Russell|C. M. Russell]]]]

==== Gado ====
{{Artigo principal|Condução de gado nos Estados Unidos}}O fim dos rebanhos de bisões abriu milhões de acres para a pecuária.<ref>[[Lewis Eldon Atherton|Atherton, Lewis E]], ''The Cattle Kings'' (1961), is an influential interpretive study</ref><ref>For a brief survey and bibliography see {{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=YoV-k7VcyZ0C|título=Westward Expansion: A History of the American Frontier|ultimo=Billington|primeiro=Ray Allen|ultimo2=Ridge|primeiro2=Martin|editora=U. of New Mexico Press|ano=2001|páginas=611–628, 837–842|isbn=978-0826319814}}</ref> Os pecuaristas espanhóis introduziram a pecuária e o gado longhorn no sudoeste no século XVII, e os homens que trabalhavam nas fazendas, chamados de "vaqueros", foram os primeiros "cowboys" no Oeste. Após a Guerra Civil, os fazendeiros do Texas criaram grandes rebanhos de gado longhorn. As estações ferroviárias mais próximas ficavam a 800 ou mais milhas (1300+ km) ao norte em Kansas (Abilene, Kansas City, Dodge City e Wichita). Assim, uma vez engordados, os fazendeiros e seus vaqueiros conduziram os rebanhos para o norte, ao longo das trilhas Western, Chisholm e Shawnee. O gado foi enviado para Chicago, St. Louis e pontos ao leste para abate e consumo nas cidades de rápido crescimento. A [[Trilha Chisholm]], traçada pelo pecuarista Joseph McCoy ao longo de uma antiga trilha marcada por Jesse Chisholm, era a principal artéria do comércio de gado, transportando mais de 1,5 milhões de cabeças de gado entre 1867 e 1871 ao longo das {{Convert|800|mi|km}} do sul do Texas até [[Abilene (Kansas)|Abilene, Kansas]]. As longas viagens eram traiçoeiras, especialmente atravessando águas como o Brazos e o [[Rio Vermelho do Sul|Rio Vermelho]] e quando tinham que se defender de nativos e ladrões que procuravam fugir com seu gado. Uma viagem típica levaria de três a quatro meses e conteria duas milhas (3 km) de gado seis lado a lado. Apesar dos riscos, uma campanha bem-sucedida revelou-se muito lucrativa para todos os envolvidos, já que o preço de um novilho era de US$ 4 no Texas e US$ 40 no Leste.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=aveRrVPqc0UC&pg=PA257|título=Shovel of Stars: The Making of the American West 1800 to the Present|ultimo=Morgan|primeiro=Ted|editora=Simon and Schuster|ano=1996|isbn=978-0684814926}}</ref>

Nas décadas de 1870 e 1880, as fazendas de gado expandiram-se mais ao norte para novas pastagens e substituíram os rebanhos de bisões em Wyoming, Montana, Colorado, Nebraska e no território de Dakota, usando os trilhos para enviar navios para ambas as costas. Muitas das maiores fazendas pertenciam a financiadores escoceses e ingleses. A maior fazenda de gado de todo o Oeste pertencia ao americano John W. Iliff, "rei do gado das planícies", operando no Colorado e Wyoming.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=RicRyr47FMgC&pg=PT23|título=The Americans: The Democratic Experience|ultimo=Boorstin|primeiro=Daniel|editora=Random House|ano=1974|isbn=978-0307756497}}</ref> Gradualmente, os longhorns foram substituídos pelas raças britânicas [[Hereford (gado)|Hereford]] e [[Angus (raça bovina)|Angus]], introduzidas por colonos do Noroeste. Embora menos resistentes e mais propensas a doenças, essas raças produziam carne bovina com melhor sabor e amadureciam mais rapidamente.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=_08YPVPGE_MC&pg=PA227|título=The Cowboy Encyclopedia|ultimo=Slatta|primeiro=Richard W.|editora=W. W. Norton|ano=1996|isbn=978-0393314731}}</ref>

O financiamento para a indústria pecuária veio em grande parte de fontes britânicas, à medida que os investidores europeus se empenhavam numa extravagância especulativa - uma "bolha". Graham conclui que a mania foi fundada em oportunidades genuínas, bem como em "exagero, credulidade, comunicações inadequadas, desonestidade e incompetência". Um inverno rigoroso engolfou as planícies no final de 1886 e até meados de 1887, prendendo a grama da pradaria sob o gelo e a neve com crostas que os rebanhos famintos não conseguiam penetrar. Os britânicos perderam a maior parte do seu dinheiro – tal como fizeram investidores orientais como [[Theodore Roosevelt]], mas os seus investimentos criaram uma grande indústria que continua a passar por períodos de expansão e recessão.<ref>{{Citar periódico |título=The Investment Boom in British-Texan Cattle Companies 1880–1885 |periódico=The Business History Review |número=4 |ultimo=Graham |primeiro=Richard |ano=1960 |paginas=421–445 |doi=10.2307/3111428 |jstor=3111428 |volume=34}}</ref>

Numa escala muito menor, o pastoreio de ovelhas era popular localmente; as ovelhas eram mais fáceis de alimentar e precisavam de menos água. No entanto, os americanos não comiam carne de carneiro. À medida que os agricultores se deslocavam para áreas abertas, a pecuária chegou ao fim e foi substituída por extensões de arame farpado onde a água, a criação, a alimentação e o pastoreio podiam ser controlados. Isto levou a “guerras de cercas” que eclodiram devido a disputas sobre os direitos da água.<ref>Everett Dick, ''Vanguards of the Frontier: A Social History of the Northern Plains and the Rocky Mountains from the Fur Traders to the Busters'' (1941) pp. 497–508.</ref><ref>{{Citar livro|título=[[Anglos and Mexicans in the Making of Texas, 1836–1986]]|ultimo=Montejano|primeiro=David|editora=[[U. of Texas Press]]|ano=1987|isbn=978-0292788077|autorlink=David Montejano}}</ref>

===== Cidades pecuaristas =====
{{Artigo principal|vt=s|Cidade pecuarista}}
Ancorando a crescente indústria pecuária das décadas de 1860 e 1870 estavam as cidades pecuárias do Kansas e do Missouri. Assim como as cidades mineiras da Califórnia e de Nevada, cidades pecuárias como [[Abilene (Kansas)|Abilene]], [[Dodge City (Kansas)|Dodge City]] e [[Ellsworth (Kansas)|Ellsworth]] experimentaram um curto período de expansão e queda que durou cerca de cinco anos. As cidades pecuárias surgiriam à medida que os especuladores de terras se precipitassem à frente de uma linha ferroviária proposta e construíssem uma cidade e os serviços de apoio atraentes para os pecuaristas e os vaqueiros. Se as ferrovias obedecessem, as novas pastagens e a cidade de apoio garantiriam o comércio de gado. No entanto, ao contrário das cidades mineiras que em muitos casos se tornaram [[Cidade-fantasma|cidades fantasmas]] e deixaram de existir após o esgotamento do minério, as cidades pecuárias muitas vezes evoluíram da pecuária para a agricultura e continuaram depois de as pastagens se esgotarem.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=t15L9AfXlPcC&pg=PA131|título=The Cattle Towns|ultimo=Dykstra|primeiro=Robert R.|editora=University of Nebraska Press|ano=1983|isbn=978-0803265615}}</ref>

=== Conservação e ambientalismo ===
{{Artigo principal|vt=s|Rebelião de Sagebrush}}
[[Imagem:TR-Enviro.JPG|miniaturadaimagem|O cartoon editorial de 1908 do presidente [[Theodore Roosevelt]] apresenta sua personalidade de cowboy e sua cruzada pela conservação.]]
A preocupação com a proteção do meio ambiente tornou-se uma questão nova no final do século XIX, opondo diferentes interesses. Por um lado estavam as empresas madeireiras e carboníferas que apelavam à [[Explotação de recursos naturais|exploração máxima dos recursos naturais]] para maximizar o emprego, o crescimento económico e o seu próprio lucro.<ref>Char Miller, ''Gifford Pinchot and the making of modern environmentalism'' (2001) p.&nbsp;4</ref>

No centro estavam os [[Conservacionismo|conservacionistas]], liderados por [[Theodore Roosevelt]] e sua coalizão de praticantes de atividades ao ar livre, esportistas, observadores de pássaros e cientistas. Eles queriam reduzir o desperdício; enfatizou o valor da beleza natural para o turismo e da ampla vida selvagem para os caçadores; e argumentou que uma gestão cuidadosa não só melhoraria estes objectivos, mas também aumentaria os benefícios económicos a longo prazo para a sociedade através da colheita planeada e da protecção ambiental. Roosevelt trabalhou toda a sua carreira para colocar a questão no topo da agenda nacional. Ele estava profundamente comprometido com a conservação dos recursos naturais. Ele trabalhou em estreita colaboração com [[Gifford Pinchot]] e usou a [[Lei de Recuperação de Newlands]] de 1902 para promover a construção federal de barragens para irrigar pequenas fazendas e colocou 230 milhões de acres (360.000 mi{{Exp|2}} ou 930.000 km{{Exp|2}}) sob proteção federal. Roosevelt reservou mais terras federais, [[Parque nacional|parques nacionais]] e [[Reserva natural|reservas naturais]] do que todos os seus antecessores juntos.<ref>Douglas G. Brinkley, ''The Wilderness Warrior: Theodore Roosevelt and the Crusade for America'' (2010)</ref>

