ATOS
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Autor e propsito A nica obra que em todo o Novo Testamento se apresenta como continuao de outra Atos dos Apstolos (= At). O autor, identificado tradicionalmente com Lucas (ver a Introduo a esse Evangelho), no quis dar por concludo no seu primeiro livro o relato dos fatos que entre ns se realizaram ( Lc 1.1 ), mas, no seu segundo volume, recopilou a informao que teve ao seu alcance sobre os incios da propagao do Cristianismo. Praticamente, Atos comea no ponto em que termina o terceiro Evangelho. Depois de uma introduo temtica ( 1.13 ), que inclui a dedicatria a Tefilo (cf. Lc 1.3 ), o autor situa a narrao no cenrio de Betnia ( Lc 24.50 ), onde vista dos seus discpulos foi Jesus elevado s alturas, vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos ( At 1.9 ).
Contedo O acontecimento da ascenso aparece marcado para Lucas pela afirmao de Jesus e sereis minhas testemunhas (1.8 ). Sob o signo dessas palavras ir desenrolar-se a histria inteira da Igreja nascente. A ascenso assinala o comeo da atividade do Esprito Santo na Igreja, a qual edificada sobre o fundamento da f em Cristo e guiada adiante at a sua plenitude gloriosa de novo povo de Deus. O ttulo Atos dos Apstolos, que no foi posto no texto pelo seu prprio autor, mas pela Igreja do sc. II, no corresponde em todos os seus aspectos ao contedo da narrao. Com efeito, o livro s ocasionalmente ocupa-se com o grupo dos Doze (includo j Matias, de acordo com 1.26 ). A sua ateno no se dirige aos apstolos em geral, seno em particular a determinados personagens, especialmente ao apstolo Pedro e, sobretudo, a Paulo. Os trabalhos e discursos de Pedro e de Paulo so os principais centros de interesse de Lucas. O seu propsito documentar os primeiros passos da difuso do evangelho de Jesus Cristo e o modo pelo qual o Esprito de Deus dava impulso naquele tempo ao crescimento da Igreja tanto em Jerusalm como em toda a Judeia e Samaria e at aos confins da terra (1.8 ). Jerusalm o lugar onde comea a histria da atividade apostlica. Ali onde se congrega e organiza a Igreja-me; ali se do as primeiras manifestaes do Esprito Santo; ali morre Estvo, primeiro mrtir da f crist; ali se escutam as primeiras mensagens evanglicas, e dali partem os primeiros enviados a anunciar fora dos limites palestinos a mensagem da salvao. A esses acontecimentos e ao desenvolvimento da comunidade de Jerusalm aparece estreitamente vinculada a pessoa de Pedro. No entanto, mais interessado ainda se mostra Lucas na figura de Paulo, o missionrio, o homem que foi capaz de renunciar aos seus antigos esquemas mentais e religiosos para, de todo o corao, proclamar a Jesus Cristo diante de quantos quiseram escut-lo ( At 13.46 ; ver Rm 1.16 ; 1Co 9.20 ; Gl 2.7-10 ). A f e a vitalidade de Paulo representam para Lucas a energia interna do Evangelho, que em breve e de forma irresistvel haveria de alcanar o corao do Imprio Romano. A chegada de Paulo a Roma ( 28.11-31 ) pe ponto final a Atos dos Apstolos, um drama velozmente desenrolado que partiu com mpeto de Jerusalm poucos anos antes.
Diviso do livro O contedo do livro admite diversas anlises, baseadas nos movimentos dos seus personagens mais importantes. A partir dessa perspectiva histrico-geogrfica pode-se dividir o relato em trs etapas diferentes: Primeira etapa: Jerusalm (2.18.3). Depois da ressurreio e da ascenso de Jesus ao cu (1.4-11), Jerusalm cenrio da formao do ncleo cristo mais antigo da histria (1.12-26). Ali veio sobre os discpulos o Esprito Santo no dia de Pentecostes (2.4), e ali se deram os primeiros passos para a organizao da Igreja (2.418.3). Segunda etapa: Judia e Samaria (8.49.43). A perseguio contra os cristos desencadeada aps o martrio de Estevo (6.97.60) obrigou muitos deles a sarem de Jerusalm e a se dispersarem pelas regies da Judia e Samaria (8.1). Esse fato veio a favorecer a propagao do evangelho, que j por aquele tempo havia alcanado diversos pontos da Sria e Palestina (4.4-6,25-26 ; 9.19,30-32,35-36,38,42-43 ). Terceira etapa: at aos confins da terra (10.128.31).
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(b) Paulo empreende a sua atividade missionria. No transcurso de trs viagens, percorre territrios do sul e oeste da sia Menor, penetra na Europa pela Macednia e chega at a Acaia (13.114.28; 15.3618.22; 18.2320.38). A sua passagem est marcada pelo nascimento de novas igrejas, de que ele , primeiro, fundador, e depois, mentor e conselheiro e com as quais mantm um cordial relacionamento, seja em pessoa ou por escrito. (c) Ao trmino do seu terceiro percurso apostlico, regressa a Jerusalm (21.1-15), em cujo Templo preso (21.2736). Os ltimos caps. de Atos descrevem com especial detalhe os incidentes da viagem de Paulo a Roma, aonde o conduzem para ser julgado perante o tribunal imperial, a que ele havia apelado fazendo uso do direito que lhe outorgava a cidadania romana (22.25-29; 23.27; 25.10-12). O livro conclui com a chegada do apstolo a Roma e o incio da sua atividade naquela cidade (28.14-31). O autor de Atos manifesta-se em ocasies como testemunha presencial do que est relatando. A narrao utiliza ento a primeira pessoa do plural: ns (16.10-17; 20.521.18; 27.128.16), de modo que o escritor inclui-se entre as pessoas que acompanham o apstolo no seu trabalho.
Estilo literrio O estilo de Atos elegante e rico em vocabulrio. Lucas possui um notvel domnio da gramtica e dos recursos lingsticos do grego de seu tempo (koin) e, inclusive, do clssico (tico). Talvez o conjunto da sua obra seja representativo dos primeiros esforos realizados para apresentar a f crist aos nveis mais cultos da sociedade romana.
Lugar e data da composio No existem dados que permitam precisar a data nem o lugar da composio deste livro. Muitos pensam que foram publicados uns vinte e cinco ou trinta anos depois da morte de Paulo, aproximadamente durante a dcada dos anos oitenta.
Esboo Introduo (1.1-11) I.O Derramamento do Esprito Santo (1.12 2.41) A. A Preparao para a Promessa (1.12-26) B.O Dia do Pentecoste (2.1-41) II. Os Primeiros Dias da Igreja em Jerusalm (2.428.1a) A. Caractersticas da Igreja Apostlica em Seguida ao Derramamento do Esprito (2.42.47) B.Um Grande Milagre e Seus Efeitos (3.14.31) C.A Comunidade de Bens dos Primeiros Cristos (4.325.11) D. Mais Curas e a Resistncia da Religio Oficial (5.12-42) E. A Escolha de Sete Diconos (6.1-7) F. Estevo: O Primeiro Mrtir do Cristianismo (6.88.1a) III. A Perseguio Leva Expanso (8.1b9.31) A. Os Crentes Dispersos na Judia e Samaria (8.1b-4) B. Filipe: O Ministrio de um Evangelista (8.5-40) C. Saulo de Tarso: A Converso de um Perseguidor (9.1-31) IV. O Cristianismo Propaga-se entre os Gentios (9.3212.25) A. O Ministrio de Pedro em Lida e em Jope (9.32-43) B. A Misso de Pedro aos Gentios em Cesrea (10.1-48) C. O Informe de Pedro Igreja de Jerusalm e a Aprovao da Sua Deciso (11.1-18) D. Antioquia: A Primeira Igreja Gentia (11.19-30) E. Perseguio sob Herodes Agripa I (12.1-23) F. Resumo do Crescimento da Igreja (12.24,25)
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(a) Deus, no caminho de Damasco, havia chamado Saulo de Tarso (7.58 ; 8.1,3 ; 9.1-30 ; 22.6-16 ; 26.12-18), para fazer dele um instrumento escolhido para levar o nome de Jesus aos gentios (9.15). Por outro lado, os crentes que foram dispersos por causa da tribulao que sobreveio a Estevo se espalharam at Fencia, Chipre e Antioquia (11.19), e desse modo abriram-se as portas ao evangelho em lugares at ento totalmente pagos.
VI. O Conclio de Jerusalm (15.1-35) VII. Segunda Viagem Missionria de Paulo (15.3618.22) A. Divergncia entre Paulo e Barnab (15.36-40) B. Visita s Igrejas Fundadas (15.4116.5) C. Novas Regies Evangelizadas na Provncia da sia (16.618.21) D. Regresso Antioquia da Sria (18.22) VIII. Terceira Viagem Missionria de Paulo (18.2321.16) A. A Caminho de feso (18.23) Parntese: O Ministrio de Apolo (18.24-28) B. Um Prolongado Ministrio em feso (19.1-41) C. Viagem Macednia, Grcia e Volta Macednia (20.1-5) D. Regresso a Jerusalm (20.621.16) IX. A Priso de Paulo e Seu Ministrio Enquanto Preso (21.1728.31) A.Em Jerusalm (21.1723.35) B.Em Cesrea (24.126.32) C. A Caminho de Roma (27.128.15) D.Em Roma (28.16-31) Autor: Lucas Tema: A Propagao Triunfal do Evangelho pelo Poder do Esprito Santo Data: Cerca de 63 d.C.
Consideraes Preliminares O livro de Atos, e de igual modo o Evangelho segundo Lucas, endereado a um homem chamado Tefilo (1.1). Embora nenhum dos dois livros identifique nominalmente o autor, o testemunho unnime do cristianismo primitivo e a evidncia interna confirmatria dos dois livros denotam que ambos foram escritos por Lucas, o mdico amado (Cl 4.14). O Esprito Santo inspirou Lucas a escrever a Tefilo a fim de suprir na igreja a necessidade de um relato completo dos primrdios do cristianismo. (1) O primeiro tratado foi seu Evangelho a respeito da vida de Jesus. (2) o segundo foi seu relato, em Atos, sobre o derramamento do Esprito em Jerusalm e sobre o crescimento da igreja primitiva. Torna-se claro que Lucas era um escritor habilidoso, um historiador consciente e um telogo inspirado. Atos abrange, de modo seletivo, os primeiros trinta anos da histria da igreja. Como historiador eclesistico, Lucas descreve, em Atos, a propagao do evangelho, partindo de Jerusalm at Roma. Ele menciona nada menos que 32 pases, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrneo, 95 diferentes pessoas e uma variedade de membros e funcionrios do governo com seus ttulos precisos. A arqueologia continua a confirmar a admirvel exatido de Lucas em todos os seus pormenores. Como telogo, Lucas descreve com habilidade a relevncia de vrias experincias e eventos dos primeiros anos da igreja. Na sua fase inicial, as Escrituras do NT consistiam em duas coletneas: (1) os quatro Evangelhos. (2) As Epstolas de Paulo. Atos desempenhou um papel substancial como elo entre as duas coletneas, e faz jus posio que ocupa no cnon. Nos caps. 1328, temos o acervo histrico necessrio para bem compreendermos o ministrio e as cartas de Paulo. O pronome ns, empregado por Lucas atravs de Atos (16.10-17; 20.521.18; 27.128.16), aponta-o como estando presente nas viagens de Paulo.
Propsito Lucas tem pelo menos dois propsitos ao narrar os comeos da igreja.
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V. Primeira Viagem Missionria de Paulo (13.114.28) A. Paulo e Barnab Comissionado pela Igreja Local de Antioquia (13.1-3) B. Incio da Evangelizao da Provncia da sia (13.414.28)
(2) Revela a misso do Esprito Santo na vida e no papel da igreja e enfatiza o batismo no Esprito Santo como a proviso de Deus para capacitar a igreja a proclamar o evangelho e a dar continuidade ao ministrio de Jesus. Lucas registra trs vezes, expressamente, o fato de o batismo no Esprito Santo ser acompanhado de enunciao em outras lnguas (2.1-4.; 10.44-47; 19.1-6). O contexto destas passagens mostra que isto era normal no princpio da igreja, e que o padro permanente de Deus para ela.
Viso Panormica Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata tudo que Jesus comeou, no s a fazer, mas a ensinar (1.1), Atos descreve o que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascenso, mediante o poder do Esprito Santo, operando em, e atravs dos seus discpulos e da igreja primitiva. Ao ascender ao cu (1.9-11), a ltima ordem de Jesus aos discpulos foi para que permanecessem em Jerusalm at que fossem batizados no Esprito Santo (1.4,5). O versculo-chave de Atos (1.8) contm um resumo teolgico e geogrfico do livro: Jesus promete aos discpulos que recebero poder quando o Esprito Santo vier sobre eles; poder para serem suas testemunhas (1) em Jerusalm (17), (2) em toda a Judia e Samaria (812) (3) at aos confins da terra (1328). Nos caps. 112, o centro principal irradiador da igreja Jerusalm. Aqui, Pedro o mais destacado instrumento usado por Deus para pregar o evangelho. Nos caps. 1328, o centro principal de irradiao passou a ser Antioquia da Sria, onde o instrumento de maior realce nas mos de Deus foi Paulo para levar o evangelho aos gentios. O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando julgamento perante Csar. Mesmo com o resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porm cheio de nimo e sem impedimento para pregar e ensinar acerca do reino de Deus e do Senhor Jesus (28.31).
Caractersticas Especiais Nove principais destaques assinalam o livro de Atos. (1) A igreja. Atos revela a origem do poder da igreja e a verdadeira natureza da sua misso, juntamente com os princpios que devem norte-la em todas as geraes. (2) O Esprito Santo. A terceira pessoa da Trindade mencionada cinqenta vezes; o batismo no Esprito Santo e o seu ministrio outorgam poder (1.8), ousadia (4.31), santo temor a Deus (5.3,5,11), sabedoria (6.3,10), direo (16.6-10), e dons espirituais (19.6). (3) Mensagens da igreja primitiva. Lucas relata com habilidade os ensinos inspirados de Pedro, Estevo, Paulo, Tiago, e outros, apresentando assim um quadro da igreja primitiva no encontrado noutro lugar do NT. (4) Orao. Os cristos primitivos dedicavam-se s oraes com regularidade e fervor, que, s vezes, duravam a noite inteira, produzindo resultados maravilhosos. (5) Sinais, maravilhas e milagres. Estas manifestaes acompanhavam a proclamao do evangelho no poder do Esprito Santo. (6) Perseguio. A proclamao do evangelho com poder dava origem oposio religiosa e/ou secular. (7) A ordem judaica/gentia. Do comeo ao fim de Atos, o evangelho alcana primeiro os judeus e, depois, os gentios. (8) As mulheres. H meno especial s mulheres dedicadas obra contnua da igreja. (9) Triunfo. Barreira alguma nacional, religiosa, cultural, ou racial, nem oposio ou perseguio puderam impedir o avano do evangelho.
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(1) Demonstra que o evangelho avanou triunfalmente das fronteiras estreitas do judasmo para o mundo gentio, apesar da oposio e perseguio.
Princpio Hermenutico H quem considere o contedo do livro de Atos como se pertencesse a uma outra era bblica e no como o padro divino para a igreja e seu testemunho durante todo o perodo que o NT chama de ltimos dias (2.17). O livro de Atos no simplesmente um compndio de histria da igreja primitiva; o padro perene para a vida crist e para qualquer congregao cheia do Esprito Santo. Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja atual, todos os fatos vistos no ministrio e na experincia da igreja do NT (exceto a redao de novos livros para o NT). Esses fatos so evidentes quando a igreja vive na plenitude do poder do Esprito Santo. Nada, em Atos e no restante do NT, indica que os sinais, maravilhas, milagres, dons espirituais ou o padro apostlico para a vida e o ministrio da igreja cessariam, repentina ou de uma vez, no fim da era apostlica.
Captulo 01
1.1 O PRIMEIRO TRATADO. No Evangelho segundo Lucas temos o relato de tudo que Jesus comeou a fazer e a ensinar no poder do Esprito Santo (Lc 4.1,18). No livro de Atos temos a continuao do relato de como seus seguidores, no mesmo poder do Esprito Santo, proclamaram o mesmo evangelho, operaram o mesmo tipo de milagre e viveram o mesmo tipo de vida crist. O Esprito Santo reproduzindo a vida e o ministrio de Jesus atravs da igreja a principal nfase teolgica do livro de Atos. Este livro poderia muito bem ser chamado Os Atos do Esprito Santo . Observe os itens abaixo sobre o registro inspirado do Esprito Santo no livro de Atos. (1) Todo o texto bblico de Atos, inclusive o das narrativas histricas, tem relevncia didtica (i.e., ensino) e teolgica. Dois fatos confirmam esta verdade. (a) A declarao bblica de que Toda Escritura divinamente inspirada proveitosa para ensinar, para redargir, para corrigir, para instruir em justia (2 Tm 3.16). (b) A declarao paulina de que as narrativas do AT tm um propsito didtico e instrutivo (1 Co 10.11). Ele afirma que essas narrativas so exemplos de relevncia prtica e teolgica para o crente (Rm 15.4). O que vlido s narrativas histricas do AT tambm o a Atos. (2) Os propsitos primrios que Lucas tinha em mente ao escrever o livro de Atos eram, portanto, os seguintes: (a) apresentar um padro definitivo da atividade do Esprito Santo, a ser seguido durante toda a era da igreja; (b) fornecer dados para a formulao de uma doutrina do Esprito Santo. (c) mostrar como essa doutrina deve relacionar-se com a vida dos crentes em Cristo. Note especificamente dois elementos neste livro que so normativos na teologia e na prtica: (i) o registro repetido e harmnico de Lucas das muitas ocasies em que ocorreu o batismo no Esprito Santo, ou quando os crentes foram cheios do Esprito Santo (ver 2.39, 1.5,8; 2.4; 4.8,31; 8.15-17; 9.17; 10.44-46; 13.9,52; 15.8; 19.1-6). (ii) as muitas atividades do Esprito Santo no livro de Atos, que forneceram igreja os padres de justia, de testemunho e do poder que Deus deseja para seu povo nos ltimos dias (na era da igreja). 1.3 SE APRESENTOU VIVO. Ver Mt. 28.9, nota sobre as aparies de Cristo aps ressuscitar. 1.4 A PROMESSA DO PAI. O prometido dom do Pai (Jl 2.28,29; Mt 3.11) o batismo no Esprito Santo. O cumprimento desta promessa, no entanto, descrito como ser cheios do Esprito Santo (2.4). Assim, batizado no Esprito e cheio do Esprito , s vezes, so usados como equivalentes nas Escrituras. A partcula grega que aparece nos pertinentes textos do NT leva para a traduo com ou no Esprito Santo, em se tratando do batismo pentecostal. Este batismo com ou no Esprito Santo, no deve ser identificado com o recebimento do Esprito Santo na ocasio da regenerao. So duas obras distintas do Esprito, muitas vezes separadas por um perodo de tempo.
REGENERAO DOS DISCPULOS 1.5 BATIZADOS COM O ESPRITO SANTO. A preposio com a partcula grega en, que pode ser traduzida como em ou com. Por isso, muitos preferem a traduo sereis batizados no Esprito Santo. Da mesma forma, batizados com gua pode ser traduzido batizados em gua. O prprio Jesus aquele que batiza no Esprito Santo os que nEle crem.
