Mostrar código-fonte de Mário Soares

{{Mais notas|data=junho de 2022}}
{{Info/Político
|nome                  = Mário Soares<br><small>[[Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito|GColTE]] • [[Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo|GCC]] • [[Ordem da Liberdade|GColL]]</small>
|imagem                = Fotografia oficial do Presidente da República Mário Soares.jpg
|imagem-tamanho        = 230px
|preposição            = da
|país                  = República Portuguesa
|ordem_presidente      = [[Lista de presidentes da República Portuguesa|17]]
|título1               = [[Lista de presidentes da República Portuguesa|17.º]] [[Presidente da República Portuguesa]]
|mandato1              = [[9 de março]] de [[1986]]<br/>a [[9 de março]] de [[1996]]
|mandato_início        = {{dtlink|9|3|1986}}
|mandato_fim           = {{dtlink|9|3|1996}}
|antes                 = [[António Ramalho Eanes]]
|depois                = [[Jorge Sampaio]]
|título2               = [[Lista de primeiros-ministros de Portugal|111.º]] [[Primeiro-Ministro de Portugal]]
|antes_título2         = [[Francisco Pinto Balsemão]]
|depois_título2        = [[Aníbal Cavaco Silva]]
|nascimento_data       = {{dni|7|12|1924|si}}
|nascimento_local      = [[Lisboa]]
|morte_data            = {{nowrap|{{morte|7|1|2017|7|12|1924}}}}
|morte_local           = [[Lisboa]]
|nome_comp             = Mário Alberto Nobre Lopes Soares
|nacionalidade         = {{PRTn|o}}
|partido               = [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista]] {{small|''(PS'')}}
|alma_mater            = [[Universidade de Lisboa]]
|cônjuge               = [[Maria Barroso]]
|residência            = [[Lisboa]] ([[Campo Grande (Lisboa)|Campo Grande]])
|profissão             = [[Advogado]]
|religião              = [[Agnóstico]]
|assinatura            = AssinaturaMárioSoares.svg
|mandato_título2       = [[9 de junho]] de [[1983]]<br />a [[6 de novembro]] de [[1985]]
|antes2                = [[Francisco Pinto Balsemão]]
|depois2               = [[Aníbal Cavaco Silva]]
|título3               = [[Lista de primeiros-ministros de Portugal|105.º]] [[Primeiro-Ministro de Portugal]]
|mandato3              = [[23 de julho]] de [[1976]]<br/>a [[28 de agosto]] de [[1978]]
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|antes_título3         = [[José Pinheiro de Azevedo]]
|depois_título3        = [[Alfredo Nobre da Costa]]
|antes3                = [[José Pinheiro de Azevedo]] <small>(efetivo)</small>;<br> [[Vasco de Almeida e Costa]] <small>(interino)</small>
|depois3               = [[Alfredo Nobre da Costa]]
|título4               = [[Secretário-Geral do Partido Socialista (Portugal)|Secretário-Geral do Partido Socialista]]
|mandato4              = [[19 de abril]] de [[1973]]<br/>a [[29 de junho]] de [[1986]]
|depois4               = [[Vítor Constâncio]]
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|legenda               = Fotografia oficial do Presidente Mário Soares.
|mandato2              = [[9 de junho]] de [[1983]]<br/>a [[6 de novembro]] de [[1985]]
|vice_título2          = Presidente
|vice2                 = [[António Ramalho Eanes]]
}}
'''Mário Alberto Nobre Lopes Soares''' <small>[[Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito|GColTE]] • [[Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo|GCC]] • [[Ordem da Liberdade|GColL]]</small> ([[Lisboa]], [[Coração de Jesus (Lisboa)|Camões]], [[7 de dezembro]] de [[1924]] – [[Lisboa]], [[São Domingos de Benfica]], [[7 de janeiro]] de [[2017]]) foi um [[advogado]] e [[político]] [[portugueses|português]] que ocupou os cargos de [[Primeiro-Ministro de Portugal]] de 1976 a 1978 e de 1983 a 1985 e de [[Presidente da República Portuguesa]] de 1986 até 1996.

Co-fundador do [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista]], a 19 de abril de 1973, Mário Soares iniciou na juventude o seu percurso político, integrando grupos de oposição ao [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]], primeiro como militante de base do [[Partido Comunista Português]] e membro de outras estruturas ligadas ao [[Partido Comunista Português|PCP]], o [[MUNAF]] e o [[Movimento de Unidade Democrática|MUD]], tendo sido cofundador do MUD Juvenil — e depois na oposição não comunista — [[Resistência Republicana e Socialista]], que funda com dissidentes do [[Partido Comunista Português|PCP]] e através do qual entrará para o [[Directório Democrato-Social|Diretório Democrato-Social]]. Pela sua atividade oposicionista foi detido 12 vezes pela [[PIDE]] — cumprindo cerca de três anos de cadeia ([[Aljube]], [[Forte de Caxias|Caxias]] e [[Penitenciária de Lisboa|Penitenciária]]) — e, posteriormente, deportado para [[São Tomé (São Tomé e Príncipe)|São Tomé]].<ref>[https://www.portugalpost.de/2014/04/20/25-abril-poucos-recordam-m%C3%A1rio-soares-em-s%C3%A3o-tom%C3%A9-e-a-culpa-%C3%A9-da-pide/ 25 de Abril - Poucos recordam Mário Soares em São Tomé e a culpa é da PIDE]. Portugal Post</ref> Permaneceu nessa ilha até o governo de [[Marcello Caetano]] lhe permitir o regresso a [[Portugal]], sendo, posteriormente às eleições de 1969 — nas quais Soares foi cabeça-de-lista pela [[CEUD]] em [[Lisboa]] — forçado a abandonar o país, optando pelo exílio em [[França]].<ref name="Não-nomeado-xX9y-1">{{Citar web |url=http://www.museu.presidencia.pt/ |titulo=Museu da Presidência da República |acessodata=2021-01-06 |website=Museu da Presidência da República |lingua=pt}}</ref>

No processo de transição democrática subsequente ao [[25 de Abril de 1974]] Mário Soares afirmou-se como líder partidário no campo democrático, contra o [[Partido Comunista Português|Partido Comunista]], batendo-se de forma intransigente pela realização de eleições. Foi ainda Ministro de alguns dos governos provisórios — destaca-se sobretudo o facto de ter sido Ministro dos Negócios Estrangeiros, logo no [[I Governo Provisório]], associando-se ao processo de descolonização, qualidade em que dirigiu o processo de rápida independência e autodeterminação das províncias ultramarinas, processo esse que ficou para sempre como o ponto menos consensual do seu percurso político.<ref>{{Citar web |ultimo=Observador |url=https://observador.pt/especiais/o-papel-de-mario-soares-na-descolonizacao/ |titulo=O papel de Mário Soares na descolonização |acessodata=2021-01-06 |website=Observador |lingua=pt-PT}}</ref>

Vencedor das primeiras eleições legislativas realizadas em democracia, Soares foi Primeiro-Ministro dos dois primeiros governos constitucionais, o [[I Governo Constitucional|I]] e [[II Governo Constitucional|II]] governos constitucionais, este último de coligação com o [[CDS – Partido Popular|CDS]]. A sua governação foi marcada pela instabilidade democrática — nomeadamente, pela tensão entre o [[Governo]] e o [[Presidente da República]] — [[Conselho da Revolução]] — pela crise financeira e pela necessidade de fazer face à paralisação da economia ocorrida após o [[25 de Abril de 1974|25 de Abril]], que levou o Governo a negociar um grande empréstimo com os [[EUA]]. Ao mesmo tempo, foi um período em que o Governo, e Soares em particular, se empenhou em desenvolver contactos com outros líderes europeus, tendentes à adesão de [[Portugal]] às [[Comunidades Europeias]].

Líder da oposição entre 1979 e 1983, no ano de 1982, Mário Soares conduziu o [[Partido Socialista (Portugal)|PS]] ao acordo com o [[PPD-PSD|PSD]], o [[CDS-PP|CDS]] e o [[Partido Popular Monárquico|PPM]] (que então formavam um governo chefiado por [[Francisco Pinto Balsemão]]) para levar a cabo a revisão constitucional de 1982, que permitiu a extinção do [[Conselho da Revolução]], a criação do [[Tribunal Constitucional]] e o reforço dos poderes da [[Assembleia da República]].

Foi, de novo, Primeiro-Ministro do [[IX Governo Constitucional|IX]] governo, do chamado [[Bloco Central]], num período marcado por uma nova crise financeira e pela intervenção do [[FMI]] em [[Portugal]], e pela formalização da adesão de [[Portugal]] à [[CEE]].

Depois destas experiências governativas, Mário Soares viria a ser [[Presidente da República]] durante dois mandatos, entre 1986 e 1996 — venceu de forma tangente, e à segunda volta, as eleições presidenciais de [[Eleições presidenciais portuguesas de 1996|1986]], contra [[Diogo Freitas do Amaral]], e com larga maioria as de [[Eleições presidenciais portuguesas de 1991|1991]], em que contou não só com o apoio do [[PS (Portugal)|PS]] como do [[PPD-PSD|PSD]], de [[Cavaco Silva]]. Sendo o primeiro civil a exercer o cargo de [[Presidente da República]], deixou patente um novo estilo presidencial, promovendo a proximidade com as populações e a projeção de [[Portugal]] no estrangeiro; sendo marcado ao mesmo tempo pela tensão política com os governos de [[Cavaco Silva]] e pelo polémico caso TDM (Teledifusão de Macau).<ref name="Não-nomeado-xX9y-1"/>

== Biografia ==
===Infância===
Nascido no número 153 da Rua Gomes Freire, na extinta freguesia do [[Coração de Jesus (Lisboa)|Coração de Jesus]], na cidade de [[Lisboa]], Mário Soares foi o segundo filho do professor e antigo sacerdote [[João Lopes Soares]] ([[Leiria]], [[Arrabal]], 17 de Novembro de 1879 – [[Lisboa]], [[Campo Grande (Lisboa)|Campo Grande]], 31 de Julho de 1970), fundador do [[Colégio Moderno]] em Lisboa, Ministro e depois activista Republicano [[Antifascismo|Antifascista]], e de sua mulher Elisa Nobre Baptista ([[Santarém (Portugal)|Santarém]], [[Pernes]], 8 de Setembro de 1887 – Lisboa, Campo Grande, 28 de Fevereiro de 1955), proprietária duma pensão na [[Rua Ivens]].<ref name=":1">{{Citar web |ultimo=Peixoto |primeiro=Margarida |url=https://observador.pt/especiais/o-mau-aluno-que-liderava-o-colegio/ |titulo=A vida de Soares, parte I. O mau aluno que liderava o colégio |acessodata=2021-01-06 |website=Observador |lingua=pt-PT}}</ref>

Quando nasceu, o pai e a mãe já tinham filhos de relações anteriores — Rogério Lopes Soares de mãe desconhecida e Tertuliano Lopes Soares ([[Alcobaça (freguesia)|Alcobaça]], 30 de Dezembro de 1906 – ?), que já tinha quase 18 anos quando ele nasceu, filho de [[João Lopes Soares]] e de Joaquina Ribeiro da Silva, o qual foi [[médico]]-[[cirurgião]], casado com Maria da Conceição Gaudêncio, filha de [[Amadeu Gaudêncio]] e de sua mulher Claudina de Almeida Henriques; e J. Nobre Baptista e Cândido Nobre Baptista, de 17 anos, que era filho de Elisa Nobre Baptista mas dum casamento anterior.<ref name=":1" />

Em virtude de [[João Lopes Soares|João Soares]] ainda ser padre quando engravidou a futura mulher, os pais só se casaram a 5 de setembro de 1934, já Mário Soares tinha quase 10 anos. O casamento fez-se na 7.ª conservatória do Registo Civil, em [[Lisboa]], dado que a situação do marido, antigo sacerdote, e da mulher, que era divorciada, impediam um casamento católico. No entanto, até ao fim da vida e apesar do contencioso com a [[Santa Sé]] para que o desobrigasse do estatuto de clérigo, [[João Lopes Soares]] manteria sempre a sua fé católica.<ref name=":3">{{Citar web |url=https://ionline.sapo.pt/artigo/541836/os-primeiros-anos-do-mi-do-mimado-que-nasceu-numa-familia-tudo-menos-convencional?seccao=Portugal_i |titulo=Os primeiros anos do miúdo mimado que nasceu numa família tudo menos convencional |acessodata=2021-01-06 |website=ionline |lingua=pt}}</ref>

===Percurso académico e profissional===
[[Ficheiro:Retrato de Mário Soares - San Payo (Fundação Mário Soares).png|thumb|left|Mário Soares, fotografado por [[Manuel Alves de San Payo]].]]
Mário Soares [[Licenciatura|licenciou-se]] em Ciências Histórico-Filosóficas, na [[Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa|Faculdade de Letras]] da [[Universidade de Lisboa (1911-2013)|Universidade Clássica de Lisboa]] em 1951 e em [[Direito]] na [[Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa|Faculdade de Direito]] da mesma universidade em 1957.<ref>{{Citar web |url=https://www.presidencia.pt/?id_categoria=13&id_item=23 |titulo=Página Oficial da Presidência da República Portuguesa |acessodata=2021-01-06 |website=www.presidencia.pt |lingua=pt}}</ref>

Após terminar a licenciatura em Histórico-Filosóficas, não lhe sendo permitido seguir a carreira docente, nem no ensino público nem no particular, juntou-se aos pais na gerência do [[Colégio Moderno]], atividade em que seria depois sucedido pela sua mulher, [[Maria Barroso|Maria de Jesus Barroso]] e, posteriormente, pela sua filha, Isabel Barroso Soares ([[Lisboa]], 9 de janeiro de 1951), igualmente professora do colégio.