Roosevelt explicou sua posição em 1910:<blockquote>Conservação significa tanto desenvolvimento quanto proteção. Reconheço o direito e o dever desta geração de desenvolver e utilizar os recursos naturais da nossa terra, mas não reconheço o direito de desperdiçá-los, ou de roubar, através de um uso desperdiçado, as gerações que virão depois de nós.<ref>W. Todd Benson, ''President Theodore Roosevelt's Conservation Legacy'' (2003) p.&nbsp;25</ref></blockquote>O terceiro elemento, inicialmente mais pequeno, mas que cresceu rapidamente depois de 1870, foram os ambientalistas que honraram a natureza por si mesma e rejeitaram o objectivo de maximizar os benefícios humanos. Seu líder era [[John Muir]] (1838–1914), um autor amplamente lido, naturalista e pioneiro defensor da preservação da natureza selvagem por si só, e fundador do [[Sierra Club]]. Muir, um escocês-americano radicado na Califórnia, começou em 1889 a organizar apoio para preservar as [[Sequoiadendron giganteum|sequóias]] no [[Vale de Yosemite]]; O Congresso aprovou o projeto de lei do [[Parque Nacional de Yosemite]] (1890). Em 1897, o presidente [[Grover Cleveland]] criou treze florestas protegidas, mas os interesses madeireiros fizeram o Congresso cancelar a mudança. Muir, assumindo a personalidade de um profeta do Antigo Testamento,<ref>Dennis C. Williams, ''God's wilds: John Muir's vision of nature'' (2002) p.&nbsp;134</ref> fez uma cruzada contra o madeireiro, retratando-o como uma disputa "entre a justiça da paisagem e o diabo".<ref>Robert L. Dorman, ''A word for nature: four pioneering environmental advocates, 1845–1913'' (1998) p.&nbsp;159</ref> Um mestre publicitário, os artigos da revista Muir, no ''[[Harper's Weekly]]'' (5 de junho de 1897) e no ''[[The Atlantic|Atlantic Monthly]]'' mudaram a maré do sentimento público.<ref>John Muir, [http://digital.library.cornell.edu/cgi/t/text/text-idx?c=atla;idno=atla0080-2 "The American Forests"]</ref> Ele mobilizou a opinião pública para apoiar o programa de Roosevelt de reservar monumentos nacionais, reservas florestais nacionais e parques nacionais. No entanto, Muir rompeu com Roosevelt e especialmente com o presidente [[William Howard Taft]] na barragem [[Vale de Hetch Hetchy|Hetch Hetchy]], que foi construída no Parque Nacional de Yosemite para fornecer água a São Francisco. O biógrafo [[Donald Worster]] diz: “Salvar a alma americana de uma rendição total ao materialismo foi a causa pela qual ele lutou”.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=YuAsAQAAMAAJ|título=A Passion for Nature: The Life of John Muir|ultimo=Worster|primeiro=Donald|editora=Oxford U. Press|ano=2008|isbn=978-0195166828}}</ref>

==== Búfalo ====
{{Mais informações|Bisão-americano|Conservação do Bisão-americano}}
[[Imagem:Alfred_Jacob_Miller_-_Wounded_Buffalo_-_Walters_37194056.jpg|miniaturadaimagem|''Wounded buffalo'', de [[Alfred Jacob Miller]]]]
A ascensão da indústria pecuária e do vaqueiro está diretamente ligada ao desaparecimento dos enormes rebanhos de bisões - geralmente chamados de "búfalos". Depois de numerar mais de 25 milhões nas [[Grandes Planícies]], os rebanhos herbívoros eram um recurso animal vital para os [[Índios das Planícies|índios das planícies]], fornecendo comida, peles para roupas e abrigo, e ossos para implementos. A perda de habitat, as doenças e a caça excessiva reduziram continuamente os rebanhos ao longo do século XIX, ao ponto de quase extinção. Os últimos 10-15 milhões morreram na década de 1872-1883; apenas 100 sobreviveram.<ref>M. Scott Taylor, "Buffalo Hunt: International Trade and the Virtual Extinction of the North American Bison", ''[[American Economic Review]]'', (Dec 2011) 101#7 pp.&nbsp;3162–3195</ref> As tribos que dependiam dos búfalos não tiveram outra escolha senão aceitar a oferta do governo de reservas, onde o governo as alimentaria e abasteceria. Os [[Conservacionismo|conservacionistas]] fundaram a [[American Bison Society]] em 1905; pressionou o Congresso para estabelecer rebanhos públicos de bisões. Vários parques nacionais nos EUA e no Canadá foram criados, em parte para fornecer um santuário para bisões e outros animais selvagens de grande porte.<ref>{{Citar periódico |título=A Bison Conservation History in the U.S. National Parks |data=2006 |periódico=[[Journal of the West]] |número=2 |ultimo=Plumb |primeiro=Glenn E. |ultimo2=Sucec |primeiro2=Rosemary |paginas=22–28 |citeseerx=10.1.1.470.4476 |volume=45}}</ref> A população de bisões atingiu 500.000 em 2003.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.researchgate.net/publication/237633250 |título=A Brief Review of the Status of Plains Bison in North America |data=2006 |periódico=Journal of the West |número=2 |ultimo=Boyd |primeiro=Delaney P. |ultimo2=Gates |primeiro2=C. Cormack |paginas=15–21 |volume=45}}</ref>
[[Imagem:Distribution_of_US_Rural_Population_during_1910.pdf|miniaturadaimagem|Mapa do [[Censo dos Estados Unidos de 1910|censo dos EUA de 1910]] mostrando a extensão restante da fronteira americana]]

=== Fim da fronteira americana ===
Após o [[Censo dos Estados Unidos de 1890|censo dos EUA de 1890]], o superintendente anunciou que não havia mais uma linha clara de avanço da colonização e, portanto, não havia mais uma fronteira contígua no território continental dos Estados Unidos. Porém, ao examinar os resultados da [[commons:File:Distribution of US Rural Population during 1900.pdf|distribuição da população]] do [[Censo dos Estados Unidos de 1900|censo dos EUA de 1900]], a linha de fronteira contígua permanece. Mas, de acordo com o [[Censo dos Estados Unidos de 1910|censo dos EUA de 1910]], apenas zonas da fronteira permanecem sem uma linha clara para oeste, permitindo viajar através do continente sem nunca cruzar uma linha de fronteira.

Terras agrícolas virgens eram cada vez mais difíceis de encontrar depois de 1890 – embora as ferrovias anunciassem algumas no leste de Montana. Bicha mostra que quase 600.000 agricultores americanos procuraram terras baratas mudando-se para a [[Pradarias canadenses|fronteira das pradarias no oeste canadense]] de 1897 a 1914. No entanto, cerca de dois terços deles ficaram desiludidos e regressaram aos EUA.<ref name="Murdoch">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=8OkTAAAAYAAJ&q=no%20other%20nation%20has%20taken%20a%20time%20and%20a%20place%20from%20its%20past|título=The American West: The Invention of a Myth|ultimo=Murdoch|primeiro=David|editora=[[University of Nevada Press]]|ano=2001|localização=Reno|isbn=978-0874173697}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=The Plains Farmer and the Prairie Province Frontier, 1897–1914 |periódico=Proceedings of the American Philosophical Society |número=6 |ultimo=Bicha |primeiro=Karel Denis |ano=1965 |paginas=398–440 |jstor=986139 |volume=109}}</ref> Apesar disso, os homesteaders reivindicaram mais terras nas primeiras duas décadas do século XX do que no século XIX. Os [[Homestead Act]]s e a proliferação de ferrovias são frequentemente considerados factores importantes na redução da fronteira, ao trazerem de forma eficiente os colonos e a infra-estrutura necessária.<ref>{{Citar web|url=https://www.americanheritage.com/how-railroads-forever-changed-frontier|titulo=How Railroads Forever Changed the Frontier {{!}} American Heritage|acessodata=10 ago 2021|website=www.americanheritage.com}}</ref> O aumento do tamanho das concessões de terras de 160 para 320 acres em [[Homestead Act|1909]] e depois das pastagens para 640 acres em [[Lei de Homestead de Aumento de Estoque|1916]] acelerou esse processo.<ref name=":22">{{Citar livro|url=http://archive.org/details/oxfordhistoryofa00clyd|título=The Oxford history of the American West|ultimo=Milner|primeiro=Clyde A.|ultimo2=O'Connor|primeiro2=Carol A.|ultimo3=Sandweiss|primeiro3=Martha A.|data=1994|editora=Oxford University Press|localização=New York|páginas=472|isbn=978-0195059687}}</ref> O arame farpado também visa reduzir o alcance aberto tradicional. Além disso, a crescente adoção de automóveis e sua necessária rede de estradas adequadas, primeiro subsidiada pelo governo federal pela [[Lei Rodoviária de Ajuda Federal de 1916|Lei de Ajuda Rodoviária Federal de 1916]], solidificou o fim da fronteira.<ref>{{Citar web|url=https://www.okhistory.org/publications/enc/entry.php?entry=BA016|titulo=Barbed Wire {{!}} The Encyclopedia of Oklahoma History and Culture|acessodata=10 ago 2021|website=www.okhistory.org}}</ref><ref>{{Citar livro|url=http://archive.org/details/oxfordhistoryofa00clyd|título=The Oxford history of the American West|ultimo=Milner|primeiro=Clyde A.|ultimo2=O'Connor|primeiro2=Carol A.|ultimo3=Sandweiss|primeiro3=Martha A.|data=1994|editora=Oxford University Press|localização=New York|isbn=978-0195059687}}</ref>

A admissão de Oklahoma como estado em 1907, após a combinação do [[Território de Oklahoma]] e do último [[Território indígena|Território Indígena]] remanescente, e dos territórios do Arizona e do Novo México como estados em 1912, marca o fim da história da fronteira para muitos estudiosos. Porém, devido às suas [[Censo dos Estados Unidos de 1910|populações baixas e desiguais durante este período]], o território fronteiriço permaneceu entretanto. É claro que alguns episódios típicos de fronteira ainda aconteceram, como o [[Assalto a diligência de Jarbidge|último roubo de diligência]] ocorrido na fronteira restante de Nevada em dezembro de 1916. Um período conhecido como "A Guerra Civil Ocidental de Incorporação", que muitas vezes foi violento, durou de 1850 a 1919.

