Mostrar código-fonte de Palden Lhamo

[[Imagem:Palden_Lhamo,_Tawang_Monastery.jpg|miniaturadaimagem|upright||[[Thangka]] da divindade guardiã Palden Lhamo no [[Mosteiro de Tawang]], [[Arunachal Pradexe]], [[Índia]]]]

[[Imagem:Offerings_to_the_Goddess_Palden_Lhamo.jpg|miniaturadaimagem|upright|''Oferendas a Palden Lhamo'', Tibete; [[pintura a têmpera]] sobre tecido tibetana do final do {{séc|XVI}}. Palden Lhamo é a principal protetora do Tibete e a única mulher dos {{ilc|Oito Guardiões do Darma||Dharmapala|nex=Oito Guardiões do [[Darma]]}}. Esta pintura de fundo preto{{langp|bo|''nag thang''|nome}} foi instalada na capela (''gonkhang'') dedicada às divindades protetoras iradas (dharmapalas), uma sala reservada para ritos de iniciação [[Vajrayana|tântrica]] nos [[Gompa|mosteiros tibetanos]].]]

'''Palden Lhamo''' ("Deusa Gloriosa";<ref name=busw>{{citation|título=Princeton Dictionary of Buddhism.|ultimo=Buswell|primeiro=Robert E. Jr.|ultimo2=Ziegler|primeiro2=Donald S. Lopez Jr.; with the assistance of Juhn Ahn, J. Wayne Bass, William Chu, Amanda Goodman, Hyoung Seok Ham, Seong-Uk Kim, Sumi Lee, Patrick Pranke, Andrew Quintman, Gareth Sparham, Maya Stiller, Harumi|ano=2013|editora=Princeton University Press}}</ref><ref>Volkmann, Rosemarie: "Female Stereotypes in Tibetan Religion and Art: the Genetrix/Progenitress as the Exponent of the Underworld" ''in'' {{citation|título=Female stereotypes in religious traditions|ultimo=Kloppenborg|primeiro=Ria|ultimo2=Hanegraaff|primeiro2=Wouter J.|ano=1995|editora=Brill|localização=Leiden|isbn=978-9004102903}}</ref> {{Bo|t=དཔལ་ལྡན་ལྷ་མོ།|w=dpal ldan lha mo|l=pantɛ̃ l̥amo}}; {{langx|sa|'''Śrīdēvī'''}} ou {{lang|sa|'''Shri Devi'''}} é uma deusa [[Tantra|tântrica]] [[Budismo|budista]] ([[Vajrayana]]) que aparece de várias formas. Geralmente é representada como uma [[divindade irada]], desempenhando um papel principal como [[dharmapala]]. É uma Protetora da Sabedoria, um [[Bodhi|ser iluminado]]. É a dharmapala especial dos [[Dalai-lama|Dalai Lamas]], enquanto os três protetores de sua escola [[Guelupa|Gelug]] do [[budismo tibetano]] são [[Iamaraja]], [[Vaisravana]] e [[Maacala]].<ref>https://tricycle.org/magazine/real-or-pretend/ Are deities real or pretend?</ref> É a divindade irada considerada a principal protetora do [[Tibete]], [[Panchen Lama|Panchen Lamas]] e [[Lhasa]].<ref name=sch>Schram, Louis M. J. (1957). "The Mongours of the Kannsu-Tibetan Border: Part II. Their Religious Life." ''Transactions of the American Philosophical Society''. New Series, Vol. 47, No. 1, (1957), p. 21.</ref>

Palden Lhamo aparece na comitiva do Maacala Removedor de Obstáculos, seja como uma figura independente<ref name=busw/> ou associado a {{ilc|nl=s|Ekajati||Ekajata|Tara Azul|Vajra Tara|Mahacinatara}},<ref>{{citation|título=The Circle of Bliss: Buddhist Meditational Art|ultimo=John C. Huntington, Dina Bangdel|ano=2003|editora=Serindia Publications|isbn=9781932476019}}</ref> e foi descrita como "a divindade tutelar do Tibete e seu governo",<ref>"The Boneless Tongue: Alternative Voices from Bhutan in the Context of Lamaist Societies". Michael Aris. ''Past and Present'', No. 115 (May, 1987), p. 141.</ref> e como "celebrado em todo o [[Tibete]] e [[Mongólia]].<ref name=sch/>

== Origens ==
Palden Lhamo significa "Deusa Gloriosa" e pode apresentar uma ampla gama de protetoras femininas iradas e [[dakini]]s. Normalmente, Palden Lhamo se refere à versão [[Guelupa]] dela como uma emanação de {{ilc|nl=s|Chamunda}}, por sua vez uma emanação irada da deusa [[Hinduísmo|hindu]] [[Cáli (deusa hindu)|Cáli]].