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O BATISMO NO ESPRITO SANTO At 1.5 Porque, na verdade, Joo batizou com gua, mas vs sereis batizados com o Esprito Santo, no muito depois destes dias. Uma das doutrinas principais das Escrituras o batismo no Esprito Santo (ver 1.4 nota sobre batismo no, ao invs de batismo com, o Esprito Santo). A respeito do batismo no Esprito Santo, a Palavra de Deus ensina o seguinte: (1) O batismo no Esprito para todos que professam sua f em Cristo; que nasceram de novo, e, assim, receberam o Esprito Santo para neles habitar. (2) Um dos alvos principais de Cristo na sua misso terrena foi batizar seu povo no Esprito (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Ele ordenou aos discpulos no comearem a testemunhar at que fossem batizados no Esprito Santo e revestidos do poder do alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8). (3) O batismo no Esprito Santo uma obra distinta e parte da regenerao, tambm por Ele efetuada. Assim como a obra santificadora do Esprito distinta e completiva em relao obra regeneradora do mesmo Esprito, assim tambm o batismo no Esprito complementa a obra regeneradora e santificadora do Esprito. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre seus discpulos e disse: Recebei o Esprito Santo (Jo 20.22), indicando que a regenerao e a nova vida estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes disse que tambm deviam ser revestidos de poder pelo Esprito Santo (Lc 24.49; cf. At 1.5,8). Portanto, este batismo uma experincia subseqente regenerao. (4) Ser batizado no Esprito significa experimentar a plenitude do Esprito, (cf. 1.5; 2.4). Este batismo teria lugar somente a partir do dia de Pentecoste. Quanto aos que foram cheios do Esprito Santo antes do dia de Pentecoste (e.g. Lc 1.15,67), Lucas no emprega a expresso batizados no Esprito Santo. Este evento s ocorreria depois da ascenso de Cristo (1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14). (5) O livro de Atos descreve o falar noutras lnguas como o sinal inicial do batismo no Esprito Santo (2.4; 10.45,46; 19.6;). O FALAR EM LNGUAS At 2.4 E todos foram cheios do Esprito Santo e comearam a falar em outras lnguas, conforme o Esprito Santo lhes concedia que falassem. O falar noutras lnguas, ou a glossollia (gr. glossais lalo), era entre os crentes do NT, um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no Esprito Santo (ver 2.4; 10.45-47; 19.6). Esse padro bblico para o viver na plenitude do Esprito continua o mesmo para os dias de hoje. O VERDADEIRO FALAR EM LNGUAS. (1) As lnguas como manifestao do Esprito. Falar noutras lnguas uma manifestao sobrenatural do Esprito Santo, i.e., uma expresso vocal inspirada pelo Esprito, mediante a qual o crente fala numa lngua (gr. glossa) que nunca aprendeu (2.4; 1Co 14.14,15). Estas lnguas podem ser humanas, atualmente faladas (2.6), ou desconhecidas na terra (cf. 1Co 13.1). No fala exttica, como algumas tradues afirmam, pois a Bblia nunca se refere expresso vocal exttica para referir-se ao falar noutras lnguas pelo Esprito. (2) Lnguas como sinal externo inicial do batismo no Esprito Santo. Falar noutras lnguas uma expresso verbal inspirada, mediante a qual o esprito do crente e o Esprito Santo se unem no louvor e/ou profecia. Desde o incio, Deus vinculou o falar noutras lnguas ao batismo no Esprito Santo (2.4), de modo que os primeiros 120 crentes no dia do Pentecoste, e os demais batizados a partir de ento, tivessem uma confirmao fsica de que realmente receberam o batismo no Esprito Santo (cf. 10.45,46). Desse modo, essa experincia podia ser comprovada quanto a tempo e local de recebimento. No decurso da histria da igreja, sempre que as lnguas como sinal foram rejeitadas, ou ignoradas, a verdade e a experincia do Pentecoste foram distorcidas, ou totalmente suprimidas. (3) As lnguas como dom. Falar noutras lnguas tambm descrito como um dos dons concedidos ao crente pelo Esprito Santo (1Co 12.4-10). Este dom tem dois propsitos principais: (a) O falar noutras lnguas seguido de interpretao, tambm pelo Esprito, em culto pblico, como mensagem verbal congregao para sua edificao espiritual (1Co 14.5,6,13-17). (b) O falar noutras lnguas pelo crente para dirigir-se a Deus nas suas devoes particulares e, deste modo, edificar sua vida espiritual (1Co 14.4). Significa falar ao nvel do esprito (14.2,14), com o propsito de orar (14.2,14,15,28), dar graas (14.16,17) ou cantar (14.15; ver 1Co).
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(1) Somente devemos aceitar as lnguas se elas procederem do Esprito Santo, como em 2.4. Esse fenmeno, segundo o livro de Atos, deve ser espontneo e resultado do derramamento inicial do Esprito Santo. No algo aprendido, nem ensinado, como por exemplo instruir crentes a pronunciar slabas sem nexo. (2) O Esprito Santo nos adverte claramente que nestes ltimos dias surgir apostasia dentro da igreja (1Tm 4.1,2); sinais e maravilhas operados por Satans (Mt 7.22,23; cf. 2Ts 2.9) e obreiros fraudulentos que fingem ser servos de Deus (2Pe 2.1,2). (3) Se algum afirma que fala noutras lnguas, mas no dedicado a Jesus Cristo, nem aceita a autoridade das Escrituras, nem obedece Palavra de Deus, qualquer manifestao sobrenatural que nele ocorra no provm do Esprito Santo (1 Jo 3.6-10; 4.1-3; cf. Gl 1.9; Mt 24.11-24, Jo8.31). (4) O batismo no Esprito Santo outorgar ao crente ousadia e poder celestial para este realizar grandes obras em nome de Cristo e ter eficcia no seu testemunho e pregao (cf. 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder no se trata de uma fora impessoal, mas de uma manifestao do Esprito Santo, na qual a presena, a glria e a operao de Jesus esto presentes com seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7). (5) Outros resultados do genuno batismo no Esprito Santo so: (a) mensagens profticas e louvores (2.4, 17; 10.46; 1Co 14.2,15); (b) maior sensibilidade contra o pecado que entristece o Esprito Santo, uma maior busca da retido e uma percepo mais profunda do juzo divino contra a impiedade (Jo 16.8) (c) uma vida que glorifica a Jesus Cristo (Jo 16.13,14; At 4.33); (d) vises da parte do Esprito (2.17); (e) manifestao dos vrios dons do Esprito Santo (1Co 12.4-10); (f) maior desejo de orar e interceder (2.41,42; 3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26); (g) maior amor Palavra de Deus e melhor compreenso dela (Jo 16.13). (h) uma convico cada vez maior de Deus como nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl 4.6). (6) A Palavra de Deus cita vrias condies prvias para o batismo no Esprito Santo. (a) Devemos aceitar pela f a Jesus Cristo como Senhor e Salvador e apartar-nos do pecado e do mundo (2.38-40; 8.12-17). Isto importa em submeter a Deus a nossa vontade (queles que lhe obedecem, 5.32). Devemos abandonar tudo o que ofende a Deus, para ento podermos ser vaso para honra, santificado e idneo para o uso do Senhor (2Tm 2.21). (b) preciso querer o batismo. O crente deve ter grande fome e sede pelo batismo no Esprito Santo (Jo 7.37-39; cf. Is 44.3; Mt 5.6; 6.33). (c) Muitos recebem o batismo como resposta orao neste sentido (Lc 11.13; At 1.14; 2.1-4; 4.31; 8.15,17). (d) Devemos esperar convictos que Deus nos batizar no Esprito Santo (Mc 11.24; At 1.4,5). (7) O batismo no Esprito Santo permanece na vida do crente mediante a orao (4.31), o testemunho (4.31, 33), a adorao no Esprito (Ef 5.18,19) e uma vida santificada (ver Ef 5.18 notas). Por mais poderosa que seja a experincia inicial do batismo no Esprito Santo sobre o crente, se ela no for expressa numa vida de orao, de testemunho e de santidade, logo se tornar numa glria desvaneceste. (8) O batismo no Esprito Santo ocorre uma s vez na vida do crente e move-o consagrao obra de Deus, para, assim, testemunhar com poder e retido. A Bblia fala de renovaes posteriores ao batismo inicial do Esprito Santo (4.31; cf. 2.4; 4.8, 31; 13.9; Ef 5.18). O batismo no Esprito, portanto, conduz o crente a um relacionamento com o Esprito, que deve ser renovado (4.31) e conservado (Ef 5.18). 1.8 RECEBEREIS A VIRTUDE. O termo original para virtude dunamis, que significa poder real; poder em ao. Esse o versculo-chave do livro de Atos. O propsito principal do batismo no Esprito Santo o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou. Sua finalidade que Cristo seja conhecido, amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de Deus (cf. Mt 28.18-20; Lc 24.49; Jo 5.23; 15.26,27). (1) Poder (gr. dunamis) significa mais do que fora ou capacidade; designa aqui, principalmente, o poder divino em operao, em ao. O batismo no Esprito Santo trar o poder pessoal do Esprito Santo vida do crente.
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OUTRAS LNGUAS, PORM FALSAS. O simples fato de algum falar noutras lnguas, ou exercitar outra manifestao sobrenatural no evidncia irrefutvel da obra e da presena do Esprito Santo. O ser humano pode imitar as lnguas estranhas como o fazem os demnios. A Bblia nos adverte a no crermos em todo esprito, e averiguarmos se nossas experincias espirituais procedem realmente de Deus (1Jo 4.1).
(3) A obra principal do Esprito Santo no testemunho e na proclamao do evangelho diz respeito obra salvfica de Cristo, sua ressurreio e promessa do batismo no Esprito (cf. 2.14-42). Ver a nota seguinte, que trata do Esprito dando testemunho e o que isso representa em nossa vida pessoal 1.8 SER-ME-EIS TESTEMUNHAS. O batismo no Esprito Santo no somente outorga poder para pregar Jesus como Senhor e Salvador como tambm aumenta a eficcia desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o Esprito Santo por termos sido cheios do Esprito (cf. Jo 14.26; 15.26,27). (1) O Esprito Santo revela e torna mais real para ns a presena pessoal de Jesus (Jo 14.16-18). Uma comunho ntima com o prprio Jesus Cristo resultar num desejo cada vez maior da nossa parte de amar, honrar e agradar nosso Salvador. (2) O Esprito Santo d testemunho da justia (Jo 16.8,10) e da verdade (Jo 16.13), as quais glorificam a Cristo (Jo 16.14), no somente com palavras, mas tambm no modo de viver e no agir. Da, quem tem o testemunho do Esprito Santo a respeito da obra redentora de Jesus Cristo, manifestar com certeza, semelhana de Cristo, o amor, a verdade e a justia em sua vida (cf. 1 Co 13). (3) O batismo no Esprito Santo outorga poder para o crente testemunhar de Cristo e produz nos perdidos a convico do pecado, da justia e do juzo (ver Jo 16.8 nota). Os efeitos desta convico se tornaro evidentes naqueles que proclamam com sinceridade a mensagem da Palavra e naqueles que a recebem (2.39,40). (4) O batismo no Esprito Santo destina-se queles cujos coraes pertencem a Deus por terem abandonado seus maus caminhos (2.38; 3.26), e mantido mediante a mesma dedicao sincera a Cristo (5.32). (5) O batismo no Esprito Santo um batismo no Esprito que santo (Esprito de santificao , Rm 1.4). Assim, se o Esprito Santo realmente estiver operando em ns plenamente, viveremos em maior conformidade com a santidade de Cristo. luz destas verdades bblicas, portanto, quem for batizado no Esprito Santo, ter um desejo intenso de agradar a Cristo em tudo o que puder. Noutras palavras: a plenitude do Esprito complementa a obra salvfica e santificadora do Esprito Santo em nossa vida. Aqueles que afirmam ter a plenitude do Esprito, mas vivem uma vida contrria ao Esprito de santidade, esto enganados e mentindo. Aqueles que manifestam dons espirituais, milagres, sinais espetaculares, ou oratria inspiradora, mas no tm uma vida de verdadeira f, amor e retido, no esto agindo segundo o Esprito Santo, mas segundo um esprito impuro que no de Deus (Mt 7.21-23; cf. Mt 24.24; 2 Co 11.13-15;). Mais exposio sobre testemunhar de Cristo, em 13.31 1.14 PERSEVERAVAM UNANIMEMENTE EM ORAO E SPLICAS. A experincia do Pentecoste sempre envolve a responsabilidade humana. Aqueles que desejam o derramamento do Esprito em sua vida, para terem poder para realizar a obra de Deus, devem colocar-se disposio do Esprito Santo mediante sua submisso vontade de Deus e orao (v. 4; 2.38; 9.11-17; cf. Lc 11.5-13; 24.49; Is 40.29-31). Note os paralelos entre a vinda do Esprito sobre Jesus e os discpulos. (1) O Esprito desceu sobre eles depois que oraram (Lc 3.21,22; At 1.14; 2.2-4). (2) Houve manifestaes visveis do Esprito (Lc 3.22; At 2.2-4). (3) Os ministrios, tanto de Jesus como dos discpulos, comearam depois do Esprito Santo vir sobre eles (cf. Mt 3.16 com 4.17; Lc 3.21,22 com 4.14-19; At 2.14-47).
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2.1 PENTECOSTE. Pentecoste era a segunda grande festa sagrada do ano judaico. A primeira grande festa era a Pscoa. Cinqenta dias aps esta, vinha a festa de Pentecoste, nome este derivado do gr. penteekostos (=qinquagsimo). Era tambm chamada Festas da Colheitas, porque nela as primcias da sega de gros eram oferecidas a Deus (cf. Lv 23.17). Da mesma forma, o dia de Pentecoste simboliza, para a igreja, o incio da colheita de almas para Deus neste mundo. 2.2,3 UM VENTO... IMPETUOSO, E... LNGUAS REPARTIDAS, COMO QUE DE FOGO. As manifestaes externas de um som como de um vento poderoso e das lnguas de fogo (vv. 2,3) demonstram que Deus estava ali presente e ativo, de modo poderoso (cf. x 3.1-6; 1 Rs 18.38,39). O fogo talvez simbolize a consagrao e a separao dos crentes para Deus, visando a obra de glorificar a Cristo (Jo 16.13,14) e de testemunhar dEle (1.8). Estas duas manifestaes antecederam o batismo no Esprito Santo, e no foram repetidas noutros relatos similares do livro de Atos.
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(2) Note que neste versculo Lucas no relaciona o batismo no Esprito Santo com a salvao e regenerao da pessoa, mas com o poder celestial no interior do crente para este testemunhar com grande eficcia.
2.4 CHEIOS DO ESPRITO SANTO. Qual o significado da plenitude do Esprito Santo recebida no dia de Pentecoste?
(2) Posto que os ltimos dias desta era j comearam (v. 17; cf. Hb 1.2; 1 Pe 1.20), todos agora se vem ante a deciso de se arrependerem e de crerem em Cristo (3.19; Mt 3.2; Lc 13.3; ver At 2.17). (3) Os discpulos foram do alto... revestidos de poder (Lc 24.49; cf. At 1.8), que os capacitou a testemunhar de Cristo, a produzir nos perdidos grande convico no tocante ao pecado, justia, e ao julgamento divino, e a desvi-los do pecado para a salvao em Cristo (4.13,33; 6.8; Rm 15.19; ver Jo 16.8). (4) O Esprito Santo j revelou sua natureza como aquele que anseia e pugna pela salvao de pessoas de todas as naes e aqueles que receberam o batismo no Esprito Santo ficaram cheios do mesmo anseio pela salvao da raa humana (vv. 38-40; 4.12,33; Rm 9.1-3; 10.1). O Pentecoste o incio das misses mundiais (1.8; 2.6-11,39). (5) Os discpulos se tornaram ministros do Esprito. No somente pregavam Jesus crucificado e ressuscitado, levando outras pessoas ao arrependimento e f em Cristo, como tambm influenciavam essas pessoas a receber o dom do Esprito Santo (vv. 38,39) que eles mesmos tinham recebido no Pentecoste (v. 4). Levar outros ao batismo no Esprito Santo a chave da obra apostlica no NT (ver 8.17; 9.17,18; 10.44-46; 19.6). (6) Mediante este batismo no Esprito, os seguidores de Cristo tornaram-se continuadores do seu ministrio terreno. Continuaram a fazer e a ensinar, no poder do Esprito Santo, as mesmas coisas que Jesus comeou, no s a fazer, mas a ensinar (1.1; Jo 14.12) 2.4 COMEARAM A FALAR EM OUTRAS LNGUAS. Para um exame do significado do falar em lnguas ocorrido no dia de Pentecoste e noutras ocasies, na igreja do NT, e da possibilidade de falsas lnguas estranhas. 2.13 MOSTO. Mosto (gr. gleukos) normalmente se refere ao suco de uva no fermentado. Aqueles que zombavam dos discpulos talvez hajam empregado este termo, ao invs da palavra mais comum no NT para vinho (oinos), porque sabiam que os discpulos de Jesus usavam somente este tipo de vinho doce, no fermentado. Neste caso, sua zombaria teria sido sarcstica. 2.14-40 O DISCURSO DE PEDRO NO DIA DE PENTECOSTE. O discurso de Pedro no dia de Pentecoste, juntamente com sua mensagem em 3.12-26, contm um padro para a proclamao do evangelho. (1) Jesus o Senhor e Cristo crucificado, ressurreto e exaltado (vv. 22-36; 3.13-15). (2) Estando agora destra do Pai, Jesus Cristo recebeu autoridade para derramar o Esprito Santo sobre todos os crentes (vv. 16-18,32,33; 3.19). (3) Todos devem colocar sua f em Jesus como Senhor, arrepender-se dos seus pecados e ser batizados, demonstrando o perdo dos pecados (vv. 36-38; 3.19). (4) Os crentes devem esperar o prometido dom do Esprito Santo, ou o batismo nEle, uma vez tendo crido e se arrependido (vv. 38,39). (5) Aqueles que atenderem com f, deve separar-se do mundo e salvar-se dessa gerao perversa (v. 40; 3.26). (6) Jesus Cristo voltar para restaurar completamente o reino de Deus (3.20,21). 2.16 DITO PELO PROFETA JOEL. O batismo no Esprito Santo e as manifestaes espirituais acompanhantes so cumprimentos de Jl 2.28,29. Joel, no sculo VIII a.C., profetizou um grande derramamento do Esprito Santo sobre todo o povo de Deus (ver Jl 2.28,29 notas). 2.17 NOS LTIMOS DIAS. (1) No AT os ltimos dias eram tidos como o tempo em que o Senhor agiria poderosamente, julgando o mal e concedendo salvao ao seu povo (cf. Is 2.2-21; 3.18 4.6; 10.20-23; Os 1.2; Jl 1.3; Am 8.9-11; 9.9-12). (2) O NT revela que os ltimos dias comearam com a primeira vinda de Cristo e o derramamento inicial do Esprito sobre o povo de Deus, e que terminaro com a segunda vinda do Senhor (Mc 1.15; Lc 4.18-21; Hb 1.1,2). Este perodo
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(1) Significou o incio do cumprimento da promessa de Deus em Jl 2.28,29, de derramar seu Esprito sobre todo o seu povo nos tempos do fim (cf. 1.4,5; Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 1.33; ver Jl 2.28,29 nota).