Em finais dos anos 1950 conseguiria finalmente obter licença para exercer a função de professor do ensino particular, licença essa que lhe foi concedida pelo Ministro [[Francisco de Paula Leite Pinto]].<ref>Mário Soares, Um Político Assume-se. Ensaio Autobiográfico, Político e Ideológico. A política como paixão e destino, num testemunho único. Última edição: novembro de 2011. ISBN 9789896441463</ref>

Enquanto advogado, Soares fez estágio com Leopoldo do Vale, ocupando em seguida um escritório na Rua do Ouro, 87, 2.º, em plena [[Baixa de Lisboa]], e mantendo parceria com [[Gustavo Soromenho]] e Pimentel Saraiva, especialistas em [[Direito Fiscal]]. Mais tarde juntar-se-iam [[Vasco da Gama Fernandes]] e Manuel Castilho.<ref name=":2">{{Citar web |ultimo=ECO |url=https://eco.sapo.pt/2017/01/07/mario-soares-o-politico-que-nao-gostava-de-numeros/ |titulo=Mário Soares: O político que não gostava de números |data=2017-01-07 |acessodata=2021-01-06 |website=ECO |lingua=pt-PT}}</ref> 

Nas suas memórias contou que o seu maior sucesso como advogado terá ocorrido quando representou [[Maria Cristina de Mello]] contra os irmãos [[Jorge de Mello|Jorge]] e [[José Manuel de Mello]], num diferendo relativo a herança do pai ([[Manuel de Mello]]), e em que a sua posição da sua cliente teve vencimento sobre a dos irmãos, representados por [[Marcello Caetano]].<ref name=":2" />

Como advogado defensor de presos políticos, participou em numerosos julgamentos, realizados no Tribunal Plenário e no Tribunal Militar Especial. 

Representou, nomeadamente, [[Álvaro Cunhal]] e [[Octávio Pato]], quando acusados de crimes políticos, e a família de [[Humberto Delgado]], na investigação do seu alegado assassinato pela [[Polícia Internacional e de Defesa do Estado|PIDE]], o que proporcionou a Soares uma certa visibilidade internacional.<ref name=":2" /> Juntamente com [[Adelino da Palma Carlos]] defendeu também a causa dinástica de D. [[Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança]].<ref>SOARES, Mário; ''Portugal amordaçado: depoimento sobre os anos do fascismo''. Lisboa: Arcádia, 1974, pp. 274–278.</ref>

== Início do seu percurso político ==
{{Quadrocitação|Sou republicano, socialista e laico.|Mário Soares no casamento de [[Duarte Pio de Bragança]]}}
Mário Soares despertou para a política no seio familiar, de tradição republicana e oposicionista.

O pai, [[João Lopes Soares]], era republicano convicto e ocupou vários cargos depois da implantação da [[Primeira República Portuguesa|República]] — foi [[governador civil]] do [[Distrito]] da [[Distrito da Guarda|Guarda]], de [[Distrito de Braga|Braga]] e [[Distrito de Santarém|Santarém]], e [[deputado]] à [[Assembleia da República]] durante dez anos, entre 1916 e 1926, ano em que triunfa o golpe militar que dá origem à ditadura. Antes, em 1919, tinha sido brevemente [[Ministro das Colónias]]. Em agosto de 1930, tinha Soares cinco anos, o pai foi deportado para os [[Açores]].<ref name=":3" />

A atividade política de Mário Soares levá-lo-ia por 12 vezes aos calabouços da prisão. Estava preso quando casou por procuração, embora com registo na 3.ª [[Conservatória do Registo Civil]] de [[Lisboa]], a 22 de fevereiro de 1949, com a atriz [[Maria Barroso]].<ref name="Não-nomeado-xX9y-2">{{citar web|URL = http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-07-07-Maria-Barroso-podia-ter-sido-Presidente.-A-rainha-Sofia-lancou-lhe-o-repto|título = Maria Barroso podia ter sido Presidente. A rainha Sofia lançou-lhe o repto|data = 07-07-2015|acessadoem = |autor = |publicado = Expresso}}</ref>

=== Militância no [[MUNAF]] e no [[Movimento de Unidade Democrática|MUD]] ===
Por influência de [[Álvaro Cunhal]] (que chegou a ser regente de estudos no [[Colégio Moderno]]), Soares aderiu em 1943 ao [[Movimento de Unidade Nacional Antifascista]] (MUNAF), estrutura ligada ao [[Partido Comunista Português]], e integrou a partir de 1946 a Comissão Central do MUD — [[Movimento de Unidade Democrática]], sob a presidência de [[Mário de Azevedo Gomes]]; tendo sido nesse âmbito co-fundador do MUD Juvenil e membro da sua primeira Comissão Central.

Em 1949 foi secretário da Comissão Central da candidatura do general [[José Norton de Matos|Norton de Matos]] à Presidência da República. Obrigado pela direção do [[Partido Comunista Português|PCP]] a confessar ao velho general (oposicionista ao [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]] mas anticomunista), que estava a colaborar na Comissão Central da candidatura em representação dos comunistas,<ref>{{Citar web |url=https://www.sabado.pt/portugal/mario-soares/detalhe/soares-na-clandestinidade-nunca-queria-ter-gajas-ir-ao-cinema-viajar |titulo=Soares na clandestinidade, nunca: “Queria ter gajas, ir ao cinema” |acessodata=2021-01-06 |website=www.sabado.pt |lingua=pt-pt}}</ref> [[José Norton de Matos|Norton de Matos]] quis afastá-lo totalmente de qualquer atividade na campanha. Por causa da interferência de [[Mário de Azevedo Gomes]], acabou por aceder a mantê-lo na estrutura, mas sem responsabilidades de facto.<ref name=":3" />

Em princípios dos anos 1950 Soares acaba por romper com o [[Movimento de Unidade Democrática|MUD]] e em definitivo com o [[Partido Comunista Português|PCP]], por não se rever nem na linguagem, nem na metodologia. Mais tarde dirá que o [[Partido Comunista Português|PC]] o tentara obrigar a passar à clandestinidade e que «''ficara imunizado''».<ref>[http://expresso.sapo.pt/politica/2017-01-07-Portugal-amordacado-quando-Soares-viu-o-futuro Expresso]</ref> A versão oficial dos comunistas é que Soares foi expulso por «''ter abdicado da luta''».<ref name=":3" />

=== Afastamento do [[Partido Comunista Português|PCP]] ===
Afastado do [[Partido Comunista Português|PCP]], Soares fundou em 1955 a [[Resistência Republicana e Socialista]], reunindo outros elementos vindos daquele partido (caso de [[Fernando Piteira Santos]], expulso do [[Partido Comunista Português|PCP]] em 1949); da União Socialista (como Manuel Mendes, antigo militante do MUD Juvenil), Gustavo Soromenho, Ramos da Costa, José Ribeiro dos Santos, [[Teófilo Carvalho dos Santos]], [[José Magalhães Godinho]], entre outros.<ref name="politipedia1955">{{Citar web |url=http://www.politipedia.pt/resistencia-republicana-e-socialista-1955/ |titulo=Resistência Republicana e Socialista (1955) {{!}} Politipedia |acessodata=2021-01-06 |lingua=pt-PT}}</ref> Foi em nome da Resistência Republicana e Socialista que Soares entrou em 1956 para o [[Directório Democrato-Social]], a convite de [[Armando Adão e Silva]], juntando-se nessa estrutura a [[António Sérgio]], [[Jaime Cortesão]] e [[Mário de Azevedo Gomes|Azevedo Gomes]].<ref name="politipedia1955"/>

Em 1958 pertenceu à comissão de honra da candidatura do General [[Humberto Delgado]] à [[Presidência da República]].<ref>{{Citar web |url=https://www.dn.pt/portugal/perfil/apoiante-da-candidatura-e-amigo-do-general-sem-medo-5550332.html |titulo=Apoiante da candidatura e amigo do General sem Medo - DN |acessodata=2021-01-06 |website=www.dn.pt |lingua=pt}}</ref>

Em 1961 foi redator e signatário do [[Programa para a Democratização da República]].<ref name="Não-nomeado-xX9y-3">{{Citar web |ultimo= |primeiro= |url=https://www.jn.pt/infos/Embeds/mariosoaresinfos/mariosoares_cap2.html |titulo=jn.pt |data= |acessodata=2021-01-06 |website=www.jn.pt |publicado=}}</ref>

Candidatou-se a deputado à [[Assembleia Nacional (Portugal)|Assembleia Nacional]] do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]], nas listas da Oposição Democrática, em 1965, pela [[Movimento Democrático Português|CDE]].<ref>{{Citar web |url=http://www.politipedia.pt/ceud/ |titulo=CEUD {{!}} Politipedia |acessodata=2021-01-06 |lingua=pt-PT}}</ref>

=== Deportação para [[São Tomé]] ===
Preso 12 vezes, cumprindo um total de cerca de três anos de cadeia, Mário Soares foi deportado sem julgamento para a [[ilha de São Tomé]], em 1968, após divulgar a um jornalista do ''[[Sunday Telegraph]]'' um caso de prostituição que envolvia membros do Governo e homens de negócios próximos do regime de [[Salazar]], conhecido como [[Ballet Rose]]. Esta deportação desperta a atenção da comunicação social internacional.<ref name="Não-nomeado-xX9y-3"/>

=== Oposição ao [[Partido Comunista Português|PCP]] e candidatura pela [[CEUD]] ===
No período subsequente à morte de [[Salazar]], o sucessor deste na Presidência do Conselho, [[Marcelo Caetano|Marcello Caetano]], dita o regresso de Soares à metrópole, que chega a [[Lisboa]] na madrugada de 9 de novembro de 1968.<ref>{{Citar web|url=https://www.jn.pt/infos/Embeds/mariosoaresinfos/mariosoares_cap2.html|titulo=Mário Soares|acessodata=2022-04-20|website=www.jn.pt}}</ref>

No período subsequente, acentua a sua oposição contra o socialismo totalitário que representava o comunismo e chega a ser acusado de denunciar comunistas à [[PIDE]].<ref name="Não-nomeado-xX9y-3"/>

Em 1969 apresentava-se de novo candidato à [[Assembleia Nacional]], no [[Círculo Eleitoral de Lisboa|Círculo de Lisboa]], pela [[CEUD|CEUD — Comissão Democrática de Unidade Eleitoral]], agrupando os socialistas anticomunistas da [[Ação Socialista Portuguesa]], monárquicos constitucionais, da [[Comissão Eleitoral Monárquica]], e católicos antifascistas.<ref>{{Citar web |url=https://www.dn.pt/portugal/perfil/a-cisao-eleitoral-da-ceud-com-a-cde-5550480.html |titulo=A cisão eleitoral da CEUD com a CDE - DN |acessodata=2021-01-06 |website=www.dn.pt |lingua=pt}}</ref>

Em fevereiro de 1970 são detidos pela [[PIDE]] os ex-candidatos da CEUD [[Francisco Salgado Zenha]] e [[Jaime Gama]] e encarcerados no [[Forte de Caxias]]. [[Raul Rego]], também ex-candidato da CEUD em [[Lisboa]], que publicara um artigo contra a [[Guerra Colonial Portuguesa|Guerra Colonial]] na revista espanhola ''Cuadernos para el Diálogo'', é colocado em regime de residência fixa por tempo indeterminado.<ref>{{Citar web |url=http://www.fmsoares.pt/aeb/crono/id?id=036954 |titulo=Fundação Mário Soares {{!}} Aeb {{!}} Crono {{!}} Id |acessodata=2021-01-06 |website=www.fmsoares.pt}}</ref>

Em julho do mesmo ano Soares é chamado à [[PIDE]], onde lhe é feito um ultimato, para abandonar o país ou então será preso. É então que resolve partir para o exílio em [[França]].<ref name="Não-nomeado-xX9y-3"/>

=== Exílio em França ===
Aquando do seu exílio em [[França]], em 1970, foi ''[[chargé de cours]]'' nas universidades de [[Universidade de Paris VIII|Paris VIII]] ([[Vincennes]]) e [[Universidade de Paris IV|Paris IV]] ([[Sorbonne]]), e igualmente professor convidado na Faculdade de Letras da Universidade da Alta Bretanha, em [[Rennes]], que décadas depois lhe atribuiu o grau de doutor ''[[Honoris Causa|honoris causa]]''.

