Obstipação

condição no intestino caracterizada por dificuldade em defecar
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Obstipação ou constipação intestinal, popularmente denominada prisão de ventre, é uma condição caracterizada por defecações pouco frequentes ou de difícil passagem.[1] As fezes apresentam-se geralmente duras e secas.[2] Entre outros sintomas estão dores abdominais, sensação de ventre inchado e uma sensação semelhante a não ter defecado por completo.[3] As complicações mais comuns das obstipações são hemorroidas, fissura anal ou acumulação de fezes no intestino grosso.[2] A frequência normal de defecações em adultos é entre três por dia e três por semana.[2] Os bebés geralmente realizam três a quatro defecações por dia e as crianças duas a três.[4]

Obstipação
Obstipação
Raio-x de obstipação numa criança. Os círculos assinalam os locais opacos de aglomeração de fezes.
Especialidade gastrenterologia
Classificação e recursos externos
CID-10 K59.0
CID-9 564.0
CID-11 502284069
DiseasesDB 3080
MedlinePlus 003125
eMedicine med/2833
MeSH D003248
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A obstipação tem várias causas.[2] Entre as causas mais comuns estão a lentidão do movimento das fezes no cólon, síndrome do intestino irritável e distúrbios do soalho pélvico.[2] Entre as possíveis doenças subjacentes estão o hipotiroidismo, diabetes, doença de Parkinson, doença celíaca, sensibilidade ao glúten não celíaca, cancro do cólon, diverticulite e doença inflamatória intestinal.[2][5][6][7] Entre os medicamentos associados a obstipação estão os opioides, determinados antiácidos, bloqueadores dos canais de cálcio e anticolinérgicos.[2] Cerca de 99% das pessoas que se encontram a tomar opioides desenvolvem obstipação.[8] O organismo responde a estes fatores retendo as fezes por um período maior do que o normal. Em crianças a obstipação pode vir acompanhada de outros sintomas, como o escape fecal e encoprese, ou seja, o ato de sujar as roupas íntimas involuntariamente.[9]

O tratamento da obstipação depende da causa subjacente e de há quanto tempo está presente.[2] Entre as medidas que podem ajudar estão beber bastantes líquidos, ingerir fibras dietéticas (a Organização Mundial de Saúde recomenda a ingestão diária de 25 a 30g de fibra, quantidade facilmente alcançável com o consumo regular de frutas, vegetais, cereais integrais, grãos e sementes) e praticar exercício físico.[2] Quando estas medidas não são eficazes, podem ser prescritos laxantes formadores de volume, laxantes osmóticos, laxantes emolientes ou laxantes lubrificantes.[2] Os laxantes estimulantes são geralmente reservados para situações em que os outros tipos não são eficazes.[2] Entre outros possíveis tratamentos estão o biofeedback ou, em casos raros, cirurgia.[2] A obstipação é motivo de preocupação quando está associada a perda de peso ou anemia, quando existe sangue nas fezes, quando existem na família casos de cancro do cólon ou doença inflamatória ou quando aparece em idade avançada.[10]

Na população em geral, a incidência de obstipação é de 2 a 30%.[11] Entre idosos que vivem em lares, a incidência é de 50 a 75%.[8] Estatisticamente, a prisão de ventre afeta mais as mulheres do que os homens[12][13] devido a fatores hormonais e, no caso da gestação, pela compressão do útero sobre o intestino.[14]

Referências

  1. Chatoor D, Emmnauel A (2009). «Constipation and evacuation disorders». Best Pract Res Clin Gastroenterol. 23 (4): 517–30. PMID 19647687. doi:10.1016/j.bpg.2009.05.001 
  2. a b c d e f g h i j k l «Constipation». National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. Fevereiro de 2015. Consultado em 14 de março de 2017. Cópia arquivada em 15 de março de 2017 
  3. American Gastroenterological Association,; Bharucha, AE; Dorn, SD; Lembo, A; Pressman, A (janeiro de 2013). «American Gastroenterological Association medical position statement on constipation». Gastroenterology (Review). 144 (1): 211–217. PMID 23261064. doi:10.1053/j.gastro.2012.10.029 
  4. Colombo, Jennifer M.; Wassom, Matthew C.; Rosen, John M. (1 de setembro de 2015). «Constipation and Encopresis in Childhood». Pediatrics in Review. 36 (9): 392–401; quiz 402. ISSN 1526-3347. PMID 26330473. doi:10.1542/pir.36-9-392 
  5. Bharucha, AE; Pemberton, JH; Locke GR, 3rd (janeiro de 2013). «American Gastroenterological Association technical review on constipation.». Gastroenterology. 144 (1): 218–38. PMID 23261065 
  6. «Symptoms & Causes of Celiac Disease | NIDDK». National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. Junho de 2016. Consultado em 24 de abril de 2017. Cópia arquivada em 24 de abril de 2017 
  7. Makharia A, Catassi C, Makharia GK (2015). «The Overlap between Irritable Bowel Syndrome and Non-Celiac Gluten Sensitivity: A Clinical Dilemma». Nutrients (Review). 7 (12): 10417–26. PMC 4690093 . PMID 26690475. doi:10.3390/nu7125541 
  8. a b Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health (26 de junho de 2014). «Dioctyl Sulfosuccinate or Docusate (Calcium or Sodium) for the Prevention or Management of Constipation: A Review of the Clinical Effectiveness». PMID 25520993 
  9. «Constipação Intestinal». Consultado em 3 de fevereiro de 2008. Arquivado do original em 14 de janeiro de 2008 
  10. Brenner, DM; Shah, M (junho de 2016). «Chronic Constipation.». Gastroenterology clinics of North America. 45 (2): 205–16. PMID 27261894 
  11. Andromanakos N, Skandalakis P, Troupis T, Filippou D (2006). «Constipation of anorectal outlet obstruction: Pathophysiology, evaluation and management». Journal of Gastroenterology and Hepatology. 21 (4): 638–646. PMID 16677147. doi:10.1111/j.1440-1746.2006.04333.x 
  12. «Constipação» (em inglês) 
  13. «Duas vezes mais mulheres com prisão de ventre». Consultado em 3 de fevereiro de 2008. Arquivado do original em 13 de fevereiro de 2008 
  14. «Gravidez e Constipação» (em inglês) 

Ligações externas

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