Mostrar código-fonte de Cerúmen

'''Cerúmen''', também conhecido como '''cerume''' ou '''cera de ouvido''', é uma [[substância]] cerosa que pode ser: [[marrom]], [[Laranja (cor)|laranja]], [[Vermelho|vermelha]], [[Amarelo|amarelada]] ou [[cinza]] [[Secreção|secretada]] no [[canal auditivo]] de [[humano]]s e outros [[mamíferos]]. Protege a [[pele]] do canal auditivo humano, auxilia na [[limpeza]] e [[lubrificação]] e fornece proteção contra [[bactéria]]s , [[Fungi|fungos]] e [[água]].<ref>{{Citar web|url=http://www.american-hearing.org/disorders/hearing/ear_wax.html#whatis|título=Earwax|website=american-hearing.org|publicado=American Hearing Research Foundation|local=Chicago, Illinois|ano=2008|acessodata=12 de fevereiro de 2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090225090913/http://www.american-hearing.org/disorders/hearing/ear_wax.html#whatis|arquivodata=25 de fevereiro de 2009|urlmorta= sim}}</ref>

A cera do ouvido consiste em [[Queratinócito|células]] [[dessecação|mortas]]<ref name = "Khan_2007">{{citar livro|capítulo=Cerumen impaction|último=Khan|primeiro=Shaza |título=The APRN and PA's Complete Guide to Prescribing Drug Therapy|ano=2019|s2cid=1415169| name-list-style = vanc |doi=10.1891/9780826179340.0061|isbn=978-0-8261-7933-3}}</ref> da [[pele]], [[cabelo]] e as secreções de cerume pelas [[glândula]]s ceruminosas e [[Glândula sebácea|sebáceas]] do canal auditivo externo.<ref name="Khan_2007" /><ref name="jo">{{citar periódico| vauthors = Okuda I, Bingham B, Stoney P, Hawke M |título= The organic composition of earwax |periódico= The Journal of Otolaryngology | volume = 20 |número= 3 |páginas= 212–5 |data=junho de 1991 | pmid = 1870171 }}</ref> Os principais componentes da cera de ouvido são [[Ácido graxo|ácidos graxos]] de cadeia longa, [[Gordura saturada|saturados]] e [[Gordura insaturada|insaturados]], [[Álcool|álcoois]], [[esqualeno]] e [[colesterol]].<ref name="jo"/> O excesso, se dá pelo acúmulo de cera do ouvido causando um bloqueio no canal auditivo<ref name = "Khan_2007" /> que pode pressionar o [[Membrana timpânica|tímpano]] ou bloquear o canal auditivo externo ou os aparelhos auditivos, podendo causar [[perda auditiva]].

== Fisiologia ==
{{Artigo principal|ABCC11}}
[[Imagem:Ear_Wax.JPG|miniaturadaimagem|Cera de ouvido]]
[[Imagem:Dry_earwax_cropped.jpg|miniaturadaimagem|Cera de ouvido humana do tipo seco]]
[[Imagem:World_map_ABCC11_A_Allele.svg|miniaturadaimagem|Mapa mundial da distribuição do alelo A do polimorfismo de nucleotídeo único rs17822931 no gene ABCC11 sortido com cera do tipo seco. A proporção de alelos A (cera de ouvido do tipo seco) em cada população é representada pela área branca em cada círculo]]
O cerume é produzido na porção [[Tecido cartilaginoso|cartilaginosa]] que é a terceira porção externa do canal auditivo. É uma mistura de secreções [[Viscosidade|viscosas]] das glândulas sebáceas e menos viscosas das [[Glândula sudorípara apócrina|glândulas sudoríparas apócrinas]] modificadas.<ref name="Alvord">{{citar periódico|título=Anatomy and orientation of the human external ear |data=dezembro de 1997 |número=6 |páginas=383–90 |pmid=9433684 |vauthors=Alvord LS, Farmer BL |volume=8 |periódico=Journal of the American Academy of Audiology}}</ref> A quantidade pode variar de pessoa à pessoa. Os componentes primários da cera são camadas descamadas de pele, com, em média, 60% da cera consistindo de [[queratina]], 12-20% de ácidos graxos de cadeia longa saturados e insaturados, álcoois, esqualeno e 6-9% de colesterol.<ref name="Guest_2004">{{citar periódico|título=Impacted cerumen: composition, production, epidemiology and management |data=agosto de 2004 |número=8 |páginas=477–88 |doi=10.1093/qjmed/hch082 |pmid=15256605 |vauthors=Guest JF, Greener MJ, Robinson AC, Smith AF |volume=97 |doi-access=free |periódico=QJM}}</ref>