A [[Revolução Mexicana]] também levou a um conflito significativo que atravessou a fronteira entre os EUA e o México, que ainda estava principalmente dentro do território fronteiriço, conhecido como [[Guerra de Fronteira (1910–1919)|Guerra da Fronteira Mexicana]] (1910-1919).<ref>{{Citation|título=Illustrations: Population|data=julho de 1914|url=https://fraser.stlouisfed.org/title/statistical-atlas-united-states-74/illustrations-population-492434|periódico=Statistical Atlas of the United States|others=United States. Bureau of the Census|series=Statistical Atlas of the United States, 1910|acessodata=10 ago 2021}}</ref> Os pontos críticos incluíram a [[Batalha de Columbus|Batalha de Colombo]] (1916) e a [[Expedição Pancho Villa|Expedição Punitiva]] (1916–1917). A [[Guerra dos Bandidos]] (1915–1919) envolveu ataques direcionados contra colonos texanos.<ref>{{Citar web|url=https://www.tshaonline.org/handbook/entries/plan-of-san-diego|titulo=TSHA {{!}} Plan of San Diego|acessodata=9 ago 2021|website=www.tshaonline.org}}</ref> Além disso, escaramuças envolvendo nativos aconteceram tão tarde quanto a [[Guerra do Blefe]] (1914–1915) e a [[Guerra Posey]] (1923).<ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.uen.org/utah_history_encyclopedia/p/POSEY_WAR.shtml|titulo=Utah History Encyclopedia|acessodata=14 fev 2020|website=www.uen.org}}</ref><ref name=":1">{{Citar web|url=http://www.hood.army.mil/4id_1-10cavalrysquadron/sqdrnhist.htm|titulo=Squadron History|data=19 abr 2005|acessodata=14 fev 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20050419173045/http://www.hood.army.mil/4id_1-10cavalrysquadron/sqdrnhist.htm|arquivodata=19 abr 2005}}</ref>

O Alasca não foi [[Lei do Estado do Alasca|admitido como estado até 1959]]. O espírito e o enredo da “fronteira americana” haviam chegado ao fim.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=9LVzRxYMIOMC&pg=PA17|título=The Coming of the Frontier Press: How the West Was Really Won|ultimo=Cloud|primeiro=Barbara|editora=Northwestern University Press|ano=2008|páginas=17–18|isbn=978-0810125087}}</ref>

== Povo da fronteira americana ==
=== Cowboys ===
{{Artigo principal|Cowboy}}
[[Imagem:A cowboy-LCCN2008678055.jpg|miniaturadaimagem|305x305px|Um típico cowboy americano {{Circa|1898-1905}}]]
No centro do mito e da realidade do Oeste está o [[cowboy]] americano. Na verdade, a vida de um cowboy era difícil e girava em torno de duas rondas anuais, na primavera e no outono, as subsequentes idas ao mercado e o tempo livre nas cidades pecuárias, gastando o dinheiro suado em comida, roupas, armas de fogo, jogos de azar e prostituição. Durante o inverno, muitos vaqueiros alugavam-se em fazendas próximas às cidades pecuárias, onde reparavam e mantinham equipamentos e edifícios. Trabalhar o gado não era apenas um trabalho rotineiro, mas também um estilo de vida que exultava na liberdade do ar livre a cavalo.<ref>{{Citar web|ultimo=Wishart|primeiro=David J.|url=http://plainshumanities.unl.edu/encyclopedia/doc/egp.ii.015|titulo=Cowboy Culture|publicado=Encyclopedia of the Great Plains}}</ref> Longas viagens contrataram um vaqueiro por cerca de 250 cabeças de gado.<ref name="Howard R. Lamar 1977, p. 269">Howard R. Lamar (1977), p.&nbsp;269</ref> Os bares eram onipresentes (fora do Mormonismo), mas na trilha os cowboys eram proibidos de beber álcool.<ref>Raymond B. Wrabley, Jr., "Drunk Driving or Dry Run? Cowboys and Alcohol on the Cattle Trail". ''Kansas History'' (2007) 30#1 pp.&nbsp;36–51 [http://www.kshs.org/p/kansas-history-spring-2007/12433 online]</ref> Freqüentemente, os vaqueiros contratados eram treinados e conhecedores de seu ofício, como pastorear, pecuária e proteger o gado.<ref name="Don">Don Rickey, Jr., ''$10 Horse, $40 Saddle: Cowboy Clothing, Arms, Tools and Horse Gear of the 1880s'' (The Old Army Press, 1976), pp.&nbsp;62–90, {{ISBN|0803289774}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Livingston|primeiro=Phil|url=http://www.americancowboy.com/article/history-vaquero|titulo=The History of the Vaquero|data=9 de julho de 2012|publicado=American Cowboy}}</ref> Para proteger seu rebanho de animais selvagens, nativos hostis e ladrões, os cowboys carregavam consigo seu armamento icônico, como a [[faca Bowie]], o laço, o chicote, revólveres, rifles e espingardas.<ref name="Sarah">Carter, Sarah, ''Cowboys, Ranchers and the Cattle Business: Cross-Border Perspectives on Ranching History'', Univ Pr of Colorado (2000) p.&nbsp;95.</ref><ref name="Don" />

Muitos dos cowboys eram veteranos da Guerra Civil; um grupo diversificado, incluía negros, hispânicos, nativos americanos e imigrantes de muitas terras.<ref>Russell Freedman, ''Cowboys of the Wild West'' (1985) p.&nbsp;103 {{ISBN|0590475657}}</ref> Os primeiros cowboys do Texas aprenderam seu ofício, adaptaram suas roupas e adotaram o jargão dos vaqueros ou "buckaroos" mexicanos, herdeiros dos pecuaristas espanhóis do centro-sul da Espanha. Chaps, as pesadas calças protetoras de couro usadas pelos cowboys, receberam o nome do espanhol "chaparreras", e o laço, ou corda, foi derivado de "la reata". Todas as roupas distintas do cowboy - botas, selas, chapéus, calças, polainas, capas impermeáveis, bandanas, luvas e camisas sem gola - eram práticas e adaptáveis, projetadas para proteção e conforto. O chapéu de cowboy rapidamente desenvolveu a capacidade, mesmo nos primeiros anos, de identificar quem o usava como alguém associado ao Oeste; passou a simbolizar a fronteira.<ref>William Reynolds, and Rich Rand, ''The Cowboy Hat book'' (1995) p.&nbsp;10 {{ISBN|0879056568}}</ref> A moda mais duradoura adaptada do cowboy, popular hoje em quase todo o mundo, são os "blue jeans", originalmente feitos pela [[Levi Strauss]] para os mineiros em 1850.<ref>Howard R. Lamar (1977), p.&nbsp;272</ref>

Antes de um passeio, as funções do vaqueiro incluíam passear pelo campo e reunir o gado disperso. O melhor gado seria selecionado, amarrado e marcado, e a maior parte do gado macho era castrado. O gado também precisava ser descornado, examinado e tratado para detectar infecções. Nas longas viagens, os vaqueiros tinham que manter o gado em movimento e alinhado. O gado tinha que ser vigiado dia e noite, pois era propenso a debandadas e extravios. Ao acampar todas as noites, os cowboys costumavam cantar para o rebanho para mantê-los calmos.<ref>{{Citar web|ultimo=Sherwin|primeiro=Wylie Grant|url=http://www.wyomingstories.com/Stories/Why%20Cowboys%20Sing.pdf|titulo=Why Cowboys Sing?|publicado=Wyoming Stories}}</ref> A jornada de trabalho geralmente durava quatorze horas, com apenas seis horas de sono. Foi um trabalho cansativo e empoeirado, com apenas alguns minutos de relaxamento antes e no final de um longo dia. Na trilha, beber, jogar e brigar eram frequentemente proibidos e multados, e às vezes xingamentos também. Era um trabalho monótono e chato, com comida a condizer: bacon, feijão, pão, café, frutos secos e batatas. Em média, os cowboys ganhavam de US$ 30 a US$ 40 por mês. Por causa do pesado desgaste físico e emocional, era incomum um cowboy passar mais de sete anos no campo.<ref>Howard R. Lamar (1977), pp.&nbsp;268–270</ref> À medida que a pecuária ao ar livre e as longas viagens deram lugar a fazendas cercadas na década de 1880, na década de 1890 os dias de glória do cowboy chegaram ao fim e os mitos sobre o cowboy de "vida livre" começaram a surgir.<ref name="Murdoch2">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=8OkTAAAAYAAJ&q=no%20other%20nation%20has%20taken%20a%20time%20and%20a%20place%20from%20its%20past|título=The American West: The Invention of a Myth|ultimo=Murdoch|primeiro=David|editora=[[University of Nevada Press]]|ano=2001|localização=Reno|isbn=978-0874173697}}</ref><ref name="reynolds">Reynolds, William and Rich Rand, ''The Cowboy Hat book'' (1995) p.&nbsp;15 {{ISBN|0879056568}}</ref><ref>Robert M. Utley (2003), p.&nbsp;245</ref>

=== Mineiros ===
{{Artigo principal|Minerador{{!}}Mineiro}}
[[Imagem:Miners in Cerrillos Hills.png|miniaturadaimagem|249x249px|Um grupo de mineiros em Cerrillos Hills no final do século XIX]]
Em 1849, [[James W. Marshall]] estava construindo uma [[serraria]] para Sutter's Fort, às margens do [[Rio American|American River]], quando notou lascas de metal sob a roda d'água. Ele reconheceu que os flocos eram de ouro. Porém, a serraria que ele estava construindo não era dele, o que significa que quando terminasse de construir a serraria, seu cliente [[John Sutter]] também notaria. A notícia da existência de ouro no American River se espalhou rapidamente, levando a uma onda de migração para o oeste, para a Califórnia, na esperança de enriquecer. Este foi o início da [[Corrida do ouro na Califórnia|Corrida do Ouro na Califórnia]].<ref name="Time-Life Books 1976">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/2735261|título=The miners|ultimo=Time-Life Books|data=1976|editora=Time-Life Books|localização=New York|isbn=978-0809415373|oclc=2735261}}</ref> A Corrida do Ouro na Califórnia teve benefícios positivos e negativos para a América. Simultaneamente, aumentou a população da [[Califórnia]] para quase 100.000 pessoas, o que ajudou na modernização da Califórnia, mas também reduziu a população de outros estados. As suas taxas de emprego também sofreram um impacto, à medida que as pessoas deixavam os seus empregos para poderem embarcar nas suas viagens. A Corrida do Ouro na Califórnia finalmente chegou ao fim em 1855. A extração do ouro do rio era feita por [[Bateia|garimpo]]; com a maior parte da remoção de poeira normalmente feita por garimpeiros.<ref>{{Citar web|url=https://www.nps.gov/yuch/learn/historyculture/placer-mining.htm|titulo=What is Placer Gold Mining? – Yukon – Charley Rivers National Preserve (U.S. National Park Service)|acessodata=11 fev 2022|website=www.nps.gov|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.pbs.org/wgbh/americanexperience/features/goldrush-california/|titulo=The California Gold Rush|acessodata=11 fev 2022|website=American Experience|publicado=PBS|lingua=en}}</ref>