Também [[Manuel Cordo Boullosa]] lhe deu emprego como consultor jurídico do [[Banco Franco-Português]].<ref name=":4">{{Citar web |ultimo=Portugal |primeiro=Rádio e Televisão de |url=https://www.rtp.pt/noticias/politica/regresso-do-exilio_es904711 |titulo=Regresso do Exílio |acessodata=2021-01-06 |website=Regresso do Exílio |lingua=pt}}</ref>

A sua intervenção política em [[França]] era realizada através da imprensa estrangeira e da captação de apoios internacionais.<ref name=":4" /> Estando ainda nesse país, em 1972, foi à loja maçónica parisiense "Les Compagnons Ardents", da "[[Grande Loge de France]]", pedir apoio para a luta política contra o [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]] e ingressou na [[maçonaria]], segundo ele próprio,<ref>{{Citar web|url=https://www.dn.pt/politica/soares-revela-finalmente-discurso-na-maconaria-francesa-4265976.html|titulo=Soares revela, finalmente, discurso na maçonaria francesa|acessodata=2022-04-20|website=www.dn.pt|lingua=pt-PT}}</ref> optando depois por ficar "adormecido".<ref>{{Citar web |url=https://www.jn.pt/politica/soares-defende-que-politicos-devem-assumir-se-pertencem-a-maconaria-se-for-essa-a-sua-vontade-2232768.html |titulo=Soares defende que políticos devem assumir se pertencem à Maçonaria se for essa a sua vontade - JN |acessodata=2021-01-06 |website=www.jn.pt |lingua=pt}}</ref>

== Regresso a Portugal ==
A 28 de abril de 1974, três dias depois do golpe de [[Revolução dos Cravos|25 de Abril]], regressou do exílio em [[Paris]], no chamado "Comboio da Liberdade".<ref>Mário Mesquita escreveu: "Na visão de [[Victor Cunha Rego]], a política é sempre altamente personalizada. Nesse momento zero da Revolução de Abril, cita um único nome, na reportagem da primeira página da [[Folha de S.Paulo]] do dia 26 de abril de 1974. Poderia ter sido Spínola, mas não foi. Refere apenas o (ainda) exilado secretário-geral do Partido Socialista: ‘Mário Soares, embora sem participação oficial na conjura, parece ser um dos nomes que serão importantes na política portuguesa.' Cf. [http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=275ASP016] (consultado em 26 de dezembro de 2009</ref> Soares viajou acompanhado pela mulher, [[Maria Barroso]], e por [[Manuel Tito de Morais]] e [[Francisco Ramos da Costa]].<ref name=":4" />

Dois dias depois, Soares esteve presente no [[Aeroporto da Portela]], na chegada a [[Lisboa]] de [[Álvaro Cunhal]]. A 1 de maio de 1974, nas primeiras comemorações do [[Dia do Trabalhador]] após o [[25 de Abril de 1974|25 de Abril]], e ainda que tivessem ideias políticas diferentes, subiram de braços dados, pela primeira e última vez, as ruas da [[Baixa de Lisboa|Baixa Pombalina]] e a [[Avenida da Liberdade (Lisboa)|Avenida da Liberdade]].<ref name=":2" />

Foi ministro dos Negócios Estrangeiros, de Maio de 1974 a Março de 1975, e um dos impulsionadores da independência das [[Império Português|colónias portuguesas]], tendo sido responsável por parte desse processo.<ref>{{Citar web |ultimo=Castaño |primeiro=David |url=https://observador.pt/especiais/mario-soares-como-portugal-passou-da-revolucao-a-democracia/ |titulo=Mário Soares. Como Portugal passou da revolução à democracia |acessodata=2021-01-06 |website=Observador |lingua=pt-PT}}</ref>

=== PREC ===
Durante o período revolucionário que ficou conhecido como [[PREC]], em que se agudiza o conflito entre os comunistas e democratas não revolucionários, Soares afirma-se como o principal líder civil do campo democrático, tendo conduzido o [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista]] à vitória nas eleições para a [[Assembleia Constituinte]] de 1975.

Durante esta altura, a tensão com o [[Partido Comunista Português]] aumentou cada vez mais, culminando no célebre [[Debate Soares-Cunhal|debate]] no dia 6 de novembro de 1975, com [[Álvaro Cunhal]],<ref>{{Citar web|url=https://arquivos.rtp.pt/conteudos/frente-a-frente-mario-soares-e-alvaro-cunhal-i-parte/|titulo=Frente a Frente… Mário Soares e Álvaro Cunhal – I Parte|acessodata=2022-12-20|lingua=pt-PT}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://arquivos.rtp.pt/conteudos/frente-a-frente-mario-soares-e-alvaro-cunhal-ii-parte/|titulo=Frente a Frente… Mário Soares e Álvaro Cunhal – II Parte|acessodata=2022-12-20|lingua=pt-PT}}</ref> cujos projetos estariam em confronto no [[Golpe de 25 de Novembro de 1975|Golpe de 25 de novembro de 1975]].<ref>{{Citar web |ultimo=Portugal |primeiro=Rádio e Televisão de |url=https://www.rtp.pt/programa/tv/p39724 |titulo=Debate Soares/Cunhal - 45 anos - Debates - RTP |acessodata=2021-01-06 |website=www.rtp.pt}}</ref>

Afastados os perigos totalitários à direita e à esquerda, a [[Assembleia Constituinte]] concluiu os seus trabalhos a 2 de abril de 1976 com a aprovação da [[Constituição da República Portuguesa de 1976]], contando apenas com o voto contra do [[CDS – Partido Popular|Centro Democrático Social]],<ref>{{Citar web|url=https://arquivos.rtp.pt/conteudos/aprovacao-da-constituicao-da-republica-portuguesa-1976/|titulo=Aprovação da Constituição da República Portuguesa 1976|acessodata=2022-12-20|lingua=pt-PT}}</ref> e com a sessão de encerramento, onde foi assinado o seu decreto de promulgação pelo [[Presidente da República Portuguesa|Presidente da República]] [[Francisco da Costa Gomes]].<ref>{{Citar web|url=https://debates.parlamento.pt/catalogo/r3/dac/01/01/01/132/1976-04-02|titulo=Debates Parlamentares - Diário 132, p. 4381 (1976-04-02)|acessodata=2022-12-20|website=debates.parlamento.pt}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://arquivos.rtp.pt/conteudos/sessao-de-encerramento-da-assembleia-constituinte/|titulo=Sessão de encerramento da Assembleia Constituinte|acessodata=2022-12-20|lingua=pt-PT}}</ref>

A 25 de abril de 1976, realizaram-se as [[Eleições legislativas portuguesas de 1976|primeiras eleições legislativas]], em que o [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista]] se sagrou vencer com 34,89% dos votos.<ref>{{citar web|url=https://cne.pt/sites/default/files/dl/resultados_ar_1976.pdf|titulo=Mapa Oficial com o resultado das Eleições para a Assembleia da República|data=25 de maio de 1976|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=Comissão Nacional de Eleições|publicado=[[Diário da República]], I Série, Suplemento - nº 122}}</ref> A 27 de junho realizaram-se as [[Eleições presidenciais portuguesas de 1976|eleições presidenciais]], em que o candidato apoiado pelo [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista]], pelo [[Partido Social Democrata (Portugal)|Partido Popular Democrático]], pelo [[CDS – Partido Popular|Centro Democrático Social]] e pelo [[Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses]], o general [[António Ramalho Eanes]] venceu com 61,59% dos votos.<ref>{{citar web|url=https://cne.pt/sites/default/files/dl/resultados_pr_1976.pdf|titulo=Mapa oficial com o resultado final da eleição para a Presidência da República|data=6 de julho de 1976|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=Comissão Nacional de Eleições|publicado=[[Diário da República]], 1ª Série, Suplemento - nº 156}}</ref>

== Primeiro-Ministro de Portugal ==
[[File:Mário Soares par Claude Truong-Ngoc 1978.png|thumb|Mário Soares, em 1978, durante o seu primeiro mandato como primeiro-ministro.]]
Soares tomou posse como [[Primeiro-Ministro de Portugal|Primeiro-Ministro]] do [[I Governo Constitucional de Portugal|I Governo Constitucional]] a 23 de julho de 1976, em cerimónia no [[Palácio de Belém]],<ref>{{Citar web|url=https://arquivos.rtp.pt/conteudos/tomada-de-posse-do-i-governo-constitucional/|titulo=Tomada de Posse do I Governo Constitucional|acessodata=2022-12-20|lingua=pt-PT}}</ref> sendo reconduzido no cargo, a 30 de janeiro de 1978, para liderar [[II Governo Constitucional de Portugal|II Governo Constitucional]] em coligação com o [[CDS – Partido Popular|Centro Democrático Social]],<ref>{{Citar web|url=https://arquivos.rtp.pt/conteudos/tomada-de-posse-do-ii-governo-constitucional/|titulo=Tomada de posse do II Governo Constitucional|acessodata=2022-12-20|lingua=pt-PT}}</ref> e a 9 de junho de 1983, para liderar o [[IX Governo Constitucional de Portugal|IX Governo Constitucional]], em coligação com o [[Partido Social Democrata (Portugal)|Partido Social Democrata]].<ref>{{Citar web|url=https://arquivos.rtp.pt/conteudos/tomada-de-posse-do-ix-governo-constitucional/|titulo=Tomada de posse do IX Governo Constitucional|acessodata=2022-12-20|lingua=pt-PT}}</ref>

=== Política interna ===

==== Economia e finanças ====
Atingido pela [[crise do petróleo de 1973]], pelas [[Nacionalização|nacionalizações]] e pela [[Descolonização portuguesa de África|descolonização]], que levou a uma vaga de meio milhão de [[retornados]], [[Portugal]] enfrentava uma [[taxa de inflação]] de cerca de 20%, [[taxa de desemprego]] superior a 7%, bens racionados e [[Política cambial|desvalorização]] do [[Escudo português|escudo]].<ref name=":5">{{Citar web|ultimo=Silva|primeiro=Helena Teixeira da|url=https://www.jn.pt/infos/Embeds/mariosoaresinfos/mariosoares_cap4.html#menu|titulo=Mário Soares - FMI e o socialismo na gaveta|acessodata=2022-12-20|website=www.jn.pt}}</ref> Após um empréstimo de 250 milhões de dólares por parte da Alemanha durante os governos provisórios, a situação financeira nacional não melhorou, o que obrigou a um pedido de empréstimo maior, de cerca de 1500 milhões de dólares, financiados por 14 países através do [[Fundo Monetário Internacional]] (FMI).<ref name=":5" /><ref>{{citar livro|título=Mário Soares - Uma Vida|ultimo=Vieira|primeiro=Joaquim|editora=[[Sábado (revista)|Sábado]]|ano=2022|volume=3|local=Lisboa|páginas=30-31}}</ref>

As medidas de austeridade levadas a cabo levaram a que Soares, aquando da tomada de posse do afirma-se que era "[nã]o se trata agora de meter o socialismo na gaveta, mas de salvar a democracia", o que se tornaria numa das suas frases mais conhecidas.<ref>{{Citar web|url=https://www.tsf.pt/politica/mario-soares-e-o-socialismo-na-gaveta-5577214.html|titulo=Mário Soares e o ″socialismo na gaveta″|data=2017-01-10|acessodata=2022-12-20|website=TSF Rádio Notícias|lingua=pt-PT}}</ref>

