Sermão - A Comunicação No Lar

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 12

1

MARIDO E ESPOSA: O SEU PAPEL NO LAR


INTRODUÇÃO
Não existe casamento perfeito. No relacionamento conjugal é preciso dar
mais e pedir menos, elogiar mais e criticar menos, ouvir mais e falar menos,
compreender mais e censurar menos. A felicidade no casamento não é automática.
Ela precisa ser conquistada passo a passo. É impossível encontrar a harmonia e
felicidade no casamento sem compreender o que a Bíblia diz sobre os papéis
específicos do marido e da esposa no casamento.
Ilustração: o piloto e o copiloto.
Amos 3.3 “Acaso duas pessoas podem andar juntas se não estiverem de acordo?” Todo
reino dividido internamente está condenado à ruína. Uma cidade ou família dividida contra
si mesma será destruída. Mt 12.25

1. A FUNÇÃO DA ESPOSA NO LAR


Uma das palavras mais desgastadas dos nossos dias é submissão. Por isso,
muitas mulheres sentem urticária quando ouvem falar que devem ser submissas
aos seus maridos. É preciso deixar claro que submissão não implica inferioridade.
A mulher é o elo que liga marido e filhos. Por esta razão ela é, por muitas
vezes, o ponto de equilíbrio do lar. Uma mulher virtuosa é capaz de fazer do seu lar
um pequeno céu de felicidade e alegria em Cristo.

1.1 O QUE A SUBMISSÃO NÃO SIGNIFICA


1. Submissão não significa inferioridade da mulher
A Submissão não significa que é mulher é inferior ao homem. A mulher não é
capacho do marido. Ela não é sua criada, nem sua empregada. Ser submissa não
significa ser passiva, apagada, sem vez e sem voz. No plano divino, a mulher nunca
foi inferior ao homem. Ela não foi tirada dos pés para ser pisada por ele, nem da
cabeça para reinar sobre ele, mas da costela, para estar ao lado dele, ser protegida
por ele e ser o centro da sua afeição. Ela é a auxiliadora idônea do marido, aquela
que olha nos olhos dele, de igual para igual.
2

2. Submissão não é colocar a vontade do marido acima da vontade de Cristo.


Cristo é agora o Senhor dela e, por amor ao seu Senhor, ela será submissa ao
seu marido, mas ele não é o Senhor dela. Portanto, sempre que ela precisar escolher
entre os dois, ela escolhe Jesus. Se o marido disser, “Vamos dar um golpe” ou “Vamos
participar de uma orgia”, a decisão da esposa deve ser clara: “Eu fico com Jesus”.
3. Submissão não significa escravidão
Jesus chamou o homem para liderar o lar com amor sacrificial e exemplificou
essa liderança amorosa pela vida de servo.
4. Submissão não significa autonomia masculina ou anular a esposa
Submissão no lar não significa que o homem toma todas as decisões
independentemente de qualquer consulta ou opinião dos outros membros da
família. Que tolice do marido abafar os dons da pessoa que Deus colocou ao nosso
lado para nos completar.
1.2 O QUE A SUBMISSÃO SIGNIFICA
1. Submissão bíblica requer uma obra sobrenatural no coração da mulher
A tendência natural da mulher é resiste a liderança do marido, e assim como
a tendência natural do homem é subjugar a mulher, como voltar ao padrão bíblico
de complementaridade, harmonia e paz nos papéis no lar?
2. Submissão é voluntária e espontânea
A Bíblia não diz: “Maridos, subjugai as vossas esposas!” A submissão é algo
voluntário, que tem de brotar no coração da mulher.
3. A Submissão da esposa é uma ordem, e não uma opção.
A Submissão feminina no lar exalta a beleza do relacionamento existente
entre a igreja e Cristo.
4. Submissão significa respeitar o marido.
Paulo ordena que "a mulher respeite a seu marido" (Ef 5:33), e Pedro fala da
"conduta casta e respeitosa" da mulher (1Pe 3:2 ).
2. A FUNÇÃO DO MARIDO NO LAR

1. O amor bíblico exige uma obra sobrenatural do Espírito Santo.


3

2. O amor bíblico é oferecido pelo marido, e não exigido pela esposa.


Os maridos são exortados a amar sua esposa incondicionalmente, não
somente se a esposa é submissa. Pelo contrário, os maridos devem amar sua esposa
em obediência ao Senhor e por causa do exemplo do amor de Cristo.