Mesmo depois da Corrida do Ouro na Califórnia, a [[mineração]] ainda era uma ocupação comum. A maioria das cidades nas montanhas provavelmente tinha uma mina. A maioria dos mineiros era pobre, pois a mineração era um trabalho que exigia muita mão-de-obra. Os mineiros usavam [[picareta]]s para explorar as montanhas. Eles extraíram ouro, [[zinco]], [[cobre]] e outros metais. Esses metais foram vendidos a lojistas e pessoas ricas em troca de moeda. Os mineiros recebiam um salário de US$ 1,70 por dia.<ref name="Time-Life Books 19762">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/2735261|título=The miners|ultimo=Time-Life Books|data=1976|editora=Time-Life Books|localização=New York|isbn=978-0809415373|oclc=2735261}}</ref>

Da mesma forma, outras [[Febre do ouro|corridas do ouro]] aconteceram em outros territórios à medida que outras expedições aconteciam. Eventos como a Corrida do Ouro de Black Hills no [[Território de Dakota]] seguindo a Expedição Black Hills.<ref>{{Citar web|url=https://publications.newberry.org/lewisandclark/newnation/miners/blackhills.html|titulo=Newberry Library: Lewis and Clark Exhibit|acessodata=27 de maio de 2023|website=publications.newberry.org}}</ref> Ou a Corrida do Ouro de Pike's Peak no [[Território do Nebraska|Território de Nebraska]].<ref>{{Citar web|url=http://denvergov.org/AboutDenver/history_narrative_1.asp|titulo=Denver History – The Arapaho Camp|data=13 out 2007|acessodata=27 de maio de 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20071013125031/http://denvergov.org/AboutDenver/history_narrative_1.asp|arquivodata=13 out 2007}}</ref>

=== Mulheres ===
[[Imagem:Belle_Starr_full.jpg|miniaturadaimagem|[[Belle Starr]], mulher e fora-da-lei durante a Fronteira Americana. Ela é conhecida por sua morte a tiros.]]
As leis eram menos restritivas no Oeste para as mulheres brancas. Os estados ocidentais permitiram que as mulheres [[Sufrágio|votassem]] muito antes dos estados orientais o fazerem e tinham leis de divórcio mais liberais. As mulheres das minorias não experimentaram as mesmas liberdades. As mulheres nativas foram forçadas a permanecer nas [[Reserva indígena (Estados Unidos)|reservas]], mas ainda assim tentaram manter o seu modo de vida e sustentar as suas famílias. As [[Sino-americanos|mulheres chinesas]] imigraram para trabalhar nas lavanderias, pousadas e salões dos campos de mineração. Alguns foram vendidos para trabalhar em campos de mineração pelas suas famílias empobrecidas na China. Algumas mulheres também foram forçadas a trabalhar na indústria do sexo.<ref>{{Citar revista|data=|título=Women and the Myth of the American West|url=https://time.com/3662361/women-american-west/|revista=Time|língua=en|acessodata=22 de julho de 2022}}</ref>

A principal ocupação das mulheres era cuidar da casa e criar os filhos. As tarefas incluíam cozinhar, limpar, confeccionar roupas, jardinagem e ajudar na fazenda. Às vezes, as mulheres eram as únicas operadoras das fazendas. As mulheres também eram empresárias, administrando bares, pensões, lavanderias e pousadas. As mulheres independentes ganhavam a vida através do ensino ou do trabalho sexual. Nas cidades com indústrias dominadas pelos homens, como a exploração madeireira e a mineração, o desequilíbrio de género levou a diferentes papéis para as mulheres. As mulheres eram remuneradas pelo trabalho doméstico que tradicionalmente não era remunerado.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/27555925 |título=Women's Place on the American Frontier |data=1995 |periódico=Journal of American Studies |número=2 |ultimo=Walsh |primeiro=Margaret |paginas=241–255 |doi=10.1017/S0021875800020855 |issn=0021-8758 |jstor=27555925 |volume=29}}</ref>

Algumas mulheres também ocupavam cargos predominantemente masculinos; havia [[Cowboy|vaqueiras]], [[Empresário|empresárias]], [[Pistoleiro|pistoleiras]] e [[Caçador de recompensas|caçadoras de recompensas]].<ref>{{Citar web|url=https://www.pbs.org/opb/historydetectives/feature/women-of-the-wild-west/|titulo=Women Of The Wild West|acessodata=11 fev 2022|website=History Detectives|publicado=PBS}}</ref>

As mulheres tinham menos proteção legal em comparação com os homens.<ref name="Time-Life Books 1978">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/3650104|título=The women|data=1978|editora=Time-Life Books|localização=Alexandria, Va.|isbn=0809415143|oclc=3650104}}</ref>

=== Lenhador ===
{{Artigo principal|Lenhador}}
Ser lenhador era uma ocupação que exigia muita mão-de-obra. O trabalho era uma ocupação bastante comum nesta época, à semelhança dos mineiros e [[Transporte ferroviário|ferroviários]], muitas pessoas seguiram estas carreiras, mas no final das contas era muito perigoso. Os madeireiros recebiam mais do que mineiros e ferroviários juntos, ganhando US$ 3,20 por dia.<ref>{{Citar web|url=https://www.skagitcounty.net/Departments/HistoricalSociety/GeneralStore/1887loggerswages.htm|titulo=Wages of Loggers in 1887|acessodata=11 fev 2022|website=www.skagitcounty.net}}</ref>

Para derrubar árvores, os lenhadores contavam com muitas ferramentas para auxiliá-los no processo. Para derrubar árvores, eles enviavam vários madeireiros dependendo do tamanho da árvore. A partir daí, eles usariam machados de dupla face para cortar a base da árvore. Depois que a árvore desabou, se a árvore fosse grande demais para ser cortada com os machados de dupla face, eles usariam uma serra gigantesca chamada corte transversal. Essas serras podem ter mais de 3,6 metros de comprimento.<ref>{{Citar web|url=https://www.history.co.uk/shows/ax-men/articles/history-of-logging|titulo=History of Logging|acessodata=11 fev 2022|website=Sky History TV channel|lingua=en}}</ref>

E para o transporte, eles flutuavam as toras rio abaixo (uma profissão conhecida como [[condução de toras]]) ou usavam uma carregadeira de rodas altas para levantar as toras enormes que eram amarradas com corda. Outra corda era amarrada aos [[Junta de bois|bois]], então os bois puxavam as toras para onde precisassem.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/2224738|título=The loggers|data=1976|editora=Time-Life Books|localização=New York|isbn=0809415275|oclc=2224738}}</ref>

=== Homens da fronteira ===
{{Artigo principal|Mountain Men}}
Os homens da fronteira foram os [[Exploração|exploradores]] do Velho Oeste. Em 1803, Thomas Jefferson fechou o acordo de compra da Louisiana por 15 milhões de dólares. Com as 828.000 milhas quadradas de território conquistado. Ele enviou [[Meriwether Lewis]] e [[William Clark]] junto com outros 45 homens para explorar o novo território. A expedição deles pelo [[Região Oeste (Estados Unidos)|oeste dos Estados Unidos]] se transformou na famosa Expedição Lewis e Clark. Havia muitos perigos na trilha; eles tiveram que viajar para cima, transportar e atravessar rios, sofrer ferimentos, doenças, fome e defender-se de [[Urso-cinzento|ursos pardos]] e tribos nativas americanas hostis. A expedição de Lewis e Clark ocorreu antes da era do Velho Oeste, mas foi um evento importante na história dos Estados Unidos e foi uma das principais razões pelas quais a era do Velho Oeste começou.<ref>{{Citar web|url=https://www.archives.gov/education/lessons/lewis-clark|titulo=Lewis & Clark Expedition|data=15 ago 2016|acessodata=11 fev 2022|website=National Archives|lingua=en}}</ref>

Além de Lewis e Clark, a era do Velho Oeste trouxe muitos outros homens da fronteira. Eles eram muito autossuficientes em comparação com os cidadãos normais. Eles limparam suas próprias terras, construíram seus próprios abrigos e cultivaram e procuraram alimentos. Seu estilo de vida nômade era prejudicial para a [[Economia dos Estados Unidos|economia da América]], pois o desemprego dificultava a circulação de mais dinheiro e as lojas estavam [[Falência|falindo]] por falta de clientes. Isto também causou disputas territoriais com os nativos americanos. Por exemplo, a chegada de [[Charles Bent]] ao [[Colorado]] causou a [[Revolta Taos|Revolta de Taos]]. Bent logo morreu devido a um ataque de vários guerreiros [[Índios pueblo|Pueblo]].<ref name="The frontiersmen2">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/18444521|título=The frontiersmen|data=1987|editora=Time-Life Books|localização=Alexandria, Va.|isbn=0809415453|oclc=18444521|edição=Rev}}</ref>