==== Saúde ====
Foi durante o [[II Governo Constitucional de Portugal|II Governo Constitucional]] em coligação com o [[CDS – Partido Popular|Centro Democrático Social]], que se avançou com aquela que é considerada como uma das maiores conquistas da democracia: a criação do [[Serviço Nacional de Saúde]], por iniciativa do então [[Ministério dos Assuntos Sociais|Ministro dos Assuntos Sociais]] [[António Arnaut]]. No entanto, a lei seria apenas aprovada em 1979, já durante o [[V Governo Constitucional de Portugal|V Governo Constitucional]], liderado por [[Maria de Lurdes Pintassilgo]].<ref>{{Citar web|url=https://www.dn.pt/portugal/perfil/governo-ps-cds-durou-escassos-sete-meses-5550739.html|titulo=Governo PS-CDS durou escassos sete meses|acessodata=2022-12-20|website=www.dn.pt|lingua=pt-PT}}</ref>

No [[IX Governo Constitucional de Portugal|IX Governo Constitucional]], o [[Ministério da Saúde (Portugal)|Ministério da Saúde]] é criado através da sua separação do [[Ministério dos Assuntos Sociais]], tendo como primeiro titular [[António Maldonado Gonelha]].<ref>{{Citar web|url=https://40anos.sns.gov.pt/2019/06/27/no-ix-governo-constitucional-mario-soares-cria-o-ministerio-da-saude-que-passa-a-estar-separado-dos-assuntos-sociais-maldonado-gonelha-e-o-seu-primeiro-titular/|titulo=No IX Governo Constitucional, Mário Soares cria o Ministério da Saúde, que passa a estar separado dos Assuntos Sociais. Maldonado Gonelha é o seu primeiro titular - 40anos do SNS|acessodata=2022-12-20|website=40anos.sns.gov.pt}}</ref> Em 1984, foi criada a Direção-Geral dos Cuidados de Saúde Primários, pondo fim aos Serviços Médico-Sociais da Previdência.<ref>{{Citar web|url=https://40anos.sns.gov.pt/category/anos/1984/|titulo=1984 Categoria - 40anos do SNS|acessodata=2022-12-20|website=40anos.sns.gov.pt}}</ref>

=== Política externa ===

==== Adesão à Comunidade Económica Europeia ====
Aquele que era um dos pilares do pensamento político de Soares,<ref>{{Citar web|url=https://soares-europa.fmsoaresbarroso.pt/pt/msoares|titulo=Mário Soares e a Europa - Mário Soares|acessodata=2022-12-20|website=soares-europa.fmsoaresbarroso.pt}}</ref> inscritos nos programas eleitorais do [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista]] para as [[Eleições legislativas portuguesas de 1976|eleições legislativas de 1976]]<ref>{{citar web|url=https://phplist.ps.pt:8080/GabinetedeEstudos/SITE_GEPS/Programas_Eleitorais_PS/1976.25.abr_Programa.para.um.Governo.PS_Vencer.a.Crise.Reconstruir.o.Pais.pdf|titulo=Programa para um Governo PS – Vencer a Crise – Reconstruir o País|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=Gabinete de Estudos do [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista]]}}</ref> e no [[Programa do Governo|do]] [[I Governo Constitucional de Portugal|I Governo Constitucional]],<ref>{{citar web|url=https://www.historico.portugal.gov.pt/media/464012/GC01.pdf|titulo=Programa do I Governo Constitucional|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=[[Governo da República Portuguesa]]}}</ref> a adesão de Portugal à [[Comunidade Económica Europeia]] (CEE) foi uma das prioridades de todos os [[Governos Constitucionais da Terceira República Portuguesa|governos constitucionais]] que se seguiram.

Tendo em vista ganhar apoio numa possível adesão, Mário Soares iniciou, em fevereiro de 1977,<ref>{{Citar web|url=https://arquivos.rtp.pt/conteudos/partida-de-mario-soares-para-primeira-fase-de-visitas-a-cee/|titulo=Partida de Mário Soares para primeira fase de visitas à CEE|acessodata=2022-12-20|lingua=pt-PT}}</ref> uma viagem pelas várias capitais dos [[Estados-membros da União Europeia|estados-membros]] da [[Comunidade Económica Europeia]],<ref>{{citar livro|título=Mário Soares - Uma Vida|ultimo=Vieira|primeiro=Joaquim|editora=[[Sábado (revista)|Sábado]]|ano=2022|volume=3|local=Lisboa|página=34}}</ref> começando com [[Londres]],<ref>{{citar web|url=http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=00814.017|titulo=Visita do Primeiro-Ministro Mário Soares às Capitais dos Países Membros da CEE: Londres|data=14 de fevereiro de 1977|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=[[Fundação Mário Soares e Maria Barroso|Casa Comum]]}}</ref> [[Dublin]],<ref>{{citar web|url=http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=00814.018|titulo=Visita do Primeiro-Ministro Mário Soares às Capitais dos Países Membros da CEE: Dublin|data=15 de fevereiro de 1977|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=[[Fundação Mário Soares e Maria Barroso|Casa Comum]]}}</ref> [[Copenhaga]]<ref>{{citar web|url=http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=00814.019|titulo=Visita do Primeiro-Ministro Mário Soares às Capitais dos Países Membros da CEE: Copenhaga|data=17 de fevereiro de 1977|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=[[Fundação Mário Soares e Maria Barroso|Casa Comum]]}}</ref> e [[Roma]],<ref>{{citar web|url=http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=00814.020|titulo=Visita do Primeiro-Ministro Mário Soares às Capitais dos Países Membros da CEE: Roma|data=18 de fevereiro de 1977|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=[[Fundação Mário Soares e Maria Barroso|Casa Comum]]}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://arquivos.rtp.pt/conteudos/balanco-da-primeira-etapa-da-visita-a-paises-da-cee/|titulo=Balanço da primeira etapa da visita a países da CEE|acessodata=2022-12-20|lingua=pt-PT}}</ref> seguindo-se [[Bruxelas]], [[Paris]],[[Bona]],<ref>{{citar web|url=http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=00814.022|titulo=Visita do Primeiro-Ministro Mário Soares às Capitais dos Países Membros da CEE: Bona|data=8 de março de 1977|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=[[Fundação Mário Soares e Maria Barroso|Casa Comum]]}}</ref> [[Haia]]<ref>{{citar web|url=http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=00814.023|titulo=Visita do Primeiro-Ministro Mário Soares às Capitais dos Países Membros da CEE: Haia|data=9 de março de 1977|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=[[Fundação Mário Soares e Maria Barroso|Casa Comum]]}}</ref> e [[cidade do Luxemburgo]],<ref>{{citar web|url=http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=00814.024|titulo=Visita do Primeiro-Ministro Mário Soares às Capitais dos Países Membros da CEE: Luxemburgo|data=10 de março de 1977|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=[[Fundação Mário Soares e Maria Barroso|Casa Comum]]}}</ref> no início de março.<ref>{{Citar web|url=https://arquivos.rtp.pt/conteudos/partida-de-mario-soares-para-segunda-fase-de-visitas-a-cee/|titulo=Partida de Mário Soares para segunda fase de visitas à CEE|acessodata=2022-12-20|lingua=pt-PT}}</ref> A 22 de março, foi apresentado na [[Assembleia da República]] um voto de congratulação, que foi aprovada com os votos do [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista]], do [[Partido Social Democrata (Portugal)|Partido Popular Democrático]] e do [[CDS – Partido Popular|Centro Democrático Social]] e os votos contra do [[Partido Comunista Português]], da [[União Democrática Popular]] e de dois [[Deputado não inscrito|deputados independentes]] ([[Carmelinda Pereira]] e [[Aires Rodrigues]]).<ref>{{Citar web|url=https://debates.parlamento.pt/catalogo/r3/dar/01/01/01/089/1977-03-22/3038|titulo=Debates Parlamentares - Diário 089, p. 3038 (1977-03-22)|acessodata=2022-12-20|website=debates.parlamento.pt}}</ref> O pedido foi formalizado a 28 de março<ref>{{Citar web|url=https://app.parlamento.pt/comunicar/Artigo.aspx?ID=929|titulo=Pedido de Adesão à CEE (1977)|acessodata=20 de dezembro de 2022|website=[[Assembleia da República]]}}</ref> e iniciado a 5 de abril, em Concelho de Ministros da CEE.<ref>{{citar livro|título=Mário Soares - Uma Vida|ultimo=Vieira|primeiro=Joaquim|editora=[[Sábado (revista)|Sábado]]|ano=2022|local=Lisboa|página=35}}</ref>

No entanto, as negociações demorariam oito anos, com a assinatura do Tratado de Adesão a 12 de junho de 1985, já Mário Soares era novamente [[Primeiro-Ministro de Portugal|Primeiro-Ministro]] do [[IX Governo Constitucional de Portugal|IX Governo Constitucional]].

== Presidente da República ==
[[Ficheiro:Mário Soares e José Sarney 1988.jpg|280 px|thumb|right|Mário Soares com o então presidente brasileiro [[José Sarney]] (à direita), em 1988.]]
Em 1985, escassos dias após a exoneração do [[IX Governo Constitucional de Portugal|IX Governo Constitucional]], Mário Soares apresentou a sua candidatura à [[Presidência da República]]. Devido à impopularidade do seu governo, partiu para as eleições com apenas 8% nas intenções de voto e com uma forte concorrência à esquerda [[Maria de Lourdes Pintasilgo|Maria de Lurdes Pintassilgo]] e [[Francisco Salgado Zenha]].<ref>{{Citar periódico|titulo=Histórias de murros. Rajoy em Pontevedra, Mário Soares na Marinha Grande|jornal=ionline|url=http://ionline.sapo.pt/490911}}</ref>

No entanto, duas semanas antes das [[Eleições presidenciais portuguesas de 1986|eleições]], deu-se o célebre [[incidente da Marinha Grande]]. Quando, a 14 de janeiro de 1986, Mário Soares dispôs-se a visitar uma das poucas fábricas que tinham recebido subsídios do anterior governo (presidido pelo próprio Soares), nesse momento operários de outra fábrica que não os tinha recebido começaram a vaiar o político, sendo isto o prelúdio da agressão física que viria a seguir. A ameaça, primeiramente verbal, acabou num ataque pessoal a Mário Soares quando um grupo de trabalhadores desempregados esbofetearam o candidato, esbofetearam também dois dos guarda-costas do político. Soares, acusaria pouco depois do acto de violência que este tinha sido executado por seguidores de [[Francisco Salgado Zenha]], afirmando que os que o agrediram tinha autocolantes de dito candidato, o qual, tinha estado uma hora antes no mesmo lugar.<ref name=":0" /> Os seguidores do candidato e os jornalistas conseguiram fugir até à Fábrica dos Irmãos Stephens, protegendo-se lá ficando a salvo da multidão enfurecida.<ref>{{Citar web |ultimo=Avillez |primeiro=Maria João |url=https://observador.pt/especiais/a-campanha-que-parou-o-pais-contada-pelo-proprio-mario-soares/ |titulo=Como Soares lembrou a campanha contra Freitas |acessodata=2021-01-06 |website=Observador |lingua=pt-PT}}</ref> Alguns referem que o Incidente fez com que Mário Soares, que no início tinha pouco apoio (chegando apenas a 8% nas primeiras sondagens) e que à esquerda tinha dois candidatos: [[Maria de Lourdes Pintasilgo|Maria de Lurdes Pintassilgo]] e [[Francisco Salgado Zenha]], vencesse não só os adversários de esquerda mas também [[Freitas do Amaral]] o qual tinha um apoio sólido da direita política.<ref>{{Citar periódico|titulo=Da Marinha Grande a Belém|jornal=Jornal Expresso|url=http://expresso.sapo.pt/blogues/blogue_um_olhar/da-marinha-grande-a-belem=f491632}}</ref>

Durante os seus mandatos presidenciais, foi o presidente da República que atribuiu mais condecorações, nomeadamente 2505 condecorações das ordens honoríficas portuguesas,<ref>{{Citar web|ultimo=Carrapatoso|primeiro=Miguel Santos|url=https://observador.pt/2016/01/15/agora-campeao-das-condecoracoes/|titulo=Condecorações. Quem foi o Presidente mais generoso?|acessodata=2022-04-20|website=Observador|lingua=pt-PT}}</ref> entre as quais algumas que viriam a ser retiradas aos titulares na sequência de processos judiciais, como o caso do embaixador Jorge Ritto — condecorado com a [[Ordem do Infante D. Henrique]] e irradiado na sequência da sua condenação no Processo Casa Pia.<ref>{{citar web|url=http://www.sol.pt/noticia/123010|título=Carlos Cruz e Jorge Ritto expulsos da Ordem D. Henrique.|autor=Sónia Balasteiro|data=29 de janeiro de 2015|publicado=[[Sol (jornal)|Sol]]|acessodata=29 de janeiro de 2015}}</ref>

