Urucum

fruto do urucuzeiro
 Nota: Para outros significados, veja Urucum (desambiguação).

Urucum, também grafado urucu, é o fruto do urucuzeiro ou urucueiro (Bixa orellana), arvoreta da família das bixáceas, nativa na América tropical, que chega a atingir altura de até seis metros. Apresenta grandes folhas de cor verde-claro e flores rosadas com muitos estames. Seus frutos são cápsulas armadas por espinhos maleáveis, que se tornam vermelhas quando ficam maduras. Então se abrem e revelam pequenas sementes dispostas em série, de trinta a cinquenta por fruto, envoltas em arilo também vermelho.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaUrucum
Frutos
Frutos
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malvales
Família: Bixaceae
Género: Bixa
Espécie: Bixa orellana
Nome binomial
Bixa orellana
Lineu

Nomes Populares

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Em cultura lusófona, chama-se ainda açafroa e também colorau (forma imprópria, a designar especificamente o condimento, também o corante, preparados à base de sementes do urucu trituradas ao pó, puras e/ou misturadas a outras).

Noutras culturas, chama-se: orleansstrauch (alemão), achiote ou onoto (espanhol), rocou (francês), achiote ou annatto (inglês), achiote ou bijol (espanhol).

Nomes indígenas

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Etimologia

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"Urucu" e "urucum" originam-se do tupi transliterado uru'ku, que significa "vermelho",[11] numa referência à cor de seus frutos e sementes.

Contexto Cultural e Histórico

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O urucum é utilizado tradicionalmente pelos Indígenas brasileiros (juntamente com o jenipapo, de coloração preta) e peruanos, como fonte de matéria prima para tinturas vermelhas, usadas para os mais diversos fins, entre eles, protetor da pele contra o sol e contra picadas de insetos; há também o simbolismo de agradecimento aos deuses pelas colheitas, pesca ou saúde do povo. No Brasil, a tintura de urucu em pó é conhecida como colorau e usada na culinária para realçar a cor dos alimentos. Esta espécie vegetal ainda é cultivada por suas belas flores e frutos atrativos. Ao passar urucu na pele, ele penetra nos poros e, ao longo do tempo, a pele passa a ter uma tonalidade avermelhada constante e definitiva. Isso acontece pois os poros se entopem de urucu e não conseguem mais eliminá-lo[carece de fontes?].

Um produtivo nativo das América, que foi levado para Europa desde o século XVII, é mundialmente empregado como corante de diversos fins, principalmente na indústria alimentícia. Com o banimento do uso de corantes alimentícios artificiais na União Europeia, por prováveis efeitos cancerígenos, por exemplo a anilina, é intensamente importado da América tropical e África, além de quase não ter sabor.

 
Fruto aberto de urucu mostrando as sementes cobertas pelo arilo avermelhado utilizado como corante e tintura.
  • Na culinária: como condimento e também colorante, emprega-se sob a forma de pó obtido por trituração das sementes, usualmente misturadas a certo teor de outros grãos também triturados, devido ao arilo que envolve as sementes, que fornece matéria corante vermelha característica, como na casca dos queijos: leyden, queijo-do-reino e outros. É apreciado pela quase ausência de sabor e por não apresentar os efeitos prejudiciais dos corantes artificiais; Também é muito usada na culinária mexicana como condimento chamado Achiote, usado em pratos como Cochinita Pibil, Carnitas entre outros.
  • Na cosmética: empregam-no os ameríndios tropicais no preparo de tinturas para pintar o corpo, com a finalidade de proteção contra o rigor do sol (confere proteção contra radiação ultravioleta);
  • Na medicina: como medicamento fitoterápico, é dotado de inúmeras características e propriedades bioquímicas, que lhe dão aplicação em vasta gama de casos.[carece de fontes?]

Composição Química

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As sementes do urucu contêm celulose (40 a 45%), açúcares (3,5 a 5,2%), óleo essencial (0,3% a 0,9%), óleo fixo (3%), pigmentos (4,5 a 5,5%), proteínas (13 a 16%), alfa e betacarotenos e outros constituintes.

