Reino de Algeciras
Designam-se por Reino de Algeciras três distintos reinos que existiram na actual comarca espanhola de Campo de Gibraltar. Estes reinos foram o Reino taifa de Algeciras, o Reino merínida de Algeciras e o Reino castelhano de Algeciras.
Reino taifa de Algeciras
editarA taifa de Algeciras foi um reino taifa muçulmano do Alandalus que se proclamou reino independente em 1013, na sequência da desintegração que o Califado de Córdova sofria desde 1009. Foi anexada à Taifa de Sevilha em 1055, sendo uma das primeiras taifas a ser constituída "reino".
Quando Solimão Almostaim se separou do Califado de Córdova entregou a regência de Algeciras aos hamúdidas, facção berbere que o teria ajudado a subir ao poder. O primeiro Senhor de Algeciras foi Alcacim Almamune, que mais tarde seria califa de Córdova. O seu sobrinho Iáia Almotali anexou o reino à Taifa de Málaga em 1035, até Abu Hegiague proclamar como Emir de Algeciras, em 1039, a Maomé ibne Alcacim, filho do primeiro Emir. Em 1055, Almutâmide, Senhor de Sevilha, apresentou-se às portas de Algeciras para obrigar Maomé ibne Alcacim a anexar o seu reino à Taifa de Sevilha.
Reino merínido de Algeciras
editarApós a reconquista castelhana, os territórios da antiga taifa de Algeciras passaram a formar parte do Reino de Sevilha. Assim permaneceram pouco tempo, pois foram arrebatados a Afonso X, o Sábio pelo Reino de Granada. Em 1275, o rei de Granada Maomé II entregou a administração de Algeciras ao rei merínida Abu Iúçufe Iacube, que passou a denominar-se "Rei de Algeciras e Ronda". Este Reino Merínida assim permaneceu até 1344, altura em que Afonso XI o anexou após um largo assédio à Coroa de Castela.
Reino castelhano de Algeciras
editarNa sequência da anexação do Reino Merínida de Algeciras à Coroa de Castela de Afonso XI, em 1344, o título de "Rei de Algeciras" figurou entre os títulos dos monarcas castelhanos. No entanto, após a morte do monarca enquanto sitiava Gibraltar em 1350, Castela ficou debilitada pelas lutas dinásticas. Maomé V toma assim a oportunidade de sitiar a cidade e reconquistá-la em 1369[1]. O sultão nacérida mandou reconstruir as muralhas e repovoar a cidade para, em 1379 - compreendo que Castela se havia recomposto das lutas internas e que não tinha forma de conservar a cidade durante muito tempo -, destruí-la para que não voltasse para mãos castelhanas. Após a destruição de Algeciras, o território do seu antigo reino passou a pertencer sucessivamente a Tarifa, a Jerez de la Frontera e, finalmente, a Gibraltar, aquando da sua conquista definitiva em 1462.[1]
Referências
- ↑ a b de Paula Mellado, Francisco. Establecimiento Tipográfico de Mellado, ed. Enciclopedia moderna: Diccionario Universal de Literatura, Ciencias, Artes, Agricultura, Industria y Comercio, Vol. 2. [S.l.: s.n.] 84 páginas
Bibliografia
editar- REQUENA, Fermín. Muhammad y Al-Qasim "Emires de Algeciras". Tipografia "San Nicolás de Bari" (1956).
- TORREMOCHA SILVA, Antonio. Algeciras, Entre la Cristiandad y el Islam. Instituto de Estúdios Campogibraltareños (1994).
- VV.AA. Historia de Algeciras (3 volumes). Diputación de Cádiz (2001).
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Reino de Algeciras», especificamente desta versão.