Rio Tibre

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O Tibre (em italiano: Tevere; em latim: Tiberis) é um rio no território italiano, com nascente na Emília-Romanha. Atravessa a Toscana (Sansepolcro), a Úmbria (Città di Castello), depois o Lácio (Orte e Roma) e deságua no mar Tirreno.

Tibre
Rio Tibre
O curso do rio Tibre.
Comprimento 392 km
Nascente Monte Fumaiolo (Apeninos).
Altitude da nascente 1 268 m
Caudal médio 230 m³/s
Foz Mar Tirreno
Área da bacia 17 374,996 km²
País(es)  Itália

É o terceiro rio mais longo da Itália, depois do e do Ádige. Nas margens do Tibre, em Roma, encontra-se o Castelo de Santo Ângelo.

Etimologia

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O nome atual do rio Tibre deve-se tradicionalmente ao rei latino Tiberino Sílvio.[1] Antes tinha dois nomes: Álbula[2] e Rumon.[3] Albula era o nome latino e Rumon etrusco; estes dois povos viviam em margens opostas.

Muitos estudiosos acreditam que o nome de Tiberino derivou do nome do rio, em vez do contrário. Julga-se que a mesma raiz é a origem do prenome latino Tibério, e do seu cognato etrusco, Thefarie. Nota-se que Tiberinus parece derivar de Tiberius, que pode ter sido a forma original do nome. O filólogo George Davis Chase acreditava que a mesma raiz pode ser encontrada nos nomes da cidade de Tibur (atual Tivoli), na cidade Úmbria de Tifernum, e no rio Samnita Tifernus.[4]

O Tibre na história

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Desde a fundação de Roma, o Tibre foi a alma da cidade, e o fato que a cidade lhe deva a própria existência é descrito já na primeira cena da lenda da fundação, com Rômulo e Remo na cesta sob a Figueira Ruminal.

Todas as colônias pré-romanas que convergiram à Roma histórica estavam nas proximidades do Tibre, mas ao alto e não nas margens, pela evidente razão de defesa e porque o Tibre sempre foi um rio sujeito a cheias imprevistas.

 
Nascente do Tibre, no monte Fumaiolo

O ponto no qual a planície de aluvião era defendida com segurança era a Ilha Tiberina, ao lado da qual (na zona que seria depois estabelecido o Fórum Romano) se localizou na origem o ponto de escambo entre a população etrusca que dominava a margem direita (chamada depois Ripa Veientana) e as vilas latinas sobre a margem esquerda (a Ripa Graeca).

A ilha era, portanto, o ponto de onde as naves antigas, de baixo calado, podiam sair diretamente ao mar.

Pouco acima da ilha foi construída (em madeira, e assim permaneceu por vários séculos) a primeira ponte de Roma, a Ponte Sublícia (em latim Pons Sublicius). Para as populações antigas eram muito importantes esta ponte e sua manutenção, que em relação a ela nasceu o mais antigo e poderoso sacerdócio romano: o pontífice máximo (pontifex maximus).

O próprio rio era considerado uma divindade, personificada no Pater Tiberinus: a sua festa anual (a Tiberinalia) era celebrada em 8 de dezembro, aniversário da fundação do templo do deus sobre a ilha Tiberina e era um rito de purificação. O Tibre foi retratado em muitas aquarelas do pintor Ettore Roesler Franz.

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O rio foi utilizado por muitos séculos como via de comunicação: na época romana a navegação mercantil podia chegar diretamente até Roma, ao empório que era situado ao pé do monte Aventino, enquanto barcos menores e adaptados à navegação fluvial transportavam mercadorias e produtos agrícolas da Úmbria, através de um sistema navegável capilar que penetrava na região também através dos afluentes, em particular Chiascio e Topino.

O desenvolvimento do transporte rodoviário e ferroviário, assim como o progressivo assoreamento do baixo curso do rio, impediu completamente esta utilização (que durou até a metade do século XIX), e agora a navegação fluvial se limita a fins esportivos e turísticos, com batelas que desde fins dos anos 90 percorrem trechos do curso romano do rio.

Devido à represa construída na altura da ilha Tiberina para regular e harmonizar o fluxo do rio, a navegação no rio foi dividida em dois trechos, uma a montante, da ilha à Ponte Risorgimento, outra a jusante, da Ponte Marconi a Óstia Antiga.

Quando se reflete sobre o uso do Tibre, deve-se ter em conta que atualmente são 36 os órgãos públicos que detém direitos de intervenção no rio: o número torna evidente, por si, as dificuldades que existem para viabilizar qualquer novo projeto de uso ou de intervenção.

Imagens

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Referências

  1. Gian Enrico Manzoni, Pugnae maioris imago: intertestualità e rovesciamento nella seconda esade dell'Eneide, Editore Vita e Pensiero, Roma 2002, p. 52 e seguenti
  2. Tito Lívio, Ab Urbe condita libri, I, 3.
  3. Mário Sérvio Honorato, Comm. in Aen. VIII, 63
  4. George Davis Chase, "The Origin of Roman Praenomina", in Harvard Studies in Classical Philology, vol. VIII (1897)
 
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