3. O amor bíblico do marido é uma ordem, e não uma opção.

4. O amor bíblico é uma escolha, e não uma emoção.


Tudo em nossa cultura aponta para a ideia que o amor verdadeiro é um
sentimento, um conjunto de hormônios que arrepiam e que é eterno enquanto
dure”.
2.1 ERROS DOS MARIDOS A SEREM EVITADOS:
a. Marido autoritário – não admite oposição ou sugestões.
b. Marido democrático – toda decisão é tomada por voto e o marido foge de suas
responsabilidades.
c. Marido cabeçudo – nunca reconhece seus erros.
d. Marido insensível – não leva a opinião ou os sentimentos dos outros em
consideração.
g. Marido carrancudo – sempre de mau humor; nada está bem.
h. Marido crítico – sempre critica esposa e filhos; nunca encoraja ou elogia.
i. Marido indeciso – não se posiciona e nem se decide; não toma uma decisão
quando necessário.
j. Marido palhaço – nunca leva nada a sério; tudo é tratado como se fosse
brincadeira.
3. EXPRESSÕES PRÁTICAS DO AMOR DO MARIDO PARA COM SUA ESPOSA

1. AMABILIDADE

Esta é a uma expressão prática do amor.


Cl 3:19 "Maridos, amai vossas mulheres e não sejais ásperos com elas"
1Pe 3:7 "Dando honra a mulher como parte mais frágil"
Devemos ser amáveis com nossa esposa. É muito comum ver os homens
sendo amáveis com outras mulheres e descuidados e duros com suas próprias
esposas.
4

A mulher é o vaso mais frágil: mais sensível e delicada emocionalmente. Ex.


Mulher como uma Rosa

2. SACRIFÍCIO E ABNEGAÇÃO (EXPRESSÃO DO AMOR DO MARIDO)

Ef 5:25 "Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e
a si mesmo se entregou por ela"

3. SANTIFICADOR (EXPRESSÃO DO AMOR DO MARIDO)


“Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a
purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef
5.25-27).

O verdadeiro amor santifica a relação. Quando existe amor o relacionamento


torna a outra pessoa mais santa, mais pura, mais feliz, mais cheia de vida, mais
próxima de Deus. Onde há brigas, contendas, mágoas, sofrimento e choro ali não
está presente o verdadeiro amor.

4. PROTEÇÃO (EXPRESSÃO DO AMOR DO MARIDO)


Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem
ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne;
antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja. Ef. 5.28-29

Deus criou o homem para ser protetor. Deu-lhe a capacidade e a inclinação


para defender. Ele é a pessoa que vai lutar contra o inimigo, levar a pior e proteger
os que estão sob seus cuidados. Ele tem a responsabilidade de cuidar do bem-estar
de todos e mantê-los em segurança.
Uma das maiores necessidades da mulher é o amparo do seu marido. Deus
chama as viúvas de "desamparadas", pois uma viúva é alguém que perdeu seu
marido, que era seu amparo.

5. O AMOR ROMÂNTICO (EXPRESSÃO DO AMOR DO MARIDO)

Cultive em seu coração este amor por sua esposa. Apaixone-se por ela,
valorize-a, dê a ela a sua apreciação e seu amor. O amor romântico deve ser
cultivado, nutrido e regado todos os dias com palavras, gestos e atitudes nobres.
5

Assim você fará seu cônjuge feliz e a si mesmo também... e Deus compartilhará a
alegria de vocês.
APLICAÇÃO
 O homem é o cérebro, a mulher, o coração.
 O cérebro produz a luz, o coração produz o amor.
 Os homens foram criados para refletir o poder, o amor e o autossacrificio do
Senhor Jesus.
 As mulheres foram criadas para refletir a sensibilidade, a graça e a beleza da
noiva que ele redimiu. E o casamento foi criado para refletir a aliança e a
união de Cristo e sua noiva.

A COMUNICAÇÃO NO LAR
Efésios 4:25-32
25
Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros
uns dos outros. 26
Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, 27 nem deis lugar ao
diabo. 28
Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é
bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. 29
Não saia da vossa boca nenhuma palavra
torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita
graça aos que ouvem. 30
E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção. 31
Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda
malícia. 32
Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.

INTRODUÇÃO
A comunicação inteligente, respeitosa e harmoniosa é o cerne de um
relacionamento familiar saudável. Podemos dar vida ou matar o relacionamento
dependendo da maneira como nos comunicamos. A Palavra de Deus diz que “a
morte e a vida estão no poder da língua” (Pv 18.21). Os conflitos dentro do lar são
gerados por uma comunicação deficiente.
6

Como é complicado se comunicar. Não são poucas vezes que queremos dizer
uma coisa acabamos por transmitir outra. Tem uma ilustração bem engraçada que
mostra esse mal entendido na comunicação.

