Zarzis
Zarzis ou Jarjis (em árabe: جرجيس; romaniz.: Zarzīs), antigamente chamada Gergis, é uma cidade costeira do sudeste da Tunísia. É a capital da delegação (espécie de distrito ou grande município) homónima, a qual faz parte da província (gouvernorat) de Médenine. A delegação tem 340 km² de área e em 2004 tinha 70 895 habitantes (densidade: 208,5 hab./km²), dos quais 24 900 viviam na cidade.[1]
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Município | ||||
Mesquita em Zarzis | ||||
Localização | ||||
Localização de Zarzis na Tunísia | ||||
Coordenadas | 33° 30′ N, 11° 06′ L | |||
País | Tunísia | |||
Província | Médenine | |||
Delegação | Zarzis | |||
Prefeito | Khaled Jaziri | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 340 km² | |||
População total (2004) [1] | 70 895 hab. | |||
• População urbana | 24 900 | |||
Densidade | 208,5 hab./km² | |||
Código postal | 4170 | |||
Outras informações | ||||
Soco semanal | segundas e sextas-feiras; sábado em Souihel | |||
Sítio | www.commune-zarzis.gov.tn |
Descrição
editarZarzis encontra-se 75 km a norte da fronteira com a Líbia, 250 km a noroeste de Trípoli, 44 km a norte de Ben Guerdane, 28 km a sul da ilha de Djerba (El Kantara), 62 km a leste de Médenine e 143 km a sudeste de Gabès (distâncias por estrada). A cidade dispõe duma extensa praia de areia, onde há alguns hotéis de construção recente. A cidade tem dois museus: um arqueológico[2] e o um etnográfico.[3][a]
A economia local baseia-se principalmente na agricultura (oliveira e produção de azeite) e no turismo. A cidade tem ainda um porto importante, uma zona franca, um terminal petrolífero e três portos de pesca.[carece de fontes] Zarzis é o principal porto de pesca da Tunísia a sul de Sfax e Mahdia.[4]
História
editarA história da cidade remonta ao tempo dos fenícios, que lhe chamaram Gergis, um nome que deu origem ao atual. Aos fenícios seguiram-se os cartagineses e, após 146 a.C. e a conquista de Cartago por Roma Antiga seguiram-se-lhes os romanos. Segundo o Stadiasme, a cidade situava-se na extremidade ocidental da Syrtique, não muito longe de Meninx (nome antigo de Djerba). Possuía um porto e um castelo construído sobre as ruínas duma cidadela mais antiga. É possível que o nome tenha origem nos Gergesiles, que segundo antigos cronistas judaicos deixaram Canaã na época de Josué para se ficarem no Norte de África.[carece de fontes]
As exportações muito apreciadas em Roma de pesca e o azeite fizeram prosperar a cidade. A proximidade do centro de comércio que era Djerba, o porto e a posição estratégica nas rotas de comércio do Saara tornou Gergis um entreposto entre os centros comericiais do Mediterrâneo e do Saara. Além disso, era pela cidade que se fazia a exportação do sal extraído na Sebkha El Melah, a grande salina natural situada a sudoeste da cidade.[carece de fontes]
A região foi cristianizada no século IV. Os árabes chegaram em 647, dando origem à islamização. As relações comerciais não se limitaram aos territórios sob domínio árabe, estendendo-se igualmente a cidades da Europa.[carece de fontes] Entre 1714 e 1724 funcionou em Zarzis uma empresa franco-genovesa de exportação de sal.[5]
Na época do protetorado francês (1882–1956) foi uma estância de repouso de militares franceses, para os quais a cidade era uma espécie de paraíso por comparação com as paisagens desérticas do sul da Tunísia. Zarzis foi também o único local a sul de Gabès que assistiu a colonização significativa por parte dos franceses. No entanto, os militares dificultaram a instalação dos colonos por recearem perder o controlo para os civis da sua estância de férias. Houve várias queixas dos colonos para o governo colonial, que diziam que "os militares governavam com a espada e com o chicote em vez de com a lei". A indendeência chegou antes dos colonos terem conseguido uma administração civil.[3]
Durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967 entre os países árabes e Israel, registaram-se alguns ataques a sinagogas, tendo ardido uma delas. Em 1983 houve outros ataques a sinagogas.[6]
O turismo chegou em 1973, com um decreto que criou uma zona turística na região,[carece de fontes] instalada a cerca de três quilómetros da cidade. O grande afluxo de turistas na região com graves carências de água provocou à sua escassez nos anos 1990, levando a que se optasse pela dessalinização e pela exploração de águas subterrâneas até aí intocadas, apesar das consequências ambientais disso serem imprevisíveis.[7]
Em 2011 era o principal ponto de embarque de imigrantes clandestinos para a Europa via a ilha italiana de Lampedusa situada cerca de 250 km a norte, a meio caminho da Itália continental.[8]
Notas e referências
editar- Texto inicialmente baseado na tradução dos artigos «Zarzis» na Wikipédia em francês (acessado nesta versão) e «Zarzis» na Wikipédia em alemão (acessado nesta versão).
- [a] ^ Na realidade, é possível que as duas fontes usadas se refiram a um só mesmo museu com mesmo nome, já que cada uma delas só menciona um museu.
- ↑ a b «Population, ménages et logements par unité administrative : Gouvernorat : Mednine». www.ins.nat.tn (em francês). Instituto Nacional de Estatística da Tunísia. 2004. Consultado em 23 de agosto de 2012. Cópia arquivada em 12 de agosto de 2012
- ↑ «Museum Zarzis». www.tunesieninformationen.de (em alemão). Consultado em 5 de outubro de 2012
- ↑ a b Morris, Peter; Jacobs, Daniel (2001). The Rough Guide to Tunisia (em inglês) 6ª ed. Londres: Rough Guide. p. 387-388. 503 páginas. ISBN 1-85828-748-0
- ↑ Monot, Jean (2011). Les pêches méditerranéennes: Voyage dans les traditions (em francês). Versslhes: [s.n.] p. 184
- ↑ Boubaker, Sadok (1990). Les relations économiques entre Gènes et la Régence de Tunis au début du XVIIIe siècle: la compagnie du sel Gergis, 1714-1724 (em francês). [S.l.: s.n.] InBelvederi, Raffaele (ed.) (1990). Rapporti Genova-Mediterranea-Atlantica nell'età moderna. Génova: [s.n.] p. 123-129
- ↑ Shaked, Edith Haddad. On the State of Being (Jewish) between “Orient” and “Occident” (em inglês). [S.l.: s.n.] Ined: Tessman, Lisa; On, Bat-Ami Bar (2001). Jewish Locations: Traversing Racialized Landscapes (em inglês). [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. 185-199
- ↑ Jarraya, Mounir (2010). Le tourisme tunisien : entre qualité de service et exigences environnementales (em francês) 20 ed. [S.l.]: Universidade de Monastir
- ↑ Bernasconi, Fulvio; Miranda, Romain (24 de junho de 2011). «Mais pourquoi quittent-ils encore la Tunisie?». www.rts.ch (em francês). Radio Télévision Suisse. Consultado em 5 de outubro de 2012