Visão acromática
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Maio de 2021) |
Visão acromática é o nome dado a um distúrbio/doença que corresponde ao grau máximo do daltonismo. Um portador de visão acromática não possui os cones que fazem a recepção das cores vermelha, verde e azul, vendo então tudo a preto e branco.
Fundamentos da comunicação colorida
O mecanismo da visão
A luz é a porção do espectro de radiação eletromagnética que conseguimos perceber através do sentido da visão. A amplitude de onda visível -que se mede em nanômetros (nm)- varia, dependendo das condições de observação e do próprio observador, entre 380-400 nm e 700-780 nm.
O ser humano capta a luz através do olho, um órgão esférico extremamente complexo que em pessoas adultas atinge cerca de 24mm. O olho é composto por três camadas, ou túnicas: a esclerótica, que o reveste e protege externamente, a coróide, constituída por vasos sangüíneos que alimentam o olho, e a retina, um tecido resistente, transparente e fotossensível.
Na retina há dois tipos de células que são responsáveis pelo sentido da visão:
Os cones, entre 6 e 7 milhões, constituem a fóvea retiniana. Os cones contém fotopigmentos, que são os responsáveis pela sensibilidade do olho à cor. Há três tipos de fotopigmentos, sensíveis a diferentes comprimentos de onda: os fotopigmentos azuis, verdes e vermelhos. Os bastonetes, cujo número varia entre 75 e 100 milhões, estão distribuídos na superfície da retina, e são sensíveis a baixos níveis de iluminação. Cada bastonete é composto por milhões de moléculas de um pigmento foto sensível, a rodopsina. Os bastonetes, que são insensíveis à cor, são os responsáveis pela visão acromática (em preto e branco), e ativam-se na presença de luz fraca (visão noturna, por exemplo).
A percepção ocorre quando as células da retina são excitadas por fótons, convertendo a energia luminosa [que é medida em lúmen (lm)] em impulsos elétricos, que são enviados ao cérebro através do nervo ótico. É no cérebro que ocorre a decodificação dos impulsos recebidos, transformando-os em representações compreensíveis de objetos, eventos, pessoas ou situações.
Cor
Como é possível que com cones sensíveis a tão somente três cores possamos enxergar mais de 100.000 combinações? Cada cone é sensível a uma faixa de comprimentos de onda; sua sensibilidade pode ser expressada em uma curva cujo pico atinge níveis específicos. Segundo a CIE (Commission Internationale de l'Eclairage, ou Comissão Internacional de Iluminação) esses picos correspondem às cores chamadas primárias: 700 nm para vermelho, 546 nm para verde e 436 nm para o azul (CIE Collection in Colour and Vision - Publication CIE 118-1994 - ISBN 3 900 734 71 2).
Entretanto, uma determinada onda de radiação eletromagnética pode sensibilizar mais de um cone, dependendo do comprimento da onda. Suponhamos, por exemplo, que a retina é estimulada por uma luz amarela. O cérebro receberá informação, através do nervo ótico, dos cones "vermelhos" e "verdes", cada um indicando a intensidade do estímulo dentro de sua faixa de sensibilidade. É no cérebro que se produz o processamento desta informação, que resultará em uma percepção específica de uma cor.
Os monitores (tanto da televisão como os de computador) utilizam um mecanismo semelhante para representar o espectro cromático. Variando a intensidade de luz nos comprimentos de onda red (vermelho), green (verde) e blue (azul) um monitor colorido consegue estimular os cones nas suas respectivas faixas de sensibilidade, fazendo que o usuário perceba uma cor determinada.
Tipos de luz
A luz pode ser dividida em dois grupos: acromática e cromática.
A luz acromática, captada pelos bastonetes, tem somente uma característica: intensidade. É a variação de intensidade que nos possibilita enxergar diversos níveis de cinza.
A luz cromática possui três características: potência, luminância e brilho.
A potência é a energia que emana de uma fonte de luz, e é usualmente medida em Watts (W).
A luminância representa a energia percebida por um observador de uma fonte de luz. Perceba a diferença: uma onda de radiação eletromagnética na freqüência do ultravioleta pode ser extremamente potente, mas sua luminância é desprezível (o olho humano não consegue percebe-la).
O brilho é um descritor subjetivo, que incorpora a noção acromática de intensidade.
Características da cor
A cor tem duas características fundamentais: matiz e saturação.
A matiz representa a cor dominante. É um atributo associado ao comprimento de onda dominante em uma mistura de ondas de luz.
A saturação representa a quantidade de luz branca misturada com uma matiz. É inversamente proporcional à quantidade de luz branca adicionada. Quanto mais claro for, mais saturada é a cor.
Deficiências na percepção da cor
Qualquer anomalia na codificação dos genes responsáveis pelos fotopigmentos nos cones (localizados no cromossomo X) produzirá sensibilidades a diferentes comprimentos de onda de luz, resultando em uma percepção alterada da cor (ou até, em casos extremos, na inabilidade de perceber a cor). Os cones funcionam, mas respondem inadequadamente.
Estima-se que entre oito e vinte por cento da população (as estatísticas variam) sofra de algum tipo de deficiência na percepção da cor. A forma mais comum de deficiência é a "verde-vermelho", assim chamada não necessariamente pelas falhas na percepção destas cores mas pela sua causa, defeitos na pigmentação dos cones responsáveis pela percepção desses comprimentos de onda.
Esta deficiência atinge, principalmente, a população masculina, por possuir somente um cromossomo X. Já nas mulheres é necessário que ambos cromossomos X estejam defeituosos para serem afetadas, o que reduz a incidência neste grupo.
Deficiências nos cones com pigmentação azul são pouco freqüentes, e estão geralmente associadas a distúrbios mais sérios na visão.