especfico caracterizado como a era do juzo contra o mal, da autoridade sobre os demnios, da salvao da raa humana e da presena aqui do reino de Deus. (a) Estes ltimos dias sero assinalados pelo poder do Esprito Santo (Mt 12.28). (b) Os ltimos dias abrangem a investida do poder de Deus, atravs de Cristo, contra o domnio de Satans e do pecado. Mesmo assim, a guerra apenas comeou; no chegou ao fim, pois o mal e a atividade satnica ainda esto fortemente presentes (Ef 6.10-18). Por isso, somente a segunda vinda de Jesus aniquilar a atividade do poder maligno e encerrar os ltimos dias (cf. 1 Pe 1.3-5; Ap 19). (c) Os ltimos dias sero um perodo de testemunho proftico, conclamando todos a se arrependerem, crerem em Cristo e experimentarem o derramamento do Esprito Santo (1.8; 2.4,38-40; Jl 2.28-32). Devemos proclamar a obra salvfica de Cristo, no poder do Esprito, mesmo enquanto antevemos o dia final da ira (Rm 2.5), i.e.: o grande e glorioso Dia do Senhor (2.20b). Devemos viver todos os dias em vigilncia, esperando o dia da redeno e a volta de Cristo para buscar o seu povo (Jo 14.3; 1 Ts 4.15-17). (d) Os ltimos dias introduzem o reino de Deus com sua demonstrao de pleno poder (ver Lc 11.20). Devemos ter a plenitude desse poder no conflito contra as foras espirituais do mal (2 Co 10.3-5; Ef 6.11,12) e no sofrimento por causa da justia (Mt 5.10-12; 1 Pe 1.6,7) 2.17 VOSSOS FILHOS E AS VOSSAS FILHAS PROFETIZARO. Aqui o falar noutras lnguas (vv. 4,11) est relacionado profecia (vv. 17,18). Deste modo, falar em lnguas uma forma de profetizar. O significado bsico aqui, de profecia, o uso da nossa voz para o servio e a glria de Deus sob o impulso direto do Esprito Santo. No livro de Atos: (1) os 120 todos foram cheios do Esprito Santo e comearam a falar em outras lnguas, conforme o Esprito Santo lhes concedia que falassem (2.4); (2) o Esprito Santo desceu sobre Cornlio e sua casa. Todos, entre eles Pedro, os ouviam falar em lnguas e magnificar a Deus (10.44-47) (3) os discpulos em feso, quando veio sobre eles o Esprito Santo; e falavam lnguas e profetizavam (19.6). 2.18 MEUS SERVOS E MINHAS SERVAS. Segundo a profecia de Joel, citada por Pedro, o batismo no Esprito Santo para aqueles que j pertencem ao reino de Deus, i.e., servos de Deus, ou crentes; tanto homens como mulheres salvos, regenerados, pertencentes a Deus. 2.18 NAQUELES DIAS. Pedro, citando Joel, diz que Deus derramar seu Esprito naqueles dia. O derramamento do Esprito Santo e os sinais sobrenaturais que o acompanham, no podem ser limitados unicamente ao dia de Pentecoste. O poder e a bno do Esprito Santo so para todo cristo receber e experimentar, no decurso de toda a era da igreja, que a totalidade do perodo de tempo entre a primeira e segunda vinda de Cristo (Ap 19.20; ver At 2.39). 2.33 PELA DESTRA DE DEUS. O derramamento do Esprito Santo por Jesus comprova que Ele de fato o Messias exaltado e que agora est destra de Deus, intercedendo pelos seus representantes na terra (Hb 7.25). (1) Desde o batismo de Jesus at o dia de Pentecoste, o Esprito estava sobre o Cristo (o Ungido de Deus; cf. Lc 3.21,22; 4.1,14,18,19). Estando Jesus agora direita de Deus, vive para derramar o mesmo Esprito sobre aqueles que nEle crem. (2) Ao derramar o Esprito, a inteno de Jesus que o Consolador transmita sua presena aos crentes e lhes conceda poder para continuarem a fazer tudo aquilo que Ele mesmo fazia enquanto estava na terra 2.38 ARREPENDEI-VOS, E CADA UM DE VS SEJA BATIZADO. O arrependimento, o perdo dos pecados e o batismo so condies prvias para o recebimento do dom do Esprito Santo. Mesmo assim, o batismo em gua antes do recebimento da promessa do Pai (cf. 1.4,8) no deve ser tido como condio prvia absoluta para a plenitude do Esprito Santo; assim como o batismo no Esprito no uma conseqncia automtica do batismo em gua. (1) Na situao em apreo, Pedro exigiu o batismo em gua antes do recebimento da promessa, porque na mente dos seus ouvintes judaicos, o rito do batismo era pressuposto como parte de qualquer deciso de converso. O batismo em gua, contudo, no precedeu o batismo no Esprito nas ocasies registradas em 9.17,18 (o apstolo Paulo) e 10.44-48 (os da casa de Cornlio). (2) Cada crente, depois de se arrepender dos seus pecados e de aceitar Jesus Cristo pela f, deve receber (2.38; cf. Gl 3.14) o batismo pessoal no Esprito. Vemos no livro de Atos o dom do Esprito Santo sendo conscientemente desejado, buscado e recebido (1.4,14; 4.31; 8.14-17; 19.2-6); a nica exceo possvel regra, no NT, foi o caso de Cornlio (10.44-48). Da, o batismo no Esprito no deve ser considerado um dom automaticamente concedido ao crente em Cristo.
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(1) O batismo no Esprito Santo com o poder que o acompanha, no foi uma ocorrncia isolada, sem repetio, na histria da igreja. No cessou com o Pentecoste (cf. v. 38; 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostlica. (2) o direito mediante o novo nascimento de todo cristo buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no Esprito que foi prometido e concedido aos cristos do NT (1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49). 2.40 DESTA GERAO PERVERSA. Ningum, pode ser salvo, se no abandonar a perversidade e a corrupo da sociedade contempornea (cf. Lc 9.41; 11.29; 17.25; Fp 2.15). Todos os novos crentes devem ser ensinados a romper com todas as ms companhias, renunciar o mundo mpio, unir-se com Cristo e seu povo e dedicar-se obra de Deus (2 Co 6.14,17). 2.42 DOUTRINA DOS APSTOLOS, E NA COMUNHO, E NO PARTIR DO PO, E NAS ORAES. Ver 12.5, sobre as 16 caractersticas de uma igreja neotestamentria.
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3.6 EM NOME DE JESUS...ANDA. A cura do mendigo coxo foi realizada pelo poder de Cristo operando atravs dos apstolos. Jesus disse aos seus seguidores no tocante queles que viriam a crer nEle: Em meu nome...imporo as mos sobre os enfermos e os curaro (Mc 16.17,18). A igreja continuou o ministrio de cura que Jesus exercera, em obedincia sua vontade. O milagre aqui foi realizado mediante a f em nome de Jesus Cristo (v. 6) e o dom de curar, operando atravs de Pedro (ver 1 Co 12.1,9). Pedro declarou que no tinha prata nem ouro, mas que daria ao mendigo coxo algo muito mais valioso. As igrejas que desfrutam de prosperidade material devem meditar nestas palavras de Pedro. Muitas igrejas dos nossos dias j no podem dizer: No tenho prata nem ouro, mas tambm no tem condio de dizer: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno , levanta-te e anda . 3.19 ARREPENDEI-VOS, POIS, E CONVERTEI-VOS. Deus determinou que abenoar o seu povo com o derramamento do Esprito Santo sob as condies prvias de arrependimento, i.e., de se desviarem do pecado e da gerao perversa ao seu redor, e se converterem: voltar-se para Deus, ouvir tudo quanto Cristo, o Profeta, lhes diz (vv. 22,23), e sempre progredir na obedincia sincera a Cristo (cf. 2.38-41; 5.29-32). 3.19 TEMPOS DO REFRIGRIO. No decurso de toda a presente era, e at volta de Cristo, Deus enviar tempos do refrigrio (o derramamento do Esprito Santo) a todos aqueles que se arrependerem e se converterem. Embora tempos perigosos venham perto do fim desta era, acompanhada da apostasia da f (2 Tm 3.1; 2 Ts 2.3), Deus ainda promete enviar reaviva mento e tempos de refrigrio aos fiis. A presena de Cristo, a bno espiritual, milagres e derramamento do Esprito Santo viro sobre os remanescentes que fielmente o buscarem e vencerem o mundo, a carne e o domnio de Satans (cf. 26.18). 3.21 TEMPOS DA RESTAURAO. Os tempos da restaurao de tudo uma referncia ao tempo da volta de Cristo para debelar a iniqidade e estabelecer o reino de Deus na terra, livre de todo o pecado. No fim, todas as coisas cuja restaurao foi prometida no AT sero restauradas (cf. Zc 12-14; Lc 1.32,33). Cristo redimir ou renovar, a totalidade da Natureza (Rm 8.18-23) e reinar pessoalmente na terra (ver Ap 20.21). Note que no sero os seres humanos da terra, mas Cristo, com os seus exrcitos celestiais, que realizar o triunfo de Deus e do seu reino (Ap 19.11 21). 3.22 UM PROFETA. A predio de Moiss em Dt 18.17,18: Ento o SENHOR me disse: Bem falaram naquilo que disseram. Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmos, como tu... , foi uma profecia a respeito de Jesus Cristo. De que maneira foi Jesus semelhante a Moiss? (1) Moiss foi ungido pelo Esprito (Nm 11.17); o Esprito do Senhor estava sobre Jesus na pregao do evangelho (Lc 4.18,19). (2) Deus usou Moiss para introduzir a antiga aliana; Jesus introduziu a nova aliana. (3) Moiss conduziu Israel, tirando-o do Egito para o Sinai, e estabeleceu o pacto de seu relacionamento com Deus; Cristo redimiu seu povo do pecado e da escravido de Satans, e estabeleceu um novo e vivo pacto com Deus, por meio do qual seu povo pudesse entrar na sua prpria presena.
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2.39 A VS, A VOSSOS FILHOS E A TODOS. A promessa do batismo no Esprito Santo no foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecoste (v.4), mas tambm para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era: a vs os ouvintes de Pedro; a vossos filhos gerao seguinte; todos os que esto longe terceira gerao e s subseqentes.
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(5) Moiss conduziu o povo lei, mostrando-lhe a sua obrigao em cumprir seus estatutos para ter a bno divina; Cristo chamava o povo a si mesmo e ao Esprito Santo, como a maneira de Deus cumprir a sua vontade, e dos fiis receberem a bno divina e a vida eterna. 3.26 DESVIASSE, A CADA UM, DAS VOSSAS MALDADES. Pedro volta a enfatizar que crer em Cristo e receber o Esprito Santo depende de renunciarmos ao pecado e separar-nos da iniqidade (ver 2.38,40; 3.19; 8.21). Na mensagem apostlica original, toda bno prometida requeria santidade.
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4.8 PEDRO, CHEIO DO ESPRITO SANTO. Pedro recebe novo enchimento do Esprito Santo que lhe traz repentina inspirao, sabedoria e ousadia para que proclamasse a verdade de Deus. teologicamente relevante que a plenitude do Esprito no foi uma experincia ocorrida uma nica vez, mas, sim, repetitiva. Este fato um cumprimento da promessa de Jesus em Lc 12.11,12; outras ocorrncias de novo enchimento do Esprito acham-se em 7.55 e 13.9. 4.12 EM NENHUM OUTRO H SALVAO. Os discpulos tinham convico de que a maior necessidade de cada indivduo era a salvao do pecado e da ira de Deus, e pregavam que esta necessidade no poderia ser satisfeita por nenhum outro, seno Jesus Cristo. Isto revela a natureza exclusiva do evangelho e coloca sobre a igreja a pesada responsabilidade de pregar o evangelho a todas as pessoas. Se houvesse outros meios de salvao, a igreja poderia ficar despreocupada. Mas, segundo o prprio Cristo (Jo 14.6), no h esperana para ningum, fora da salvao em Cristo (cf. 10.43; 1 Tm 2.5,6). Este o fundamento do imperativo missionrio. 4.20 NO PODEMOS DEIXAR DE FALAR. O Esprito Santo criou nos apstolos um desejo irreprimvel de proclamar o evangelho. Por todo o livro de Atos, o Esprito impeliu os crentes a levar o evangelho aos outros (1.8; 2.14-41; 3.12-26; 8.25,35; 9.15; 10.44-48). 4.29 CONCEDE AOS TEUS SERVOS ... OUSADIA. Os discpulos precisavam de renovao em sua coragem para testemunhar e falar de Cristo. Durante a vida crist, ns tambm precisamos nos aproximar de Deus em orao a fim de vencer o medo de passar vergonha, rejeio, crticas, ou perseguio. A graa de Deus, atravs da renovao do Esprito Santo, ajudar-nos- a falar com ousadia a respeito de Jesus (cf. Mt 10.32). 4.30 CURAR... SINAIS E PRODGIOS. Pregao e milagres devem andar juntos (3.1-10; 4.8-22,29-33; 5.12-16; 6.7,8; 8.6ss.; 15.12; 20.7ss). Milagres so sinais acompanhantes mediante os quais Cristo confirma a palavra de suas testemunhas (14.3; cf. Mc 16.20). (1) Sinais geralmente se refere a atos miraculosos realizados para demonstrar a existncia do poder divino de advertir ou encorajar a f. (2) Prodgios se refere a eventos extraordinrios que causam pasmo ao espectador. Note neste versculo a igreja orando pela realizao de curas, sinais e maravilhas. A igreja dos nossos dias precisa interceder fervorosamente em orao para Deus confirmar o evangelho com grande poder, milagres e graa abundante (v. 33). Somente quando o evangelho proclamado com poder, como declara o NT, que o mundo perdido pode ser ganho para Cristo. 4.31 TODOS FORAM CHEIOS DO ESPRITO SANTO. Vrias verdades importantes destacam-se aqui. (1) A expresso batizados com Esprito Santo (1.5) descreve a obra de consagrao do Esprito Santo capacitando inicialmente o crente com poder divino para testemunhar. Os termos cheios , revestido e com autoridade descrevem essa sua capacitao para trabalhar (2.4; 4.8,31; 9.17; 13.9,52). Conforme a necessidade, o enchimento do Esprito pode ser renovado. (2) As expresses do meu Esprito derramarei (2.17,18; 10.45), veio sobre eles o Esprito Santo (19.6), retratam de modo diferente a ocasio em que os crentes so cheios do Esprito Santo (2.4; 4.31; 9.17). (3) Todos os crentes, inclusive os apstolos anteriormente cheios (2.4), foram novamente cheios a fim de enfrentarem a oposio contnua dos judeus (v. 29). Novos enchimentos com o Esprito Santo fazem parte da vontade e proviso de Deus para todos os que receberam o batismo no Esprito Santo (cf. 4.8 ; 13.52). Devemos esper-los e busc-los.
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(4) Moiss, nas leis do AT, referiu-se ao sacrifcio de cordeiros para prover em figura a redeno; o prprio Cristo tornou-se o Cordeiro de Deus para prover salvao a todos quantos o aceitarem.
(5) A atuao de Deus sobre toda a congregao, com um novo enchimento do Esprito Santo, resulta em ousadia e poder no testemunho dos crentes, em amor uns pelos outros e no recebimento de graa abundante sobre todos (vv. 31-33). 4.31 ANUNCIAVAM COM OUSADIA A PALAVRA DE DEUS O poder interior do Esprito e a realidade da presena de Deus que vm da plenitude do Esprito libertam o crente do medo doutras pessoas e aumenta grandemente a sua coragem e motivao para falar de Deus 4.33 COM GRANDE PODER. Era poder divino manifesto no mais alto grau que operava nos apstolos. O grego diz aqui mega dunamis. Grande poder a caracterstica distintiva da pregao e do testemunho apostlicos (cf. 1.8), por trs razes: (1) O testemunho apostlico baseava-se na Palavra de Deus (v. 29) e na convico de que ela fora dada pela inspirao do Esprito Santo. (2) Os discpulos tinham certeza de terem sido enviados e comissionados pelo prprio Jesus Cristo, o Senhor ressurreto (v. 33). (3) O grande poder do Esprito Santo operando nos discpulos (v. 31), efetuava grande convico nos ouvintes do evangelho quanto ao pecado de cada um, a justia de Cristo e o juzo divino (ver Jo 16.8 nota). Hoje, o mesmo acontecer em nossas igrejas se o Esprito operar poderosamente.
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5.3 MENTISSES AO ESPRITO SANTO. A fim de obterem prestgio e reconhecimento, Ananias e Safira mentiram diante da igreja a respeito das suas contribuies. Deus considerou um delito grave essas mentiras contra o Esprito Santo. As mortes de Ananias e Safira ficaram como exemplos perptuos da atitude de Deus para com qualquer corao enganoso entre aqueles que professam ser cristos. Note, tambm, que mentir ao Esprito Santo a mesma coisa que mentir a Deus, logo, o Esprito Santo tambm Deus (vv. 3,4; ver Ap 22.15. 5.4 POR QUE FORMASTE ESTE DESGNIO...? A raiz do pecado de Ananias e de Safira era seu amor ao dinheiro e elogio dos outros. Isto os fez tentar o Esprito Santo (v. 9). Quando o amor ao dinheiro e o aplauso dos homens tomam posse de uma pessoa, seu esprito fica vulnervel a todos os tipos de males satnicos (1 Tm 6.10). Ningum pode estar cheio de amor ao dinheiro e, ao mesmo tempo, amar e servir a Deus (Mt 6.24; Jo 5.41-44). 5.5 ANANIAS... CAIU E EXPIROU. Deus feriu com severidade a Ananias e Safira (vv. 5,10), para que se manifestasse sua averso a todo engano, mentira e deso-nes-tidade no reino de Deus. Um dos pecados mais abominveis na igreja enganar o povo de Deus no tocante ao nosso relacionamento com Cristo, trabalho para Ele, e a dimenso do nosso ministrio. Entregarse a esse tipo de hipocrisia significa usar o sangue derramado de Cristo para exaltar e glorificar o prprio eu diante dos outros. Esse pecado desconsidera o propsito dos sofrimentos e da morte de Cristo (Ef 1.4; Hb 13.12), e revela ausncia de temor do Senhor (vv. 5,11) e de respeito e honra ao Esprito Santo (v. 3), e merece o justo juzo de Deus. 5.11 HOUVE UM GRANDE TEMOR EM TODA A IGREJA O julgamento divino contra o pecado de Ananias e Safira levou a um aumento de humildade, reverncia e temor do povo para com um Deus santo. Sem o devido temor do Deus santo e da sua ira contra o pecado, o povo de Deus voltar, em pouco tempo, aos caminhos mpios do mundo, cessar de experimentar o derramamento do Esprito e a presena milagrosa de Deus e ento lhe ser cortado o fluxo da graa divina. Este um elemento essencial da f neotestamentria e do cristianismo bblico hoje em dia. 5.16 TODOS ERAM CURADOS. Os apstolos fizeram aquilo que seu Senhor fazia: libertavam os atormentados de espritos imundos (ver Mc 1.34). Tratava-se de um sinal supremo de que o reino de Deus viera sobre o povo com grande poder (ver o estudo PODER SOBRE SATANS E OS . No errado orar para que, mediante o Esprito Santo, possamos praticar o bem e curar os oprimidos pela enfermidade e por Satans (4.30) 5.29 MAIS IMPORTA OBEDECER A DEUS DO QUE AOS HOMENS. A grande pergunta que paira ante todo cristo no : conveniente, seguro, agradvel popular entre os homens? , mas: O que est certo diante de Deus? (cf. Gl 1.10). 5.32 O ESPRITO SANTO... QUELES QUE LHE OBEDECEM. Se no houver verdadeira obedincia a Cristo (v. 32), nem busca sincera da justia do seu reino (Mt 6.33; Rm 14.17), falsa a afirmao de quem diz ter a plenitude do Esprito Santo. O
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(4) Aqui, o Esprito visita uma congregao inteira. Logo, para que seja cumprida a vontade de Deus quanto a igreja, no somente indivduos devem ser cheios do Esprito (4.8; 9.17; 13.9), mas tambm congregaes inteiras (2.4; 4.31) devem experimentar visitaes repetidas do Esprito Santo face s necessidades e desafios especiais.
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6.3 CHEIOS DO ESPRITO SANTO E DE SABEDORIA. Os apstolos estipularam que os sete vares deviam apresentar evidncias de terem continuado fielmente sob a influncia do Esprito Santo. Segundo parece, os apstolos supunham que nem todos os crentes continuavam na plenitude do Esprito. Noutras palavras, aqueles que deixam de andar fielmente segundo o Esprito (Gl 5.16-25) cessaro de ser cheios do Esprito. Quanto diferena entre conservar a plenitude e ser cheio do Esprito Santo, notemos o seguinte: (1) Os crentes que conservam a plenitude do Esprito Santo so caracterizados pela sua constncia nessa condio (cf. 6.5; 11.24), que os capacita a falar com inspirao proftica ou a ministrar no poder do Esprito Santo segundo o seu querer. (2) A expresso cheios do Esprito Santo usada: (a) para indicar o recebimento do batismo no Esprito Santo (1.5; 2.4; 9.17; 11.16); (b) para indicar que um crentes ou crentes, em ocasies especficas, recebeu poder para falar sob o impulso direto do Esprito Santo (4.8; 13.9; Lc 1.41-45, 67-79); (c) para indicar um ministrio proftico geral sob a inspirao ou a uno do Esprito Santo, sem especificar a durao desse ministrio (4.31-33; 13.52; Lc 1.15). (3) Depois do recebimento inicial do batismo no Esprito, os que andam fielmente no Esprito, mortificando as obras pecaminosas do corpo (Rm 8.13,14), podem ser descritos como: cheios do Esprito Santo, i.e., mantendo a plenitude permanente do Esprito Santo (e.g., os sete vares, especialmente Estevo, vv. 3,5; 7.55; ou Barnab, 11.24). Alm disso, aqueles que continuam na plenitude do Esprito podem receber um novo enchimento do Esprito, visando a um propsito ou tarefa especfica, especialmente uma capacitao divina para falar segundo o impulso do Esprito Santo. 6.4 PERSEVERAREMOS NA ORAO. O batismo no Esprito Santo, em si, no basta para uma liderana crist eficaz. Os lderes cristos devem dedicar-se constantemente orao e pregao da Palavra. O verbo traduzido perseverar (gr. proskartereo) denota uma fidelidade inabalvel e sincera e a dedicao de muito tempo a um certo empreendimento. Por isso, os apstolos tinham a convico de que a orao e o ministrio da Palavra eram a ocupao mxima dos dirigentes cristos. Note as freqentes referncias orao em Atos (ver 1.14,24; 2.42; 4.24-31; 6.4,6; 9.40; 10.2,4,9,31; 11.5; 12.5; 13.3; 14.23; 16.25; 22.17; 28.8). 6.6 LHES IMPUSERAM AS MOS. No NT, a imposio de mos era usada de cinco maneiras:
(2) ao abenoar outras pessoas (Mt 19.13,15) (3) em relao ao batismo no Esprito Santo (8.17,19; 19.6); (4) na comisso para uma obra especfica (6.6; 13.3) (5) na concesso de dons espirituais atravs dos presbteros (1 Tm 4.14). Como um dos meios atravs dos quais Deus transmite dons e bnos s pessoas, a imposio de mos veio a ser uma doutrina fundamental na igreja primitiva (Hb 6.2). No pode ser dissociada da orao (v. 6), pois a orao indica que os dons da graa, a cura ou o batismo no Esprito Santo procede de Deus e no do ser humano. A separao destes sete homens importava, principalmente, duas coisas. (1) Era um testemunho pblico da igreja de que esses homens tinham antecedentes de perseverana na piedade e na obedincia direo do Esprito Santo (cf. 1 Tm 3.1-10). (2) Era um ato de separar aqueles homens obra de Deus e um testemunho da sua disposio em aceitar a responsabilidade da chamada divina. 6.8 ESTVO, CHEIO DE F E DE PODER. O Esprito Santo deu a Estvo poder para realizar prodgios e grandes sinais entre o povo (v. 8) e lhe deu grande sabedoria para pregar o evangelho de tal maneira, que seus oponentes no podiam contestar os seus argumentos (v. 10; cf. x 4.15; Lc 21.15).