=== Pistoleiros ===
{{Artigo principal|Pistoleiro}}
Os nomes e façanhas dos pistoleiros ocidentais tiveram um papel importante no folclore, na ficção e no cinema americanos. Suas armas e fantasias tornaram-se brinquedos infantis para tiroteios de faz de conta.<ref name="Watts3">Linda S. Watts, ''Encyclopedia of American Folklore'' (2007) pp.&nbsp;36, 224, 252</ref> As histórias tornaram-se imensamente populares na Alemanha e em outros países europeus, que produziram seus romances e filmes sobre a fronteira americana.<ref>Christopher Frayling, ''Spaghetti Westerns: Cowboys and Europeans from Karl May to Sergio Leone'' (2006)</ref> A imagem de um Velho Oeste repleto de inúmeros tiroteios era um mito baseado em repetidos exageros. Os tiroteios reais no Velho Oeste eram mais episódicos, em vez de algo comum, mas quando os tiroteios ocorriam, a causa de cada um variava.<ref name="Neo2">{{Citar web|ultimo=Miss Cellania|url=http://www.neatorama.com/2012/06/07/the-truth-about-gunfights-in-the-old-west/|titulo=The Truth About Gunfights in the Old West|data=7 de junho de 2012|publicado=Neatorama}} June 7, 2012</ref> Alguns foram simplesmente o resultado do calor do momento, enquanto outros foram rixas de longa data ou entre bandidos e homens da lei. Embora principalmente romantizado, houve casos de "empate rápido" que ocorreram, embora raramente, como o [[Duelo Wild Bill Hickok – Davis Tutt]] e o [[Duelo Luke Short – Jim Courtright|duelo entre Luke Short e Jim Courtright]].<ref name="Dope2">{{Citar web|ultimo=Adams|primeiro=Cecil|url=http://www.straightdope.com/columns/read/2514/did-western-gunfighters-really-face-off-one-on-one|titulo=Did Western gunfighters face off one-on-one?|data=25 de junho de 2004|acessodata=4 out 2014|publicado=Straight Dope}} June 25, 2004</ref> Duelos fatais foram travados para defender a honra pessoal no Oeste.<ref>Roger D. McGrath, "A Violent Birth: Disorder, Crime, and Law Enforcement, 1849–1890", ''California History'', (2003) 81#3 pp.&nbsp;27–73</ref><ref name="jesse_mullins2">{{Citar web|ultimo=|primeiro=|url=https://books.google.com/books?id=3uoCAAAAMBAJ&pg=PA36|titulo=American Cowboy|data=1 de maio de 1994|publicado=Active Interest Media, Inc.|via=Google Books}}</ref> Os mais notáveis e conhecidos ocorreram no Arizona, Novo México, Kansas, Oklahoma e Texas. Para evitar tiroteios, cidades como [[Dodge City (Kansas)|Dodge City]] e [[Tombstone (Arizona)|Tombstone]] proibiram armas de fogo na cidade.

=== Lugares aculturados ===
==== Oeste Espanhol ====
Em 1848, quando os EUA venceram a [[Guerra Mexicano-Americana]], ganharam sete novos territórios: [[Califórnia]], [[Arizona]], [[Novo México]], [[Texas]], [[Colorado]], [[Nevada]] e [[Utah]]. Esta foi uma das principais causas da era do Velho Oeste. Quando as pessoas se mudaram para as [[Badlands|terras áridas]] subdesenvolvidas, uma cultura pura foi desenvolvida na América Ocidental. A cultura de [[Sonora]] também foi aculturada ao Velho Oeste.<ref>{{Citar web|url=https://www.archives.gov/education/lessons/guadalupe-hidalgo|titulo=The Treaty of Guadalupe Hidalgo|data=15 ago 2016|acessodata=11 fev 2022|website=National Archives|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/11231455|título=The Spanish west|ultimo=Time-Life Books|data=1979|editora=Time-Life Books|localização=Alexandria, Va.|isbn=080941533X|oclc=11231455|edição=Rev}}</ref>

==== Canadenses ====
{{Artigo principal|Corrida do Ouro de Klondike}}
Em 13 de junho de 1898, a Lei do Território de Yukon criou [[Yukon]] como um território canadense separado. Uma das cidades mais importantes da trilha, [[Dawson City]], dava aos garimpeiros acesso às [[mina de ouro|minas de ouro]]. causando a [[Corrida do Ouro de Klondike]].<ref>{{Citar web|url=https://www.nps.gov/articles/klgo-death.htm|titulo=Rushing to the Grave (U.S. National Park Service)|acessodata=11 fev 2022|website=www.nps.gov|lingua=en}}</ref> A [[Trilha Klondike]] era um lugar perigoso; muitos [[Vida selvagem|animais silvestres]] atacaram os garimpeiros e [[doença contagiosa|doenças contagiosas]] se espalharam pela trilha.<ref>{{Citar web|url=https://postalmuseum.si.edu/exhibition/as-precious-as-gold-stories-from-the-gold-rush/starvation-and-disease|titulo=Starvation and Disease {{!}} National Postal Museum|acessodata=11 fev 2022|website=postalmuseum.si.edu|lingua=en}}</ref> No total, mais de 1.000 morreram na trilha por diversas causas.<ref name="The frontiersmen">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/18444521|título=The frontiersmen|data=1987|editora=Time-Life Books|localização=Alexandria, Va.|isbn=0809415453|oclc=18444521|edição=Rev}}</ref>

== Fronteira americana na cultura popular ==
[[Imagem:Buffalo_bill_wild_west_show_c1899.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Pôster de um show do Velho Oeste ''de [[Buffalo Bill]]'']]
A exploração, colonização, exploração e conflitos do "Velho Oeste Americano" formam uma tapeçaria única de eventos, que tem sido celebrada tanto por americanos como por estrangeiros - na arte, música, dança, romances, revistas, contos, poesia, teatro, videogames, filmes, rádio, televisão, música e tradição oral - que continua na era moderna.<ref>Richard W. Slatta, "Making and unmaking myths of the American frontier", ''European Journal of American Culture'' (2010) 29#2 pp.&nbsp;81–92</ref> Beth E. Levy argumenta que o Oeste físico e mitológico inspirou os compositores [[Aaron Copland]], [[Roy Harris]], [[Virgil Thomson]], [[Charles Wakefield Cadman]] e [[Arthur Farwell]].<ref>Beth E. Levy, ''Frontier Figures: American Music and the Mythology of the American West'' (University of California Press; 2012)</ref>

Os temas religiosos inspiraram muitos ambientalistas ao contemplarem o Oeste imaculado antes que os homens da fronteira violassem a sua espiritualidade.<ref>Thomas Dunlap, ''Faith in Nature: Environmentalism as Religious Quest'' (2005) [https://www.amazon.com/Faith-Nature-Environmentalism-Weyerhaeuser-Environmental/dp/0295985569/ excerpt]</ref> Na verdade, como demonstrou o historiador [[William Cronon]], o conceito de "deserto" era altamente negativo e a antítese da religiosidade antes do movimento romântico do século XIX.<ref>William Cronon, "The Trouble with Wilderness; or, Getting Back to the Wrong Nature" in William Cronon, ed., ''Uncommon Ground: Rethinking the Human Place in Nature'' (1995) pp. 69–90 [http://www.williamcronon.net/writing/Trouble_with_Wilderness_Main.html online]</ref>

A [[Tese da Fronteira]] do historiador [[Frederick Jackson Turner]], proclamada em 1893,<ref>See [http://xroads.virginia.edu/~HYPER/TURNER/ The Frontier In American History] the original 1893 essay by Turner</ref> estabeleceu as principais linhas da historiografia que moldaram os estudos por três ou quatro gerações e apareceram nos livros didáticos usados por praticamente todos os estudantes americanos.<ref>Roger L. Nichols, ed. ''American Frontier and Western Issues: An Historiographical Review'' (1986), essays by 14 scholars</ref>

=== Popularizando a tradição western ===
A mitologização do Oeste começou com shows de menestréis e música popular na década de 1840. Durante o mesmo período, [[P. T. Barnum]] apresentou chefes nativos, danças e outras exposições do Velho Oeste em seus museus. No entanto, a conscientização em grande escala disparou quando o [[Dime novel|romance barato]] apareceu em 1859, sendo o primeiro ''Malaeska, the Indian Wife of the White Hunter''.<ref>Robert M. Utley (2003), p.&nbsp;253</ref> Ao simplificar a realidade e exagerar grosseiramente a verdade, os romances captaram a atenção do público com contos sensacionais de violência e heroísmo e fixaram na mente do público imagens estereotipadas de heróis e vilões - cowboys corajosos e nativos selvagens, homens da lei virtuosos e bandidos implacáveis, colonos corajosos e pecuaristas predadores. Milhões de cópias e milhares de títulos foram vendidos. Os romances dependiam de uma série de fórmulas literárias previsíveis que apelavam ao gosto das massas e muitas vezes eram escritos em poucos dias. O mais bem-sucedido de todos os romances baratos foi ''Seth Jones'' (1860), de Edward S. Ellis. As histórias de [[Ned Buntline]] glamorizaram [[Buffalo Bill|Buffalo Bill Cody]], e [[Edward Lytton Wheeler|Edward L. Wheeler]] criou "[[Deadwood Dick]]" e "Hurricane Nell" enquanto apresentava [[Jane Calamidade|Calamity Jane]].<ref>Howard R. Lamar (1977), pp.&nbsp;303–304</ref>

Buffalo Bill Cody foi o mais eficaz divulgador do Velho Oeste nos EUA e na Europa. Ele apresentou o primeiro show do "Velho Oeste" em 1883, apresentando uma recriação de batalhas famosas (especialmente Last Stand de Custer), pontaria especializada e demonstrações dramáticas de equitação por cowboys e nativos, bem como a certeira [[Annie Oakley]].<ref>Joy S. Kasson, ''Buffalo Bill's Wild West: Celebrity, Memory, and Popular History'' (2000)</ref>

Escritores e artistas de elite orientais do final do século 19 promoveram e celebraram a tradição ocidental.<ref name="Christine Bold 2013">Christine Bold, ''The Frontier Club: Popular Westerns and Cultural Power, 1880–1924'' (2013)</ref> [[Theodore Roosevelt]], usando seu chapéu de historiador, explorador, caçador, fazendeiro e naturalista, foi especialmente produtivo.<ref>G. Edward White, ''The Eastern Establishment and the Western Experience: The West of Frederic Remington, Theodore Roosevelt, and Owen Wister'' (2012).</ref> Seu trabalho apareceu em revistas nacionais de luxo, como ''[[Harper's Weekly]],'' com ilustrações dos artistas [[Frederic Remington]], [[Charles Marion Russell|Charles M. Russell]] e outros. Os leitores compravam histórias cheias de ação de escritores como [[Owen Wister]], transmitindo imagens vívidas do Velho Oeste.<ref>Christine Bold, "The Rough Riders at Home and Abroad: Cody, Roosevelt, Remington, and the Imperialist Hero", ''Canadian Review of American Studies'' (1987) 18#3 pp.&nbsp;321–350</ref> Remington lamentou o fim de uma era que ajudou a narrar quando escreveu:<blockquote>Eu sabia que os cavaleiros selvagens e as terras vazias estavam prestes a desaparecer para sempre... Eu vi o fim vivo e respirante de três séculos americanos de fumaça, poeira e suor.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=gm0vRsG7jZ8C&pg=PA271|título=A Companion to the Literature and Culture of the American West|publicado=Wiley|editor-sobrenome=Witschi|editor-nome=Nicolas S.|isbn=978-1444396577|ano=2011|página=271}}</ref></blockquote>