Possuem, também, dois tipos de pigmentos:

Para informação nutricional, 100 g de semente de urucu contêm:

Cálcio 7,00 mg
Ferro 0,80 mg
Fósforo 10,00 mg
Vitamina A 15,00 µg
Vitamina B1
Vitamina B2 0,05 mg
Vitamina B3 0,03 mg
Vitamina C 2,00 mg

Óleo de Urucum

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Óleo de Urucum

O óleo obtido é rico em tocotrienol, betacaroteno, óleo essencial, óleo fixo, ácidos graxos saturados e insaturados, flavonoides e Vitamina C.[12] É usado nas diversas formas cosméticas, onde se deseja aproveitar as características do óleo de urucum. É facilmente incorporado em cremes, loções cremosas, bronzeador, protetores solares, protetores labiais. Atua reestruturando os cabelos e auxilia na proteção contra os raios ultravioletas.[13] Obtenção de óleo com alta atividade antioxidante e de redução do colesterol, que pode ser utilizado em suplementos nutricionais e em cosméticos.[12]

 

Uso Medicinal

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Embora, sob o ponto de vista científico, ainda seja objeto de estudo com vista ao estabelecimento do rol de aplicações, consideram-se as folhas e as sementes do urucu como:

  • Dotadas de virtudes expectorantes em geral;
  • Úteis nas afecções diversas, principalmente do coração;
  • Eficazes na eliminação de manchas e verrugas (tintura das sementes aplicada sobre a pele elimina manchas brancas, verrugas, e rejuvenesce a pele);
  • Eficazes para alívio e redução da prisão de ventre, hemorroidas e hemorragias (chá das folhas).
  • Podem ainda, segundo informações coletadas entre os indígenas, ser usadas como repelente natural de insetos ( sementes ).

A Medicina Fitoterápica dispõe das informações precisas sobre o uso médico.

Sinonímia

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  • Bixa americana
  • Bixa oviedi
  • Bixa purpurea
  • Bixa tinetoria
  • Bixa upatensis
  • Bixa urucurana

Referências

  1. Manso, Laura Vicuña Pereira. 2013. Dicionário da língua Kwazá. Dissertação de mestrado. Guajará-Mirim: Universidade Federal de Rondônia. (PDF).
  2. Jolkesky, Marcelo (2016). Uma reconstrução do proto-mamoré-guaporé (família arawák). LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, 16(1), 7-37. doi:10.20396/liames.v16i1.8646164
  3. a b c Jolkesky, Marcelo Pinho de Valhery. 2016. Estudo arqueo-ecolinguístico das terras tropicais sul-americanas. Doutorado em Linguística. Universidade de Brasília.
  4. Martins, Valteir. 2005. Reconstrução Fonológica do Protomaku Oriental. LOT Dissertation Series. 104. Utrecht: LOT Netherlands Graduate School of Linguistics. (Doctoral dissertation, Vrije Universiteit Amsterdam).
  5. Angenot, Geralda de Lima (1997). Fonotática e Fonologia do Lexema Protochapacura. Dissertação do Mestrado, Universidade Federal de Rondônia.
  6. Dixon, R. M. W. 2004. Proto-Arawá Phonology. Anthropological Linguistics 46: 1-83.
  7. Chacon, Thiago (2013). On Proto-Languages and Archaeological Cultures: pre-history and material culture in the Tukanoan Family. In Revista Brasileira de Linguística Antropológica. Vol. 5, No. 1, pp. 217-245.
  8. VOORT, H. van der. Proto-Jabutí: um primeiro passo na reconstrução da língua ancestral dos Arikapú e Djeoromitxí. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 2, n. 2, p. 133–168, maio/ago. 2007.
  9. Price, D. (1978). The Nambiquara Linguistic Family. In Anthropological Linguistics, Vol. 20, No. 1, pp. 14-37. Published by: Trustees of Indiana University. DiACL, consultado em 9 febrero 2020.
  10. Moore, D. & Vilacy Galucio, A. (1994). Reconstruction of Proto-Tupari consonants and vowels. In Langdon, M. (eds.), Survey of California and Other Indian Languages, Report 8. 119-30, Columbus: Ohio State University. DiACL, consultado em 9 febrero 2020.
  11. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 743
  12. a b CÓDIGO INTERNO XXX_APELIDO www.inova.unicamp.br Processo otimizado para obtenção de óleo rico em antioxidantes de urucum
  13. depois do boom do argan, conheça os novos óleos que prometem cuidar dos cabelos. http://mulher.uol.com.br/beleza/noticias/redacao/2012/09/17/depois-do-boom-do-argan-conheca-os-novos-oleos-que-prometem-cuidar-dos-cabelos.htm

Ligações externas

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