No seu primeiro mandato, surgiu o caso Emaudio / [[Teledifusão de Macau]], o que o obrigou a várias explicações públicas e atingiu membros do seu círculo próximo, nomeadamente [[Carlos Melancia]], nomeado por Mário Soares para governador de Macau em 1987. Ademais, a Emaudio fora criada na órbita da Fundação de Relações Internacionais, entidade ligada ao PS a que Mário Soares havia presidido antes de ser eleito presidente da República e que envolvia Menano do Amaral, angariador de fundos para a campanha presidencial de Mário Soares; Bernardino Gomes, chefe de gabinete de Mário Soares enquanto primeiro-ministro; [[Rui Mateus]], presidente da Fundação de Relações Internacionais do PS, por indicação de Mário Soares; [[António de Almeida Santos]], ministro dos governos de Mário Soares; o filho de Mário Soares, [[João Soares (político)|João Soares]]; entre outros. As suspeitas sobre ligações de Mário Soares a alegados financiamentos ilícitos da sua campanha presidencial e de campanhas eleitorais do PS nunca foram provadas.<ref>[https://sol.sapo.pt/artigo/541865/macau-o-maior-embaraco-da-vida-politica-de-soares Macau, o maior embaraço da vida política de Soares, Nascer do SOL, 07.01.2017]</ref> Também o caso do fax de Macau atingiu politicamente Mário Soares, nomeadamente porque António Strecht Monteiro, filho de um fundador do PS com boas relações com Mário Soares, havia sido responsável por estabelecer contacto entre o governador de Macau, [[Carlos Melancia]], [[Rui Mateus]] e a empresa alemã que havia pago 50 000 contos a [[Carlos Melancia]] no sentido de garantir a vitória no concurso para a consultoria das obras de construção do aeroporto de Macau e que, gorada essa expectativa, enviou um fax — daí o nome do caso, Fax de Macau — a Carlos Melancia exigindo a devolução do dinheiro. Desse facto foi dado conhecimento ao gabinete de Mário Soares, então presidente da República, que ficou politicamente comprometido com o caso.<ref name="Tese">[https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/29598 A Mediatização do Escândalo Político em Portugal no Período Democrático: padrões de cobertura jornalística nos seminários de referência - Tese de doutoramento de Bruno Ricardo Vaz Paixão em Ciências da Comunicação, no ramo de Estudos do Jornalismo, apresentada ao Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra]</ref>

== Pós-Presidência da República ==
O percurso político de Mário Soares depois dos dez anos de [[Presidência da República]] foram orientados para a intervenção a nível internacional.

Depois de ter assumido, em dezembro de 1995, a presidência da [[Comissão Mundial Independente Sobre os Oceanos]], seria escolhido em setembro de 1997 para a presidência do Comité Promotor do Contrato Mundial da Água.

Também em 1997 assumiu a presidência da [[Fundação Portugal África]] — fundada pelo [[Banco de Fomento e Exterior]] (posteriormente integrado no [[Banco Português de Investimento]]<ref>{{Citar web |url=http://www.fportugalafrica.pt/a-fundacao/ |titulo=Fundação Portugal-África › A Fundação |acessodata=2021-01-06 |website=www.fportugalafrica.pt}}</ref>) — e a presidência do Movimento Europeu Internacional, uma [[ONGD]] cuja fundação remonta ao pós-[[Segunda Grande Guerra]] e que foi impulsionadora da fundação do [[Conselho da Europa]], em 1949.<ref>{{Citar web |url=http://movimento-europeu.eu/o-movimento/apresentacao/o-que-e/ |titulo=O que é |acessodata=2021-01-06 |website=Movimento Europeu {{!}} Conselho Português |lingua=pt-PT}}</ref>

Subsequentemente, em 1999, três anos depois de terminar o seu mandato como [[Presidente da República|Presidente]], Mário Soares foi o cabeça-de-lista do [[Partido Socialista (Portugal)|PS]] às [[Eleições parlamentares europeias de 1999 (Portugal)|eleições europeias de 1999]]. Uma vez eleito foi logo de seguida candidato a presidente do [[Parlamento Europeu]], mas perdeu a eleição para [[Nicole Fontaine]], em relação a quem não teve pejo de afirmar que tinha «''um discurso de dona de casa''», no sentido pejorativo do termo.<ref>[http://expresso.sapo.pt/blogues/blogue_paulo_gaiao/mario-soares-um-problema-chamado-nicole-fontaine=f734647 Expresso]</ref>

Essa derrota na corrida à presidência do [[Parlamento Europeu]] acabou por retirar expetativa à ambição de Soares em desempenhar um cargo importante na política internacional.

Em 2000, foram publicadas na comunicação social declarações do ministro da Comunicação Social de Angola, Vaal Neto, acusando Mário e João Soares de beneficiarem do tráfico de marfim e diamantes praticado pela UNITA. João Soares interpôs uma ação judicial no Tribunal Cível de Lisboa contra Vaal Neto, pedindo uma indemnização de 100 mil contos (cerca de 500 mil euros). Não houve contestação, o que corresponde à confissão dos factos, tendo Vaal Neto concedido uma entrevista à RTP, em que caracterizou o caso como um «mal-entendido», referindo que Mário Soares tinha sido o primeiro a criticar o presidente de Angola, [[José Eduardo dos Santos]]. Segundo João Soares, o valor da indemnização foi doado a uma instituição de beneficência.<ref name="Tese">[https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/29598 A Mediatização do Escândalo Político em Portugal no Período Democrático: padrões de cobertura jornalística nos seminários de referência - Tese de doutoramento de Bruno Ricardo Vaz Paixão em Ciências da Comunicação, no ramo de Estudos do Jornalismo, apresentada ao Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra]</ref>

===Candidato a um terceiro mandato como [[Presidente da República]]===
Longe da política ativa, sem deixar de assumir como figura de maior referência do [[Partido Socialista (Portugal)|PS]], Soares surpreendeu o país ao aceitar, em 2005, um regresso à disputa pelo cargo de [[Presidente da República]]. Foi assim, aos 81 anos, o segundo candidato anunciado — após [[Jerónimo de Sousa]], candidato apoiado pelo [[Partido Comunista Português|PCP]] — o que seria um inédito terceiro mandato.

O motivo da sua entrada na corrida era nem mais nem menos do que impedir que [[José Sócrates]], então secretário-geral do [[Partido Socialista (Portugal)|PS]] tivesse de apoiar o candidato [[Manuel Alegre]], após algumas crispações deste histórico do [[Partido Socialista (Portugal)|PS]] com as hostes do seu próprio partido — de resto, Alegre havia sido adversário de Sócrates nas eleições internas do PS em 2004, representando uma corrente ideológica completamente oposta à de [[José Sócrates|Sócrates]].

Na eleição presidencial, realizada a 22 de Fevereiro de 2006, Soares obteve apenas o terceiro lugar, com 14% dos votos, ficando inclusive atrás da candidatura (que acabou por não ter apoio partidário) de [[Manuel Alegre]].

As eleições foram vencidas com maioria absoluta (e, portanto, à primeira volta) por [[Aníbal Cavaco Silva]].

===Pós-Presidenciais de 2006===
[[Ficheiro:Mario Soares Carmo 1 1.jpg|280 px|thumb|left|Mário Soares (centro) durante as celebrações do 40.º aniversário da [[Revolução dos Cravos]], em 25 de Abril de 2014.]]
Em 2007 foi nomeado presidente da Comissão de Liberdade Religiosa. Também presidia ao Júri do Prémio Félix Houphouët-Boigny, da [[UNESCO]], desde 2010, e era patrono do International Ocean Institute, desde 2009 e até à sua morte.

No dia 11 de Outubro de 2010 recebeu o Doutoramento ''[[Honoris Causa]]'' pela [[Universidade de Lisboa]] aquando das comemorações do centenário da mesma, coincidindo com as comemorações do centenário da República Portuguesa ([[Implantação da República Portuguesa|5 de Outubro]]).

Com 89 anos foi eleito a personalidade do ano 2013 pela imprensa estrangeira, radicada em Portugal.<ref>{{Citar web |publicado=Notícias ao minuto |data=17-12-2013 |url=http://www.noticiasaominuto.com/pais/147034/mario-soares-eleito-personalidade-do-ano |título=Mário Soares eleito personalidade do ano |autor=Agência Lusa |acessodata=2014-05-18}}</ref>

Em 25 de abril de 2016, recebeu a chave da cidade de Lisboa, do presidente da CML, [[Fernando Medina]], a mais alta distinção atribuída pelo município a personalidades com relevância nacional e internacional.<ref>{{citar web|URL=http://www.dn.pt/portugal/interior/mario-soares-recebeu-de-fernando-medina-chave-da-cidade-de-lisboa-5143101.html|título=Mário Soares recebeu de Fernando Medina chave da cidade de Lisboa|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>

Faleceu às 15h28m de 7 de janeiro de 2017, aos 92 anos de idade, no Hospital da Cruz Vermelha, em [[São Domingos de Benfica]], Lisboa, onde estava internado, em coma profundo, desde 13 de dezembro de 2016, após um longo período de doença, que se agudizou após a morte da mulher, [[Maria Barroso]].<ref>{{Citar web |url=https://www.jn.pt/nacional/morreu-mario-soares-2992712.html |titulo=Morreu Mário Soares, o presidente da Liberdade - JN |acessodata=2021-01-06 |website=www.jn.pt |lingua=pt}}</ref>

===Fundação Mário Soares e Maria Barroso===
Soares fundou em 1996 a [[Fundação Mário Soares]], uma instituição cultural com o objetivo de organizar debates, colóquios e iniciativas sobre política e defesa dos [[direitos humanos]]. A fundação possui uma casa-museu e um espólio documental de dois milhões de documentos legado por Soares.<ref>{{Citar web |url=https://www.infopedia.pt/$fundacao-mario-soares |título=Fundação Mário Soares |publicado=[[Infopédia]], Enciclopédia de Língua Portuguesa da Porto Editora |acessodata=1 de maio de 2019}}</ref>

A atividade da Fundação desenvolve-se no plano cultural, científico, educativo e social, destacando-se a organização e disponibilização em acesso aberto do seu património cultural (Arquivo, Biblioteca, Casa Comum e Casa-Museu João Soares), a programação de eventos científicos e culturais, a promoção de programas de formação e de debate, a cooperação com os países da lusofonia e o estímulo à criação e disseminação de conhecimento de base científica, em particular sobre a ação de Mário Soares e Maria Barroso.

Rebatizada em Agosto de 2020 como [[Fundação Mário Soares|Fundação Mário Soares e Maria Barroso]], mantem e amplia os valiosos arquivos documentais — incontornáveis para quem queira estudar a resistência ao Estado Novo ou a história dos movimentos de libertação das antigas colónias portuguesas.<ref>{{Citar web |ultimo=Santos |primeiro=Luís Miguel Queirós, Nuno Ferreira |url=https://www.publico.pt/2020/12/10/culturaipsilon/noticia/fundacao-mario-soares-maria-barroso-quer-manter-ampliar-arquivos-1942401 |titulo=Fundação Mário Soares e Maria Barroso quer manter e ampliar os seus arquivos |acessodata=2021-09-11 |website=PÚBLICO |lingua=pt}}</ref>

===Morte===
[[Ficheiro:Funeral de Mário Soares a Lisboa 01.jpg|thumb|Exéquias fúnebres de Mário Soares no [[Mosteiro dos Jerónimos]].|272x272px]]
Mário Soares morreu às 15h28m de 7 de janeiro de 2017, depois de ter estado mais de duas semanas internado no Hospital da [[Cruz Vermelha]], em [[São Domingos de Benfica]], em [[coma]] profundo.

O Governo decretou 3 dias de luto nacional e um funeral de Estado. Este, foi o primeiro funeral em democracia com honras de Estado, exéquias que passaram a servir de guião para os funerais de Estado em Portugal, nomeadamente para o funeral de estado de [[Jorge Sampaio]].<ref>{{Citar web |ultimo=Cabrita-Mendes |primeiro=André |url=https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/funeral-de-mario-soares-teve-direito-a-84-cavalos-da-gnr-seis-f-16-corveta-da-marinha-e-mil-militares-783129 |titulo=Funeral de Mário Soares teve direito a 84 cavalos da GNR, seis F-16, corveta da Marinha e mil militares |data=2021-09-10 |acessodata=2021-09-10 |website=O Jornal Económico |lingua=pt-PT}}</ref> Antes disso, o anterior funeral de Estado foi o de [[António de Oliveira Salazar]] durante a ditadura em 1970.