=== Imagens do século XX ===
[[Imagem:SearchersPoster-BillGold.jpg|miniaturadaimagem|''[[The Searchers]]'', um filme de 1956 que retrata o conflito racial na década de 1860]]
[[Theodore Roosevelt]] escreveu muitos livros sobre o Oeste e a fronteira, e fez referências frequentes a isso como presidente.<ref>Leroy G. Dorsey, "The frontier myth in presidential rhetoric: Theodore Roosevelt's campaign for conservation" ''Western Journal of Communication'', 59:1, 1-19, DOI: 10.1080/10570319509374504</ref>

A partir do final do século XIX, as ferrovias promoveram o turismo no oeste, com visitas guiadas a locais ocidentais, especialmente parques nacionais como o [[Parque Nacional de Yellowstone]].<ref>Carlos Arnaldo Schwantes and James P. Ronda, ''The West the Railroads Made'' (2008), heavily illustrated. [[iarchive:westrailroadsmad0000schw|online]]</ref>

Tanto os turistas do Oeste como os ávidos leitores de ficção apreciaram as imagens visuais da fronteira. Depois de 1900, os filmes de faroeste forneceram os exemplos mais famosos, como nos numerosos filmes de [[John Ford]] . Ele estava especialmente apaixonado por [[Monument Valley]]. O crítico Keith Phipps diz: "suas cinco milhas quadradas [13 quilômetros quadrados] definiram o que os espectadores de décadas pensam quando imaginam o oeste americano".<ref>"[http://www.slate.com/articles/arts/dvdextras/features/2009/the_easy_rider_road_trip/monument_valley_where_peter_and_henry_fondas_careers_intersected.html The ''Easy Rider'' Road Trip]". ''[[Slate (magazine)|Slate]]'', November 17, 2009. Retrieved December 16, 2012.</ref><ref>Peter Cowie, ''John Ford and the American West'' (Harry N. Abrams, 2004).</ref><ref>Thomas J. Harvey, ''Rainbow Bridge to Monument Valley: Making the Modern Old West'' (2012)</ref> As histórias heróicas que surgiram da construção da ferrovia transcontinental em meados da década de 1860 animaram muitos romances baratos e ilustraram muitos jornais e revistas com a justaposição do ambiente tradicional com o cavalo de ferro da modernidade.<ref>Glenn Gardner Willumson, ''Iron Muse: Photographing the Transcontinental Railroad'' (2013). [https://muse.jhu.edu/article/581885 online review]</ref>

==== Imagens dos Cowboys ====
O cowboy tem sido há mais de um século uma imagem icônica americana tanto no país quanto no exterior; reconhecido mundialmente e reverenciado pelos americanos.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=or7w5UKtqS0C&pg=PR11|título=The cowboy hero: his image in American history & culture|ultimo=Savage|primeiro=William W.|editora=U. of Oklahoma Press|ano=1979|isbn=978-0806119205}}</ref>

[[Heather Cox Richardson]] defende uma dimensão política para a imagem do cowboy: <ref>Heather Cox Richardson, ''To make men free: A history of the Republican party'' (2014) p. 77</ref><blockquote>O momento do crescimento da indústria pecuária fez com que as imagens do cowboy passassem a ter um poder extraordinário. Enredados na política viciosa dos anos do pós-guerra, os Democratas, especialmente os da antiga Confederação, imaginaram o Oeste como uma terra intocada pelos políticos republicanos que odiavam. Eles desenvolveram uma imagem dos cowboys como homens que trabalhavam duro, brincavam duro, viviam de acordo com um código de honra, protegiam-se e não pediam nada ao governo. Nas mãos dos editores de jornais democratas, as realidades da vida de cowboy – a pobreza, o perigo, as horas debilitantes – tornaram-se românticas. Os cowboys personificavam virtudes que os democratas acreditavam que os republicanos estavam destruindo ao criar um governo gigante que atendia a ex-escravos preguiçosos. Na década de 1860, as movimentações de gado eram uma característica da paisagem das planícies e os democratas tinham feito dos cowboys um símbolo de independência individual, algo que insistiam que os republicanos estavam a destruir.</blockquote>Os divulgadores mais famosos da imagem incluíram o cowboy de meio período e presidente "Rough Rider" [[Theodore Roosevelt]] (1858–1919), um republicano que tornou "cowboy" sinônimo internacionalmente do americano impetuoso e agressivo. Ele foi seguido pelo trapaceiro [[Will Rogers]] (1879–1935), o principal humorista da década de 1920.

Roosevelt conceituou o pastor (cowboy) como um estágio de civilização distinto do agricultor sedentário – um tema bem expresso no sucesso de Hollywood de 1944, ''[[Oklahoma!]]'' que destaca o conflito duradouro entre cowboys e agricultores.<ref>{{Citar periódico |url=https://wesscholar.wesleyan.edu/div2facpubs/31 |título=Nostalgia and Progress: Theodore Roosevelt's Myth of the Frontier |periódico=American Quarterly |número=5 |ultimo=Slotkin |primeiro=Richard |ano=1981 |paginas=608–637 |doi=10.2307/2712805 |jstor=2712805 |volume=33}}</ref> Roosevelt argumentou que a masculinidade tipificada pelo cowboy – e as atividades ao ar livre e os esportes em geral – era essencial para que os homens americanos quisessem evitar a suavidade e a podridão produzidas por uma vida fácil na cidade.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Vh8vRr1_iykC&pg=PA125|título=Rough rider in the White House: Theodore Roosevelt and the politics of desire|ultimo=Watts|primeiro=Sarah Lyons|editora=U. of Chicago Press|ano=2003|isbn=978-0226876078}}</ref>

Will Rogers, filho de um juiz Cherokee em Oklahoma, começou com truques com cordas e passeios extravagantes, mas em 1919 descobriu que seu público estava ainda mais encantado com sua inteligência em sua representação da sabedoria do homem comum.<ref>Amy Ware, "Unexpected Cowboy, Unexpected Indian: The Case of Will Rogers", ''Ethnohistory'', (2009) 56#1 pp.&nbsp;1–34 {{DOI|10.1215/00141801-2008-034}}</ref>

Outros que contribuíram para melhorar a imagem romântica do cowboy americano incluem [[Carlos Siringo|Charles Siringo]] (1855–1928) <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Qsr7-ThlRe0C&pg=PA137|título=Charlie Siringo's West: an interpretive biography|ultimo=Lamar|primeiro=Howard|editora=U of New Mexico Press|ano=2005|páginas=137–140|isbn=978-0826336699}}</ref> e [[Andy Adams]] (1859–1935). Cowboy, detetive Pinkerton e autor de faroeste, Siringo foi o primeiro autobiógrafo autêntico de cowboys. Adams passou a década de 1880 na indústria pecuária no Texas e a década de 1890 na mineração nas Montanhas Rochosas. Quando a representação dos texanos em uma peça de 1898 indignou Adams, ele começou a escrever peças, contos e romances baseados em suas próprias experiências. Seu ''The Log of a Cowboy'' (1903) tornou-se um romance clássico sobre o negócio do gado, especialmente a movimentação do gado.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=1Ho4AAAAIAAJ&pg=PP1|título=The log of a cowboy: a narrative of the old trail days|ultimo=Adams|primeiro=Andy|editora=Houghton, Mifflin and company|ano=1903|isbn=978-1404758612}}, full text</ref> Ele descreveu uma viagem fictícia do rebanho Circle Dot do Texas a Montana em 1882 e se tornou uma fonte importante sobre a vida dos cowboys; os historiadores refizeram o seu caminho na década de 1960, confirmando a sua precisão básica. Seus escritos são aclamados e criticados pela fidelidade realista aos detalhes, por um lado, e pelas fracas qualidades literárias, por outro.<ref>Harvey L. Carter, "Retracing a Cattle Drive: Andy Adams's 'The Log of a Cowboy,'" ''Arizona & the West'' (1981) 23#4 pp.&nbsp;355–378</ref> Muitos consideram [[Rio Vermelho (filme)|''Red River'' (1948)]], dirigido por Howard Hawks e estrelado por John Wayne e Montgomery Clift, como uma autêntica representação de movimentação de gado.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=dOPU1Zu7gjwC&pg=PA304|título=John Wayne: American|ultimo=Roberts|primeiro=Randy|ultimo2=Olson|primeiro2=James Stuart|editora=University of Nebraska Press|ano=1997|isbn=0803289707}}</ref>

As habilidades únicas dos vaqueiros ganham destaque no [[rodeio]] . Tudo começou de forma organizada no Oeste na década de 1880, quando várias cidades ocidentais deram sequência a shows itinerantes do Velho Oeste e organizaram celebrações que incluíam atividades de rodeio. O estabelecimento de grandes competições de cowboys no Leste na década de 1920 levou ao crescimento dos esportes de rodeio. Cowboys de trilha que também eram conhecidos como pistoleiros como [[John Wesley Hardin]], [[Lucas Curto|Luke Short]] e outros, eram conhecidos por sua destreza, [[Saque rápido|velocidade]] e habilidade com suas pistolas e outras armas de fogo. Suas escapadas violentas e reputações transformaram-se ao longo do tempo na imagem estereotipada de violência sofrida pelo "herói cowboy".<ref name="Watts">Linda S. Watts, ''Encyclopedia of American Folklore'' (2007) pp.&nbsp;36, 224, 252</ref><ref>Jeremy Agnew, ''The Creation of the Cowboy Hero: Fiction, Film, and Fact''(McFarland, 2014) pp.&nbsp;38–40, 88. {{ISBN|978-0786478392}}</ref><ref>Robert K. DeArment, ''Deadly Dozen: Forgotten Gunfighters of the Old West, Volume 3''. (University of Oklahoma Press; 2010) p.&nbsp;82. {{ISBN|978-0806140766}}</ref>

