Partido de Ação Nacional (México)
O Partido da Ação Nacional, (em espanhol Partido Acción Nacional), conhecido pelo acrônimo PAN, é um dos maiores partidos políticos do México. Os membros deste partido se denominam como panistas. O PAN é um partido de direita, internamente existem diferentes correntes de pensamento, tanto de direita como de extrema-direita. No contexto da política e da sociedade mexicana, o enquadramento da direita não provem do PAN e sim da atuação do Partido Revolucionário Institucional, com uma política de centro-direita e mais de 80 anos no poder do país. Foi fundado em 16 de setembro de 1939 por Manuel Gómez Morín com sede na Cidade do México. Seu lema é "Por uma pátria com ordem e generosa e uma vida melhor e mais digna para todos".
Partido da Ação Nacional Partido Acción Nacional | |
---|---|
Presidente | Marko Antonio Cortés Mendoza |
Secretário | Cecilia Patrón Laviada |
Fundação | 1939 |
Sede | Av. Coyoacán nº1546, Benito Juárez, Cidade do México, México |
Ideologia | Conservadorismo social[1][2][3][4] Democracia cristã Conservadorismo Liberalismo económico[5] |
Espectro político | Direita[6][7][8][9][10][11] |
Ala de juventude | Acción Juvenil |
Afiliação nacional | Frente Amplio por México |
Afiliação internacional | Internacional Democrata Centrista União Internacional Democrata |
Câmara de Deputados | 114 / 500 |
Senado | 20 / 128 |
Estados | 5 / 32 |
Cores | Azul e Branco |
Página oficial | |
http://www.pan.org.mx/ Site oficial |
O PAN conta com os governos locais dos estados de Aguascalientes, Guanajuato, Querétaro, Chihuahua e Yucatán.
História
editarVoltando do exílo em 1929 Manuel Gómez Morín ex-reitor da Universidad Nacional Autónoma de México, se reuniu com alguns amigos entre eles, Mauricio Magdaleno, Germán del Campo, Fernando Azuela e outros ex-exilados por apoiar a candidatura presidencial do pensador e ex-ministro da educação José Vasconcelos contra o candidato oficial, se reuniram para tratar de convencer Vasconcelos da necessidade de fundar um partido político nacional, José Vasconcelos tinha outras ideias e não aceitou a proposta.
Em 1938, Gómez Morín viajou por todo o país a fim de convencer intelectuais e personalidades políticas para a criação de um partido político que conseguisse por um fim a desordem econômica e social que vivia o país. Em fevereiro de 1939 se formou um comitê organizador que deu o primeiro passo para a fundação do novo partido.
Em setembro de 1939 foi oficialmente criado o PAN, entre os fundadores estavam Efraín González Luna, Gustavo Molina Font, Manuel Herrera y Lasso, Aquiles Elorduy, Luis Calderón Vega.
O PAN reuniu originalmente a elite socioeconômica mexicana contra as reformas do Presidente Lázaro Cárdenas. Em particular, opôs-se a seu plano de educação secular gratuita, à nacionalização do petróleo e à reforma agrária. O partido, que na época incluía figuras pró-fascistas, defendeu a neutralidade do México durante a Segunda Guerra Mundial.[12]
Nas eleições de 2000, o Partido Ação Nacional nomeou seu candidato, o ex-executivo da Coca-Cola, Vicente Fox, para a presidência, destituindo o PRI pela primeira vez. O novo governo, que havia prometido durante a campanha de abertura dos arquivos estatais sobre certos atos criminosos atribuídos ao PRI, finalmente fez um pacto com este último. O PRI negociou seu apoio a certas reformas em troca de impunidade. O PAN manteve o poder em 2006 com a eleição de Felipe Calderón.