=== Molhado ou seco ===
Existem dois tipos distintos de cerúmen geneticamente determinados: o tipo [[Humidade|úmido]], que é [[Dominância (genética)|dominante]], e o tipo seco, que é recessivo. [[Ásia Oriental|Leste Asiático]], [[Sudeste Asiático]] e [[Povos ameríndios|nativos americanos]] são mais propensos a ter o tipo de cera seca (cinza e escamosa), enquanto os [[África|africanos]] e [[Europa|europeus]] são mais propensos a ter cera do tipo úmida (marrom mel, laranja escuro a marrom escuro e úmido).<ref name="Overfield">{{citar livro|url=https://archive.org/details/biologicvariatio0000over/page/46|título=Biologic variation in health and illness: race, age, and sex differences|último=Overfield|primeiro=Theresa|publicado=Addison-Wesley, Nursing Division|isbn=978-0-201-12810-9|name-list-style=vanc|local=Menlo Park, Calif|ano=1985|página=[https://archive.org/details/biologicvariatio0000over/page/46 46]|citação=... o tipo mais comum em Brancos e Pretos é marrom escuro e úmido. A cera seca, mais comum em orientais e nativos americanos, é cinza e seca. É escamosa e pode formar uma massa fina que fica no canal auditivo }}</ref> 30-50% dos [[Ásia Meridional|sul-asiáticos]], [[Ásia Central|asiáticos centrais]] e [[ilhéus]] do [[Oceano Pacífico|Pacífico]] têm o tipo seco de cerume.<ref>{{Citar web|url=http://www.abc.net.au/science/articles/2015/04/14/4213402.htm|título=The science of stinky sweat and earwax|data=2015-04-14}}</ref>  A cera de ouvido do tipo úmido difere [[Bioquímica|bioquimicamente]] do tipo seco principalmente por sua maior concentração de [[Grânulo (biologia celular)|grânulos]] de [[Lípido|lipídios]] e pigmentos; por exemplo, o tipo úmido é 50% lipídico enquanto o tipo seco é apenas 20%.<ref name="Guest_2004" />

Foi identificado um [[gene]] específico que determina se as pessoas têm cerúmen úmido ou seco.<ref>{{Citar web|último=Diep|primeiro=Francie|url=http://www.popsci.com/article/science/scent-your-earwax-may-yield-valuable-information?src=SOC&dom=fb|título=The Scent Of Your Earwax May Yield Valuable Information &#124; Popular Science|data=2014-02-13|publicado=Popsci.com|name-list-style=vanc|acessodata=2014-04-28}}</ref> A diferença no tipo de cerúmen foi rastreada para uma única alteração de base (um único [[Polimorfismo (biologia)|polimorfismo]] de [[Nucleótido|nucleotídeo]]) em um gene conhecido como "[[ABCC11]]", especificamente rs17822931.<ref>{{OMIM|117800}}</ref> Indivíduos do tipo seco são [[Zigosidade|homozigotos]] para [[adenina]], enquanto os do tipo úmido requerem pelo menos uma [[guanina]]. 

=== Limpeza ===
A limpeza natural do canal auditivo ocorre como resultado do processo de migração [[Epitélio|epitelial]] da "correia transportadora", auxiliado pelo movimento da [[mandíbula]].<ref name="Alberti">{{citar periódico|título=Epithelial Migration on the Tympanic Membrane |data=setembro de 1964 |número=9 |páginas=808–30 |doi=10.1017/s0022215100062800 |pmid=14205963 |vauthors=Alberti PW |volume=78 |periódico=The Journal of Laryngology and Otology}}</ref> As células formadas no centro da membrana timpânica migram para fora do [[umbo]] (a uma taxa comparável à do [[Crescimento (biologia)|crescimento]] da [[unha]]) para as paredes do canal auditivo e se movem em direção à entrada do canal auditivo. O cerume no canal auditivo também é transportado para fora, levando consigo qualquer material particulado que possa ter se acumulado no canal. O movimento da mandíbula auxilia nesse processo, deslocando os detritos presos às paredes do canal auditivo, aumentando a probabilidade de sua expulsão.