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Pentecoste sem o senhorio de Cristo impossvel (cf. 2.38-42), porque o Esprito Santo dado somente queles que vivem na obedincia da f (Rm 1.5).
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7.2 IRMOS E PAIS, OUVI. O discurso de Estevo diante do sindrio uma defesa da f propagada por Cristo e pelos apstolos. Ele o precursor de todos quantos defendem a f bblica contra os que se opem ao seu ensino ou o distorcem, e o primeiro que morreu por essa causa. Jesus vindica a ao de Estevo, ficando em p para honr-lo diante de seu Pai, no cu (v. 56). O amor de Estevo verdade e sua disposio em dar a vida para salvaguard-la, contrastam-se nitidamente com aqueles que pouco se interessam por batalhar pela f que uma vez foi dada aos santos (Jd v.3) e que, em nome do amor, da paz e da tolerncia, no vem qualquer necessidade de oposico aos falsos mestres, nem queles que distorcem o evangelho puro, em favor do qual Cristo morreu. 7.38 A CONGREGAO NO DESERTO. A congregao no deserto refere-se a Israel como o povo de Deus. Em hebraico a palavra traduzida por congregao qahal e na Septuaginta (a traduo grega do AT) o termo ekklesia (assemblia ou igreja). (1) Assim como Moiss conduziu a igreja do AT, Cristo conduz a igreja do NT. A igreja do NT designada descendncia de Abrao (Gl 3.29; cf. Rm 4.11-18) e o Israel de Deus (Gl 6.16) d continuidade a igreja do AT. (2) Assim como a igreja do AT, a igreja do NT est no deserto , i.e., uma igreja peregrina, longe da Terra Prometida (Hb 11.6-16). Por isso nunca devemos sentir-nos plenamente vontade quanto ao viver aqui nesta terra. 7.42 DEUS... OS ABANDONOU. As palavras de Estevo refletem um princpio bem estabelecido nas Escrituras e na histria da redeno. Aqueles que persistem em repudiar a Deus, no somente so abandonados por Ele, como tambm so entregues influncia do mal, de Satans e da imoralidade (cf. Rm 1.24,28). Ao contrrio da crena popular, Deus no continuar demonstrando amor e perdo, caso no haja resposta da nossa parte. Ele perdoa e comunica o seu amor somente queles que voltam-se para Ele com arrependimento sincero e com verdadeira obedincia. Para aqueles que endurecem o corao; que sempre resistem ao Esprito Santo e que se recusam a aceitar a salvao divina, permanece somente a ira justa de Deus (Rm 2.4-6,8). 7.44 SEGUNDO O MODELO. Deus sempre teve um padro divino para ser seguido por seu povo. (1) Deus tinha um padro para Moiss, que servia de norma segundo o antigo concerto. (a) Em x 12, Deus deu a Moiss instrues especficas para a primeira Pscoa no Egito, que se tornou padro para todas as geraes subseqentes dos israelitas. (b) Em x 20, Deus deu a Moiss os Dez Mandamentos como padro e norma moral para todas as geraes subseqentes. (c) Em x 25, Deus mandou Moiss levantar um tabernculo no meio do arraial de Israel como cpia e sombra das coisas celestiais e da redeno que Deus planejara levar a efeito atravs do Senhor Jesus Cristo na terra. Moiss fez cuidadosamente o tabernculo e todos os seus pertences conforme... modelo que Deus estabelecera na sua sabedoria (x 25.9,40; cf. Hb 8.1-5). (2) To certamente como Deus tinha um padro para o tabernculo segundo o antigo concerto, Ele tem um padro para sua igreja segundo o novo concerto. Os apstolos do NT no resolveram de modo arbitrrio e aleatrio como a igreja seria constituda, porque o Pai e o Filho, mediante o que o Esprito Santo registrou nos Evangelhos, nos Atos dos Apstolos, nas Epstolas e nas cartas s sete igrejas (Ap 2.3), estabeleceu o padro apostlico para a igreja. (3) Infelizmente, depois da era apostlica, a igreja comeou a apartar-se da revelao divina e a modificar o padro celestial de Deus ao acomodar-se s culturas e organizao, conforme as idias humanas e terrenas. O resultado tem sido a proliferao de padres humanos impostos igreja. (4) Para a igreja de Jesus Cristo experimentar novamente a totalidade do plano, poder, favor e presena de Deus, deve deixar de seguir seus prprios caminhos e voltar a adotar o padro apostlico do NT como a norma perptua de Deus para ela. 7.51 SEMPRE RESISTIS AO ESPRITO SANTO. A histria de Israel retrata um povo que repetidamente rebelou-se contra Deus e a sua Palavra revelada. Ao invs de se submeterem s normas da sua lei, os israelitas se voltaram para os caminhos e modo de vida das naes mpias ao seu redor. Mataram os profetas que os chamavam ao arrependimento e que profetizavam a respeito da vinda de Cristo (vv. 52,53). isto o que significa resistis ao Esprito Santo . Da mesma forma o Israel de Cristo, sob o novo concerto, deve estar consciente da sua tendncia de proceder como o Israel de Deus do antigo concerto. As igrejas de Cristo podem desviar-se dEle e da sua Palavra e recusar-se a dar ouvido voz do Esprito Santo. Acontecendo isto, elas incorrero no juzo divino: o reino lhes ser tirado (ver Rm 11.20-22; Ap 2,3).
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7.56 O FILHO DO HOMEM, QUE EST EM P. A Bblia normalmente fala de Jesus assentado direita de Deus (2.34; Mc 14.62; Lc 22.69; Cl 3.1). Mas aqui, conforme a traduo literal do grego, Jesus colocou-se de p para dar as boas-vindas ao seu primeiro mrtir que morria por amor a Ele. Estevo confessara a Cristo diante dos homens e defendera a f. Agora Cristo, honrando o seu servo, confessa-o diante do seu Pai celeste. O Salvador est em p pronto para acolher, como intercessor e advogado, o crente fiel que enfrenta a morte por Ele (cf. Mc 8.38; Lc 12.8; Rm 8.34; 1 Jo 2.1).
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8.1 UMA GRANDE PERSEGUIO. Parece que Saulo foi o lder da primeira perseguio em grande escala contra a igreja (vv. 1-3; 9.1), perseguio essa intensa e severa. Homens e mulheres eram encerrados na priso (v. 3) e aoitados (22.19), e muitos foram mortos (22.20; 26.10,11). Deus, porm, transformou essa perseguio em incio da grande obra missionria da igreja (v. 4). 8.5-24 DESCENDO FILIPE ... SAMARIA. Note a seqncia de eventos nesse registro do derramamento do Esprito Santo nos crentes samaritanos. (1) Filipe pregou o evangelho do reino, e Deus confirmou a Palavra com sinais e prodgios (vv. 5-7). (2) Muitos samaritanos receberam a Palavra de Deus (v. 14), creram em Jesus (v. 12), foram curados e libertos de espritos imundos (v. 7), e batizados nas guas (vv. 12,13). Assim, experimentaram a salvao, a obra regeneradora do Esprito Santo e o poder do reino de Deus (ver v. 12 nota). (3) O Esprito Santo, porm, no tinha descido sobre nenhum deles depois da sua converso a Cristo e batismo em gua (v. 16). (4) Alguns dias depois da converso dos samaritanos, Pedro e Joo chegaram a Samaria e oraram para os novos crentes receberem o Esprito Santo (vv. 14,15). Houve um definido intervalo entre a converso deles e o recebimento do batismo no Esprito Santo (vv. 16,17; cf. 2.4). Este caso dos samaritanos segue o padro da experincia idntica dos discpulos no dia de Pentecoste. (5) Sem dvida houve manifestao externa neste caso de recebimento do Esprito Santo, a saber: lnguas e profecia (v. 18) 8.6 OS SINAIS QUE ELE FAZIA. A promessa de Cristo no sentido de operar sinais e milagres para confirmar a pregao da Palavra no se limitava aos apstolos (Mc 16.15-18). Ele prometeu que os convertidos por seus discpulos ( os que crerem na palavra deles) operaro milagres em nome de Jesus, tais como expulsar demnios (Mc 16.17) e curar os enfermos (Mc 16.18). Foi exatamente o que Filipe fez (vv. 6,7) 8.12 CRESSEM... DO NOME DE JESUS CRISTO. Os samaritanos j eram convertidos e salvos antes do Esprito vir sobre eles (ver o v. 17). (1) Creram e foram batizados. Dois fatos tornam claro que a f dos samaritanos era f genuna salvfica. (a) Tanto Filipe (v. 12) quanto os apstolos (v. 14) consideravam vlida a f que eles tinham. (b) Os samaritanos assumiram um compromisso pblico com Cristo mediante o batismo em gua (v. 12). As Escrituras afirmam que Quem crer e for batizado ser salvo (Mc 16.16). Sendo assim, eram regenerados e o Esprito Santo habitava neles (Rm 8.9). (2) O recebimento do Esprito Santo por eles, vrios dias mais tarde (v. 17), no era para salvao. Era o recebimento do Esprito Santo como os discpulos o receberam no dia de Pentecoste, i.e., para dot-los de poder para o servio e o testemunho para Deus (1.8). Lucas emprega aqui a expresso recebereis a virtude do Esprito , primeiramente no sentido de revestir de poder divino (1.8; 2.38; 8.17; 10.47; 19.2), e no no sentido do novo nascimento ou da regenerao. (3) Alguns tm ensinado que a f dos samaritanos no era uma f salvfica e regeneradora. uma incoerncia crer que Filipe, um homem cheio de f, de sabedoria e do Esprito Santo (6.3-5), batizasse, curasse e expulsasse demnios de pessoas, cuja f no considerasse genuna 8.16 SOBRE NENHUM DELES TINHA AINDA DESCIDO. O Esprito ainda no tinha descido sobre nenhum deles, da mesma maneira que descera sobre os crentes no dia de Pentecoste (2.4). Ainda no descera sobre eles de conformidade com a promessa do Pai (1.4) e conforme Cristo predissera: vs sereis batizados com o Esprito Santo (1.5; vv. 5-24).
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8.17 RECEBERAM O ESPRITO SANTO. Me-diante a imposio das mos dos apstolos, os samaritanos recebem o Esprito Santo de modo idntico ao batismo do dia de Pentecoste (1.8; 2.4). A experincia dos samaritanos em duas etapas, ou seja: primeiramente crer e depois ser cheio do Esprito, demonstra que a experincia em duas etapas dos crentes, do dia de Pentecoste no foi anmala. As experincias tanto de Paulo em 9.5-17, como a dos discpulos efsios em 19.1-6, foram iguais dos samaritanos. Aceitou Cristo como Senhor e depois foram cheios do Esprito. No tem que haver um longo tempo de espera entre a salvao e o batismo no Esprito, conforme demonstra o caso dos gentios em Cesaria (cap. 10). 8.18 SIMO, VENDO. A descida do Esprito sobre os samaritanos foi acompanhada de manifestaes externas visveis notadas at por Simo, o mgico. razovel concluir que as manifestaes visveis eram semelhantes s dos primeiros discpulos no dia de Pentecoste, i.e., falar noutras lnguas (ver 2.4; 10.45,46; 19.6). Assim, tanto os samaritanos como os apstolos tiveram um sinal confirmador da descida do Esprito Santo sobre aqueles novos crentes 8.21 O TEU CORAO NO RETO. O batismo no Esprito Santo atravs do livro de Atos ocorre somente entre os salvos por Jesus Cristo. (1) Simo, que queria o poder e o dom do Esprito Santo, bem como autoridade para transmitir o dom (v. 19), foi rejeitado por Deus por ser mpio, em lao de -iniqidade (vv. 22,23), no tendo um corao reto diante de Deus (v. 21). O dom genuno do Esprito Santo ser derramado somente sobre quem o teme e faz o que justo (10.35, cf. 44-48; ver tambm 5.32). (2) Antes e depois do dia do Pentecoste os discpulos de Cristo viviam para o Senhor ressurreto (1.2-14; 2.32) e oravam continuamente (1.14; 6.4). Suas vidas eram separadas do pecado e do mundo (2.38-40) e observavam o ensino dos apstolos (2.42; 6.4). Novos derramamentos do Esprito eram concedidos a crentes que tinham largado seus pecados e seus maus caminhos, para viverem para Jesus Cristo (cf. 2.42; 3.1,19,22-26; 4.8,19-35; 5.29-32; 6.4; 8.14-21; 9.1-19; 10.34-47; 19.1-6; 24.16). Andar no Esprito e ser guiado por Ele sempre condies para algum ser cheio do Esprito (ver Gl 5.16-25; cf. Ef 5.18). (3) Qualquer experincia sobrenatural, tida como o batismo no Esprito Santo, ocorrida em quem continua nos caminhos pecaminosos da carne, no de Cristo (cf. 1 Jo 4.1-6). Pelo contrrio, um falso batismo no Esprito, e que pode ser acompanhado de poderes demonacos (Mt 7.21-23; 2 Ts 2.7-10).
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9.3-19 A CONVERSO DE PAULO. Os versculos 3-9 registram a converso de Paulo fora da cidade de Damasco (cf. 22.3-16; 26.9-18). Que sua converso ocorreu nessa ocasio, e no posteriormente na casa de Judas (v. 11), fica claro luz do seguinte: (1) Ele obedece s ordens de Cristo (v. 6; 22.10; 26.15-19), compromete-se a ser um ministro e testemunha do evangelho (26.16) e um missionrio aos gentios (26.17-19) e entrega-se orao (v. 11). (2) Paulo chamado Irmo Saulo por Ananias (v. 17). Ananias percebe que Paulo um crente que experimentou o novo nascimento (ver Jo 3.3-6), que se dedicou a Cristo, para fazer a sua vontade e que apenas necessita ser batizado, receber a restaurao da sua vista e ser cheio do Esprito Santo (vv. 17,18; ver 9.17 ). 9.11 POIS EIS QUE ELE EST ORANDO. Aps conhecer Jesus e aceit-lo como Senhor e Messias, Paulo ora e jejua, pedindo orientao, em atitude de profunda dedicao a Deus. A f salvadora e o novo nascimento que ela conduz, sempre levaro o crente a buscar comunho com seu Senhor e Salvador, que ele acaba de aceitar. 9.13 TEUS SANTOS. Os crentes do NT so chamados santos (cf. 26.10; Rm 1.7; 1 Co 1.2; Ap 13.7; 19.8). (1) A idia bsica do termo santo (gr. hagios) separao do pecado, e, para Deus. Os santos, noutras palavras, so os separados para Deus ou os santificados em Deus . Isto significa ser guiado e santificado pelo Esprito Santo (Rm 8.14; 1 Co 6.11; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2), largar o mundo a fim de seguir a Jesus (Jo 17.15-17). Mesmo assim, o termo santo no significa que o crente seja perfeito ou incapaz de pecar (cf. 1 Jo 2.1). (2) O NT em nenhum lugar chama o crente de pecador salvo, portanto este costume no bblico. O termo bblico comum para todos os crentes santo, o qual enfatiza: (a) a pressuposio bblica que todos os crentes vivam conforme os ensinos divinos da justia (Ef 5.3) (b) a necessidade da santidade ser uma realidade interna em todos que pertencem a Cristo (1 Co 1.30)
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9.16 PADECER PELO MEU NOME. A converso de Paulo incluiu no somente uma ordem para pregar o evangelho, mas tambm uma chamada para sofrer por amor a Cristo. Paulo foi informado desde o incio que ele sofreria muito pela causa de Cristo. No reino de Cristo, sofrer por amor a Ele um sinal do mais alto favor de Deus (14.22; Mt 5.11,12; Rm 8.17; 2 Tm 2.3) e o meio de ter um ministrio frutfero (Jo 12.24; 2 Co 1.3-6); resulta em recompensas abundantes no cu (Mt 5.12; 2 Tm 2.12). A morte precisa atuar no crente para que a vida de Deus flua dele para os outros (Rm 8.17,18,36,37; 2 Co 4.10-12). Para outros textos sobre os sofrimentos de Paulo, ver 20.23; 2 Co 4.8-18; 6.3-10; 11.23-27; Gl 6.17; 2 Tm 1.11,12; ver tambm 2 Co 1.4; 11.23. 9.17 IRMO SAULO. vv. 3-19. 9.17 CHEIO DO ESPRITO SANTO. Trs dias depois da sua converso, Paulo recebeu a plenitude do Esprito Santo. A experincia de Paulo forma um paralelo com a dos discpulos no dia de Pentecoste. Primeiro, a sua experincia do novo nascimento; a salvao (ver vv. 3-19 nota; depois, ser cheio do Esprito Santo (v. 17). Embora Lucas no diga especificamente que Paulo falou em lnguas quando recebeu o dom do Esprito Santo, justo admitir que ele o fez. (1) O padro do NT mostra que a pessoa que recebe a plenitude do Esprito Santo comea a falar noutras lnguas (2.4; 10.45,46; 19.6; ver 11.15). (2) O prprio Paulo testifica que freqentemente falava em lnguas: Dou graas ao meu Deus, porque falo mais lnguas do que vs todos (1 Co 14.18) 9.18 FOI BATIZADO. O interesse primacial de Lucas aqui o prprio batismo no Esprito Santo e no primeiramente o fato de ele falar em lnguas no batismo. Quem busca a plenitude do Esprito deve concentrar-se no prprio Esprito Santo e no numa manifestao externa. Por outro lado, todos os crentes que desejam a plenitude do Esprito Santo devem aguardar as manifestaes espirituais desta bno (2.4,17). 9.31 NO TEMOR DO SENHOR. Lucas enfatiza a frmula temer a Deus tanto no seu Evangelho (ver Lc 1.50, 18.2; 23.40) como em Atos. So os tementes a Deus (os gentios que abraaram a f judaica) que formam a base inicial da obra missionria aos gentios no cap. 10 (10.2,22,35; 13.16,26). O temor do Senhor produz confiana e obedincia, bem como o afastar-se do mal (J 28.28; Sl 111.10; Pv 1.7); isso, por sua vez, resulta na consolao do Esprito Santo (v. 31). O TEMOR DO SENHOR Dt 6.1-2 Estes, pois, so os mandamentos, os estatutos e os juzos que mandou o SENHOR, vosso Deus, para se vos ensinar, para que os fizsseis na terra a que passais a possuir; para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados.Um mandamento freqente ao povo de Deus do AT temer a Deus ou temer ao Senhor. importante que saibamos o que esse mandamento significa para ns como crentes. Somente medida que verdadeiramente temermos ao Senhor que seremos libertos da escravido de todas as formas de temores anormais e satnicas. O SIGNIFICADO DO TEMOR DE DEUS. O mandamento geral de temer ao Senhor inclui uma variedade de aspectos do relacionamento entre o crente e Deus. (1) fundamental, no temor a Deus, reconhecer a sua santidade, justia e retido como complemento do seu amor e misericrdia, i.e., conhec-lo e compreender plenamente quem Ele (cf. Pv 2.5). Esse temor baseia-se no reconhecimento que Deus um Deus santo, cuja natureza inerente o leva a condenar o pecado. (2) Temer ao Senhor consider-lo com santo temor e reverncia e honr-lo como Deus, por causa da sua excelsa glria, santidade, majestade e poder (ver Fp 2.12 nota). Quando, por exemplo, os israelitas no monte Sinai viram Deus manifestar-se atravs de troves e relmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte o povo inteiro estremeceu (x 19.16) e implorou a Moiss que este falasse, ao invs de Deus (x 20.18,19; Dt 5.22-27). Alm disso, o salmista, na sua reflexo a respeito do Criador, declara explicitamente: Tema toda a terra ao SENHOR; temam-no todos os moradores do mundo. Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu (Sl 33.8,9). (3) O verdadeiro temor de Deus leva o crente a crer e confiar exclusivamente nEle para a salvao. Por exemplo: depois que os israelitas atravessaram o mar Vermelho como em terra seca e viram a extrema destruio do exrcito egpcio, temeu o povo ao SENHOR e creu no SENHOR (ver x 14.31). Semelhantemente, o salmista conclama a todos os que temem ao Senhor: confiai no SENHOR; ele vosso auxlio e vosso escudo (Sl 115.11). Noutras palavras, o temor ao Senhor produz no povo de Deus esperana e confiana nEle. No de admirar, pois, que tais pessoas se salvem (Sl 85.9) e desfrutem do amor perdoador de Deus, e da sua misericrdia (Lc 1.50; cf. Sl 103.11; 130.4).