O partido apresentou a candidatura de Ricardo Anaya Cortés para as eleições presidenciais de 2018, mas ele estava envolvido em casos de desvio de fundos e não conseguiu reunir o partido em torno dele. Em particular, ele não convenceu aqueles próximos ao ex-presidente Felipe Calderón, cuja esposa, Margarita Ester Zavala Gómez del Campo, correu como independente, antes de desistir.[13]
Doutrina política
editarTradicionalmente o PAN segue os pensamentos característicos da direita política. Tem uma posição clara sobre diversos temas, especificamente se opõe categoricamente ao aborto e a qualquer método anticonceptivo que atente contra a vida humana, é a favor do livre comércio e considera que as estatais são pouco eficientes e deveriam ser administradas por empresas privadas interessados em sua prosperidade, desde 1998 pertence à Internacional Democrata Cristã, a organização política internacional que enquadra os partidos democratas-cristãos. O PAN é um dos partidos de evidente inclinação religiosa católica.
Presidentes do PAN
editar- (1939 - 1949): Manuel Gómez Morín
- (1949 - 1956): Juan Gutiérrez Lascuráin
- (1956 - 1958): Alfonso Ituarte Servín
- (1958 - 1962): José González Torres
- (1962 - 1968): Adolfo Christlieb Ibarrola
- (1968 - 1969): Ignacio Limón Maurer
- (1969 - 1972): Manuel González Hinojosa
- (1972 - 1975): José Ángel Conchello
- (1975): Efraín González Morfín
- (1975): Raúl González Schmall
- (1975 - 1978): Manuel González Hinojosa
- (1978 - 1984): Abel Vicencio Tovar
- (1984 - 1987): Pablo Emilio Madero
- (1987 - 1993): Luis H. Álvarez
- (1993 - 1996): Carlos Castillo Peraza
- (1996 - 1999): Felipe Calderón Hinojosa
- (1999 - 2005): Luis Felipe Bravo Mena
- (2005 - 2008): Manuel Espino Barrientos
Candidatos a Presidência da República
editar- (1952): Efraín González Luna
- (1958): Luis H. Álvarez
- (1964): José González Torres
- (1970): Efraín González Morfín
- (1976): Ernesto Rojo
- (1982): Pablo Emilio Madero
- (1988): Manuel Clouthier
- (1994): Diego Fernández de Cevallos
- (2000): Vicente Fox
- (2006): Felipe Calderón Hinojosa
- (2012): Josefina Vázquez Mota
- (2018): Ricardo Anaya Cortés
Presidentes do México emanados do PAN
editar- (2000 - 2006): Vicente Fox
- (2006 - 2012): Felipe Calderón Hinojosa
Resultados eleitorais
editarEleições presidenciais
editarData | Candidato | Votos | % | Status |
---|---|---|---|---|
1946 | Nenhum candidato apresentado | |||
1952 | Efráin González Luna | 285 555 | 7,8 (3.º) | Não Eleito |
1958 | Luis H. Álvarez | 705 303 | 9,4 (2.º) | Não Eleito |
1964 | José González Torres | 1 034 337 | 11,0 (2.º) | Não Eleito |
1970 | Efráin González Morfín | 1 945 070 | 14,0 (2.º) | Não Eleito |
1976 | Ernesto Rojo | 2 600 147 | 13,7 (4.°) | Não Eleito |
1982 | Pablo Emilio Madero | 3 700 045 | 16,4 (2.º) | Não Eleito |
1988 | Manuel Clouthier | 3 208 584 | 16,8 (3.º) | Não Eleito |