Diz-se que Magzor Gyalmo se chamava '''Remati''' na época em que foi casada com o rei maligno de [[Lanca]], ambos [[rakshasa]]s de acordo com uma versão.<ref name=lue>{{citation|título=Prácticas de meditación tibetana con Tankas: percepción, compasión y sabiduría|ultimo=Luetjohann|primeiro=Sylvia|último2=Dudka|primeiro2=Nick|ano=2007|editora=EDAF|páginas=113–114|isbn=9788441419452}}</ref> Remati jurou que se ela falhasse em converter o rei ao budismo e dissipar sua maldade, ela acabaria com sua dinastia. Ela tentou muitas vezes convertê-lo para evitar o asssasinato dos praticantes do [[darma]], mas falhou e seu filho foi criado para matar budistas. Sem escolha, ela matou seu filho enquanto seu marido estava caçando. Ela comeu a carne do filho, bebeu seu sangue com seu crânio como um {{ilc|nl=s|kapala}} ([[taça]]) e esfolou sua pele para fazer uma [[sela]].<ref name=khan>{{Citar web|url=http://www.khandro.net/deities_female_paldenlhamo.htm|titulo=Palden Lhamo|website=www.khandro.net}}</ref>

Ela escapou em direção ao norte. Assim que ela partiu em uma mula, o rei retornou e descobriu sobre o assassinato de seu filho. Enfurecido, ele atirou na garupa da mula que Remati montava. Em resposta, Remati curou a ferida e a transformou em um olho, afirmando: "Que a ferida da minha montaria se torne um olho grande o suficiente para vigiar as vinte e quatro regiões, e que eu mesmo seja aquela que extirpará a linhagem dos reis malignos de Lanca!".<ref name=khan/> Depois viajou pela Índia, [[Tibete]], [[China]] e [[Mongólia]], e acredita-se que finalmente se estabeleceu na montanha Oikhan, no leste da [[Sibéria]].

Quando ela morreu,renasceu no inferno e lutou para sair de lá, roubando uma bolsa de doenças e uma espada. Quando ela escapou para o cemitério, não encontrou paz e rezou ao Buda pedindo uma razão para viver. O Buda {{ilc|nl=s|Vajradhara}} ([[Shakyamuni]] tântrico) apareceu diante dela e pediu que ela protegesse o darma. Espantada, Remati concordou e assim se levantou como a dharmapala que é, usando suas armas apenas contra os opositores do budismo.<ref>{{citation|título=Leaving Buddha: A Tibetan Monk's Encounter with the Living God|ultimo=Tenzin Lahkpa, Eugene Bach|ano=2019|editora=Whitaker House|isbn=9781641231039}}</ref> Ela também foi nomeada guardiã do darma por [[Iama (budismo)|Yama]], senhor da morte.<ref name=lue/> Sua comitiva consiste na [[dakini]] com cabeça de leão Simhamukha (Sengdongma) atrás dela e na dakini com cabeça de [[Makara]] Makaravaktra segurando as rédeas da mula na frente de Palden Lhamo. Ao redor delas estão as 4 Deusas das Estações, as 5 Irmãs da Longa Vida e as 12 [[deusas Tenma]] .

== Palden Lhamo e o lago Lhamo La-tso ==
[[Imagem:Palden_Lhamo.jpg|miniaturadaimagem|upright|Gravura de Palden Lhamo no livro ''Budismo tibetano'' de 1895 de {{ilc|nl=s|Laurence A. Waddell|Laurence Austine Waddell|Laurence Waddell}}]]

Palden Lhamo, como o espírito guardião feminino do lago sagrado, [[Lhamo Latso|Lhamo La-tso]], prometeu ao [[Gedun Drub|1º Dalai Lama]] em uma visão "que ela protegeria a linhagem de reencarnação dos Dalai Lamas". Desde o [[Gedun Gyatso|2.º Dalai Lama]], que formalizou o sistema, regentes e outros monges vão ao lago para meditar e buscar orientação sobre como escolher a próxima reencarnação por meio de visões.<ref>Laird, Thomas (2006). ''The Story of Tibet: Conversations with the Dalai Lama'', pp. 139, 264–5. Grove Press, N.Y. {{ISBN|978-0-8021-1827-1}}.</ref>