O uso de hastes de algodão é uma prática comum, entretanto perigosa, pois pode causar perfurações na membrana timpanica, levando assim à problemas auditivos. A remoção da cera está no escopo da prática de [[fonoaudiólogo]]s e [[médico]]s [[Otorrinolaringologia|otorrinolaringologistas]] ([[Orelha|ouvido]], [[nariz]] e [[garganta]]).

=== Lubrificação ===
A [[lubrificação]] fornecida pelo cerúmen evita o ressecamento da pele dentro do canal auditivo. As propriedades lubrificantes decorrem do alto teor de lipídios do [[sebo]] produzido pelas glândulas sebáceas. No cerume do tipo úmido, esses lipídios incluem colesterol, esqualeno e muitos ácidos graxos e álcoois de cadeia longa.<ref name="Harvey">{{citar periódico|título=Identification of long-chain fatty acids and alcohols from human cerumen by the use of picolinyl and nicotinate esters |data=setembro de 1989 |número=9 |páginas=719–23 |doi=10.1002/bms.1200180912 |pmid=2790258 |vauthors=Harvey DJ |volume=18 |periódico=Biomedical & Environmental Mass Spectrometry}}</ref><ref name="Bortz">{{citar periódico|título=Composition of cerumen lipids |data=novembro de 1990 |número=5 Pt 1 |páginas=845–9 |doi=10.1016/0190-9622(90)70301-W |pmid=2254469 |vauthors=Bortz JT, Wertz PW, Downing DT |volume=23 |periódico=Journal of the American Academy of Dermatology}}</ref>

=== Efeitos antimicrobianos ===
Embora os estudos realizados até a década de 1960 tenham encontrado poucas evidências que apoiem a atividade [[Bactericida|antibacteriana]] do cerúmen,<ref name="Perry">{{citar periódico|título=Studies on the growth of bacteria in the human ear canal |data=setembro de 1956 |número=3 |páginas=165–70 |doi=10.1038/jid.1956.22 |pmid=13367525 |vauthors=Nichols AC, Perry ET |volume=27 |doi-access=free |periódico=The Journal of Investigative Dermatology}}</ref> estudos mais recentes descobriram que o cerúmen tem um efeito bactericida em algumas cepas de bactérias. Descobriu-se que o cerume reduz a viabilidade de uma ampla gama de bactérias, incluindo ''[[Haemophilus influenzae]]'', ''[[Staphylococcus aureus]]'', e muitas variantes de ''[[Escherichia coli]]'', às vezes em até 99%.<ref name="Chai">{{citar periódico|título=Bactericidal activity of cerumen |data=outubro de 1980 |número=4 |páginas=638–41 |doi=10.1128/aac.18.4.638 |pmc=284062 |pmid=7447422 |vauthors=Chai TJ, Chai TC |volume=18 |periódico=Antimicrobial Agents and Chemotherapy}}</ref><ref name="Stone">{{citar periódico|título=Bactericidal activity of wet cerumen |número=2 Pt 1 |ano=1984 |páginas=183–6 |doi=10.1177/000348948409300217 |pmid=6370076 |vauthors=Stone M, Fulghum RS |volume=93 |periódico=The Annals of Otology, Rhinology, and Laryngology |s2cid=30717377}}</ref>  O crescimento de dois fungos comumente presentes na [[otomicose]] também foi significativamente inibido pelo cerume humano.<ref name="Megarry">{{citar periódico|título=The activity against yeasts of human cerumen |data=agosto de 1988 |número=8 |páginas=671–2 |doi=10.1017/s0022215100106115 |pmid=3047287 |vauthors=Megarry S, Pett A, Scarlett A, Teh W, Zeigler E, Canter RJ |volume=102 |periódico=The Journal of Laryngology and Otology}}</ref> Essas propriedades [[Antimicrobiano|antimicrobianas]] se devem principalmente à presença de ácidos graxos saturados, [[lisozima]] e, principalmente, à leve [[Ácido|acidez]] do cerume ([[pH]] tipicamente em torno de 6,1 em indivíduos médios<ref name="Roland">{{citar periódico|título=Disorders of the external auditory canal |data=dezembro de 1997 |número=6 |páginas=367–78 |pmid=9433682 |vauthors=Roland PS, Marple BF |volume=8 |periódico=Journal of the American Academy of Audiology}}</ref>). Por outro lado, outras pesquisas descobriram que o cerúmen pode suportar o crescimento [[Micro-organismo|microbiano]] e algumas amostras de cerúmen apresentaram contagens [[Bactéria|bacterianas]] tão altas quanto 10<sup>7</sup>/g de cerúmen. As bactérias eram predominantemente [[Comensalismo|comensais]].<ref name="Campos">{{citar periódico|título=Study of common aerobic flora of human cerumen |data=julho de 1998 |número=7 |páginas=613–6 |doi=10.1017/s002221510014126x |pmid=9775288 |vauthors=Campos A, Arias A, Betancor L, Rodríguez C, Hernández AM, López Aguado D, Sierra A |volume=112 |periódico=The Journal of Laryngology and Otology}}</ref>