=== Código do Oeste ===
Os historiadores do Oeste americano escreveram sobre o Oeste mítico; o oeste da literatura, da arte ocidental e das memórias compartilhadas das pessoas.<ref name="Milner MT Shared Memory">{{Citar periódico |título=The Shard Memory of Montana Pioneers |data=inverno de 1987 |periódico=Montana: The Magazine of Western History |número=1 |ultimo=Milner, II |primeiro=Clyde A. |paginas=2–13 |jstor=4519027 |volume=37}}</ref> O fenômeno é “o Oeste Imaginado”.<ref>Richard White, ''It's Your Misfortune and None of My Own'' (1991), ch. 21</ref> O "Código do Oeste" era um conjunto de leis informais não escritas e socialmente acordadas que moldavam a [[cultura cowboy]] do Velho Oeste.<ref>{{Citar web|ultimo=Weiser|primeiro=Kathy|url=http://www.legendsofamerica.com/we-codewest.html|titulo=The Code of the West|publicado=Legends of America}} January 2011</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://books.google.com/books?id=V-oCAAAAMBAJ&q=Nofziger+Lyn+2005+American+Cowboy&pg=PA33 |título=Unwritten Laws, Indelible Truths |data=março de 2005 |acessodata=18 dez 2014 |periódico=American Cowboy |ultimo=Nofziger |primeiro=Lyn |pagina=33}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.livingthecode.org./livingthecode/overview.html|titulo=An Overview|acessodata=18 dez 2014|website=Living the Code}}</ref> Com o tempo, os cowboys desenvolveram uma cultura pessoal própria, uma mistura de valores que reteve até vestígios de [[Cavalaria medieval|cavalheirismo]]. Esse trabalho perigoso em condições isoladas também gerou uma tradição de autodependência e individualismo, com grande valor atribuído à honestidade pessoal, exemplificada em canções e poesia de cowboy.<ref name="CattleKings241">[[Lewis Eldon Atherton|Atherton, Lewis E]] ''The Cattle Kings'', (University of Nebraska Press 1961) pp.&nbsp;241–262.</ref> O código também incluía o [[pistoleiro]], que às vezes seguia uma forma de código de duelo adotada do Velho Sul, para resolver disputas e duelos.<ref>Bertram Wyatt-Brown, ''Southern Honor: Ethics and Behavior in the Old South''. (Oxford University Press, 1982). pp.&nbsp;167, 350–351. {{ISBN|0195325176}}</ref><ref name="Willy">{{Citar web|url=http://www.history.com/this-day-in-history/wild-bill-hickok-fights-first-western-showdown|titulo=Wild Bill Hickok fights first western showdown|acessodata=4 out 2014|publicado=History.com}}</ref> [[Punição extrajudicial|A justiça extrajudicial]] vista durante os tempos de fronteira como [[linchamento]], [[Vigilante|vigilantismo]] e tiroteios, por sua vez popularizados pelo gênero ocidental, seria mais tarde conhecida nos tempos modernos como exemplos de ''justiça da fronteira.''<ref name="wyatt_kingseed">Wyatt Kingseed, "Teddy Roosevelt's Frontier Justice". ''American History'' 36 (2002): pp.&nbsp;22–28.</ref><ref>Ken Gonzales-Day, ''Lynching in the West: 1850–1935'' (Duke University Press, 2006). pp.&nbsp;42–43, {{ISBN|978-0822337942}}</ref>

== Historiografia ==
Dezenas de alunos de Frederick Jackson Turner tornaram-se professores em departamentos de história nos estados ocidentais e ministraram cursos na fronteira influenciados por suas ideias.<ref>Richard Etulain, ed. ''Writing Western History'' (1991)</ref> Os estudiosos desmascararam muitos dos mitos da fronteira, mas mesmo assim eles sobrevivem nas tradições comunitárias, no folclore e na ficção.<ref>Richard W. Slatta, "Making and unmaking myths of the American frontier", ''European Journal of American Culture'' (2010) 29#2 pp.&nbsp;81–92.</ref> Na década de 1970, eclodiu uma guerra de alcance historiográfico entre os estudos tradicionais de fronteira, que enfatizam a influência da fronteira em toda a história e cultura americanas, e a "[[Nova História do Oeste]]", que estreita a estrutura geográfica e temporal para se concentrar na trans- Mississippi Oeste depois de 1850. Evita a palavra “fronteira” e enfatiza a interação cultural entre a cultura branca e grupos como nativos e hispânicos. O professor de história William Weeks, da Universidade de San Diego, argumenta que nesta abordagem da "Nova História Oeste":<blockquote>É fácil dizer quem são os bandidos – eles são quase invariavelmente brancos, homens e de classe média ou melhor, enquanto os mocinhos são quase invariavelmente não-brancos, não-homens ou não-classe média.... A civilização anglo-americana....é representada como patriarcal, racista, genocida e destrutiva do meio ambiente, além de trair hipocritamente os ideais sobre os quais supostamente está construída.<ref>{{citar livro|título=A Companion to American Foreign Relations|último=Weeks|primeiro=William E.|data=2006|publicado=Blackwell|editor-sobrenome=Schulzinger|editor-nome=Robert D.|capítulo=American Expansionism, 1815–1860|isbn=978-0470999035|capítulourl=https://books.google.com/books?id=N_jk8rKq5_MC&pg=PA65|página=65}}</ref></blockquote>Em 2005, Steven Aron argumenta que os dois lados "alcançaram um equilíbrio em seus argumentos retóricos e críticas".<ref>Stephen Aron, "Convergence, California, and the Newest Western History", ''California History'' (2009) 86#4 pp.&nbsp;4–13; Aron, "What's West, What's Next", ''OAH Magazine of History'' (2005) 19#5 pp.&nbsp;22–25</ref> Desde então, porém, o campo da fronteira americana e da história regional ocidental tornou-se cada vez mais inclusivo.<ref name="WHA 2024">{{Citar web|url=https://www.westernhistory.org/2024|titulo=Western History Association – 2024 Kansas City|website=westernhistory.org}}</ref> O foco mais recente do campo foi capturado na linguagem da Chamada de Artigos de 2024 da Western History Association:<blockquote>A Western History Association já foi uma organização dominada por estudiosos brancos do sexo masculino que normalmente escreviam narrativas triunfalistas. Não somos mais essa organização. Produzimos agora estudos inovadores feitos por e sobre os membros de muitas comunidades anteriormente excluídas das histórias tradicionais de expansão. Este novo trabalho e as pessoas que o escreveram transformaram a WHA, a história do Oeste dos EUA e a profissão de forma mais ampla.<ref>{{Citar web|url=https://www.westernhistory.org/2024|titulo=Western History Association - 2024 Kansas City|acessodata=2024-05-05|website=www.westernhistory.org}}</ref></blockquote>Entretanto, a [[história ambiental]] emergiu, em grande parte, da historiografia fronteiriça, daí a sua ênfase na vida selvagem.<ref>{{Citar periódico |título=American Environmental History: The Development of a New Historical Field |periódico=Pacific Historical Review |número=3 |ultimo=White |primeiro=Richard |ano=1985 |paginas=297–335 |doi=10.2307/3639634 |jstor=3639634 |volume=54}}</ref> Ele desempenha um papel cada vez mais importante nos estudos de fronteira.<ref>Mart A. Stewart, "If John Muir Had Been an Agrarian: American Environmental History West and South", ''Environment & History'' (2005) 11#2 pp.&nbsp;139–162.</ref> Os historiadores abordaram o meio ambiente como fronteira ou regionalismo. O primeiro grupo enfatiza a atuação humana no meio ambiente; a segunda analisa a influência do meio ambiente. [[William Cronon]] argumentou que o famoso ensaio de Turner de 1893 era a história ambiental em forma embrionária. Enfatizou o vasto poder das terras livres para atrair e remodelar os colonos, fazendo uma transição da vida selvagem para a civilização.<ref>Andrew C. Isenberg, "Environment and the Nineteenth-Century West; or, Process Encounters Place". pp.&nbsp;77–92 in {{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=B3q_0ZgquK4C&pg=PA78|título=A Companion to the American West|editora=Wiley|ano=2008|editor-sobrenome=Deverell|editor-nome=William|isbn=978-1405138482}}</ref>

O jornalista [[Samuel Lubell]] viu semelhanças entre a americanização dos imigrantes na fronteira que Turner descreveu e a [[Alpinista social|ascensão social]] dos imigrantes posteriores nas grandes cidades à medida que se mudavam para bairros mais ricos. Ele comparou os efeitos da abertura da ferrovia nas terras ocidentais aos sistemas de transporte urbano e ao automóvel, e a "fome de terra" dos colonos ocidentais aos residentes pobres das cidades em busca de status social. Tal como o Partido Republicano beneficiou do apoio de “antigos” grupos de imigrantes que se estabeleceram em explorações agrícolas fronteiriças, os “novos” imigrantes urbanos formaram uma parte importante da [[Coalizão do New Deal|coligação Democrática do New Deal]] que começou com a vitória de [[Franklin D. Roosevelt|Franklin Delano Roosevelt]] nas [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1932|eleições presidenciais de 1932]].<ref name="lubell1956">{{Citar livro|título=The Future of American Politics|ultimo=Lubell|primeiro=Samuel|editora=Anchor Press|ano=1956|páginas=65–68, 82–83|ol=6193934M|edição=2nd}}</ref>

Desde a década de 1960, um centro ativo é o departamento de história da [[Universidade do Novo México]], juntamente com a University of New Mexico Press. Os principais historiadores incluem Gerald D. Nash, Donald C. Cutter, Richard N. Ellis, Richard Etulain, Ferenc Szasz, Margaret Connell-Szasz, Paul Hutton, Virginia Scharff e Samuel Truett. O departamento tem colaborado com outros departamentos e enfatiza o regionalismo do Sudoeste, as minorias do Sudoeste e a historiografia.<ref>Richard W. Etulain, "Clio's Disciples on the Rio Grande: Western History at the University of New Mexico", ''New Mexico Historical Review'' (Summer 2012) 87#3 pp.&nbsp;277–298.</ref>

== Ver também ==
'''Em geral'''