Ilustração
Um casal decidiu passar férias numa praia do Caribe. Por problemas de trabalho, a mulher
não pode viajar com seu marido. O combinado foi que ele fosse antes e ela chegasse alguns
dias depois.

Quando o homem chegou e foi para seu quarto do hotel, viu que havia um computador com
acesso a internet. Então decidiu enviar um e-mail para sua mulher. Mas o problema é que
ele errou uma letra e sem se dar conta enviou o email para outra pessoa.

Por coincidência o email foi recebido por uma viúva que tinha acabado de chegar do enterro
do seu marido. Então ela achou que fosse seu marido que havia morrido que mandou o
email.

O email dizia o seguinte:

— Querida esposa: Cheguei bem! Você deve estar surpresa por receber um email meu, não é
mesmo? Mas agora tem computador aqui e podemos enviar email para as pessoas queridas.

Acabei de chegar e já me certifiquei que está tudo preparado para a sua vinda. Você vai
chegar na sexta que vem.

Tenho muita vontade de te ver e espero que sua viagem seja tão interessante como a minha.

Observação: Não traga muita roupa, porque aqui faz um calor infernal!

Observação: Pela amizade que eu já fiz, o próprio chefão do local já disse que vai recebê-la
pessoalmente!

Quando terminou de ler o email a viúva desmaiou.

Viu só o que um email errado pode fazer?


A gente quase nunca pensa sobre a maneira como comunicamos. Parece que
as nossas palavras não carregam muito peso.
7

É no nosso lar, em família, o desafio de uma boa comunicação se reveste de


uma importância ainda maior. Apesar de não haver fórmulas mágicas, nem receitas
prontas, existem alguns princípios a serem seguidos que quisermos melhorar a
comunicação em família.
Frase de transição: Buscamos de um modo simples, analisar os principais
problemas envolvidos na comunicação e a forma bíblica de resolve-los.
O QUE FAZER?
1. TREINE SEUS OUVIDOS PARA OUVIR CORRETAMENTE
A Bíblia diz que cada um deve estar pronto para ouvir. Talvez você pense:
Mas se tenho ouvidos então sempre ouvirei. Mas não é assim que funciona o
ouvido. Se bastasse a função mecânica e espontânea do aparelho auditivo, Deus
não precisaria mandar quem tem ouvidos ouvir: “Portanto, se vocês têm ouvidos para
ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas” (Ap 2.7 – NTLH).
Isso significa que temos que aprender a ouvir de forma esclarecedora, a fim
de ouvir a verdade e não apenas o que desejamos ouvir; o sentimento e não apenas
o ruído; o discurso e não apenas as palavras. Para tanto, é preciso treinar o ouvido.
Um pequeno mal entendido numa conversa em família pode gerar um
grande conflito. O pior é que depois o mal entendido se transforma numa discussão
mais acalorada pelas emoções, então aí é que ninguém ouve ninguém mesmo.
Normalmente, as desculpas que ouvimos de pessoas que não se esforçam
para ter um bom diálogo em família são:
Maridos: Não dá para conversar com minha mulher. Ela fala muito, o tempo
todo, quase não me deixa falar e ainda por cima entende tudo errado!
Esposas: Não dá para conversar com meu marido. Ele fica calado, me deixa
falando sozinha e, quando eu termino de falar, ele volta a fazer o que estava
fazendo, sem se importar com o que falei.
Pais: Meu/Minha filho(a) não me ouve, não tem paciência para ouvir meus
conselhos. Está sempre ansioso(a) e irritado(a) para que eu termine logo de falar. E,
ao invés de abrir o coração e colocar para fora o que precisa, responde com palavras
monossilábicas.
8

Filhos: Meus pais não me entendem, não prestam atenção no que eu falo.
Nem termino de falar e eles já começam a criticar o que falei.
Em geral, é assim que se comportam as famílias quando o assunto é diálogo.
O que cada um precisa fazer é treinar o ouvido para conseguir captar a mensagem
que o outro deseja passar. Quando isso acontece, muita coisa se revela e o vínculo
entre as pessoas se fortalece.
Há um ditado que diz: “Falar é prata, escutar é ouro”.
“Lembrem-se disto, meus queridos irmãos: cada um esteja pronto para ouvir”

2 - MUITO MAIS QUE MERAS PALAVRAS

O primeiro ponto importante que temos de aprender é que ao nos


comunicarmos incluímos diversos outros fatores que, se não interpretados
corretamente, distorcem totalmente aquilo que se pretende dizer:

 O homem e a mulher têm características distintas que influenciam na sua


comunicação. Raramente querem dizer a mesma coisa, quando usam a mesma
palavra. Por exemplo, quando uma mulher diz: "Eu sinto como se você nunca
ouvisse" - ela não espera que a palavra nunca seja tomada tão literalmente. É
somente um modo de expressar uma frustração. Os homens tomam essas
expressões, erroneamente, literalmente.
 Um dos grandes desafios para os homens é interpretar e apoiar corretamente
uma mulher quando ela está falando sobre seus sentimentos.
 O maior desafio para uma mulher é interpretar e apoiar corretamente um
homem quando ele não está conversando, quando usa o silêncio como meio de
comunicação. Nossa origem, como fomos criados, tem influência direta na nossa
comunicação. Há pessoas que não conseguem se expressar pelo simples fato de
não terem sido treinadas a falar. Outros não falam porque aprenderam que
comunicar seus sentimentos pode, muitas vezes, trazer resultados
desagradáveis, risco de não serem compreendidos. É o medo por causa de
frustrações passadas.
9

 Os sentimentos, tensões e preocupações vividas nas horas antes de um diálogo,


ou mesmo as circunstâncias que o envolvem, geralmente ditam o ritmo e o
conteúdo de uma conversa.

3. IMPEDIMENTOS À COMUNICAÇÃO
Gary Collins afirma que problemas na comunicação prejudicam a vida
familiar.
Os obstáculos de comunicação surgem quando os membros da família não sabem
como falar de seus sentimentos ou expressar de forma clara. Algumas famílias têm assuntos
que são tabus. Elas nunca falam sobre dinheiro, sexo, questões espirituais ou sentimentos.
Em outros casos, as pessoas nunca riem quando estão em casa, raramente dizem o que
pensam, não escutam, só falam gritando, ou só se comunicam de forma sarcástica ou
destrutiva. Algumas pessoas transmitem mensagens duplas: As palavras dizem uma coisa,
mas as ações dizem outra, completamente diferente. É difícil para uma família enfrentar
uma crise quando os membros não conseguem se comunicar direito.

Jaime Kemp lista quatro coisas que impedem nossa comunicação.


1. Há pessoas que não têm a habilidade de conversar com as outras pessoas. Elas
nunca aprenderam a compartilhar abertamente com uma outra pessoa e também
têm dificuldade em formar palavras.
2. Há pessoas que têm medo de se abrir em relação ao que pensam e sentem. Elas
não querem correr o risco de serem ofendidas se alguém discorda delas.
3. Há pessoas que tomam a atitude de que falar não resolve, então por que
comunicar?
4. Há pessoas que creem que não têm algo para oferecer. Pensam que suas ideias
não têm valor. Têm uma autoimagem muito baixa e como resultado, evitam
[expressar] comentários ou sentimentos pessoais.
Outros problemas tornam a comunicação ainda mais difícil.
1. Supressão mútua. A família silenciosa. Todos recusam expressar suas ideias e
sentimentos.
2. Comunicação de um lado só. Somente um comunica e exige comunicação.
10

3. Comunicação intelectual. A fala revela apenas o que consta na mente, não


no coração.
4. Comunicação indireta. Comunicar-se por meio de terceiros (amigos, parentes ou
filhos).
5. Comunicação limitada a brigas e momentos de irritação. Ideias e emoções são
demonstradas apenas para ofender o outro.
6. Comunicação através de demonstrações físicas. Um problema extremo:
Violência, agressões, manipulações.
Os casos 5 e 6 são os mais extremos e abrem espaço para os famosos
“barracos”; daí a expressão popular “barraqueiro” ou “barraqueira”.

4. UMA BOA COMUNICAÇÃO É POSSÍVEL, MEDIANTE CERTOS CUIDADOS

Para um casamento dar certo e ser feliz, os cônjuges precisam se conhecer,


saber exatamente o que o outro pensa e como se sente em cada situação. E isto só é
possível se as linhas de comunicação permanecerem abertas.

Maridos e esposas pensam, às vezes, erradamente, que a melhor alternativa


para uma palavra ou argumento aborrecido do cônjuge é o silêncio. Só que este
silêncio pode ser estressante a ponto de levá-los para o hospital, e geralmente
enfurece o cônjuge ainda mais. Melhor do que o silêncio, no caso, é "falar a verdade
com espirito de amor" (Ef 4.15, Biblia na Linguagem de Hoje). Vamos refletir um
pouco sobre esta frase.