Deixou de herança um património avaliado em cerca de 17 milhões de euros.<ref>{{Citar web|titulo=Mário Soares deixou herança de 17 milhões|url=https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/mario-soares-deixou-heranca-de-17-milhoes|obra=www.sabado.pt|acessodata=2019-04-30}}</ref>

=== Família e casamento ===
Casado desde 22 de fevereiro de 1949 com [[Maria Barroso]],<ref name="Não-nomeado-xX9y-2"/> Mário Soares foi pai de [[João Barroso Soares]] e de Isabel Barroso Soares. Foi igualmente tio paterno, por afinidade, do [[Crônica (gênero)|cronista]] e antigo [[deputado]] e [[secretário de Estado]] [[Alfredo Barroso]] e tio materno por afinidade do [[cineasta]] [[Mário Barroso]] (chamado Mário Alberto em sua homenagem e por ser seu padrinho), do [[médico]]-[[cirurgião]] [[Eduardo Barroso]] e da bailarina [[Graça Barroso]].

== Resultados eleitorais ==
[[Ficheiro:Portugese minister Soares (voorzitter Socialistische Partij) op Schiphol aangeko, Bestanddeelnr 927-7113.jpg|thumb|right|270x270px|Mário Soares em 1975.]]
Ao longo da sua carreira política, Mário Soares concorreu a dez eleições, seis legislativas, três presidenciais e uma europeia, vencendo duas legislativas, duas presidenciais e uma europeia.<ref name=":0">{{Citar web |url=https://arquivos.rtp.pt/conteudos/carreira-politica-de-mario-soares/ |titulo=Carreira política de Mário Soares |acessodata=2020-12-07 |lingua=pt-PT}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.dn.pt/portugal/perfil/nunca-ninguem-teve-mais-votos-em-portugal-5550788.html|titulo=Nunca ninguém teve mais votos em Portugal|acessodata=2022-12-20|website=www.dn.pt|lingua=pt-PT}}</ref>

Foi por três vezes [[Primeiro-Ministro de Portugal|Primeiro-Ministro]], dos [[I Governo Constitucional de Portugal|I]],<ref>{{Citar web |ultimo=Portugal |primeiro=Grand Union |url=https://www.historico.portugal.gov.pt/pt/o-governo/arquivo-historico/governos-constitucionais/gc01.aspx |titulo=I Governo Constitucional - 1976-1978 |acessodata=2020-12-07 |website=www.historico.portugal.gov.pt |lingua=pt}}</ref> [[II Governo Constitucional de Portugal|II]]<ref>{{Citar web |ultimo=Portugal |primeiro=Grand Union |url=https://www.historico.portugal.gov.pt/pt/o-governo/arquivo-historico/governos-constitucionais/gc02.aspx |titulo=Ii Governo Constitucional - 1978 |acessodata=2020-12-07 |website=www.historico.portugal.gov.pt |lingua=pt}}</ref> e [[IX Governo Constitucional de Portugal|IX Governos Constitucionais]],<ref>{{Citar web |ultimo=Portugal |primeiro=Grand Union |url=https://www.historico.portugal.gov.pt/pt/o-governo/arquivo-historico/governos-constitucionais/gc09/composicao.aspx |titulo=Composição |acessodata=2020-12-07 |website=www.historico.portugal.gov.pt |lingua=pt}}</ref> o primeiro minoritário [[Partido Socialista (Portugal)|Socialista]], o segundo em coligação com o [[CDS – Partido Popular|CDS]] e o terceiro em coligação com o [[Partido Social-Democrata (Portugal)|Partido Social-Democrata]].

Eleito [[deputado]] cinco vezes, Mário Soares assumiu o mandato na [[Assembleia Constituinte (Portugal)|Assembleia Constituinte]] e em 1978 após a queda do [[II Governo Constitucional de Portugal|II]]. Em 1999, foi eleito [[eurodeputado]], tendo concorrido a [[Presidente do Parlamento Europeu]], perdendo para a [[Grupo do Partido Popular Europeu|democrata-cristã]] [[Nicole Fontaine]].<ref name=":0" />

Em 1986, concorreu pela primeira vez a [[Presidente da República Portuguesa]], ganhando à segunda volta, após o apoio do [[Partido Comunista Português]]. Em 1991, foi reeleito com 70,35% dos votos, a maior percentagem de sempre obtida por um candidato. Em 2006, torna-se o primeiro ex-[[Presidente da República Portuguesa|Presidente da República]] a concorrer a um terceiro mandato, não conseguindo a eleição devido à forte fragmentação à esquerda e à falta do apoio popular que antes desfrutara.<ref name=":0" />

=== Eleições legislativas ===
{| class="wikitable"
|+
|-
!Data
! colspan="2" |Partido
!Círculo eleitoral
!Posição
!{{Abbr|Cl.|Classificação}}
!Votos
!%
!+/-
!Status
!Notas
|-
|[[Eleições legislativas portuguesas de 1969|1969]]
| bgcolor="#{{RGBpol|CEUD}}" |
|[[Comissão Eleitoral de Unidade Democrática|CEUD]]
| rowspan="7" |[[Distrito de Lisboa|Lisboa]]
|
|3.º
|16 863
|{{Info/Partido político/lugares|1.5|100.0|#{{RGBpol|CEUD}}}}
|
|Não eleito
|Líder da [[Acção Socialista Portuguesa|ASP]]
|-
|[[Eleições para a Assembleia Constituinte Portuguesa de 1975|1975]]
| rowspan="4" bgcolor="#{{RGBpol|PS}}" |
| rowspan="4" |[[Partido Socialista (Portugal)|PS]]
|1º (em 55)
|'''1.º'''
|583 741
|{{Info/Partido político/lugares|46.0|100.0|#{{RGBpol|PS}}}}
|
|'''Eleito'''
|[[Assembleia Constituinte (Portugal)|Assembleia Constituinte]]<br />[[Secretário-Geral do Partido Socialista (Portugal)|Secretário-Geral do PS]]
|-
| rowspan="2" |[[Eleições legislativas portuguesas de 1976|1976]]
| rowspan="2" |1º (em 58)
| rowspan="2" |'''1.º'''
| rowspan="2" |458 713
| rowspan="2" |{{Info/Partido político/lugares|38.3|100.0|#ff66ff}}
| rowspan="2" |{{Decrease}}7,7
| rowspan="2" |'''Eleito'''
|'''[[Primeiro-Ministro de Portugal|Primeiro-Ministro]]''' (1976–1978)<br />[[Secretário-Geral do Partido Socialista (Portugal)|Secretário-Geral do PS]]
|-
|[[Líder da Oposição (Portugal)|Líder da Oposição]] (1978–1979)<br />[[Secretário-Geral do Partido Socialista (Portugal)|Secretário-Geral do PS]]
|-
|[[Eleições legislativas portuguesas de 1979|1979]]
|1º (em 56)
|3.º
|339 032
|{{Info/Partido político/lugares|25.8|100.0|#ff66ff}}
|{{Decrease}}12,5
|'''Eleito'''
| rowspan="2" |[[Líder da Oposição (Portugal)|Líder da Oposição]]<br />[[Secretário-Geral do Partido Socialista (Portugal)|Secretário-Geral do PS]]
|-
|[[Eleições legislativas portuguesas de 1980|1980]]
| bgcolor="#{{RGBpol|FRS}}" |
|[[Frente Republicana e Socialista|FRS]]
|1º (em 56)
|2.º
|370 412
|{{Info/Partido político/lugares|28.1|100.0|#ff3366}}
|{{Increase}}2,3
|'''Eleito'''
|-
|[[Eleições legislativas portuguesas de 1983|1983]]
| bgcolor="#{{RGBpol|PS}}" |
|[[Partido Socialista (Portugal)|PS]]
|1º (em 56)
|'''1.º'''
|453 116
|{{Info/Partido político/lugares|35.8|100.0|#ff66ff}}
|{{Increase}}7,7
|'''Eleito'''
|'''[[Primeiro-Ministro de Portugal|Primeiro-Ministro]]'''<br />[[Secretário-Geral do Partido Socialista (Portugal)|Secretário-Geral do PS]]
|}

=== Eleições Presidenciais ===
{| class="wikitable"
! rowspan="2" |Data
! rowspan="2" |Partidos apoiantes
! colspan="4" |1ª Volta
! colspan="4" |2ª Volta
! rowspan="2" |Status
|-
!{{Abbr|Cl.|Classificação}}
!Votos
!%
!+/-
!{{Abbr|Cl.|Classificação}}
!Votos
!%
!+/-
|-
|[[eleições presidenciais portuguesas de 1986|1986]]
|[[PS (Portugal)|PS]]{{hidden begin|titlestyle=background:white; text-align:center;}}
* [[Partido Comunista Português|PCP]] <small>(2ª volta)</small>
* [[Partido Renovador Democrático (Portugal)|PRD]] <small>(2ª volta)</small>
{{hidden end}}
|2.º
|1 443 683
|{{Info/Partido político/lugares|25.43|100.00|hex = #{{RGBpol|PS}}}}
|
|'''1.º'''
|3 010 756
|{{Info/Partido político/lugares|51.18|100.00|hex = #{{RGBpol|PS}}}}
|{{Increase}}25,75
|'''Eleito'''
|-
|[[eleições presidenciais portuguesas de 1991|1991]]
|[[PS (Portugal)|PS]]<br />[[PPD/PSD]] <small>(apoio tácito)</small>
|'''1.º'''
|3 459 521
|{{Info/Partido político/lugares|70.35|100.00|hex = #{{RGBpol|PS}}}}
|{{Increase}}19,17
! colspan="4" |
|'''Eleito'''
|-
|[[eleições presidenciais portuguesas de 2006|2006]]
|[[PS (Portugal)|PS]]
|3.º
|785 355
|{{Info/Partido político/lugares|14.31|100.00|hex = #{{RGBpol|PS}}}}
|
! colspan="4" |
|Não eleito
|}

=== Eleições europeias ===
{| class="wikitable"
!Data
! colspan="2" |Partido
!Posição
!{{Abbr|Cl.|Classificação}}
!Votos
!%
!Status
|-
|[[Eleições parlamentares europeias de 1999 (Portugal)|1999]]
|bgcolor=#{{RGBpol|PS}}|
|[[Partido Socialista (Portugal)|PS]]
|1º (em 25)
|'''1.º'''
|1 493 146
|{{Info/Partido político/lugares|43.07|100.00|#{{RGBpol|PS}}}}
|'''Eleito'''
|}

==== Eleição para a Presidência do Parlamento Europeu ====
{| class="wikitable"
! colspan="2" rowspan="2" |Candidato
! rowspan="2" |Partidos apoiantes
! colspan="2" |1ª Volta
|-
!Votos
!%
|-
| bgcolor="skyblue" |
|[[Nicole Fontaine]]
|[[Grupo do Partido Popular Europeu|PPE]]
|'''306'''
|{{Info/Partido político/lugares|49.76|100.00|hex = skyblue}}
|-
|bgcolor=red|
|Mário Soares
|[[Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas|PSE]]
|200
|{{Info/Partido político/lugares|35.52|100.00|hex = red}}
|-
|bgcolor=#24C000|
|[[Heidi Hautala]]
|[[Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia|GV/ALE]]
|49
|{{Info/Partido político/lugares|7.97|100.00|hex = #24C000}}
|-
|bgcolor=#aa0000|
|[[Laura González Álvarez]]
|[[Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde|EUE/ENV]]
! colspan="2" |Desistiu
|-
! colspan="3" |Votos Inválidos
|60
|{{Info/Partido político/lugares|9.76|100.00}}
|-
! colspan="3" |Total
|'''615'''
|{{Info/Partido político/lugares|100.00|100.00}}
|-
! colspan="3" |Eleitorado/Participação
|626
|{{Info/Partido político/lugares|98.24|100.00}}
|-
! colspan="3" |Fonte
| colspan="2" |<ref>{{Citar web |url=https://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+CRE+19990720+ITEM-003+DOC+XML+V0//PT |titulo=Debates - Terça-feira, 20 de Julho de 1999 - Eleição do Presidente |acessodata=2020-12-07 |website=www.europarl.europa.eu}}</ref>
|}