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(4) Finalmente, temer a Deus significa reconhecer que Ele um Deus que se ira contra o pecado e que tem poder para castigar a quem transgride suas justas leis, tanto no tempo como na eternidade (cf. Sl 76.7,8). Quando Ado e Eva pecaram no jardim do den, tiveram medo e procuraram esconder-se da presena de Deus (Gn 3.8-10). Moiss experimentou esse aspecto do temor de Deus quando passou quarenta dias e quarenta noites em orao, intercedendo pelos israelitas transgressores: temi por causa da ira e do furor com que o SENHOR tanto estava irado contra vs, para vos destruir (9.19). RAZES PARA TERMOS TEMOR DE DEUS As razes para temer o Senhor vm do significado do temor do Senhor. (1) Devemos tem-lo por causa de o seu grande poder como o Criador de todas as coisas e de todas as pessoas (Sl 33.6-9; 96.4-5; Jo 1.9). (2) Alm disso, o poder inspirador de santo temor que Ele exerce sobre os elementos da criao e sobre ns motivo de tem-lo (x 20.18-20; Ec 3.14; Jn 1.11-16; Mc 4.39-41). (3) Quando ns nos apercebemos da santidade do nosso Deus, i.e., sua separao do pecado, e sua averso constante a ele, a resposta normal do esprito humano tem-lo (Ap 15.4). (4) Todos quantos contemplarem o esplendor da glria de Deus no podem deixar de experimentar reverente temor (Mt 17.1-8). (5) As bnos contnuas que recebemos da parte de Deus, especialmente o perdo dos nossos pecados (Sl 130.4), devem nos levar a tem-lo e a am-lo (1Sm 12.24; Sl 34.9; 67.7; Jr 5.24. (6) indubitvel que o fato de Deus ser um Deus de justia, que julgar a totalidade da raa humana, gera o temor a Ele (17.12-13; Is 59.18,19; Ml 3.5; Hb 10.26-31). uma verdade solene e santa que Deus constantemente observa e avalia as nossas aes, tanto as boas quanto as ms, e que seremos responsabilizados por essas aes, tanto agora como no dia do nosso julgamento individual. CONOTAES PESSOAIS LIGADAS AO TEMOR DE DEUS O temor de Deus muito mais do que uma doutrina bblica; ele diretamente aplicvel nossa vida diria, de numerosas maneiras. (1) Primeiramente, se realmente tememos ao Senhor, temos uma vida de obedincia aos seus mandamentos e damos sempre um no estridente ao pecado. Uma das razes por que Deus inspirou temor nos israelitas no monte Sinai foi para que aprendessem a desviar-se do pecado e a obedecer sua lei (x 20.20). Repetidas vezes no seu discurso final aos israelitas, Moiss mostrou o relacionamento entre o temor ao Senhor e o servio e a obedincia a Ele (e.g., 5.29; 6.2, 24; 10.12; 13.4; 17.19; 31.12). Segundo os salmistas, temer ao Senhor equivale a deleitar-se nos seus mandamentos (Sl 112.1) e seguir os seus preceitos (Sl 119.63). Salomo ensinou que pelo temor do SENHOR, os homens se desviam do mal (Pv 16.6; cf. 8.13). Em Eclesiastes, o dever inteiro da raa humana resume-se em dois breves imperativos: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos (Ec 12.13). Inversamente, aquele que se contenta em viver na iniqidade, assim faz porque no h temor de Deus perante os seus olhos (Sl 36.1-4). (2) Um corolrio importante da conotao supra que o crente deve ensinar seus filhos a temer ao Senhor, levandoos a abominar o pecado e a guardar os santos mandamentos de Deus (4.10; 6.1-2, 6-9). A Bblia declara freqentemente que O temor do SENHOR o princpio da sabedoria (Sl 111.10; cf. J 28.28; Pv 1.7; 9.10). Visto que um alvo bsico na educao dos nossos filhos que vivam segundo os princpios da sabedoria estabelecidos por Deus (Pv 1.1-6), ensinar esses filhos a temerem ao Senhor um primeiro passo decisivo. (3) O temor de Deus tem um efeito santificante sobre o povo de Deus. Assim como h um efeito santificante na verdade da Palavra de Deus (Jo 17.17), assim tambm h um efeito santificante no temor a Deus. Esse temor inspira-nos a evitar o pecado e desviar-nos do mal (Pv 3.7; 8.13; 16.6). Ele nos leva a ser cuidadosos e comedidos no que falamos (Pv 10.19; Ec 5.2,6,7). Ele nos protege do colapso da nossa conscincia, bem como a nossa firmeza moral. O temor do Senhor puro e purificador (Sl 19.9); santo e libertador no seu efeito. (4) O temor do Senhor motiva o povo de Deus a ador-lo de todo o seu ser. Se realmente tememos a Deus, ns o adoramos e o glorificamos como o Senhor de tudo (Sl 22.23). Davi equipara a congregao dos que adoram a Deus com os que o temem (Sl 22.25). Igualmente, no final da histria, quando um anjo na esfera celestial proclama o evangelho eterno e conclama a todos na terra a temerem a Deus, acrescenta prontamente: e dai-lhe glria... E adorai aquele que fez o cu, e a terra, e o mar, e as fontes das guas (Ap 14.6,7).
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(6) Finalmente, o temor ao Senhor confere segurana e consolo espiritual indizveis para o povo de Deus. O NT vincula diretamente o temor de Deus ao conforto do Esprito Santo (At 9.31). Por um lado, quem no teme ao Senhor no tem qualquer conscincia da sua presena, graa e proteo (ver 1.26 nota); por outro lado, os que temem a Deus e guardam os mandamentos dEle tm experincia profunda de proteo espiritual na sua vida, e da uno do Esprito Santo. Tm certeza de que Deus vai livrar a sua alma da morte (Sl 33.18,19. 9.36 DORCAS... CHEIA DE BOAS OBRAS. Assim como Deus operava atravs de Pedro para curar (vv. 33-35) e para ressuscitar os mortos (v. 40), Ele tambm operava atravs de Dorcas, para praticar atos de bondade e de amor. Os atos de amor para ajudar os necessitados so tanto uma manifestao do Esprito Santo, quanto o so os milagres, os sinais e os prodgios. Paulo enfatizou essa verdade em 1 Co 13 (cf. 1 Pe 4.10,11).
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10.4 ORAES... PARA MEMRIA DIANTE DE DEUS. Deus considera nossas oraes um sacrifcio que sobe at Ele, lembrando-lhe da nossa perseverana, ao invoc-lo com f e devoo (ver Sl 141.2; Hb 13.15,16). 10.9 SUBIU PEDRO AO TERRAO PARA ORAR. O Esprito Santo, o autor das Escrituras, revela atravs delas que os cristos do NT eram dedicados a muita orao. Estavam convictos de que o reino de Deus no poderia manifestar-se em todo o seu poder mediante uns poucos minutos de orao por dia (1.14; 2.42; 3.1; 6.4; Ef 6.18; Cl 4.2). (1) O judeu piedoso orava duas ou trs vezes por dia (cf. Sl 55.17; Dn 6.10). Era prtica dos seguidores de Cristo, especialmente dos apstolos (6.4), orar com a mesma devoo. Pedro e Joo subiram ao templo para a hora da orao (3.1), e Lucas e Paulo fizeram o mesmo (16.16). Pedro orava regularmente ao meio-dia, ou seja, hora sexta (10.9); Deus recompensou Cornlio pela sua fidelidade na observncia das suas horas de orao (10.30ss.). (2) As Escrituras exortam os crentes a continuarem perseverantes na orao (Rm 12.12), a orarem sempre (Lc 18.1), a orarem sem cessar (1 Ts 5.17), a orarem em todos os lugares (1 Tm 2.8), a orarem em todo o tempo com toda a orao (Ef 6.18), a perseverarem na orao (Cl 4.2), e a orarem com eficcia (Tg 5.16). Estas exortaes indicam que no poder haver nenhum poder celestial em nossa batalha contra o pecado, Satans e o mundo, nem vitria em nossa tentativa de ganhar os perdidos, sem muita orao diariamente.
(4) Uma hora de orao pode incluir o seguinte: (a) louvor, (b) cantar ao Senhor, (c) aes de graas, (d) esperar em Deus, (e) ler a Palavra, (f) ficar atento ao Esprito Santo, (g) orar com as prprias palavras das Escrituras, (h) confisso das faltas, (i) intercesso pelos outros, (j) petio pelas nossas prprias necessidades, e (l) orao em lnguas 10.19 DISSE-LHE O ESPRITO. O Esprito Santo deseja a salvao de todas as pessoas (Mt 28.19; 2 Pe 3.9). Pelo fato de os apstolos terem recebido o Esprito, eles, tambm, desejavam a salvao de todas as pessoas. Intelectualmente, no entanto, no compreendiam que a salvao j no se restringia a Israel, mas que agora abrangia todas as naes (vv. 34,35). Foi o Esprito Santo que alargou a viso da igreja. Em Atos, Ele a fora da obra missionria e o que dirige a igreja para novas reas de testemunho (8.29,39; 10.19; 11.11,12; 13.2,4; 16.6; 19.21). O derramamento do Esprito e a compulso misso
(3) No seria do agrado de Deus, tendo em vista a exortao do Senhor, que seus discpulos vigiem e orem pelo menos uma hora (Mt 26.38-41); e luz da urgncia dos tempos do fim, nos quais vivemos, se todo crente dedicasse pelo menos uma hora por dia orao e ao estudo da Palavra de Deus, visando ao crescimento do seu reino na terra e tudo quanto isso significa para ns (Mt 6.10,33)?
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(5) Deus promete que recompensar a todos que o temem. O galardo da humildade e o temor do SENHOR so riquezas, e honra, e vida (Pv 22.4). Outras recompensas prometidas so a proteo da morte (Pv 14.26,27), provises para nossas necessidades dirias (Sl 34.9; 111.5), e uma vida longa (Pv 10.27). Aqueles que temem ao Senhor sabem que bem sucede aos que temem a Deus, no importando o que acontea no mundo ao redor (Ec 8.12,13).
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10.34 DEUS NO FAZ ACEPO DE PESSOAS. Deus no tem nenhuma nao ou raa predileta, nem favorece qualquer indivduo por causa da sua nacionalidade, linhagem ou posio na vida (cf. Tg 2.1). Deus favorece e aceita aqueles, dentre todas as naes, que abandonam o pecado, crem em Cristo, temem a Deus e vivem retamente (v. 35; cf. Rm 2.6-11). Todos aqueles que perseveram neste modo de vida, permanecero no amor e no favor de Deus (Jo 15.10). 10.38 CURANDO A TODOS OS OPRIMIDOS DO DIABO. Precisamos entender que toda doena tem sua origem no pecado e muitas vezes tm influencia maligna. 10.44 CAIU O ESPRITO SANTO SOBRE TODOS. A famlia gentia de Cornlio ouve e recebe a Palavra com f salvadora (vv. 34-48; 11.14). (1) Deus imediatamente derrama sobre ela o Esprito Santo (v. 44) como seu testemunho de que creram e receberam a vida regeneradora de Cristo (cf. 11.17; 15.8,9). (2) A vinda do Esprito Santo sobre a famlia de Cornlio teve o mesmo propsito que o dom do Esprito Santo para os discpulos no dia de Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Esse derramamento do Esprito no a obra de Deus na regenerao do pecador, mas sua vinda sobre eles para revesti-los de poder. Note as palavras de Pedro posteriormente, ressaltando a semelhana entre essa experincia e a do dia de Pentecoste (11.15,17). (3) Evidentemente, possvel uma pessoa ser batizada no Esprito imediatamente depois de receber a salvao (ver v. 46 nota; cf. 11.17). 10.45 O DOM DO ESPRITO SANTO. Para uma abordagem das dimenses principais da atividade do Esprito Santo na vida do crente. 10.46 OS OUVIAM FALAR EM LNGUAS. Pedro e os que o acompanhavam consideravam o falar em lnguas, mediante o Esprito, como o sinal convincente do batismo no Esprito Santo. Isto , assim como Deus confirmou o acontecimento do dia de Pentecoste com o sinal das lnguas (2.4), Ele faz os gentios no lar de Cornlio falarem em lnguas como sinal convincente para Pedro e os demais crentes judeus.
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Ministrio Amai-vos Igreja Apostlica da Famlia de Deus
11.15 CAIU SOBRE ELES O ESPRITO SANTO, COMO TAMBM SOBRE NS AO PRINCPIO. O derramamento do Esprito Santo no dia de Pentecoste (2.4) foi um padro para o recebimento do Esprito, a partir de ento. O batismo no Esprito seria determinado pela transformao visvel ocorrida no indivduo pela infuso da alegria por expresses vocais sobrenaturalmente inspiradas e pela ousadia no testemunho (2.4; 4.31; 8.15-19; 10.45-47; 19.6). Por isso, quando Pedro salientou diante dos apstolos e irmos em Jerusalm que os familiares de Cornlio tinham falado em lnguas, ao ser derramado sobre eles o Esprito Santo (cf. 10.45-46), ficaram convictos de que Deus estava concedendo aos gentios a salvao em Cristo (v. 18). No se pode hoje dizer que algum recebeu o batismo no Esprito se as manifestaes fsicas, tais como o falar em lnguas, esto ausentes. Em nenhuma parte de Atos, o batismo no Esprito Santo aparece como uma experincia percebida somente pela f (ver 8.12,16; 19.6). 11.17 A NS, QUANDO CREMOS. Esta expresso , no grego, um particpio aoristo, que normalmente descreve uma ao que ocorre antes daquela do verbo principal. Por isso, uma traduo mais exata seria: Deus lhes deu o mesmo dom que a ns tambm, depois que cremos . Esta interpretao concorda com os fatos histricos, i.e., que os discpulos tinham crido em Jesus e tinham sido regenerados pelo Esprito, antes do dia de Pentecoste. 11.18 OUVINDO ESTAS COISAS. O discurso de Pedro silenciou todas as objees (vv. 4-18). Deus tinha batizado os gentios no Esprito Santo (10.45), e este ato foi acompanhado da evidncia convincente do falar noutras lnguas pelo Esprito (10.46). Era esse o nico sinal necessrio a ser aceito sem mais dvidas. 11.23 QUE... PERMANECESSEM NO SENHOR. Os discpulos do NT no aceitavam o ensino que aquele que recebesse a graa de Deus permaneceria automaticamente leal ao Senhor, visto que o pecado, o mundo e as tentaes de Satans podiam levar um novo crente a desviar-se do caminho da salvao em Cristo. Barnab nos oferece um exemplo de como os novos convertidos devem ser tratados: que nosso interesse principal seja ajud-los e anim-los a permanecerem na f, no amor e na comunho com Cristo e com sua igreja (cf. 13.43; 14.22).
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sempre andam de mos dadas (cf. 1.8). Mesmo hoje, muitos crentes anelam a salvao do seu povo, sem, porm, compreenderem plenamente o propsito do Esprito Santo para as misses mundiais (Mt 28.19; Lc 24.47).
11.26 OS DISCPULOS... CHAMADOS CRISTOS. A palavra cristo (gr. christianos) ocorre somente trs vezes no NT (11.26; 26.28; 1 Pe 4.16). Originalmente, era um termo que denotava um servo e seguidor de Cristo. Hoje tornou-se termo geral, destitudo do significado original que tinha no NT. A ns, este termo deve sugerir o nome do nosso Redentor (Rm 3.24), a idia do profundo relacionamento do crente com Cristo (Rm 8.38,39), o pensamento de que o recebemos como nosso Senhor (Rm 5.1), e a causa da nossa salvao (Hb 5.9). Reivindicar o nome de cristo significa que Cristo e a sua palavra revelada nas Escrituras so a autoridade suprema e a nica fonte da esperana futura (Cl 1.5,27). 11.27 PROFETAS. A posio dos profetas na igreja reconhecida nas epstolas paulinas.
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12.2 E MATOU ESPADA TIAGO. Deus permitiu que Tiago, irmo de Joo (cf. Mt 4.21) morresse, mas enviou um anjo para livrar a Pedro (vv. 3-17). So os caminhos misteriosos de Deus para com o seu povo que levaram Tiago a morrer, enquanto Pedro escapou para continuar seu ministrio. Tiago teve a honra de ser o primeiro dos apstolos que morreu como mrtir. Morreu da mesma maneira que seu Senhor: pela causa de Deus (cf. Mc 10.36-39). 12.5 A IGREJA. Atravs do livro de Atos, bem como outros trechos do NT, tomamos conhecimento das normas ou dos padres estabelecidos para uma igreja neotestamentria. (1) Antes de mais nada, a igreja o agrupamento de pessoas em congregaes locais e unidas pelo Esprito Santo, que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo (13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6). (2) Mediante o poderoso testemunho da igreja, os pecadores so salvos, nascidos de novo, batizados nas guas e acrescentados igreja; participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de Cristo (2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1 Co 11.26). (3) O batismo no Esprito Santo ser pregado e concedido aos novos crentes (ver 2.39 nota), e sua presena e poder se manifestaro. (4) Os dons do Esprito Santo estaro em operao (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-11; Ef4.11,12), inclusive prodgios, sinais e curas (2.18,43; 4.30; 5.12; 6.8; 14.10; 19.11; 28.8; Mc 16.18). (5) Para dirigir a igreja, Deus lhe prov um ministrio quntuplo, o qual adestra os santos para o trabalho do Senhor (Ef 4.11,12) (6) Os crentes expulsaro demnios (5.16; 8.7; 16.18; 19.12; Mc 16.17). (7) Haver lealdade absoluta ao evangelho, i.e., aos ensinamentos originais de Cristo e dos apstolos (2.42; ver Ef 2.20). Os membros da igreja se dedicaro ao estudo da Palavra de Deus e obedincia a ela (6.4; 18.11; Rm 15.18; Cl 3.16; 2 Tm 2.15). (8) No primeiro dia da semana (20.7; 1 Co 16.2), a congregao local se reunir para a adorao e a mtua edificao atravs da Palavra de Deus escrita e das manifestaes do Esprito (1 Co 12.7-11; 14.26; 1 Tm 5.17). (9) A igreja manter a humildade, reverncia e santo temor diante da presena de um Deus santo (5.11). Os membros tero uma preocupao vital com a pureza da igreja, disciplinaro aqueles que carem no pecado, bem como os falsos mestres que so desleais f bblica (20.28; 1 Co 5.1-13; ver Mt 18.15 nota). (10) Aqueles que perseverarem no carter piedoso e nos padres da justia ensinados pelos apstolos, sero ordenados ministros para a direo das igrejas locais e a manuteno da sua vida espiritual (Mt 18.15 nota; 1 Co 5.1-5; 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). (11) Semelhantemente, a igreja ter diconos responsveis para cuidarem dos negcios temporais e materiais da igreja (ver 1 Tm 3.8 nota). (12) Haver amor e comunho no Esprito evidente entre os membros (2.42,44-46; ver Jo 13.34 nota), no somente dentro da congregao local como tambm entre ela e outras congregaes que crem na Bblia (15.1-31; 2 Co 8.1-8). (13) A igreja ser uma igreja de orao e jejum (1.14; 6.4; 12.5; 13.2; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18).