(a) "Falar a verdade". O relacionamento conjugal feliz envolve absoluta


honestidade acerca dos temores, desejos, motivações, sexo, dinheiro, fraquezas,
enganos, ressentimentos e incompreensões. Muitos problemas conjugais seriam
resolvidos se marido e mulher fossem honestos um com o outro. Alguns não falam
dos seus problemas com o cônjuge para não preocupá-lo ou aborrecê-lo. Porém,
deste modo, deixam o cônjuge fora de sua vida, e a implicação é que não confiam
nele, não acreditam que ele tenha suficiente maturidade emocional e espiritual para
lidar com a questão e ajudar.
11

Você tem necessidades que seu cônjuge não poderia atender? Você tem
vergonha de admitir sua fraqueza ou necessidade? Não será por orgulho? Cuidado!
Necessidades reais não atendidas, tensões e ressentimentos abafados por longo
tempo provocam crises maiores... E você precisará de ajuda profissional. É um
preço muito alto que se paga por não falar a verdade!

(b) "Falar a verdade com espírito de amor". A verdade às vezes é cruel. Por isso
mesmo precisa ser dita com espírito de amor. Isto envolve consideração para com a
outra pessoa. Coisas brutais têm sido ditas por um cônjuge ao outro, em nome da
honestidade, quando o motivo oculto era uma tremenda consciência de culpa.

(c) Falar a verdade na hora certa. Isto não está neste versículo de Efésios, mas está
noutras passagens bíblicas. Veja Pv 25.11 e Pv 15.23. Geralmente, é bom esperar
passar a hora do almoço ou do jantar para discutir questões controvertidas ou
desagradáveis. Algumas vezes é melhor esperar até de manhã, especialmente se o
cônjuge teve um dia difícil.

Se você acha que precisa falar com o seu cônjuge sobre alguma que ele fez ou
deixou de fazer erradamente, ore sobre isto antes de discutir o assunto com ele.
Pode ser que Deus lhe mostre que você também está errado e precisa se corrigir
primeiro. Então, se o Senhor lhe der liberdade ou convicção para falar sobre o
assunto com seu cônjuge, comece com uma palavra de apreciação sincera; depois,
diga o que Deus pôs no seu coração, o que você sente, mas de uma maneira clara,
agradável, construtiva e positiva. "As palavras bondosas são como o mel: doces para o
paladar, boas para a saúde" (Pv 16.24). Veja também Gl 6.1.

(d) Outros cuidados.

 Evite generalizações. "Você nunca me ouve!", "Você sempre me interrompe!" Tais


generalizações raramente são verdadeiras.
 Evite discutir com o seu cônjuge na presença de terceiros, principalmente dos
filhos.

APLICAÇÕES FINAIS
12

O Pr. Jaime Kemp sugere excelentes práticas para melhorar a comunicação no


lar.
1. Seja sempre um bom ouvinte e não responda enquanto a outra pessoa não
terminar de falar (Tg 1.19; Pv 18.13).
2. Pense duas vezes antes de falar. Não seja precipitado ao responder. Fale de tal
maneira que a outra pessoa possa entender e aceitar aquilo que você diz (Pv 21.23)
3. Fale sempre a verdade, mas fale em amor. Não exagere (Ef 4.15,15; Cl 3.9).
4. Não se envolva com rixas. É possível discordar sem causar brigas (Pv 20.3; cf.
17.14; Rm 13.10; Ef 4.31).
5. Não responda com raiva. Use palavras brandas e respostas bondosas (Pv 14.29;
15.1; 25.15; 29.11; Ef 4.26).
6. Não use o silêncio para frustrar o seu parceiro. Se você hesita em responder,
explique por que.
7. Evite aborrecer seu cônjuge (Pv 10.19; 17.9).
8. Quando você estiver errado, admita e peça perdão (Tg 5.16). Quando alguém
lhe pedir perdão comunique-lhe que você o perdoou (Cl 3.13; 1Pe 4.8; Ef 4.32).
9. Não culpe ou critique o seu cônjuge, mas por outro lado, restaure, encoraje,
edifique (Gl 6.1; Rm 14.13; 1Ts 5.11).
10. Procure entender a opinião do seu cônjuge. Coloque-se na situação do outro
(Fp 2.1-4; Ef 4.2).
11. Escolha o tempo certo para se comunicar (de novo Ef 4.26; Pv 15.23). Em suma,
a boa comunicação no lar é uma aplicação contínua do evangelho, em cada
interação entre cônjuges e entre pais, filhos e irmãos. O fruto do Espírito no cristão
(Gl 5.22-23) o capacita para comunicar-se mais e melhor, em amor.

Você também pode gostar