== Obras publicadas ==
* ''As Ideias Políticas e Sociais de [[Teófilo Braga]]'', com prefácio de [[Vitorino Magalhães Godinho]], Centro Bibliográfico, Lisboa, 1950.
* ''A Justificação Jurídica da Restauração e a Teoria da Origem Popular do Poder Político'', Jornal do Foro, Lisboa, 1954.
* ''Escritos Políticos'', 4 edições do Autor, Lisboa, 1969.
* ''Destruir o sistema, construir uma nova vida — relatório do Secretário Geral do [[Partido Socialista (Portugal)|PS]] aprovado no Congresso de Maio de 1973'', [[Roma]], 1973.
* ''Portugal Amordaçado'', Lisboa, 1974; tradução francesa condensada (''Le Portugal bailloné'') publicada em [[Paris]] pela Calman-Levy em 1972; e depois traduzida em inglês com o título ''Portugal’s struggle for Liberty'', em 1973; em alemão, 1973; em espanhol, com um prólogo de [[Raúl Morodo|Raul Morodo]], em 1974; na Venezuela em 1973; em grego, em 1974; e em chinês, em 1993.
* ''Caminho Difícil: do salazarismo ao caetanismo'', Rio de Janeiro, 1973
* ''Escritos do Exílio'', Livraria Bertrand, Lisboa, 1975
* ''Democratização e Descolonização'', publicações D. Quixote, Lisboa, 1975
* ''Portugal: quelle révolution? Entretiens avec Dominique Pouchin'', Calman-Lévy, Paris, 1976; traduzido em português em 1976 ; em alemão, 1976; em italiano, 1976 e em espanhol, Caracas, 1976.
* ''PS, fronteira da Liberdade — do Gonçalvismo às eleições intercalares'', prefácio e selecção de Alfredo Barroso, Lisboa, 1974
* ''Entre Militantes PS'' (1975)
* ''Escritos do Exílio'' (1975)
* ''A Europa Connosco'' (1976)
* ''Crise e Clarificação'' (1977)
* ''O Futuro Será o Socialismo Democrático'' (1979)
* ''A árvore e a floresta'', Lisboa, 1985
* ''Intervenções'', dez volumes: textos do Presidente da República, Março de 1986 a Março de 1996, Lisboa, Imprensa Nacional.
* ''Mário Soares e [[Fernando Henrique Cardoso]]: o mundo em português — um diálogo'', publicado em Lisboa e em São Paulo em 1998 e traduzido em espanhol, México, e em romeno, 2000.
* ''Português e Europeu'', Círculo de Leitores, Temas e Debates, Lisboa 2000
* ''[[Porto Alegre]] e [[Nova Iorque]]: um mundo dividido?,'' Lisboa, 2002
* ''Mémoire Vivante — Mário Soares — Entretien'', Flammarion, 2002
* ''Mário Soares — Memória Viva'', com prefácio e anexos inéditos exclusivos para a edição portuguesa, Edições Quasi, janeiro 2003
* ''Incursões Literárias'', Temas e Debates, 2003
* ''Um Mundo Inquietante'', Temas e Debates, 2003
* ''Um Mundo Inquietante'', Círculo de Leitores, 2003
* ''Mário Soares e [[Sérgio Sousa Pinto]] — Diálogo de Gerações'', Temas e Debates, 2004
* ''Poemas da Minha Vida'', [[Público (jornal)|Público]], 2004
* ''A Crise. E agora?'', Temas e Debates, 2005
* ''Mário Soares: Um Político Assume-se: Ensaio Autobiográfico, Político e Ideológico''. Lisboa: Temas e Debates, 2011. {{ISBN|978-989-644-146-3}}

== Obras em que colaborou ==
* [[Victor Cunha Rego]] e Friedhelm Merz, ''Liberdade para Portugal'' Com a colaboração de Mário Soares, [[Willy Brandt]] e [[Bruno Kreisky]], Livraria Bertrand, 1976. Edição original alemã: ''Freiheit für den Sieger'', Zurique, 1976
* ''Soares: Portugal e a Liberdade'', depoimentos diversos, Morais Editores, 1984
* Hans Janitschek, ''Mário Soares'', with a foreword by Edward Kennedy — Weidenfeld and Nicolson, London, 1985
* Teresa de Sousa, ''Mário Soares'', Nova Cultural, 1988
* Maria Fernanda Rollo e J. M. Brandão de Brito, ''Mário Soares — uma fotobiografia'', Bertrand Editora, 1995
* Maria João Avilez, ''Soares'', 3 volumes: I: Ditadura e Revolução; II: Democracia; III: O Presidente, Círculo de Leitores, 1996
* Entrevistas com ''[[Mário Bettencourt Resendes]]'': I-Moderador e Árbitro, 1995, II-Dois anos depois, 1998, III-A Incerteza dos Tempos, 2003, Editorial Notícias.

== Condecorações ==
Ordens nacionais:<ref name="OHnp">{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=153 |título=Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas|autor=|data=|publicado=Presidência da República Portuguesa |acessodata=2014-05-18 |notas=Resultado da busca de "Mário Alberto Nobre Lopes Soares".}}</ref>
* [[Ficheiro:PRT Order of Christ - Grand Cross BAR.png|60px]] Grã-Cruz da [[Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo]] de [[Portugal]] (9 de Abril de 1981)
* [[File:PRT Military Order of the Tower and of the Sword - Grand Collar.png|60px]] Grande-Colar da [[Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]] de [[Portugal]] (9 de Março de 1991)
*[[Ficheiro:PRT_Three_Orders_BAR.png|60x60px]] [[Banda das Três Ordens]] (9 de março de 1986 — 9 de março de 1996)
* [[File:PRT Order of Liberty - Grand Collar BAR.png|60px]] Grande-Colar da [[Ordem da Liberdade]] de [[Portugal]] (9 de Março de 1996)

Ordens estrangeiras:<ref name="OHne">{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=155 |título=Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras|autor=|data=|publicado=Presidência da República Portuguesa |acessodata=2014-05-18 |notas=Resultado da busca de "Mário Alberto Nobre Lopes Soares".}}</ref>
{| class="sortable collapsible collapsed wikitable"
|-
! Distinção
! Ordem
! País
! Data
|-
| [[Ficheiro:Seraphimerorden ribbon.svg|60px]] Cavaleiro || [[Ordem Real do Serafim]]|| {{SUEb}} [[Suécia]] ||28 de Janeiro de 1987
|-
| [[Ficheiro:AUT Honour for Services to the Republic of Austria - 1st Class BAR.png|60px]] Grande Estrela || [[Ordem do Mérito (Áustria)|Ordem do Mérito]]|| {{AUTb}} [[Áustria]] ||10 de Março de 1987
|-
| [[Ficheiro:ESP Isabella Catholic Order GC.svg|60px]] Excelentíssimo Senhor Grã-Cruz || [[Real Ordem de Isabel a Católica]] || {{ESPb}} [[Espanha]] ||10 de Março de 1987
|-
| [[Ficheiro:ESP Charles III Order GC.svg|60px]] Excelentíssimo Senhor Grã-Cruz || [[Real e Distinguida Ordem Espanhola de Carlos III]] || {{ESPb}} [[Espanha]] ||10 de Março de 1987
|-
| [[Ficheiro:ISL Icelandic Order of the Falcon - Grand Cross BAR.png|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem do Falcão]]|| {{ISLb}} [[Islândia]] ||10 de Março de 1987
|-
| [[Ficheiro:BRA Order of the Southern Cross - Grand Cross BAR.png|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul]] || {{BRAb}} [[Brasil]] ||10 de Março de 1987
|-
| [[Ficheiro:Order Sint Olaf 1 kl.png|60px]] Grã-Cruz || [[Real Ordem Norueguesa de Santo Olavo]] || {{NORb}} [[Noruega]] ||10 de Março de 1987
|-
| [[Ficheiro:GER Bundesverdienstkreuz 7 Grosskreuz.svg|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha Ocidental]] || {{BRDb}} [[Alemanha Ocidental]] ||10 de Março de 1987
|-
| [[Ficheiro:Order of Merit of Duarte, Sanchez and Mella.PNG|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem de Mérito de Duarte Sánchez Melo]]|| {{DOMb}} [[República Dominicana]] ||10 de Março de 1987
|-
| [[Ficheiro:BRA Ordem do Congresso Nacional - Grã-Cruz.png|60px]] Grande-Colar || [[Ordem do Congresso Nacional]] || {{BRAb}} [[Brasil]] ||13 de Abril de 1987
|-
| [[Ficheiro:Ordem do Ipiranga.png|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem do Ipiranga]] || {{BRAb}} [[Brasil]] ||13 de Abril de 1987
|-
| [[Ficheiro:Order of Diplomatic Service Merit (Class 1) Grand Gwanghwa Medal ribbon.gif|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem de Mérito do Serviço Diplomático]]|| {{KORb}} [[Coreia do Sul]] ||23 de Abril de 1987
|-
| [[Ficheiro:VEN Order of the Liberator - Grand Cordon BAR.png|60px]] Colar || [[Ordem do Libertador]] || {{VENb}} [[Venezuela]] ||10 de Novembro de 1987
|-
| [[Ficheiro:BRA Order of the Southern Cross - Grand Cross BAR.png|60px]] Grande-Colar || [[Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul]] || {{BRAb}} [[Brasil]] ||10 de Novembro de 1987
|-
| [[Ficheiro:GRE Order Redeemer 1Class.png|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem do Salvador]]|| {{GREb}} [[Grécia]] ||20 de Novembro de 1987
|-
| [[Ficheiro:Ordem do mérito da Bahia.png|60px]] Colar || [[Ordem de Mérito da Bahía]]|| {{BRAb}} [[Brasil]] ||30 de Março de 1988
|-
| [[Ficheiro:Order of Charles III - Sash of Collar.svg|60px]] Excelentíssimo Senhor Colar || [[Real e Distinguida Ordem Espanhola de Carlos III]] || {{ESPb}} [[Espanha]] ||30 de Março de 1988
|-
| [[Ficheiro:National Order of Merit - Grand Cross (Brazil) - ribbon bar.png|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem Nacional do Mérito (Brasil)|Ordem Nacional do Mérito]] || {{BRAb}} [[Brasil]] ||30 de Março de 1988
|-
| [[Ficheiro:Orden jugoslovenske zvezde2(traka).png|60px]] Faixa || [[Ordem da Estrela]] || {{YUGb}} [[República Federal da Jugoslávia|Jugoslávia]] ||30 de Abril de 1988
|-
| [[Ficheiro:DNK Order of Danebrog Grand Cross BAR.png|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem do Dannebrog]]|| {{DINb}} [[Dinamarca]] ||30 de Março de 1988
|-
| [[Ficheiro:Ordre national du Merite GC ribbon.svg|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem Nacional do Mérito]] || {{FRAb}} [[Quinta República Francesa|França]] ||26 de Maio de 1988
|-
| [[Ficheiro:Huisorde van de Gouden Leeuw van Nassau Ribbon.gif|60px]] Cavaleiro || [[Ordem do Leão de Ouro da Casa de Nassau]]|| {{LUXb}} [[Luxemburgo]] ||26 de Maio de 1988
|-
| [[Ficheiro:Order of Boyacá - Extraordinary Grand Cross (Colombia) - ribbon bar.png|60px]] Grande-Colar || [[Ordem de Boyaca]]|| {{COLb}} [[Colômbia]] ||27 de Maio de 1988
|-
| [[Ficheiro:OPMM-co.svg|60px]] Colar || [[Ordem Pro Merito Melitensi]]|| {{flagicon|SMOM}} [[Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta]] ||9 de Maio de 1989
|-
| [[Ficheiro:National Order of Merit (Ecuador) - ribbon bar.gif|60px]] Grande-Colar || [[Ordem Nacional do Mérito (Equador)|Ordem Nacional do Mérito]]|| {{EQUb}} [[Equador]] ||12 de Setembro de 1989
|-
| [[Ficheiro:Ord.Merit.Congo.png|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem do Mérito (República Popular do Congo)|Ordem do Mérito]]|| {{flagicon|CGO|1970}} [[República Popular do Congo|Congo]] ||12 de Setembro de 1989
|-
| [[Ficheiro:National Order of the Leopard (Zaire) - ribbon bar.png|60px]] Grande-Colar || [[Ordem Nacional do Leopardo]]|| {{ZAIb}} [[Zaire]] ||4 de Dezembro de 1989
|-
| [[Ficheiro:Order of the Yugoslavian Great Star Rib.png|60px]] Grande-Estrela || [[Ordem da Grande Estrela]]|| {{YUGb}} [[República Federal da Jugoslávia|Jugoslávia]] ||24 de Abril de 1990
|-
| [[Ficheiro:Legion Honneur GC ribbon.svg|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem Nacional da Legião de Honra]] || {{FRAb}} [[Quinta República Francesa|França]] ||7 de Maio de 1990
|-
| [[Ficheiro:CYP Order of Makarios III ribbon.svg|60px]] Grande-Colar || [[Ordem de Macários]]|| {{CYPb}} [[Chipre]] ||29 de Maio de 1990
|-
| [[Ficheiro:Cote d'Ivoire Ordre national GC ribbon.svg|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem Nacional da Costa do Marfim]]|| {{CIVb}} [[Costa do Marfim]] ||1 de Junho de 1990
|-
| [[Ficheiro:Cordone di gran Croce OMRI BAR.svg|60px]] Cavaleiro de Grã-Cruz || [[Ordem do Mérito da República Italiana]] || {{ITAb}} [[Itália]] ||18 de Julho de 1990
|-
| [[Ficheiro:VA Ordine Piano BAR.svg|60px]] Cavaleiro de Colar || [[Ordem de Pio IX]] || {{VATb}} [[Vaticano]] / [[Santa Sé]] ||8 de Janeiro de 1991
|-
| [[Ficheiro:Cordone di gran Croce di Gran Cordone OMRI BAR.svg|60px]] Cavaleiro de Grã-Cruz com Grande-Cordão || [[Ordem do Mérito da República Italiana]] || {{ITAb}} [[Itália]] ||8 de Janeiro de 1991
|-
| [[Ficheiro:GER Bundesverdienstkreuz 9 Sond des Grosskreuzes.svg|60px]] Grã-Cruz de Classe Especial || [[Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha]] || {{ALEb}} [[Alemanha]] ||8 de Janeiro de 1991
|-
| [[Ficheiro:FIN Order of the White Rose Grand Cross BAR.png|60px]] Grã-Cruz com Colar || [[Ordem da Rosa Branca]]|| {{FINb}} [[Finlândia]] ||8 de Março de 1991
|-
| [[Ficheiro:NLD Order of the Dutch Lion - Grand Cross BAR.png|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem do Leão Neerlandês]] || {{NLDb}} [[Países Baixos]] ||26 de Setembro de 1991
|-
| Grã-Cruz || [[Ordem do Le Port du Ouissam Mohammadi]]|| {{MARb}} [[Marrocos]] ||6 de Fevereiro de 1992
|-
| [[Ficheiro:EGY Order of the Nile - Grand Cordon BAR.png|60px]] Grande-Colar || [[Ordem da Grande Condecoração do Nilo]]|| {{EGIb}} [[Egipto]] ||4 de Abril de 1992
|-
| [[Ficheiro:CHL Order of Merit of Chile - Grand Cross BAR.png|60px]] Colar || [[Ordem do Mérito do Chile|Ordem do Mérito]] || {{CHIb}} [[Chile]] ||22 de Julho de 1992
|-
| [[Ficheiro:Order of the Elephant Ribbon bar.svg|60px]] Cavaleiro || [[Ordem do Elefante]] || {{DINb}} [[Dinamarca]] ||3 de Agosto de 1992
|-
| [[Ficheiro:HUN Order of Merit of the Hungarian Rep (civil) 1class BAR.svg|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem do Mérito da República da Hungria]] || {{HUNb}} [[Hungria]] ||25 de Janeiro de 1993
|-
| [[Ficheiro:Order of 7th November 1987.gif|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem de 7 de Setembro]]|| {{TUNb}} [[Tunísia]] ||16 de Fevereiro de 1993
|-
| [[Ficheiro:POL Order Zaslugi RP kl1 BAR.svg|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem do Mérito (Polónia)|Ordem do Mérito]]|| {{POLb}} [[Polónia]] ||21 de Maio de 1993
|-
| [[Ficheiro:ISL Icelandic Order of the Falcon - Grand Cross BAR.png|60px]] Grande-Colar || [[Ordem do Falcão]]|| {{ISLb}} [[Islândia]] ||29 de Julho de 1993
|-
| Grã-Cruz com Placa || [[Ordem de Santa Maria Madalena]]|| {{POLb}} [[Polónia]] ||19 de Agosto de 1993
|-
| [[Ficheiro:The Star of Palestine (Palestine) Ribbon.svg|60px]] Insígnia || [[Ordem da Estrela da Palestina]]|| {{PALb}} [[Estado da Palestina|Palestina]] ||18 de Novembro de 1993
|-
| [[Ficheiro:Order of the Bath (ribbon).svg|60px]] Cavaleiro-Grã-Cruz com Colar Honorário || [[Honorabilíssima Ordem do Banho]] || {{UKb}} [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte|Grã-Bretanha e Irlanda do Norte]] || 19 de Maio de 1994
|-
| [[Ficheiro:POL Polonia Restituta Wielki BAR.svg|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem da Polónia Restituta]] || {{POLb}} [[Polónia]] ||26 de Outubro de 1994
|-
| [[Ficheiro:BUL Order Stara planina ribbon.svg|60px]] Grã-Cruz com Banda || [[Ordem de Stara Planina]]|| {{BULb}} [[Bulgária]] ||26 de Outubro de 1994
|-
| Grande-Colar || [[Ordem do Le Port du Ouissam Mohammadi]]|| {{MARb}} [[Marrocos]] ||20 de Fevereiro de 1995
|-
| Colar Mariscal Fernando Solano López || [[Ordem Nacional do Mérito (Paraguai)|Ordem Nacional do Mérito]]|| {{PARb}} [[Paraguai]] ||18 de Dezembro de 1995
|-
| [[Ficheiro:LUX Order of the Oak Crown - Grand Cross BAR.png|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem da Coroa de Carvalho]] || {{LUXb}} [[Luxemburgo]] ||28 de Fevereiro de 1996
|-
| [[Ficheiro:Order of Merit - Grand Cross (Senegal) - ribbon bar.png|60px]] Grã-Cruz || [[Ordem do Mérito (Senegal)|Ordem do Mérito]]|| {{SENb}} [[Senegal]] ||28 de Fevereiro de 1996
|-
| [[Ficheiro:UK Order St-Michael St-George ribbon.svg|60px]] Cavaleiro-Grã-Cruz Honorário || [[Distintíssima Ordem de São Miguel e São Jorge]] || {{UKb}} [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte|Grã-Bretanha e Irlanda do Norte]] ||28 de Fevereiro de 1996
|-
| [[Ficheiro:Amílcar Cabral Order - 1st Class (Cabo Verde).png|60px]] 1.º Grau || [[Ordem de Amílcar Cabral]]|| {{CPVb}} [[Cabo Verde]] ||5 de Janeiro de 2001
|-
| [[Ficheiro:MEX Order of the Aztec Eagle 1Class BAR.png|60px]] Banda || [[Ordem Mexicana da Águia Azteca]] || {{MEXb}} [[México]] ||16 de Janeiro de 2003
|}