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(15) Haver sofrimento e aflio por causa do mundo e dos seus costumes (4.1-3; 5.40; 9.16; 14.22). (16) A igreja trabalhar ativamente para enviar mis-sionrios a outros pases (2.39; 13.2-4). Nenhuma igreja local tem o direito de se chamar de igreja segundo as normas do NT, a no ser que esteja se esforando para manter estas 16 caractersticas prticas entre seus membros (ver o estudo A IGREJA, para mais exame da doutrina bblica da igreja) 12.5 CONTNUA ORAO. Os crentes do NT enfrentavam a perseguio em orao fervorosa. A situao parecia impossvel; Tiago fora morto. Herodes mantinha Pedro na priso vigiado por dezesseis soldados. Todavia, a igreja primitiva tinha a convico de que a orao feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16), e oraram de um modo intenso e contnuo a respeito da situao de Pedro. A orao deles no demorou a ser atendida (vv. 6-17). As igrejas do NT freqentemente se dedicavam orao coletiva prolongada (1.4; 2.42; 4.24-31; 12.5,12; 13.2). A inteno de Deus que seu povo se rena para a orao definida e perseverante; note as palavras de Jesus: A minha casa ser chamada casa de orao (Mt 21.13). As igrejas que declaram basear sua teologia, prtica e misso, no padro divino revelado no livro de Atos e noutros escritos do NT, devem exercer a orao fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adorao e no apenas um ou dois minutos por culto. Na igreja primitiva, o poder e presena de Deus e as reunies de orao integravam-se. Nenhum volume de pregao, ensino, cnticos, msica, animao, movimento e entusiasmo manifestar o poder e presena genunos no Esprito Santo, sem a orao neotestamentria, mediante a qual os crentes perseveravam unanimemente em orao e splicas (1.14). 12.7 O ANJO. Os anjos so espritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que ho de herdar a salvao (Hb 1.14; ver 1.13)
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13.2 SERVINDO... E JEJUANDO. O cristo cheio do Esprito muito sensvel ao que o Esprito Santo comunica durante a orao e o jejum (ver Mt 6.16). Aqui, a comunicao da parte do Esprito Santo provavelmente foi uma palavra proftica ( v. 1). 13.2 PARA A OBRA A QUE OS TENHO CHAMADO. Paulo e Barnab foram chamados obra missionria e enviados pela igreja de Antioquia. As caractersticas dessa obra esto descritas em 9.15; 13.5; 22.14,15,21 e 26.16-18. (1) Paulo e Barnab foram chamados para pregar o evangelho e conduzir homens e mulheres salvao em Cristo. As Escrituras no indicam em lugar nenhum que os missionrios do NT foram enviados aos campos para realizarem trabalhos sociais ou polticos, propagar o evangelho e fundar igrejas mediante o exerccio de todos os tipos de atividades sociais ou polticas para o bem da populao do Imprio Romano. O alvo dos missionrios era conduzir pessoas a Cristo (16.31; 20.21), livr-las do poder de Satans (26.18), lev-las a receber o Esprito Santo (19.6) e organiz-las em igrejas. Nesses novos cristos, o Esprito Santo veio habitar e manifestar-se atravs do amor; Ele deu dons espirituais (1 Co 12-14) e transformou esses fiis de tal maneira que suas vidas glorificavam ao seu Salvador. (2) Os missionrios do evangelho de hoje devem ter a mesma atividade prioritria: ser ministros e testemunhas do evangelho, que levem outros a Cristo, livrando-os do domnio de Satans (26.18), fazendo-os discpulos, motivando-os a receber o Esprito Santo e os seus dons (2.38; 8.17) e ensinando-os a observar tudo quanto Cristo ordenou (Mt 28.19,20). Isto deve ser acompanhado de sinais e prodgios, cura de enfermos e libertao de oprimidos pelos demnios (2.43; 4.30; 8.7; 10.38; Mc 16.17,18). Esta tarefa suprema de pregar o evangelho, no entanto, deve tambm incluir atos pessoais de amor, de misericrdia e de bondade para com os necessitados (cf. Gl 2.10). Deste modo, todos que so chamados a dar testemunho do evangelho serviro na causa divina segundo o modelo de Jesus (Lc 9.2). 13.3 OS DESPEDIRAM. Com estas palavras comea o grande movimento missionrio da igreja at aos confins da terra (1.8). Os princpios missionrios vistos no captulo 13 so um modelo para todas as igrejas que enviam missionrios. (1) A atividade missionria originada pelo Esprito Santo, atravs de lderes espirituais que esto profundamente dedicados ao Senhor e ao seu reino, buscando-o com orao e jejum (v.2). (2) A igreja deve estar atenta ao ministrio e atividade profticos do Esprito Santo e sua orientao (v. 2). (3) Os missionrios que so enviados, devem faz-lo segundo a chamada e a vontade especficas do Esprito Santo (v. 2b).
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(14) Os crentes se separaro dos conceitos materialistas prevalecentes no mundo, bem como de suas prticas (2.40; Rm 12.2; 2 Co 6.17; Gl 1.4; 1 Jo 2.15,16).
(5) Pela imposio de mos e o envio de missionrios, a igreja indica que se compromete a sustentar e assistir os que saem obra. A responsabilidade da igreja que envia missionrios inclui demonstrar amor e cuidado para com eles de um modo digno de Deus (3 Jo 6), orar por eles (v. 3; Ef 6.18,19) e sustent-los financeiramente (Lc 10.7; 3 Jo 6-8). Isso inclui ofertas especiais de amor para necessidades especficas deles (Fp 4.10, 14-18). O missionrio uma projeo do propsito, interesse e misso da igreja que os envia. Essa igreja fica sendo, portanto, uma cooperadora da verdade (Fp 1.5; 3 Jo 8). (6) Aqueles que saem como missionrios devem estar dispostos a expor a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo (15.26). 13.8 ELIMAS, O ENCANTADOR. Este judeu encantador (feiticeiro) era provavelmente um astrlogo. Os astrlogos ensinavam que o destino de cada pessoa determinado pela posio dos astros em relao ao nascimento dessa pessoa. Toda feitiaria e astrologia so formas de espiritismo, o qual se ope ao evangelho de Cristo, porque so coisas de Satans e seus demnios. Ver as frases resistia-lhes Elimas e inimigo de toda a justia (vv. 8,10; ver Dt 18.9-11). 13.9 SAULO... CHEIO DO ESPRITO SANTO. Mesmo quem foi batizado no Esprito, como Paulo o foi (9.17), pode, em ocasies de necessidade especfica, receber novos enchimentos do Esprito. Semelhantes enchimentos repetidos so necessrios: (1) no enfrentamento da oposio ao evangelho (4.8) (2) no avano do evangelho (4.8-12,31) (3) ao enfrentar diretamente a atividade satnica (13.9). Enchimentos repetidos do Esprito Santo devem ser normais a todos os crentes batizados no Esprito Santo. 13.11 FICARS CEGO. Os milagres do NT iam alm de curas. Alguns, como nos casos da ira de Deus contra Elimas (vv. 8-11) e Herodes (12.20-23), envolveram juzo contra os mpios. O caso de Ananias e Safira (5.1-11) um exemplo de julgamento sob a forma de milagre, revelando a ira divina contra o pecado dentro da igreja. 13.31 SUAS TESTEMUNHAS PARA COM O POVO. Testemunha (gr. martus) algum que testifica, por atos ou palavras, da verdade. Testemunhas crists so as que confirmam e atestam a obra salvfica de Jesus Cristo atravs das suas palavras, aes e vida e, se necessrio, atravs da sua prpria morte. Ser testemunha envolve sete princpios: (1) Dar testemunho de Cristo a obrigao de todos os crentes (1.8; Mt 4.19; 28.19,20). (2) A testemunha crist deve ter uma mentalidade missionria, visando alcanar todas as naes, e levar a salvao divina at aos confins da terra (11.18; 13.2-4; 26.16-18; Mt 28.19,20; Lc 24.47). (3) A testemunha crist fala principalmente a respeito da vida de Cristo, da sua morte, ressurreio, poder salvfico e da promessa do Esprito Santo (2.32,38,39; 3.15; 10.39-41,43; 18.5; 26.16; 1 Co 15.1-8). (4) A testemunha crist precisa produzir convico quanto ao pecado, a justia e ao juzo (2.37-40; 7.51-54; 24.24,25; ver Jo 16.8). Mediante tal testemunho, as pessoas so levadas f salvfica (2.41; 4.33; 6.7; 11.21). (5) A testemunha crist sofrer s vezes (7.57-60; 22.20; 2 Co 11.23-29). A palavra mrtir deriva da palavra grega que significa testemunha. Ser discpulo do Senhor subentende compromisso, custe ele o que custar ao discpulo. (6) O testemunho cristo deve ser paralelo a uma separao do mundo (2.40), a uma vida de justia (Rm 14.17) e a uma confiana total no Esprito Santo (4.29-33) que resulta na sua manifestao com poder (1 Co 2.4). (7) O testemunho cristo deve ser proftico (2.17), revestido de poder (1.8) e inspirado pelo Esprito (2.4; 4.8). 13.48 ORDENADOS PARA A VIDA ETERNA. Alguns entendem que este versculo ensina a predestinao arbitrria. Entretanto, nem o contexto nem a palavra traduzida ordenados (gr. tetagmenoi, do verbo tasso, justifica essa interpretao). (1) O versculo 46 enfatiza explicitamente a responsabilidade humana na aceitao ou rejeitao da vida eterna. A melhor interpretao de tetagmenoi, portanto, estavam dispostos : e creram todos quantos estavam dispostos para a vida eterna . Esta interpretao concorda totalmente com as afirmaes de 1 Tm 2.4; Tt 2.11; 2 Pe 3.9. (2) Alm disso, segundo Rm 11.20-22, ningum incondicionalmente destinado vida eterna.
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(4) Mediante a orao e o jejum, a igreja buscando constantemente estar em harmonia com a vontade do Esprito Santo (vv. 3,4), confirma a chamada divina de determinadas pessoas obra missionria. O propsito que a igreja envie somente aqueles que forem da vontade do Esprito Santo.
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14.3 SINAIS E PRODGIOS. Foi da vontade de Deus que a pregao do evangelho fosse acompanhada por sinais miraculosos para confirmar a veracidade do evangelho (Mc 16.20). Dessa maneira, o Senhor cooperava com o seu povo e dava testemunho da veracidade da mensagem do evangelho. Semelhante confirmao da graa de Deus, com sinais e prodgios, no menos necessria hoje, medida que enfrentamos os tempos difceis dos ltimos dias (1 Tm 4.1; 2 Tm 3.113) 14.4 APSTOLOS. Tanto Paulo como Barnab so chamados apstolos. Como termo mais genrico, apstolo era aplicado aos primeiros missionrios cristos enviados pela igreja para pregar a mensagem do NT (14.4,14). Apstolo num sentido especial aplicado somente queles que tinham recebido uma comisso direta de Cristo para implantar sua mensagem e revelao originais (ver Ef 2.20 ). Paulo era um apstolo nesse sentido especial (ver 1 Co 9.1; 15.7). 14.9 VENDO QUE TINHA F. O discernimento da f do coxo, por Paulo, veio certamente atravs do Esprito Santo. Paulo passou, ento, a encorajar a f desse homem, ordenando que ele ficasse em p. Os crentes devem orar, pedindo discernimento espiritual para reconhecer a f das pessoas que precisam da graa e da cura divinas. 14.19 APEDREJARAM A PAULO. Nos tempos do NT, Deus nem sempre protegia seus servos dos sofrimentos. Essa verdade imanente no evangelho, e vlida hoje tambm: o reino de Deus avana a um alto preo da parte dos servos do Senhor. Quando Paulo descreveu posteriormente os sofrimentos que suportara por amor a Cristo, referiu-se a essa ocasio dizendo: uma vez fui apedrejado (2 Co 11.25; Gl 6.17; ver At 9.16). Ao escrever s igrejas da Galcia, declarou: trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus (Gl 6.17), referindo-se provavelmente e este incidente (ver 2 Co 11.23,sobre os sofrimentos de Paulo). 14.22 POR MUITAS TRIBULAES. Aqueles que se dedicam a Cristo como Senhor, e que um dia entraro no reino do cu, ho de sofrer muitas tribulaes ao longo do seu caminho. Por viverem em meio a um mundo hostil, tm que se engajar na guerra espiritual contra o pecado e o poder de Satans (Ef 6.12; cf. Rm 8.17; 2 Ts 1.4-7; 2 Tm 2.12). Por outro lado, a vida verdadeiramente crist uma contnua batalha contra os poderes do mal.
(2) O presente mundo mpio, bem como os falsos crentes, continuaro como adversrios do evangelho de Cristo at quando o Senhor derrubar o sistema maligno deste mundo, na sua vinda (Ap 19.20). Entrementes, a esperana do crente est reservada nos cus (Cl 1.5) e est j prestes para se revelar no ltimo tempo (1 Pe 1.5). Sua esperana no consiste nesta vida, nem neste mundo, mas no aparecimento do seu Salvador para lev-lo para si (Jo 14.1-3; 1 Jo 3.2,3) 14.23 HAVENDO-LHES... ELEITO ANCIOS. A consagrao de ancios ou presbteros (aqui, ministros ou pastores), foi feita no somente pela busca da vontade do Esprito, mediante a orao e jejum, como tambm atravs de um exame do carter, dos dons espiri-tuais, da reputao e da vida irrepreensvel dos candidatos ao dito cargo (1 Tm 3.1-10). Se fossem achados irrepreensveis, seriam consagrados.
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15.8 DEUS, QUE CONHECE OS CORAES. O conhecimento que Deus tinha dos coraes dos gentios (i.e., de Cornlio e dos seus familiares) diz respeito f salvfica que Ele viu neles. Deus deu testemunho da autenticidade da f que tinham: (a) ao purificar seus coraes mediante a obra interior da regenerao pelo Esprito Santo (v.9) (b) ao batiz-los no Esprito Santo imediatamente, com o sinal acompanhante de falar em lnguas (10.44-46; 11.1518).
(1) Os que so fiis a Cristo, sua Palavra e aos caminhos de justia, tero problemas e aflies neste mundo (Jo 16.33). Somente o crente morno ou de meio termo viver em paz com este mundo (cf. Ap 3.14-17).
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13.52 ESTAVAM CHEIOS... DO ESPRITO SANTO. O verbo grego traduzido cheios est no pretrito imperfeito, indicando ao contnua num tempo passado. Os discpulos recebiam continuamente, dia aps dia, a plenitude e o revestimento de poder do Esprito Santo. A plenitude do Esprito no meramente uma experincia inicial que ocorre uma s vez, mas, sim, uma vida de repetidos enchimentos para as necessidades e tarefas da parte de Deus (cf. Ef 5.18).
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15.11 PELA GRAA DO SENHOR JESUS CRISTO. A questo essencial da conferncia de Jerusalm era se a circunciso e a obedincia lei de Moiss eram necessrias salvao em Cristo. Os representantes que se reuniram ali chegaram concluso de que os gentios eram salvos pela graa do Senhor Jesus, que lhes perdoara os pecados e deles fizera novas criaturas. A graa concedida pessoa que se arrepende do pecado e cr em Cristo como Senhor e Salvador (2.38,39). Essa receptividade graa de Deus capacita a pessoa a receber o poder de tornar-se filho de Deus (Jo 1.12) 15.14 PARA TOMAR DELES UM POVO. O plano de Deus para a presente era tirar dentre todas as naes um povo para si, para o seu nome. Esse corpo de Cristo, constitudo daqueles que largaram o presente sistema mundano, ora preparase na qualidade de noiva de Cristo (Ap 19.7,8). 15.16 O TABERNCULO DE DAVI. Tiago indica que a misso redentora de Cristo abrange tanto os judeus quanto os gentios. A tenda de Davi, que caiu (ver Am 9.11-15 nota), refere-se a um remanescente de Israel que sobrevive ao juzo divino. (1) A profecia de Ams declara o seguinte: (a) Deus julgar com destruio a nao pecaminosa de Israel, porm no totalmente. (b) Ele destruir todos os pecadores da casa de Jac (Am 9.8-10). (c) Depois da destruio dos judeus mpios, Deus a edificar como nos dias da antigidade (cf. Am 9.11). (2) A salvao desse remanescente purificado dentre os judeus, levar as naes a buscarem o Senhor (v. 17). Noutros textos, Paulo diz a mesma coisa, referindo-se bno dos gentios como resultado do remanescente judaico de reconciliarse com Deus (ver Rm 11.11-15, 25,26). 15.28 PARECEU BEM AO ESPRITO SANTO. A conferncia de Jerusalm foi dirigida pelo Esprito Santo. Jesus prometera que o Esprito Santo guiaria os fiis em toda a verdade (Jo 16.13). As decises da igreja no devem ser tomadas pelo homem apenas; este deve buscar a direo do Esprito, mediante orao e jejum e a fidelidade Palavra de Deus at que a vontade divina seja claramente discernida (cf. 13.2-4). A igreja, para ser realmente a igreja de Cristo, deve ouvir o que o Esprito diz s igrejas locais (cf. Ap 2.7). 15.29 QUE VOS ABSTENHAIS. O Esprito Santo (v. 28) estabeleceu certos limites que possibilitam a convivncia harmoniosa entre os cristos judaicos e seus irmos gentios. Os gentios deviam se abster de certas prticas consideradas ofensivas aos judeus (v. 29). Uma das maneiras de medir a maturidade do cristo ver a sua disposio de refrear-se das prticas que certos cristos consideram certas e outros consideram erradas (ver o ensino bblico por Paulo, em 1 Co 8.1-11). 15.39 CONTENDA. s vezes, surgem divergncias entre crentes que amam ao Senhor e que tambm amam uns aos outros. Quando elas no podem ser solucionadas, melhor desistirem de convencer um ao outro e deixar que Deus opere a sua vontade na vida de todos os envolvidos. Diferenas de opinies que levam separao, como no caso de Paulo e Barnab, nunca devem ser acompanhadas de amarguras e hostilidades. Tanto Paulo quanto Barnab continuaram seus trabalhos na causa de Deus, com sua bno e graa.