== História ==
[[Imagem:An ear-cleaner, attending to a man's ear. Gouache painting Wellcome L0022250.jpg|thumb|Um limpador de ouvidos, cuidando do ouvido de um homem. Pintura a guache, [[Deli]], 1825]]
O tratamento do excesso de cera de ouvido foi descrito por [[Aulo Cornélio Celso]] em ''[[De Medicina]]'' no século I:<ref>{{Citar web|primeiro=Aulus Cornelius |último=Celsus | name-list-style = vanc |autorlink=Aulus Cornelius Celsus |url=https://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Celsus/6*.html|título=Book VI  |website=[[De Medicina]] |autor2=W.G. Spencer translation}}</ref>

{{Quote|
Quando um homem está se tornando surdo de audição, o que acontece com mais frequência após dores de cabeça prolongadas, em primeiro lugar, o próprio ouvido deve ser inspecionado: pois será encontrada uma crosta, como a que surge na superfície das [[úlcera|ulcerações]], ou concreções de cera. Se uma crosta, óleo quente é derramado, ou [[azinhavre]] misturado com [[mel]] ou suco de [[alho-poró]] ou um pouco de [[refrigerante]] em [[vinho]] de mel. E quando a crosta foi separada da ulceração, a [[orelha]] é irrigada com [[água]] morna, para facilitar a retirada das crostas agora desprendidas pela concha da orelha. Se for cera, e se for mole, pode ser extraída da mesma forma pelo furo auricular; mas se for difícil, é introduzido vinagre contendo um pouco de refrigerante<ref>''"acetum et cum eo nitri paulum"''.  ''Nitri'' is rendered as "soda" here, i.e. [[soda ash]], though the word can refer to a variety of alkaline substances or to [[sodium nitrate]]. (http://www.archives.nd.edu/cgi-bin/words.exe?nitri http://www.history-science-technology.com/Notes/Notes%208.htm) Note that acidification of sodium carbonate yields [[sodium bicarbonate]].</ref> e quando a cera amolece, a orelha é lavada e limpa como acima. ... Além disso, a orelha deve ser injetada com castóreo misturado com vinagre e óleo de louro e o suco de casca de rabanete jovem, ou com suco de pepino, misturado com folhas de rosa esmagadas. O gotejamento do suco de uvas verdes misturadas com óleo de rosas também é bastante eficaz contra a surdez}}

=== Patologias do Cerúmen <ref>{{Citar web|url=https://aeraparelhosauditivos.com.br/acumulo-de-cera-no-ouvido/|titulo=Acúmulo de cera no ouvido entenda quais são os problemas|data=2019-12-17|acessodata=2023-11-16|website=A&R - Aparelhos auditivos|lingua=pt-BR}}</ref> ===

* Formação do Tampão pelo excesso da produção leva a uma perda auditiva de condução do tipo condutiva de até 35dB.
* Há ainda relatos de zumbidos na presença do cerúmen em excesso. Esse sintoma é bem subjetivo e deve ser relatado pelo paciente. O zumbido nada mais é do que a percepção de determinado som sem que haja de fato uma fonte emitindo ele.