* [[Oregon-California Trails Association]]
* [[Fronteira Canadense]]
* [[Genocídio indígena nos Estados Unidos]]
* [[National Cowboy & Western Heritage Museum]]
* [[Rodeio]]
* [[Territórios dos Estados Unidos]]
* [[Linha do tempo do Velho Oeste americano]]
* [[Procurado vivo ou morto (cartaz)|Cartaz de procurado]]
* [[Região Oeste (Estados Unidos)|Oeste dos Estados Unidos]]
* [[Cultura cowboy]]
* [[Shows do Velho Oeste]]

'''Pessoas'''

* [[Pistoleiro]]
* [[Lista de bandidos do Velho Oeste americano]]
* [[Lista de cowboys e cowgirls]]
* [[Lista de homens da lei do Velho Oeste americano]]

'''Estudos'''

* ''[[Desert Magazine]]''
* ''[[Journal of the West]]''
* ''[[True West Magazine]]''
* [[Western History Association]]

'''Literatura'''

* [[Chris Enss]]: autora de não-ficção histórica que documenta as mulheres esquecidas do Velho Oeste.
* [[Zane Grey|Zane Gray]]: autor de muitos romances populares sobre o Velho Oeste
* [[Louis L'Amour]]: escritor de muitos livros ocidentais; autor de mais de 100 romances do gênero "fronteira"
* [[Karl May]]: escritor alemão mais vendido de todos os tempos, conhecido principalmente por livros de faroeste ambientados no oeste americano.
* [[Lorin Morgan-Richards]]: autora de títulos do Velho Oeste e da série The Goodbye Family.
* [[Winnetou (personagem)|Winnetou]]: herói indígiena americano de vários romances escritos por Karl May.

'''Videogames'''

* ''[[Aces & Eights: Shattered Frontier (RPG)|Aces & Eights: Shattered Frontier]]''
* ''[[Boot Hill]]''
* ''[[Deadlands]]''
* ''[[Dust Devils]]''
* ''[[Red Dead]]''
{{Referências}}

== Bibliografia ==
{{Refbegin}}

=== Pesquisas ===
* [[Ray Allen Billington|Billington, Ray Allen]], and Martin Ridge. ''Westward Expansion: A History of the American Frontier'' (5th ed. 2001); 892 pp; textbook with 160 –pp of detailed annotated bibliographies [https://archive.org/details/in.ernet.dli.2015.117611 older edition online]; also [https://archive.org/search.php?query=title%3A%28expansion%29%20AND%20creator%3A%28%20Ray%20Allen%20Billington%20%29 online 2001 abridged edition to borrow]
* [[Ray Allen Billington|Billington, Ray Allen]]. ''The Far Western frontier, 1830–1860'' (1962), Wide-ranging scholarly survey; [https://archive.org/details/farwesternfront00bill online free]
* Clark, Thomas D. ''The rampaging frontier: Manners and humors of pioneer days in the South and the middle West'' (1939).
* Deverell, William, ed. ''A Companion to the American West'' (Blackwell Companions to American History) (2004); 572 pp excerpt and text search
* Hawgood, John A. ''[[America's Western Frontiers]]'' (1st ed. 1967); 234 pp; textbook covering pre-Columbian era through the mid-twentieth century
* Heard, J. Norman. ''Handbook of the American Frontier'' (5 vol Scarecrow Press, 1987–98); Covers 1: ''The Southeastern Woodlands'', 2: ''The Northeastern Woodlands'', 3: ''The Great Plains'', 4: ''The Far West'' and vol. 5: ''Chronology, Bibliography, Index''. Compilation of Indian-white contacts & conflicts
* Hine, Robert V., and [[John Mack Faragher]]. ''The American West: A New Interpretive History'' (Yale University Press, 2000). 576 pp.; textbook
* [[Alvin M. Josephy, Jr.|Josephy, Alvin]]. ''The American heritage book of the pioneer spirit'' (1965)
* Lamar, Howard, ed. ''The New Encyclopedia of the American West'' (1998); this is a revised version of ''Reader's Encyclopedia of the American West'' ed. by Howard Lamar (1977)
* {{citar livro|último=Michno |primeiro=F. Gregory |título=Encyclopedia of Indian wars: Western battles and skirmishes 1850–1890 |ano=2009 |publicado= Mountain Press Publishing Company |local=Missoula |isbn=978-0878424689}}
* Milner, Clyde, Carol O'Connor, and Martha Sandweiss, eds. ''The Oxford History of the American West'' (1994) long essays by scholars; [https://archive.org/details/oxfordhistoryofa00clyd online free]
* Paxson, Frederic Logan. ''History of the American frontier, 1763–1893'' (1924), an old survey by leading authority; Pulitzer Prize
* Paxson, Frederic Logan. ''The Last American Frontier'' (1910) [https://archive.org/details/in.ernet.dli.2015.60021 online free]
* Snodgrass, Mary Ellen, ed. ''Settlers of the American West: The Lives of 231 Notable Pioneers'', (2015) [[McFarland & Company]], {{ISBN|978-0786497355}}
* Utley, Robert M. ''The Story of The West'' (2003)
* White, Richard. ''[[It's Your Misfortune and None of My Own|"It's Your Misfortune and None of My Own": A New History of the American West]]'' (1991), textbook focused on the post-1890 far west

=== Grandes Planícies e política de terras ===
* Gates, Paul W. "An overview of American land policy". ''Agricultural History'' (1976): 213–29. [https://www.jstor.org/stable/3741919 in JSTOR]
* Gates, Paul W. "Homesteading in the High Plains". ''Agricultural History'' (1977): 109–33. [https://www.jstor.org/stable/3741637 in JSTOR]
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=== Historiografia ===
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* {{citar livro|editor-sobrenome=Etulain|editor-nome=Richard W.|título=Writing Western History: Essays On Major Western Historians|url=https://books.google.com/books?id=ld_yGLoFxwgC&pg=PA346|ano=2002|publicado=U. of Nevada Press|isbn=978-0874175172}}
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=== Imagens e memória ===
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* Hyde, Anne Farrar. ''An American Vision: Far Western Landscape and National Culture, 1820–1920'' (New York University Press, 1993)
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* Rothman, Hal K. ''Devil's Bargains: Tourism and the Twentieth-Century American West'' (University of Kansas Press, 1998)
* {{citar livro|último=Slotkin|primeiro=Richard|título=The Fatal Environment: The Myth of the Frontier in the Age of Industrialization, 1800–1890|ano=1998|publicado=University of Oklahoma Press|autorlink=Richard Slotkin}}
* {{citar livro|último=Slotkin|primeiro=Richard|título=Gunfighter Nation: The Myth of the Frontier in Twentieth-Century America|ano=1960|publicado=University of Oklahoma Press|autorlink=Richard Slotkin}}
* {{citar livro|último=Smith|primeiro=Henry Nash|autorlink=Henry Nash Smith|título=Virgin Land: The American West as Symbol and Myth|url=https://archive.org/details/virginlandameric00smit|ano=1950|publicado=Harvard University Press|local=Cambridge}}
* {{citar livro|último=Tompkins|primeiro=Jane|título=West of Everything: The Inner Life of Westerns|url=https://archive.org/details/isbn_9780195073058|ano=1993|publicado=Oxford University Press|isbn=978-0195073058}}
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=== Fontes primárias ===
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* Watts, Edward, and David Rachels, eds. ''The First West: Writing from the American Frontier, 1776–1860'' (Oxford UP, 2002), 960 pp; primary sources excerpt and text search, long excerpts from 59 authors
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* [https://calisphere.org/exhibitions/t4/closing-frontier/ "Closing the Frontier", from U California]

=== Artigos acadêmicos ===
* [https://www.jstor.org/action/showPublication?journalCode=westhistquar Full text of all articles in ''Western Historical Quarterly'', 1972 to present]
* [http://www.unl.edu/plains/publications/GPQ/gpq33.shtml ''Great Plains Quarterly'' Table of contents, 1981 to present]; [http://muse.jhu.edu/journals/great_plains_quarterly/ 2014 to present online articles]
{{Refend}}

== Leitura adicional ==
* Lamar, Howard L. ed. ''The Reader's Encyclopedia of the American West'' (1977), [[iarchive:readersencyclope00lama|online]]. comprehensive coverage.
* McLoughlin, Denis. ''Wild and Woolly: An Encyclopedia of the Old West'' (New York: Doubleday, 1975); also published as ''The Encyclopedia of the Old West'' (London: Routledge, 1977). [[iarchive:wildwoolly00denn_0/page/n5/mode/2up|online]], focus on violent episodes.

== Ligações externas ==
{{Commons category|Wild West}}
{{Wikivoyage|Old West}}
{{Refbegin}}

=== Cultura ===
* [http://www.westernfolklife.org/ Western Folklife Center]

=== História ===
* [http://www.geneautry.com/museum Autry National Center of the American West – Los Angeles, California]
* [http://www.vlib.us/americanwest American West History]
* [https://www.pbs.org/weta/thewest New Perspectives on 'The West']. The West Film Project, [[WETA-TV]], 2001
* [http://www.skyways.org/orgs/fordco/dodgecity.html Dodge City, Kansas 'Cowboy Capital']
* [https://web.archive.org/web/20110511113744/http://www.skyways.org/orgs/fordco/ftdodge.html Fort Dodge, Kansas History]by Ida Ellen Rath, 1964 w/ photos
* [http://www.vlib.us/old_west Old West Kansas]
* [http://www.tombstonetimes.com/ Tombstone Arizona History]
* [http://www.bbc.co.uk/programmes/p00548gg "The American West"], BBC Radio 4 discussion with Frank McLynn, Jenni Calder and Christopher Frayling (''In Our Time'', 13 de junho de 2002)

=== Mídia ===
* [https://web.archive.org/web/20180710144806/http://rack1.ul.cs.cmu.edu/is/frontier/ ''The Frontier: A Frontier Town Three Months Old'' by Ward Platt]– 1908 book on the real West. Free to read and full-text search.
* [https://web.archive.org/web/20170925043204/https://digitalcollections.nypl.org/collections/the-pageant-of-america-collection#/?tab=navigation&roots=1:3b916bc0-c611-012f-f63c-58d385a7bc34 161 photographs of frontier geography and personalities; these are pre-1923 and out of copyright]
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