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16.5 AS IGREJAS ERAM CONFIRMADAS. Ver a nota em 12.5 sobre a forma de estabelecimento de igrejas no NT. 16.6 IMPEDIDOS PELO ESPRITO SANTO. Toda a iniciativa no evangelismo e na atividade missionria, especialmente no caso das viagens missionrias registradas em Atos, deve ser orientada pelo Esprito Santo, como vemos em 1.8; 2.14-41; 4.812,31; 8.26-29,39,40; 10.19,20; 13.2; 16.6-10; 20.22. A orientao aqui, pode ter ocorrido em forma de uma revelao proftica, de um impulso interior, de circunstncias externas, ou vises (vv. 6-9). Pelo impulso do Esprito, avanavam para levar o evangelho aos no salvos. Quando o Esprito os impedia de ir numa direo, iam noutra, confiando nEle para aprovar ou desaprovar seus planos de viagem. 16.16 ESPRITO DE ADIVINHAO. As expresses vocais demonacas da jovem escrava eram consideradas a voz de um deus; por isso, os servios dela como adivinha eram muito procurados, dando grande lucro aos seus donos. Atravs de Paulo, Cristo demonstrou aqui, mais uma vez, seu poder sobre o imprio do mal. 16.23 HAVENDO-LHES DADO MUITOS AOITES. A lei judaica sobre castigo por aoites prescrevia at quarenta aoites para o culpado, dependendo do juiz (Dt 25.2,3). O costume judaico era usar o chicote com trs a cinco tiras de couro presas a um cabo curto. Aqui trata-se do costume romano (v.21) que usava a vara. Os aoites eram aplicados ao corpo desnudo do preso (vv. 22,23). Dependendo do juiz romano, este castigo podia ser terrivelmente cruel, por no estar fixado em lei o nmero de aoites por castigo. Muitas vezes o preso morria em conseqncia dos aoites. Os aoites de Paulo em 2 Co
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11.24,25 abrangem tanto o aoitamento judaico (v. 24 recebi dos judeus ), como o romano (v. 25 fui aoitado com varas ). Em 2 Co 11.24 vemos a crueldade dos judeus contra Paulo neste tipo de castigo. Davam-lhe 39 aoites para que pudessem depois aplicar-lhe idntico castigo, uma vez que a lei mosaica limitava a 40 o total de aoites (Dt 25.3). Certamente foi nas sinagogas que Paulo mais sofreu o aoitamento dos judeus, pois ele costumava freqent-las para pregar a Cristo. Os judeus no tinham autoridade para decretar pena de morte por estarem sob domnio romano, mas podiam castigar. 16.25 ORAVAM E CANTAVAM HINOS. Paulo e Silas estavam sofrendo a humilhao do encarceramento, tendo seus ps presos ao tronco e as costas laceradas por aoites. No meio desse sofrimento, no entanto, oravam e cantavam hinos de louvor a Deus (cf. Mt 5.10-12). Aprendemos da experincia missionria deles: (1) que a alegria do crente vem do interior e independe das circunstncias externas; a perseguio no pode destruir nossa paz e nossa alegria (Tg 1.2-4) (2) que os inimigos de Cristo no podero destruir a f em Deus e o amor por Ele que o crente tem (Rm 8.35-39) (3) que mesmo no meio das piores circunstncias, Deus d graa suficiente queles que esto na sua vontade e que sofrem por amor ao seu nome (Mt 5.10-12; 2 Co 12.9,10) (4) que sobre aqueles que sofrem por amor ao nome de Cristo, repousa o Esprito da glria de Deus (1 Pe 4.14). 16.26 FORAM SOLTAS AS PRISES DE TODOS. Por todo o livro de Atos, Lucas enfatiza que nada pode impedir o avano do evangelho de Cristo quando propagado por crentes fiis. Em Filipos, Deus interveio, e Paulo e Silas foram libertos por um terremoto enviado por Ele. O resultado foi um maior progresso do evangelho, destacando-se a salvao do carcereiro e de todos os seus familiares (vv. 31-33). 16.30 QUE NECESSRIO QUE EU FAA PARA ME SALVAR? Esta a pergunta mais importante que algum se pode fazer. A resposta dos apstolos : Cr no Senhor Jesus Cristo (v. 31). (1) Crer no Senhor Jesus achegarmo-nos a Ele como o nosso vivo e divino Redentor, nosso Salvador da condenao eterna e o Senhor da nossa vida. crer que Ele o Filho de Deus enviado pelo Pai e que tudo quanto Ele verdadeiro e final para a nossa vida. crer que Ele perdoa os nossos pecados, torna-nos seus filhos, d-nos o Esprito Santo e est sempre presente conosco para nos ajudar, guiar, consolar e nos levar at ao cu. (2) A f salvfica muito mais do que crer em verdades a respeito de Cristo. Ela nos aproxima dEle, faz-nos permanecer nEle e entregar-lhe nossa vida conturbada, na confiana de que Ele, sua Palavra e o Esprito Santo nos conduziro atravs desta vida gloriosa presena do Pai.
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17.11 EXAMINANDO CADA DIA NAS ESCRITURAS. O exemplo dos crentes bereanos serve de modelo para todos quantos ouvem os pregadores e ensinadores expondo as Escrituras. Nenhuma interpretao ou doutrina deve ser aceita sem exame. Pelo contrrio, tudo deve ser examinado cuidadosamente mediante o estudo pessoal das Escrituras. A palavra traduzida examinar (gr. anakrino) significa peneirar para cima e para baixo; fazer um exame cuidadoso e exato. A pregao bblica deve levar os ouvintes a se tornarem estudantes da Bblia. A veracidade de toda doutrina deve ser averiguada de conformidade com a Palavra de Deus (ver Ef 2.20). 17.16 O SEU ESPRITO SE COMOVIA. Vendo a idolatria e a corrupo moral, Paulo ficou indignado e contristado (ver Hb 1.9 nota); seu esprito se comovia, vendo o povo perdido e carente de salvao. Paulo revelou a mesma atitude de Jesus ante o pecado e sua obra destrutiva (ver Jo 11.33). Uma atitude de ira santa contra o pecado e a imoralidade deve ser comum a todos os que tm o esprito de Cristo. Pela causa de Cristo e da salvao dos perdidos, nosso esprito deve insurgirse contra o pecado exposto nas Escrituras, pois ofensivo a Deus e destri a raa humana (cf. 1 Co 6.17). 17.30 ANUNCIA AGORA A TODOS...QUE SE ARREPENDAM. No passado, antes do pleno conhecimento de Deus manifesto raa humana atravs de Jesus Cristo, Deus deixou impune a ignorncia humana quanto sua Pessoa, bem como boa parte do pecado humano (Rm 3.25). Agora, com a plena e perfeita revelao de Deus atravs da vinda de Cristo, a Palavra de Deus ordena a todos que se arrependam e creiam em Jesus como seu Senhor e Salvador. No haver exceo, pois Deus no tolerar os pecados de quem quer que seja. Todos devem abandonar seus pecados, ou sero condenados. O arrependimento, est bem claro, essencial salvao (ver Mt 3.2).
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18.3 DO MESMO OFCIO. Paulo exercia uma profisso alm de pregar o evangelho. Ele fabricava tendas e ganhava a vida assim, enquanto viajava ou ficava hospedado com algum (20.34; 1 Ts 2.9; 2 Ts 3.8). Fica claro, pelo exemplo de Paulo, que os pastores que precisam trabalhar para ajudar no sustento de si mesmo e de sua famlia no tm o seu ministrio inferior ao dos outros. A vocao ministerial que incluir uma outra secular (uma profisso) tem precedente bblico e at mesmo apostlico. 18.9 NO TEMAS. Este trecho revela os sentimentos internos e humanos do apstolo. A oposio e o dio a Paulo e ao evangelho estavam aumentando, e ele comeava a recear e hesitar quanto sua permanncia em Corinto (cf. 1 Co 2.3). Esses mesmos sentimentos ocorrem s vezes no corao de todos os fiis de Deus, at mesmo em homens como Elias (1 Rs 19.4) e Jeremias (Jr 15.15). Ocorrendo isso, Deus socorrer seus santos, fortalecendo seus coraes. A promessa da sua presena (v. 10) suficiente para livr-los do medo e dar-lhes a certeza e a paz necessrias para cumprirem a vontade de Deus para suas vidas (vv. 10,11). 18.10 PORQUE EU SOU CONTIGO. Estas palavras de Cristo, dirigidas a Paulo, no se referem sua presena geral em todos os lugares, i.e., sua onipresena (cf. Sl 139; Jr 23.23,24; Am 9.2-4; At 17.26-28). Pelo contrrio, referem-se sua presena especfica entre os seus servos. Tal presena de Cristo significa que Ele pessoalmente est ali para nos comunicar sua vontade, amor e comunho. Ele est presente entre ns para agir em todas as situaes da nossa vida, para abenoar, ajudar, proteger e guiar. (1) Podemos aprender mais desta verdade de Cristo conosco , examinando os trechos do AT em que Deus declarou que estava pessoalmente com seus fiis. Quando Moiss temeu voltar ao Egito, Deus lhe disse: Eu serei contigo (x 3.12). Quando Josu assumiu a liderana de Israel, depois da morte de Moiss, Deus prometeu: serei contigo; no te deixarei nem te desampararei (Js 1.5). E Deus encorajou Israel com estas palavras: Quando passares pelas guas, estarei contigo... No temas, pois, porque estou contigo (Is 43.2,5). (2) No NT, Mateus declara que o propsito da vinda de Jesus ao mundo foi tornar em realidade concreta a presena de Deus entre seu povo. Seu nome Emanuel , que significa Deus conosco (Mt 1.23). De novo, no fim do seu Evangelho, Mateus registra a promessa que Jesus legou aos seus discpulos: eis que eu estou convosco todos os dias (Mt 28.20). Marcos termina seu evangelho com as palavras: E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor (Mc 16.20).
18.25 CONHECENDO SOMENTE O BATISMO DE JOO. Nessa ocasio, era limitada a compreenso que Apolo tinha do evangelho. Aceitara o batismo de Joo e crera em Jesus como o Messias crucificado e ressurreto. O que ele ainda no sabia era que o prprio Jesus agora batizava todos os crentes com o Esprito Santo. Os crentes de feso estavam em situao bem semelhante (19.2,6).
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19.1 FESO... ALGUNS DISCPULOS. Estes discpulos de feso eram cristos, ou discpulos de Joo Batista? Ambas as hipteses so possveis. (1) Alguns acham que eram cristos. (a) Lucas os chama discpulos (v. 1), palavra esta que ele comumente aplica aos cristos. Se Lucas quisesse indicar que eram apenas discpulos de Joo Batista, e no de Cristo, teria dito isto mais claramente.
18.23 CONFIRMANDO A TODOS OS DISCPULOS. Assim comea a terceira viagem missionria de Paulo (18.23; 21.15). Ele parte para visitar as igrejas fundadas na sua primeira viagem (caps. 13-14), e na segunda (15.36; 18.22). Paulo jamais ganhou convertidos para depois esquec-los; empenhava-se de igual modo no discipulado desses novos crentes, fortalecendo-os no caminho de Cristo. Todos os novos crentes devem ser, sem demora, procurados por cristos firmes na f, que oraro com eles, lhes ensinaro como viver a vida crist e os motivaro a reunir-se com outros crentes para adorao, orao, ministrao da Palavra e as manifestaes do Esprito Santo para o bem de todos (2.42; Mt 28.19,20; 1 Co 12.7-11; 14.1ss.).
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17.31 COM JUSTIA H DE JULGAR O MUNDO. Para outras referncias dos escritos de Paulo sobre dia destinado por Deus para o julgamento do mundo, ver Rm 2.5,16; 1 Co 1.8; Fp 1.6,10; 1 Ts 5.2,4; 2 Ts 1.7-10; 2.2.
(2) Outros argumentam que os discpulos de feso eram discpulos de Joo Batista que ainda esperavam a chegada do Messias. Depois de terem ouvido a respeito de Jesus da parte de Paulo, creram nEle como o Cristo predito nas Escrituras, e nasceram de novo pelo Esprito (vv. 4,5). (3) Em qualquer das hipteses, fica claro que foi somente depois de crerem, de serem batizados e receberem a imposio das mos, que foram cheios do Esprito Santo (vv. 5,6). 19.2 RECEBESTES VS J O ESPRITO SANTO...? Observe os fatos abaixo, no tocante aos discpulos de feso. (1) A pergunta de Paulo sugere enfaticamente que ele os tinha como cristos verdadeiramente convertidos, mas que ainda no tinham recebido a plenitude do Esprito Santo. (2) A pergunta de Paulo, nesse contexto, refere-se ao batismo do Esprito Santo como revestimento de poder e capacitao para o servio, da mesma forma que ocorreu aos apstolos no Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Ela no pode referir-se presena do Esprito habitando no crente, porque Paulo sabia claramente que todos os crentes tm o Esprito habitando neles desde o primeiro momento da converso e da regenerao (Rm 8.9). (3) A traduo literal da pergunta de Paulo : Tendo crido, recebestes o Esprito Santo? Tendo crido (gr. pisteusantes, de pisteuo) um particpio aoristo que normalmente indica ao anterior ao do verbo principal (neste caso, receber ). Por isso, possvel traduzir assim: Recebestes j o Esprito Santo depois que crestes? Isto concorda plenamente com o contexto do trecho, pois foi exatamente isto que aconteceu aos crentes de feso. (a) J tinham crido em Cristo antes de Paulo conhec-los (vv. 1,2). (b) Passaram, ento, a ouvir a Paulo e crer em todas as suas demais mensagens que ele lhes deu a respeito de Cristo e do Esprito Santo (v. 4). (c) A seguir, Paulo aceitou a f em Cristo desses efsios como genuna e adequada, pois os batizou em nome do Senhor Jesus (v. 5). (d) Foi somente, ento, depois de crerem e serem batizados em gua, que Paulo lhes imps as mos e veio sobre eles o Esprito Santo (v. 6). Houve, portanto, um intervalo de tempo entre o ato de crerem em Cristo e a vinda do Esprito, enchendo-os do seu poder. A pergunta de Paulo, nesse contexto, indica que ele achava plenamente possvel crer em Cristo sem experimentar o batismo no Esprito Santo. Esse trecho fundamental por demonstrar que uma pessoa pode ser crente sem ter a plenitude do Esprito Santo. 19.2 NEM AINDA OUVIMOS. A resposta dos crentes efsios pergunta de Paulo, no significa que nunca tinham ouvido falar do Esprito Santo. Certamente conheciam os ensinos do AT a respeito do Esprito, e com certeza tinham ouvido a mensagem de Joo Batista a respeito do batismo no Esprito Santo que Cristo traria (Lc 3.16). O que ainda no tinham ouvido era que o Esprito j estava sendo derramado sobre os crentes (1.5,8). 19.5 FORAM BATIZADOS. O batismo em gua, em nome do Senhor Jesus , desses doze crentes de feso (v. 7), testifica que tinham f salvfica e que eram nascidos de novo pelo Esprito. Neste caso, o batismo em gua precedeu o recebimento da plenitude do Esprito Santo (v. 6). 19.6 VEIO SOBRE ELES O ESPRITO SANTO. Esse evento ocorre cerca de 25 anos depois do primeiro Pentecoste (2.4); mesmo assim, o padro do recebimento por esses doze homens da plenitude do Esprito Santo est conforme o modelo normal j apresentado por Lucas (ver 8.5-24 nota). (1) Tinham crido em Jesus e tinham nascido de novo pelo Esprito (ver a nota anterior). (2) Depois de terem sido batizados em gua (v. 5), Paulo imps sobre eles as mos, e foram batizados no Esprito Santo. (3) Quando o Esprito Santo veio sobre eles, comearam a falar noutras lnguas e a profetizar. Lucas nunca apresenta o derramamento do Esprito Santo como algo que se possa perceber somente pela f. Pelo contrrio, mostra que uma experincia identificvel e que pode ser comprovada objetivamente; falar em lnguas era a comprovao externa e visvel que o Esprito Santo viera sobre esses seguidores de Jesus 19.12 LENOS E AVENTAIS. O ministrio de Paulo em feso foi marcado por milagres extraordinrios de curas e de expulso de demnios, levados a efeito de modo direto, ou atravs de lenos e aventais que ele carregava (i.e., lenos para enxugar suor e aventais usados por ele no trabalho com tecido e couro, na confeco de tendas) (18.3). As doenas desapareciam e os maus espritos saam, quando os sofredores tocavam nesses panos (cf. 5.15; Mc 5.27). Os evangelistas
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(b) Paulo se dirige a eles como a crentes (v. 2). O verbo crer empregado cerca de vinte vezes em Atos sem nenhum objeto direto. Em todos os demais casos, o contexto indica que o sentido crer em Cristo de modo salvfico.
atuais que procuram obter dinheiro vendendo lenos, azeite, gua, etc., ungidos , com a mesma finalidade, no esto agindo segundo os motivos e o carter de Paulo, pois ele no usava essas coisas em troca de dinheiro. Ele apenas multiplicou o poder que nele havia, atravs desses meios tangveis, e assim curou e libertou mais pessoas do que impondo as mos pessoalmente. No se trata aqui de ensino doutrinrio como um princpio permanente, mas do registro de um caso no ministrio de Paulo, dirigido por Deus. 19.19 ARTES MGICAS. Esta expresso refere-se prtica da feitiaria. A queima pblica dos livros de magia demonstra que aqueles novos crentes em Cristo eram imediatamente ensinados a largarem as prticas do ocultismo. A bruxaria, a magia negra, a feitiaria, o espiritismo e outras prticas de ocultismo so atividades satnicas totalmente incompatveis com o evangelho de Cristo. Ningum pode ser crente genuno em Cristo e, ao mesmo tempo, manter comunicao com maus espritos, ou procurar manter contato com os mortos. Deus probe e condenam todas essas prticas, por serem abominaes (Dt 18.9-13). Mexer com ocultismo e espiritismo expor-se poderosa influncia satnica e possesso demonaca.
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20.19 COM MUITAS LGRIMAS. Paulo, em muitas ocasies, menciona que servia ao Senhor com lgrimas (v. 31; 2 Co 2.4; Fp 3.18). Nesse discurso diante dos ancios de feso (vv. 17-38), Paulo refere-se admoestao que, com lgrimas, lhes dirigiu durante trs anos (v. 31). As lgrimas no resultaram de fraqueza; pelo contrrio, Paulo via a condio perdida da raa humana, a maldade do pecado, a distoro do evangelho e o perigo de rejeitar o Senhor, como coisas to graves, que sua pregao era freqentemente acompanhada de lgrimas (cf. Mc 9.24; Lc 19.41). 20.20 NADA... DEIXEI DE VOS ANUNCIAR. Paulo pregava tudo que era til ou necessrio salvao de seus ouvintes. O ministro do evangelho deve ser fiel ao anunciar toda a verdade de Deus sua congregao. No deve procurar agradar aos desejos dos ouvintes, nem satisfazer o gosto deles, nem promover sua prpria popularidade. Mesmo se tiver que falar palavras de re-preenso e de reprovao, ensinar contrariamente a preconceitos naturais, ou pregar padres bblicos opostos aos desejos da natureza carnal; o pregador fiel entregar a verdade plena por amor ao rebanho (e.g., Gl 1.6-10; 2 Tm 4.1-5). 20.22 LIGADO EU PELO ESPRITO. O esprito de Paulo, sob o controle do Esprito Santo, sentia-se compelido a ir at Jerusalm. Sabia que aflies e sofrimentos o aguardavam (v. 23), mas confiou em Deus, no sabendo se isso redundaria em vida ou em morte para ele (ver 21.4 nota). 20.23 O ESPRITO SANTO... ME REVELA. A revelao do Esprito Santo a Paulo de que prises e tribulaes o esperavam provavelmente veio-lhe atravs dos profetas, nas igrejas por aonde ele ia passando (cf. 1 Co 12.10).
20.26 ESTOU LIMPO DO SANGUE DE TODOS. A palavra sangue empregada normalmente no sentido de derramamento de sangue, ou seja: o crime de provocar a morte dalguma pessoa (cf. 5.28; Mt 23.35; 27.25). (1) Aqui significa que se algum ali morresse espiritualmente e se perdesse para sempre, Paulo estaria isento de culpa. (2) Se os pastores no quiserem ser considerados culpados pela perdio de pessoas que eles pastoreiam, devero declarar-lhes toda a vontade de Deus (v. 27). 20.28 OLHAI... POR TODO O REBANHO. Quanto a um exame deste trecho clssico a respeito dos ministros da igreja. 20.29 ENTRARO... LOBOS CRUIS. Movidos pela ambio de edificar seus prprios imprios, ou por amor ao dinheiro, ao poder, ou popularidade (e.g., 1 Tm 1.6,7; 2 Tm 1.15; 4.3,4; 3Jo 9), impostores na igreja, pervertero o evangelho original segundo o NT: (1) repudiando ou rejeitando algumas das suas verdades fundamentais;
20.24 EM NADA TENHO A MINHA VIDA POR PRECIOSA. A preocupao principal de Paulo no era preservar a sua prpria vida. O mais importante para ele era cumprir o ministrio para o qual Deus o chamara. Seja qual fosse o fim em vista, mesmo em se tratando do sacrifcio da sua vida, ele, com alegria, iria at o fim da sua carreira com esta confiana: Cristo ser, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte (Fp 1.20). Engrandecermos a Cristo estando vivos fcil entender; mas engrandec-lo por nossa morte difcil para todos entender e aceitar. Para Paulo, a vida e o servio para Cristo so representados como uma carreira ou corrida que se deve correr com absoluta fidelidade ao seu Senhor (cf. 13.25; 1 Co 9.24; 2 Tm 4.7; Hb 12.1).