Fique atento: É preciso considerar ainda as doenças dermatológicas, como dermatite seborreica e psoríase. Em ambos os casos, a pele fica com aspecto de descamação, sendo que as estruturas expelidas são aderidas pela cera que fica com consistência mais espessa.

=== Usos e curiosidades ===
*Nos [[Idade Média|tempos medievais]], a cera de ouvido e outras substâncias, como a [[urina]], eram usadas para preparar [[pigmento]]s usados pelos [[escriba]]s para ilustrar [[manuscrito]]s iluminados.<ref>{{Citar web|url=http://web.ceu.hu/medstud/manual/MMM/glossary.html |título=Iberian manuscripts (pigments) |publicado=Web.ceu.hu |acessodata=2014-04-28}}</ref>
*[[Plínio, o Velho]], em sua ''[[História Natural (Plínio)|História Natural]],'' escreveu que a cera de ouvido — quando aplicada topicamente — curava mordidas de humanos, escorpiões e serpentes; dizia-se que funcionava melhor quando tirado dos ouvidos da própria pessoa ferida.<ref>{{Citar web|url=https://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus:text:1999.02.0137:book=28:chapter=8|título=Pliny the Elder, The Natural History, BOOK XXVIII. REMEDIES DERIVED FROM LIVING CREATURES., CHAP. 8.—REMEDIES DERIVED FROM THE WAX OF THE HUMAN EAR.|website=www.perseus.tufts.edu|acessodata=2019-04-08}}</ref>
*O primeiro [[protetor labial]] pode ter sido baseado em cera de ouvido.<ref>{{citar periódico| vauthors = Schwaab M, Gurr A, Neumann A, Dazert S, Minovi A |título= Human antimicrobial proteins in ear wax |periódico= European Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases | volume = 30 |número= 8 |páginas= 997–1004 |data=agosto de 2011 | pmid = 21298458 | doi = 10.1007/s10096-011-1185-2 | s2cid = 20731975 | url = https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-00666674 }}</ref> A edição de 1832 da ''American Frugal Housewife'' dizia que "nada era melhor do que cera de ouvido para evitar os efeitos dolorosos resultantes de uma ferida por um prego [ou] espeto"; e também recomendou cera de ouvido como remédio para lábios rachados.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=D3AEAAAAYAAJ&q=%22The+American+Frugal+Housewife%22&pg=PP1 |título=The American frugal housewife ... - Google Books |acessodata=2010-05-02|ano=1841|página=116|último1=Child |primeiro1=Lydia Maria Francis | name-list-style = vanc }}</ref>
*Antes que o fio encerado fosse comumente disponível, uma [[Costureiro|costureira]] usava sua própria cera de ouvido para impedir que as pontas cortadas dos fios se desgastassem.<ref>{{citar livro| vauthors = Beaudry MC |capítulo= Bodkin biographies. | veditors = White CL |título= The Materiality of Individuality |ano= 2009 |páginas= 95–108 |publicado= Springer |local= New York, NY. |capítulourl= https://bu.academia.edu/MaryBeaudry/Papers/120776/Bodkin_Biographies }}</ref>
*O tipo de cerume tem sido usado por [[Antropologia|antropólogos]] para rastrear padrões [[Migração humana|migratórios humanos]], como os dos [[inuítes]].<ref name="Bass">{{citar periódico |título=Cerumen types in Eskimos |data=setembro de 1977 |periódico=American Journal of Physical Anthropology |número=2 |páginas=209–10 |doi=10.1002/ajpa.1330470203 |pmid=910884 |vauthors=Bass EJ, Jackson JF |volume=47}}</ref> No [[Japão]], a cera de ouvido do tipo úmido é mais prevalente entre os [[ainus]], em contraste com a maioria dos [[Yamato (povo)|yamatos]].<ref>{{Citar web|url=http://www.ahnenkult.com/?p=746|título=Miscellaneous musings on the Ainu, I|acessodata=2014-04-28|publicado=Ahnenkult.com|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160611172616/http://www.ahnenkult.com/?p=746|arquivodata=11 de junho de 2016|urlmorta=sim}}</ref>
*A cera de ouvido do tipo úmido está associada ao [[odor]] nas [[axila]]s, que é aumentado pela produção de [[suor]]. Os pesquisadores conjecturaram que a redução do suor ou do [[odor corporal]] foi benéfica para os [[Antepassado|ancestrais]] dos [[Ásia Oriental|asiáticos orientais]] e dos nativos americanos, que se acredita terem vivido em [[Clima temperado|climas frios]].<ref name="Yoshiura">{{citar periódico |url=http://kumel.medlib.dsmc.or.kr/handle/2015.oak/33472 |título=A SNP in the ABCC11 gene is the determinant of human earwax type |data=março de 2006 |periódico=Nature Genetics |número=3 |páginas=324–30 |doi=10.1038/ng1733 |pmid=16444273 |display-authors=6 |vauthors=Yoshiura K, Kinoshita A, Ishida T, Ninokata A, Ishikawa T, Kaname T, Bannai M, Tokunaga K, Sonoda S, Komaki R, Ihara M, Saenko VA, Alipov GK, Sekine I, Komatsu K, Takahashi H, Nakashima M, Sosonkina N, Mapendano CK, Ghadami M, Nomura M, Liang DS, Miwa N, Kim DK, Garidkhuu A, Natsume N, Ohta T, Tomita H, Kaneko A, Kikuchi M, Russomando G, Hirayama K, Ishibashi M, Takahashi A, Saitou N, Murray JC, Saito S, Nakamura Y, Niikawa N |volume=38 |s2cid=3201966}}</ref><ref>Nakano, Motoi, Nobutomo Miwa, Akiyoshi Hirano, Koh-ichiro Yoshiura, and Norio Niikawa. "A strong association of axillary osmidrosis with the wet earwax type determined by genotyping of the ABCC11 gene." BMC genetics 10, no. 1 (2009): 42.</ref>
*João Marcos Barbosa, bolsista da CAPES e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou uma pesquisa que estuda o uso da cera de ouvido (cerume) na detecção do câncer. O trabalho ganhou repercussão internacional e foi publicado na revista ''Scientific Reports Nature.'' <ref>{{Citar web|url=https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/pesquisa-usa-cera-de-ouvido-na-deteccao-do-cancer|titulo=Pesquisa usa cera de ouvido na detecção do câncer|acessodata=2023-11-16|website=CAPES|lingua=pt-br}}</ref>