A forma particular de Palden Lhamo em Lhamo La-tso é Gyelmo Makzor Ma (em tibetano: {{lang|bo-Latn|''rgyal mo dmag zor ma''}}; "Rainha [[Torma (budismo)|Torma]] Mãe") ou Machik Pellha Zhiwé Nyamchen ({{lang|bo-Latn|''ma gcig dpal lha zhi ba'i nyams can''}}; "expressão pacificada da esposa comum Palden Lhamo"), uma forma incomumente pacífica de Palden Lhamo.<ref>Dowman, Keith. (1988). ''The Power-Places of Central Tibet: The Pilgrim's Guide'', pp. 78, 260, 344. Routledge & Kegan Paul Ltd., London. {{ISBN|0-7102-1370-0}} (pbk).</ref> O lago é às vezes chamado de "Palden Lhamo Kalidevi", indicando que ela é uma emanação da deusa [[Cáli (deusa hindu)|Kali]] .<ref name="Dowman 260">Dowman, Keith. (1988). ''The Power-Places of Central Tibet: The Pilgrim's Guide'', p. 260. Routledge & Kegan Paul Ltd., London. {{ISBN|0-7102-1370-0}} (pbk).</ref>

A montanha ao sul do {{ilc|nl=s|Mosteiro de Chokorgyel||Mosteiro de Chokhorgyal|Chokhorgyal|Mosteiro de Chökorye}} é a residência "azul" de Palden Lhamo, onde está localizado um [[Enterro celestial|cemitério celeste]].<ref>Dowman, Keith. (1988). ''The Power-Places of Central Tibet: The Pilgrim's Guide'', p. 258. Routledge & Kegan Paul Ltd., London. {{ISBN|0-7102-1370-0}} (pbk).</ref> O mosteiro foi originalmente construído em forma triangular para refletir o simbolismo de sua posição na confluência de três rios e cercado por três montanhas e também representa a conjunção dos três elementos água, terra e fogo, bem como o princípio feminino de Palden Lhamo na forma simbólica de um triângulo invertido.<ref>Dowman, Keith. (1988). ''The Power-Places of Central Tibet: The Pilgrim's Guide'', p. 257. Routledge & Kegan Paul Ltd., London. {{ISBN|0-7102-1370-0}} (pbk).</ref>

== Relatos tradicionais ==
Diz-se que, durante o reinado de [[Songtsen Gampo|Songtsän Gampo]] {{nwrap|c.|605/617?|649}}, Palden Lhamo superou todas as outras divindades protetoras em sua promessa de proteger o santuário Trulang do rei. Ela apresentou uma taça de ferro e prometeu: "Erga uma imagem minha, e eu protegerei este santuário real de qualquer dano futuro causado por humanos e [[Ghoul|demônios ''mamo'']]!" Diz-se também que ela aconselhou {{ilc|nl=s|Lhalung Pelgyi Dorje}} a matar o rei antibudista [[Langdarma]] em 841, e é descrita como a "protetora do darma de Lhasa".<ref>''Clear Mirror on Royal Genealogy'' by [[Xáquia|Sakyapa]] {{ilc|nl=s|Sonam Gyaltsen}} (1312-1375), translated by McComas Taylor and Lama Choedak Yuthok as: ''The Clear Mirror: A traditional account of Tibet's Golden Age'', pp. 173, 265. Snow Lion Publications, Ithaca, New York. {{ISBN|1-55939-048-4}}.</ref>

== Descrição ==
Palden Lhamo é a única divindade feminina entre os tradicionais "Oito Guardiões da Lei" e geralmente é retratada com a azul-escuro e cabelos ruivos para simbolizar sua natureza irada, cruzando um mar de sangue montada em uma mula branca. A mula tem um olho na garupa esquerda, onde a flecha de seu marido furioso a atingiu depois que ela matou seu filho, que estava destinado e sendo criado para ser aquele que finalmente acabaria com o budismo, e usou sua pele como manta de sela. Ela tem três olhos e frequentemente é mostrada bebendo sangue de um crânio humano.{{Carece de fontes|data=outubro de 2024}}

{{Referências}}

{{Commonscat|getwikidata}}
{{Portal3|Budismo}}
{{Controle de autoridade}}

[[Categoria:Dharmapalas]]