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(4) e tolerando modos de vida imorais, contrrios aos retos padres de Deus (ver 1 Tm 4.1; Ap 2.3). Que tais lobos realmente entraram no meio do rebanho e perverteram a doutrina e prtica apostlicas em feso, fica evidente em 1 Tm 1.3,4,18,19; 4.1-3; 2 Tm 1.15; 2.17,18; 3.1-8. As epstolas pastorais revelam uma rejeio geral dos ensinos bblicos apostlicos, que naquele tempo comeou a ganhar mpeto em toda a provncia da sia 20.31 PORTANTO, VIGIAI. Os dirigentes do povo de Deus sempre devem ter sensibilidade para discernir os membros das suas congregaes, que no so sinceramente leais, e dedicados a viver conforme a mensagem original de Cristo e dos apstolos. Devem estar em to ntima comunho com o Esprito Santo que, com cuidados e lgrimas, se preocupem com seus membros, sem nunca cessar, noite e dia, de admoestar o rebanho, a respeito do perigo que o ameaa, sempre dirigindo os fiis para o nico alicerce seguro Cristo e a sua Palavra. 20.33 DE NINGUM COBICEI A PRATA. Paulo d um exemplo a todos os ministros de Deus. Ele nunca visou a riqueza, nem buscou enriquecer atravs do seu trabalho no evangelho (cf. 2 Co 12.14). Paulo teve muitas oportunidades de acumular riquezas. Como apstolo, tinha influncia sobre os crentes, e realizava milagres de curas; alm disso, os cristos primitivos estavam dispostos a doar dinheiro e propriedades aos lderes eclesisticos de destaque, para serem distribudos aos necessitados (ver 4.34,35,37). Se Paulo tivesse tirado vantagem dos seus dons e da sua posio, e da generosidade dos crentes, poderia ter tido uma vida abastada. No fez assim porque o Esprito Santo dentro dele o orientava, e porque amava o evangelho que pregava (cf. 1 Co 9.4-18; 2 Co 11.7-12; 12.14-18; 1 Ts 2.5,6). 20.37 UM GRANDE PRANTO ENTRE TODOS. Esta partida de Paulo dentre os obreiros de feso um exemplo notvel da comunho e amor que deve haver entre os cristos. Paulo lhes serviu com desvelo e solicitude altrustas, compartilhou das suas alegrias e tristezas e lhes ministrou em meio a lgrimas e provaes (vv. 19,31). Com o corao partido, pranteara ao pensar que no veriam mais o rosto do apstolo (v. 38). O mtuo amor profundo entre Paulo e os ancios de feso deve caracterizar todos os obreiros cristos entre si.
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21.4 PELO ESPRITO... QUE NO SUBISSE A JERUSALM. Pelo Esprito , aqui, significa por causa do que o Esprito dissera . Esprito Santo no estava proibindo Paulo de ir a Jerusalm, pois era da vontade de Deus que ele fosse (ver v. 14; 23.11). Deus, porm, estava dando a Paulo um aviso: que muito sofrimento o aguardava na sua ida para l. Provavelmente o Esprito disse aqui, em Tiro, o mesmo que dissera em Cesaria (vv. 8-14). Paulo, porm, estava decidido e disposto at mesmo a morrer por amor do evangelho (10-14). 21.9 FILHAS...QUE PROFETIZAVAM. A igreja pode receber o dom espiritual de profetizar (um dos dons de manifestao do Esprito) cf. 1 Co 11.5; 12.10,11. Entretanto, nos escritos do NT no consta que uma mulher exercesse o ministrio de profeta. O versculo em apreo diz que as quatro filhas de Filipe profetizavam (gr. propheteusai), mas no so chamadas profetizas. Por outro lado, somente homens, como o caso de gabo, em At 21.10, so chamados profetas; isto quanto ao dom ministerial de profecia (ver Ef 4.11; 1 Co 12.4; 1 Co 12.1). 21.10 UM PROFETA, POR NOME GABO. gabo, um dos profetas que predisseram a fome de 46 d.C. (11.27,28), agora prediz que Paulo ser preso e encarcerado. Quanto mais perto de Jerusalm Paulo se aproximava, tanto mais claras e especficas ficaram as revelaes sobre a sua ida (v. 11). A profecia de gabo no dizia que Paulo no fosse a Jerusalm, mas somente o que lhe aguardava se fosse. Note que, em nenhum incidente registrado no NT, o dom de profecia foi usado para dirigir pessoas em casos que pudessem ser resolvidos pelos princpios bblicos. As decises no tocante moralidade, compra e venda, ao casamento, ao lar e famlia devem ser tomadas mediante a aplicao e obedincia aos princpios da Palavra de Deus e no meramente base de uma profecia . No NT, expresses vocais profticas visavam, em primeiro lugar, edificao, exortao e consolao da igreja (1 Co 14.3), e freqentemente orientao no cumprimento de misso (ver 16.16). 21.13 MAS PAULO RESPONDEU. Este trecho demonstra que a vontade da maioria, ou at mesmo o desejo unnime de crentes genunos e sinceros, nem sempre significa a vontade de Deus. Paulo no estava indiferente implorao e s lgrimas dos seus amigos; mesmo assim, no podia alterar seu propsito resoluto em sofrer encarceramento e at mesmo morrer por amor ao nome do Senhor Jesus.
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(3) misturando suas doutrinas e prticas com coisas como os ensinos malignos da Nova Era ou do ocultismo e espiritismo.
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21.14 FAA-SE A VONTADE DO SENHOR. Muitos discpulos (v. 4), bem como o profeta gabo (v. 11), profetizaram dos sofrimentos que Paulo passaria se fosse a Jerusalm. Estes cristos interpretaram a palavra proftica como uma orientao pessoal a Paulo para que ele no fosse a Jerusalm (vv. 4,12). Paulo, embora reconhecesse a veracidade da revelao (v. 11), no aceitou a sincera interpretao que os discpulos deram profecia (v. 13). Confiava na orientao pessoal do Esprito Santo e na Palavra de Deus aplicada pessoalmente a si para tomar uma deciso to importante (23.11; ver 21.4). No tocante ao nosso ministrio futuro, devemos esperar numa palavra pessoal de Deus, e no meramente depender da palavra dos outros. 21.20 CREM... ZELOSOS DA LEI. Tiago e Paulo sabiam que as cerimnias judaicas no salvavam ningum (cf. 15.13-21; Gl 2.15-21). Reconheciam, porm, que parte da lei e dos costumes judaicos podiam ser observados como uma expresso da f em Cristo por parte do crente e do seu amor por Ele. Os crentes judaicos tinham, com toda a sinceridade, aceitado a Cristo, sido regenerados pelo Esprito e cheios dEle. Seu zelo pela lei e pelos costumes no vinha de uma atitude legalista, mas de coraes dedicados a Cristo e da lealdade aos caminhos de Deus (ver Mt 7.6).
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22.16 BATIZA-TE. O batismo em gua acompanhava a proclamao do evangelho desde o incio da misso da igreja. Era um rito da iniciao crist usado no NT para indicar que a pessoa se dedicava plenamente a Jesus Cristo (2.38,41). Ao entrarem na gua batismal, em nome da Trindade (Mt 28.19), os crentes demonstravam publicamente a sua f diante da comunidade crist. (1) O batismo nas guas (2.38; cf. Mt 28.19) significa que a pessoa passou a pertencer a Cristo, e compartilha da sua vida, do seu Esprito e da sua filiao com Deus (Rm 8.14-17; Gl 3.26-4.7). (2) O batismo em gua a resposta positiva do crente ao que Cristo fez por ele. Para ser vlido, deve ser precedido de arrependimento (2.38) e de f pessoal em Cristo (Cl 2.12). (3) O batismo em gua, quando praticado com um corao sincero, com f e dedicao a Cristo como Senhor e Salvador, um meio de receber graa da parte de Cristo (cf. 1 Pe 3.21). (4) O batismo em gua um sinal e testemunho exte-rior do recebimento de Cristo como Senhor e Salvador, e da remoo total dos pecados pela lavagem espiritual (cf. 2.38; Tt 3.5; 1 Pe 3.21). (5) O batismo em gua representa a unio entre o crente e Cristo na sua morte, sepultamento e ressurreio (Rm 6.111; Cl 2.11,12). Significa o fim (a morte ) de uma vida de pecado (Rm 6.3,4,7,10,12; Cl 3.3-14), e o incio de uma nova vida em Cristo (Rm 6.4,5,11; Cl 2.12,13). Por isso, o batismo em gua inclui o compromisso vitalcio de se virar as costas ao mundo e a tudo quanto mau (Rm 6.6,11-13), e comprometer-se a viver uma nova vida no Esprito, que demonstre os padres divinos da justia (Cl 2.1-17) 22.16 LAVA OS TEUS PECADOS. Paulo foi convertido e salvo na estrada de Damasco (ver 9.5). Seu batismo foi seu testemunho pblico do perdo recebido, do seu compromisso em abandonar todo o pecado e identificar-se com a causa de Cristo. 22.17 FUI ARREBATADO. O termo arrebatamento ou xtase refere-se aqui a um estado mental em que a ateno da pessoa fica plenamente consciente na esfera do Esprito, em vez da natural. Em tais ocasies a pessoa fica especialmente receptiva revelao da parte de Deus, e movida pelo Esprito a uma comunho mais profunda e intensa com Deus (ver o arrebatamento de Pedro em 10.10; 11.5; cf. 2 Co 12.3,4).
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23.1 COM TODA A BOA CONSCINCIA. A conscincia a percepo interior que testifica junto nossa personalidade no tocante ao certo ou errado das nossas aes. Uma boa conscincia diante de Deus d o veredicto de que no temos ofendido nem a Ele, nem sua vontade. A declarao de Paulo (provavelmente com referncia sua vida pblica diante dos homens) sincera; note Fp 3.6, onde ele declara: segundo a justia que h na lei, irrepreensvel . Antes da sua converso, ele chegou a crer que praticava a vontade de Deus ao perseguir os crentes (26.9). A dedicao de Paulo a Deus, sua total resoluo em agrad-lo e sua vida irrepreensvel at mesmo antes da sua converso a Cristo, deixam envergonhados e julgados os crentes professos que se desculpam de sua infidelidade a Cristo, alegando que todos pecam e que impossvel viver diante de Deus com uma boa conscincia.
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23.11 APRESENTANDO-SE-LHE O SENHOR. Paulo est ansioso e apreensivo quanto s coisas que lhe acontecero. Poder ser morto em Jerusalm e, assim, seus planos de levar o evangelho at Roma, e da para o Ocidente, talvez nunca se realizem. Deus lhe aparece nesse momento crtico, encoraja o seu corao e assegura que ele dar testemunho da sua causa em Roma. As Escrituras registram que Deus apareceu a Paulo trs vezes para reafirmar-lhe isso (18.9,10; 22.17,18; 23.11; cf. 27.23-24; ver 18.10).
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24.14 AQUELE CAMINHO. A salvao consumada por Cristo chamada o Caminho (cf. 16.17; 19.9,23; 24.14,22). A palavra grega empregada aqui (hodos), denota caminho ou estrada. O crente do NT via a salvao em Cristo no somente como uma experincia a ser recebida, mas tambm como um caminho a ser trilhado com f em Jesus e comunho com Ele. Precisamos caminhar por aquela estrada at o fim para desfrutarmos a salvao final na era do porvir. 24.14 CRENDO TUDO QUANTO EST ESCRITO. A f que Paulo tinha nas Sagradas Escrituras como sendo inerrantes, infalveis e fidedignas em todas as coisas, contrasta fortemente com muitos ensinadores religiosos destes ltimos dias, que dizem crer em apenas algumas coisas escritas na Lei e nos Profetas. Aqueles que tm o esprito e a mente de Cristo (Mt 5.18) e dos apstolos (v. 14; 2 Tm 3.16), crero em tudo quanto est escrito na Palavra de Deus. Aqueles que no tm as condies acima, no concordaro com essas palavras do grande apstolo. 24.15 RESSURREIO... TANTO DOS JUSTOS COMO DOS INJUSTOS. A Bblia ensina uma ressurreio dos mortos justos e tambm uma dos injustos. Os justos ressuscitaro para viverem para sempre com o Senhor nos seus corpos redimidos (1 Ts 4.13-18), ao passo que os injustos ressuscitaro para serem julgados por Deus (quanto s duas ressurreies, ver Dn 12.2; Jo 5.28,29; Ap 20.6-14). O fato das duas ressurreies serem mencionadas no mesmo versculo no significa que elas ocorrem simultaneamente (Jo 5.29). 24.16 UMA CONSCINCIA SEM OFENSA. Uma conscincia inculpvel citada nas Escrituras como uma das nossas armas mais essenciais para uma vida e ministrio espirituais bem sucedidos (2 Co 1.12; 1 Tm 1.19). (1) Uma boa conscincia inclui a liberdade interna de esprito que se manifesta quando sabemos que Deus no est ofendido por nossos pensamentos e aes (ver 23.1 nota; Sl 32.1; 1 Tm 1.5; 1 Pe 3.16; 1 Jo 3.21,22). (2) Quando uma boa conscincia se corrompe, f, vida de orao, comunho com Deus e vida de boas obras so gravemente prejudicadas (Tt 1.15,16); quem rejeita a boa conscincia terminar em naufrgio na f (1 Tm 1.19). 24.25 JUSTIA, E DA TEMPERANA, E DO JUZO VINDOURO. Quando Paulo fala diante de Flix a respeito da f em Jesus Cristo, e prega a respeito da justia, e da temperana e do Juzo vindouro , Flix fica apavorado. Essa reao concorda com as palavras de Jesus de que quando vier o Esprito Santo, convencer o mundo do pecado, e da justia, e do juzo (Jo 16.8). A salvao de todas as pessoas depende da proclamao fiel das verdades solenes da Palavra, mediante as quais o Esprto Santo produz convico no pecador (Jo 16.8).
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25.8 NO PEQUEI... CONTRA A LEI. Paulo no tem conhecimento de nenhum delito que tivesse cometido contra os judeus ou contra a Lei. Paulo realmente guardava a lei moral do AT (cf. 21.24). Sabia que os padres da lei so imutveis, assim como o prprio Deus imutvel. Para ele a Lei santa, boa e espiritual (Rm 7.12,14), e expressa o carter de Deus e suas exigncias para uma vida justa (cf. Mt 5.18,19). Mesmo assim, Paulo no guardava a Lei como um conjunto de cdigos ou padres mediante o qual se tornaria justo. Uma vida justa requer a obra do Esprito Santo no corao e na alma da pessoa. Somente depois de regenerados mediante a graa de Cristo que podemos obedecer devidamente lei de Deus, como expresso do nosso desejo em agradar-lhe. Nunca estamos sem lei perante Deus, quando vivemos segundo lei de Cristo (1 Co 9.21; ver Mt 5.17; Rm 3.21; 8.4).
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26.18 A COMISSO DIVINA DE PAULO. Este versculo uma declarao tpica feita pelo Senhor Jesus daquilo que Ele quer realizar atravs da pregao do evangelho aos perdidos.
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(2) Os converteres.... do poder de Satans a Deus . Satans o governante deste mundo, e todos que no tm Cristo esto sujeitos ao controle de Satans e escravizados pelo seu poder. O esprito de Satans age em todos os pecadores, ou seja: nos filhos da desobedincia (Ef 2.2). A proclamao do evangelho, no poder do Esprito, libertar homens e mulheres do poder de Satans e os colocar no reino de Cristo (ver Cl 1.13; 1 Pe 2.9). (3) A fim de que recebam a remisso dos pecados. O perdo de Deus vem mediante a f em Cristo, firmada nos mritos da sua morte sacrificial na cruz. (4) Santificados pela f em mim . Aquele que perdoado, liberto do domnio do pecado e de Satans, e batizado no Esprito Santo, est separado do mundo e agora vive para Deus, na comunho com todos os demais salvos pela f em Cristo. 26.19 NO FUI DESOBEDIENTE. Paulo se converteu a Cristo na sua viagem a Damasco. A partir daquele momento, passou a ter Jesus como seu Senhor e Salvador, e dedicou a sua vida a obedecer-lhe (cf. Rm 1.5). 26.20 FAZENDO OBRAS DIGNAS DE ARREPENDIMENTO. Paulo no pregava conforme fazem alguns, afirmando que a salvao consiste em apenas confiar em Cristo e na sua morte expiatria . Os apstolos declaram que ningum ser salvo em Cristo, a no ser que se arrependessem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento.
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27.24 PAULO, NO TEMAS. Enquanto Deus tiver um lugar e um propsito na vida de algum aqui na terra, e tal pessoa buscar a Deus e seguir a direo do Esprito Santo (cf. 23.11; 24.16), o Senhor o proteger da morte. Todos os fiis de Deus tm o direito de orar: Senhor, sou teu, sirvo a ti; s tu meu protetor (cf. Sl 16.1,2). 27.25 TENDE BOM NIMO. Paulo um prisioneiro no navio sem deixar de ser um homem livre em Cristo e viver na presena de Deus, liberto do medo; ao passo que os demais que esto com ele no navio achavam-se aprisionados pelo terror por causa dos perigos que os cercam em alto-mar. Nesta vida, somente o crente sincero e fiel, que experimenta a presena de Deus, pode enfrentar os perigos da vida com coragem e certeza em Cristo. 27.31 SE ESTES NO FICAREM NO NAVIO. Esta declarao de Paulo parece colidir com os vv. 22,24. Se Deus prometera a Paulo que pouparia as vidas de todos aqueles que navegavam com o apstolo (v. 24), e Paulo lhes cita essa promessa incondicional dizendo: no se perder a vida de nenhum de vs (v. 22), como a desero dos marinheiros poderia provocar a morte dos passageiros? A resposta jaz na verdade bblica de que as promessas de Deus ao seu povo so normalmente sujeitas condio da obedincia sua vontade (ver Gn 1.26-31; 6.5-7; x 3.7,8; Nm 14.28-34; 2 Sm 7.12-16; 1 Rs 11.11-13; 12.16).
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28.5 NO PADECEU NENHUM MAL. A experincia de Paulo aqui ilustra maravilhosamente a promessa de Jesus em Mc 16.18. 28.16 CHEGAMOS A ROMA. Paulo tinha o desejo de pregar o evangelho em Roma (Rm 15.22-29), e era da vontade de Deus que ele assim o fizesse (23.11). Quando, porm, chegou ali, estava algemado e ainda assim depois dos reveses, tempestades, naufrgio e muitas outras provaes. Embora Paulo fosse fiel, Deus no lhe proveu um caminho fcil e livre de problemas. Ns, da mesma forma, podemos estar na vontade de Deus, ser inteiramente fiis a Ele, e mesmo assim sermos dirigidos por Ele atravs de caminhos desagradveis, com aflies. No meio de tudo isso, sabemos, porm, que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28). 28.30 PAULO FICOU DOIS ANOS INTEIROS. A histria da igreja primitiva, escrita por Lucas, termina aqui. Paulo permaneceu em priso domiciliar por dois anos. Tinha licena de receber visitas, s quais pregava o evangelho. O que aconteceu a Paulo depois, segundo geralmente se cr, o que se segue. Durante esses dois anos, Paulo escreveu as Epstolas aos Efsios, Filipenses, Colossenses, e a Filemom. Em 63 d.C., aproximadamente, Paulo foi absolvido e solto. Durante uns poucos anos continuou seus trabalhos missionrios, e talvez tenha ido at Espanha, conforme planejara (Rm 15.28). Durante esse perodo, escreveu 1 Timteo e Tito. Foi preso de novo cerca de 67 d.C., e levado de volta a Roma. 2 Timteo foi
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(1) Lhes abrires os olhos. Satans cegou a mente dos perdidos para no verem a realidade da sua condio de perdidos que perecem, nem a verdade do evangelho (2 Co 4.4). Somente pregando a Cristo Jesus, no poder do Esprito Santo, seu entendimento ser aberto (cf. 2 Co 4.5; Ef 1.18).
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28.31 PREGANDO O REINO DE DEUS O livro de Atos termina de modo repentino, sem nenhuma concluso formal quanto ao que Deus realizou atravs do Esprito Santo e dos apstolos no NT. A inteno de Deus que os atos do Esprito Santo e a pregao do evangelho continuem na vida do povo de Cristo at o fim dos tempos (2.17-21; Mt 28.18-20). Lucas, sob a inspirao do Esprito Santo, revelou o padro daquilo que a igreja deve ser e fazer. Ele registrou exemplos da fidelidade dos crentes, do triunfo do evangelho em meio a oposio do inimigo e do poder do Esprito Santo operante na igreja e entre os homens. Esse o padro de Deus para as igrejas atuais e futuras, e devemos fielmente guard-lo, proclamlo e viv-lo (2 Tm 1.14). Todas as igrejas devem avaliar-se segundo o que o Esprito disse e fez entre os crentes dos primeiros tempos. Se o poder, a justia, a alegria e a f das nossas igrejas atuais no so idnticas s que lemos nas igrejas em Atos, devemos pedir a Deus, mais uma vez, uma renovao da nossa f no Cristo ressurreto, e um novo derramamento do seu Esprito Santo.
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escrita durante esse segundo encarceramento em Roma. A priso de Paulo s terminou ao ser ele decapitado, sofrendo o martrio sob o imperador romano Nero.