Wilhelm Weitling
Wilhelm Weitling (05 de Outubro de 1808 – 24 de Janeiro de 1871[1]) foi um importante escritor revolucionário europeus do início do século XIX, identificado ora com o anarquista e ora como socialista. Nascido na Alemanha, Weitling foi um grande proponente do socialismo experimental.
Wilhelm Weitling | |
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Nascimento | 5 de outubro de 1808 Magdeburgo |
Morte | 25 de janeiro de 1871 (62 anos) Nova Iorque |
Cidadania | Estados Unidos, Reino da Prússia |
Ocupação | jornalista de opinião, escritor |
Sua relação com os marxistas foi marcada pela ambiguidade pois se de um lado foi intensamente criticado por Marx e outros membros do movimento marxista, sendo rotulado de socialista utópico,[2] do outro foi considerado por Engels o "fundador do comunismo alemão".[3][4]
Vida
editarEle nasceu em Magdeburg na Prússia.
Era um aprendiz de alfaiate, Weitling trabalhou como alfaiate em Dresden e Viena entre 1832 e 1837.
Ele chegou a Paris em 1838, durante a "monarquia de Julho", depois de fugir para Zurique após a fracassada revolta dos blanquistas.
Foi preso e, posteriormente, extraditado de volta para a Prússia pelas autoridades suíças, Weitling emigrou para os Estados Unidos, onde participou ativamente na comunidade alemã-americana em Iowa. [5]
Atividade revolucionária e pensamento
editarApesar de trabalhar 12 horas por dia como alfaiate ele ainda encontrou tempo para ler Strauss e Lamennais.
Depois de entrar para a Liga dos Justos, em 1837, Weitling se uniu aos trabalhadores parisienses em protestos e batalhas de rua em 1839.
Tristram Hunt chamou sua doutrina de "uma mistura altamente emocional do comunismo Babouvist, do cristianismo milenarista e populismo milenar":
Weitling apoiava o trabalho do cristão radical Felicité de Lamennais, Weitling defendeu a instalação do comunismo pela força física com a ajuda de um forte exército de 40.000 homens composto por ex-presidiários.
Defendia a comunidade de bens e harmonia da sociedade, Weitling prezava a figura de Cristo.
Marx e Engels entraram em conflito com ele porque Weitling defendia teorias religiosas apocalípticas Münster do século XVI e a tentativa sangrenta de uma "segunda vinda".
Essa filosofia encheu Marx e Engels de fúria, porém, a mistura vertiginosa de Weitling de evangelismo e protocomunismo atraiu milhares de seguidores dedicados em todo o continente europeu. [6]
No seu livro "Evangelho dos pobres pecadores" (1847) Weitling levou o comunismo de volta ao cristianismo primitivo. [7][8]
Seu livro "Harmonia e Liberdade" foi elogiado por Bruno Bauer, Ludwig Feuerbach e Mikhail Bakunin e Weitling reuni-se com Bakunin em Zürich em 1843.
Karl Marx referiu-se ao livro como sendo "estréia literária do trabalhador alemão",[9] mas "ganhou de Marx este elogio simplesmente pelo fato do talento de Weitling serem dirigidos para os trabalhadores como classe." [10]
Fugindo da França, Weitling foi para Zurique. Lá ele foi preso e acusado de agitação revolucionária, incluindo blasfêmia por ter publicado um texto que retratava a Jesus Cristo como comunista e filho ilegítimo de Maria. Considerado culpado, ele foi condenado a uma pena de seis meses.[11]
Extraditado para a Prússia, Weitling teve a oportunidade de emigrar em 1849[12] para os Estados Unidos como um dos revolucionários de 1848 na Europa.
Obras
editar- A Humanidade como é e como deveria ser (1838)
- As garantias da harmonia e liberdade (1842)
- O evangelho do pobre pecador (1845)
Ver também
editarReferências
- ↑ Obituário no NY Times, 1871
- ↑ Isaiah Berlin, Karl Marx: Su vida y ambiente; 4ta ed. (Universidad de Oxford, Prensa US, 1996: ISBN 0-19-510326-2), p. 81.
- ↑ Frederick Engels: Progress of Social Reform On the Continent, II Germany and Switzerland, El Nuevo Mundo Moral No. 21, Noviembre 18, 1843
- ↑ Tristram Hunt, Marx's General: The Revolutionary Life of Friedrich Engels (Henry Holt and Co., 2009: ISBN 0805080252), p. 132.
- ↑ Engels – "Progresso da reforma social no continente", 1843
- ↑ Hunt, Marx's General, pp. 131-32.
- ↑ Engels; Para a História da Liga dos Comunistas, Nov 12-26, 1885
- ↑ Antonio Labriola, Socialism and Philosophy, VII, Rome, June 16, 1897.
- ↑ Marx, citado em Nicolaievsky and Maenchen-Helfer, 83.
- ↑ John Spargo, Karl Marx: His Life and Work (B. W. Huebsch, 1910), p. 89.
- ↑ Wilson, Edmund (2003). «Marx and Engels Take a Hand at Making History». To the Finland Station: A Study in the Writing and Acting of History. [S.l.]: New York Review of Books. p. 164. ISBN 1590170334. 9781590170335
- ↑ Morris Hillquit, History of Socialism in the United States (Funk & Wagnalls, 1906) p. 163
Ligações externas
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