== Cronologia sumária ==
<timeline>
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  # so shift texts up or down manually to avoid overlap shift:(25,-10)

  at:1924             text:Nasce em Lisboa, 7 de Dezembro
  at:1942             text:Entra na Universidade de Lisboa
  at:1946             text:É preso pela PIDE pela primeira vez
  at:1949 shift:(25,-4)             text:É preso pela segunda vez. Casa com Maria Barroso na prisão
  at:1951             text:Licenciatura em Ciências Histórico Filosóficas. Abandona o Partido Comunista
  at:1957 shift: (25,-4)            text:Licenciatura em Direito
  at:1958             text:Candidatura presidencial de Humberto Delgado
  at:1964 shift:(25,-10)            text:Funda a Acção Socialista Portuguesa
  at:1968 shift:(25,-13)            text:Novamente preso. Degredado para São Tomé
  at:1969 shift:(25,-8)            text:Participa activamente na campanha eleitoral da CEUD
  at:1970 shift:(25,-4)            text:Passa a viver em Roma e depois em Paris
  at:1973 shift:(25,-6)            text:Funda o Partido Socialista
  at:1974             text:Regressa a Portugal após o 25 de Abril
  from:1976 till:1978 color:red text:Primeiro-ministro
  from:1983 till:1985 color:red text:Primeiro-ministro
  from:1986 till:1996 shift:(25,-14) text:Presidente da República
  at:1991             text:Cria a Fundação Mário Soares
  at:1999             text:Eleito para o Parlamento Europeu. Candidata-se a presidente do Parlamento e perde.
  at:2004 shift:(25,-5)           text:Anuncia que abandona definitivamente a política activa
  at:2005 shift:(25,5)            text:Candidata-se a PR. Perde para Aníbal Cavaco Silva.
  at:2017             text:Morre em Lisboa, a 7 de Janeiro.
  </timeline>

==Ver também==
*[[Revolução dos Cravos]]
*[[PREC]]
*[[Verão Quente]]

{{Referências}}

==Ligações externas==
{{Correlatos
|commonscat=Mário Soares
|wikiquote =Mário Soares
}}
* Mário Soares no [http://www.presidencia.pt/?idc=13&idi=23 sítio oficial da Presidência da República Portuguesa]. (consultado em 14 de março de 2012)
* Biografia no [http://www.fmsoares.pt/mario_soares sítio da Fundação Mário Soares]. (consultado em 2 de dezembro de 2010)
* {{Deputado europeu}}
* [http://www.fmsoares.pt/ Sítio da Fundação Mário Soares]
* {{Link|pt|2=https://ps.pt/mario-soares/ |3=Mário Soares no site do Partido Socialista }}
* {{Link|pt|2=http://soares-europa.fmsoares.pt/pt/msoares |3=Mário Soares e a Europa }}
* {{Link|pt|2=http://www.dw.com/pt-002/m%C3%A1rio-soares/t-36767611 |3=Mário Soares - Especial da DW África }}

{{Começa caixa}}
{{Caixa de sucessão
|título=[[Partido Socialista (Portugal)|Secretário-geral do PS]]
|anos=1973 — 1986
|antes=—
|depois=[[Vítor Constâncio]]
}}
{{Caixa de sucessão
|título=[[Ministro dos Negócios Estrangeiros]]
|anos=''[[I Governo Constitucional de Portugal|I Governo Constitucional]]''<br>1977 — 1978
|antes=[[José Medeiros Ferreira]]
|depois=[[Victor Sá Machado]]
}}
{{Caixa de sucessão
|título=[[Lista de primeiros-ministros de Portugal|Primeiro-ministro de Portugal]]
|anos=(1.ª vez: ''[[I Governo Constitucional de Portugal|I]] e [[II Governo Constitucional de Portugal|II Governos Constitucionais]])''<br>1976 — 1978
|antes=[[José Pinheiro de Azevedo]] (''de jure'')<br>[[Vasco Almeida e Costa]] (interino)
|depois=[[Alfredo Nobre da Costa]]
}}
{{Caixa de sucessão
|título=[[Lista de primeiros-ministros de Portugal|Primeiro-ministro de Portugal]]
|anos = ''(2.ª vez: [[IX Governo Constitucional de Portugal|IX Governo Constitucional]])''<br>1983 — 1985
|antes=[[Francisco Pinto Balsemão]]
|depois=[[Aníbal Cavaco Silva]]
}}
{{Caixa de sucessão|
|título={{nowrap|[[Ficheiro:Coat of arms of Portugal.svg|45px]]<br>17º. [[Presidente da República Portuguesa]]}}
|anos=1986 — 1996
|antes=[[António Ramalho Eanes]]
|depois=[[Jorge Sampaio]]
}}
{{Caixa de sucessão
|título={{nowrap|[[Imagem:Lorbeerkranz.png|20px]] [[Lista de sócios-correspondentes da Academia Brasileira de Letras|Correspondente da ABL - cadeira 2]]}}
|anos=1987 — 2017
|antes=[[João Gaspar Simões]]
|depois=[[Edgar Morin]]
}}
{{Termina caixa}}

{{Presidentes de Portugal}}
{{PMPortugal1974}}
{{Ministros dos Negócios Estrangeiros da Democracia}}
{{Ministros sem pasta de Portugal}}
{{Sócios Correspondentes da Academia Brasileira de Letras}}
{{I Governo Provisório}}
{{II Governo Provisório}}
{{III Governo Provisório}}
{{IV Governo Provisório}}
{{I Governo Constitucional Português}}
{{II Governo Constitucional Português}}
{{IX Governo Constitucional Português}}
{{Prêmio Princesa das Astúrias de Cooperação Internacional}}
{{Portal3|Política|Biografia}}

{{NF|1924|2017|Mario Soares}}

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[[Categoria:Alumni da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa]]
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[[Categoria:Líderes da oposição de Portugal]]
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[[Categoria:Deputados da Assembleia da República Portuguesa]]
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[[Categoria:Grande Colares da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul]]
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[[Categoria:Antifascistas de Portugal]]
[[Categoria:Portugueses expatriados na França]]
[[Categoria:Candidatos presidenciais de Portugal]]
[[Categoria:Prémio Vida e Obra da SPA]]
[[Categoria:Globo de Ouro (Portugal) de Mérito e Excelência]]
[[Categoria:Prémio Princesa de Astúrias de Cooperação Internacional]]
[[Categoria:Candidatos presidenciais de Portugal em 1986]]
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[[Categoria:Doutores honoris causa pela Universidade Nova de Lisboa]]
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[[Categoria:Maçons de Portugal]]
[[Categoria:Maçons do século XX]]