{{Referências|col=2}}

== Bibliografia ==
{{Refbegin}}
* {{citar periódico| vauthors = Roeser RJ, Ballachanda BB |título= Physiology, pathophysiology, and anthropology/epidemiology of human earcanal secretions |periódico= Journal of the American Academy of Audiology | volume = 8 |número= 6 |páginas= 391–400 |data=dezembro de 1997 | pmid = 9433685 }}
* {{citar periódico| vauthors = Stone M, Fulghum RS |título= Bactericidal activity of wet cerumen |periódico= The Annals of Otology, Rhinology, and Laryngology | volume = 93 |número= 2 Pt 1 |páginas= 183–6 |ano= 1984 | pmid = 6370076 | doi = 10.1177/000348948409300217 | s2cid = 30717377 }}
* {{citar periódico| vauthors = Bøe R, Silvola J, Yang J, Moens U, McCray PB, Stenfors LE, Seljfelid R |título= Human beta-defensin-1 mRNA is transcribed in tympanic membrane and adjacent auditory canal epithelium |periódico= Infection and Immunity | volume = 67 |número= 9 |páginas= 4843–6 |data=setembro de 1999 | doi = 10.1128/IAI.67.9.4843-4846.1999 | pmid = 10456939 | pmc = 96817 }}
{{Refend}}

== Ligações externas ==
{{Commons category|Earwax}}
{{Wiktionary|Earwax}}
*Keeping the ear clean and removing wax: [https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMH0010389/ Fact Sheet] at [https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/ PubMed Health]
*{{Link||2=http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0194599816671491 |3=Clinical practice guideline: Cerumen impaction (The American Academy of Otolaryngology – Head and Neck Surgery)}}
{{Portal3|Biologia}}

[[Categoria:Orelha]]
[[Categoria:Fluidos corporais]]
[[Categoria:Audiologia]]