Terra Indígena Munduruku
A Terra Indígena Mundurucu é um território indígena no estado do Pará. É ocupada pelos povos Apiacá e Munduruku.[1] Uma barragem proposta no rio Tapajós está suspensa porque inundaria parte do território, e a constituição não permite projetos que forçariam o realojamento de indígenas.[2]
Terra Indígena Mundurucu | |
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Uma aldeia dos mundurucus à margem esquerda do Rio Cururu. | |
Localização | Jacareacanga e Itaituba |
Dados | |
Área | 2,382,000 ha |
Criação | 26 de fevereiro de 2004 (20 anos) |
Coordenadas | |
Segundo o Instituto Socioambiental, a população munduruku tem atualmente cerca de 14 mil pessoas.[3]
Localização
editarA Terra Indígena Mundurucu está dividida entre os municípios de Itaituba e Jacareacanga, ambos no Pará. Tem uma área de 2.382.000 hectares (5.890.000 acres).[4] O território faz divisa com a Terra Indígena Sai Cinza ao norte e com a Terra Indígena Kayabi ao sul. O rio Tapajós e seu afluente, o Teles Pires, definem os limites norte e oeste do território. A leste, faz divisa com a Floresta Nacional do Crepori e com o Parque Nacional do Rio Novo.[5]
A Terra está inteiramente na bacia do rio Tapajós, no bioma amazônico. Os principais rios são o Rio Teles Pires, Rio Anipiri, Rio Tapajós, Rio Cururu, Igarapé Wareri, Igarapé Parawadukti, Rio Cadiriri, Rio Cabitutu, Rio das Tropas, Rio Kaburuá, Igarapé Preto e Igarapé Maçaranduba.[1]
História
editarA Terra Indígena Mundurucu foi oficialmente reconhecida por decreto de 26 de fevereiro de 2004.[6] O reservatório da proposta Barragem de Chacorão no Rio Tapajós afetaria os povos indígenas Munduruku, Kayabí e Apiacá. Inundaria 18.700 hectares (46.000 acres) da Terra Indígena Munduruku.[1]
Até 2010, a Eletronorte não havia solicitado o registro na Agência Nacional de Energia Elétrica para iniciar os estudos de viabilidade da Usina Hidrelétrica Chacorão. Um porta-voz disse que sem mudança na constituição não há como realizar projetos em territórios indígenas.[7]
Nos últimos anos a reserva vem sendo ameaçada com a presença de garimpeiros ilegais por meio da contaminação de mercúrio e o desmatamento.[8][3]
Comunidade
editarEm 2002, estimava-se que havia 10.065 indígenas na região do Alto Tapajós, em cerca de 80 aldeias. No entanto, as aldeias estão constantemente sendo dissolvidas e reconstituídas.[4] O maior número de Munduruku vive na Terra Indígena Mundurucu, com a maioria das aldeias ao longo do rio Cururu, um afluente do Tapajós. A Terra Indígena Munduruku é ocupada principalmente por Munduruku, mas também por povos das etnias Apiacá, Kayabí, Kayapó, Tembé e Rikbaktsa.[4]
A população estimada do território era de 2.420 em 1990, 5.075 em 1995 e aumentou para 6.518 em 2012.[1] Existem duas organizações indígenas, a Associação Da'uk (AIP) e o Conselho Indígena Munduruku do Alto Tapajós (CIMAT). O estado é representado no território pela Funai. A Igreja Católica opera a Missão de São Francisco. O território conta com várias bases da FUNASA, cada uma com um pequeno prédio com sala de espera, laboratório para exames de malária, sala de internação e alojamento para funcionários.[9]
Referências
editar- ↑ a b c d «Terra Indígena Mundurucu | Terras Indígenas no Brasil». terrasindigenas.org.br. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ «L6001». www.planalto.gov.br. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ a b agenciabrasil. «Lideranças indígenas pedem proteção contra retaliações de garimpeiros». Terra. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ a b c Levantamento Etnoecológico: MUNDURUKU (PDF). 2008: [s.n.] 2008
- ↑ «Parque Nacional do Rio Novo». sistemas.mma.gov.br. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ «Decreto 34826». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ Couto, 2010
- ↑ «Garimpo ilegal põe em risco ao menos 13 mil indígenas mundurukus e kayapós». noticias.uol.com.br. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ Scopel, Daniel; Dias-Scopel, Raquel Paiva; Langdon, Esther Jean (dezembro de 2015). «Intermedicalidade e protagonismo: a atuação dos agentes indígenas de saúde Munduruku da Terra Indígena Kwatá-Laranjal, Amazonas, Brasil». Cadernos de Saúde Pública (12): 2559–2568. ISSN 0102-311X. doi:10.1590/0102-311X00139014. Consultado em 28 de abril de 2023