1994 | Diego Fernández de Cevallos | 9 146 841 | 25,9 (2.º) | Não Eleito |
2000 | Vicente Fox | 15 989 636 | 42,5 (1.º) | Eleito |
2006 | Felipe Calderón | 15 000 284 | 35,9 (1.º) | Eleito |
2012 | Josefina Vázquez Mota | 12 786 647 | 25,4 (3.º) | Não Eleito |
2018 | Ricardo Anaya | 12,609,472 | 22.3 (3.º) | Não Eleito |
2024 | Xóchitl Gálvez | 16,502,697 | 28.1 (3.º) | Não Eleito |
Eleições legislativas
editarCâmara dos Deputados
editarData | M. Uninominal | M. Proporcional | Deputados | +/- | Status | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Votos | % | +/- | Votos | % | +/- | ||||
1946 | 51 312 | 2,2 (2º) | 4 / 147 |
Oposição | |||||
1952 | 301 986 | 8,3 (3º) | 6,1 | 5 / 161 |
1 | Oposição | |||
1958 | 749 519 | 10,2 (2º) | 1,9 | 5 / 162 |
Oposição | ||||
1964 | 1 042 396 | 11,5 (2º) | 1,3 | 20 / 210 |
15 | Oposição | |||
1970 | 1 893 289 | 14,2 (2º) | 2,7 | 20 / 213 |
Oposição | ||||
1976 | 1 358 403 | 9,0 (2º) | 5,2 | 20 / 237 |
Oposição | ||||
1982 | 3 663 846 | 17,5 (2º) | 3 786 348 | 17,4 (2º) | 8,4 | 51 / 400 |
31 | Oposição | |
1988 | 3 276 824 | 18,0 (2º) | 0,6 | 101 / 500 |
50 | Oposição | |||
1994 | 8 664 834 | 25,8 (2º) | 8 833 468 | 25,8 (2º) | 7,8 | 119 / 500 |
18 | Oposição | |
1997 | 7 698 840 | 26,6 (2º) | 0,8 | 7 795 538 | 26,6 (2º) | 0,8 | 121 / 500 |
2 | Oposição |
2000 | 14 212 476 | 38,2 (1º) | 11,6 | 14 323 649 | 38,2 (1º) | 11,6 | 224 / 500 |
103 | Governo |
2003 | 8 189 699 | 31,8 (1º) | 6,4 | 8 219 649 | 31,8 (1º) | 6,4 | 151 / 500 |
73 | Governo |
2006 | 13 784 935 | 33,4 (1º) | 1,6 | 12 876 499 | 33,4 (1º) | 1,6 | 206 / 500 |
55 | Governo |
2009 | Governo | ||||||||
2012 | Oposição | ||||||||
2015 | 18,7 (2º) | 7 651 270 | 20,9 (2º) | 107 / 500 |
Oposição | ||||
2018 | 499 288 | 1,1 (8º) | 17,6 | 7 897 600 | 18,1 (2º) | 2,8 | 79 / 500 |
28 | Oposição |
2021 | 3 716 203 | 7,9 (4º) | 6,8 | 8 680 994 | 18,3 (2º) | 0,2 | 114 / 500 |
35 | Oposição |
Senado
editarData | M. Uninominal | M. Proporcional | Senadores | +/- | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Votos | % | +/- | Votos | % | +/- | |||
1964 | 1 001 045 | 11,2 (2.º) | 0 / 64 |
|||||
1970 | 1 889 157 | 14,3 (2.º) | 3,1 | 0 / 64 |
||||
1976 | 1 245 406 | 7,5 (2.º) | 6,8 | 0 / 64 |
||||
1982 | Não se apresentou | |||||||
1988 | 3 293 460 | 18,1 (2.º) | 0 / 64 |
|||||
1994 | 8 805 038 | 25,7 (2.º) | 7,6 | 25 / 128 |
25 | |||
1997 | 7 881 121 | 26,9 (2.º) | 1,2 | 33 / 128 |
8 | |||
2000 | 14 208 973 | 38,1 (1.º) | 14 339 963 | 38,2 (1.º) | 11,3 | 60 / 128 |
27 | |
2006 | 13 896 869 | 33,5 (1.º) | 4,6 | 14 043 213 | 33,6 (1.º) | 4,6 | 52 / 128 |
8 |
2012 |
Ver também
editarReferências
- ↑ https://www.pan.org.mx/prensa/posicionamiento-de-accion-nacional/
- ↑ https://www.proceso.com.mx/nacional/2021/9/7/el-pan-refrenda-su-postura-antiaborto-tras-postura-de-la-corte-contra-la-criminalizacion-271431.html/
- ↑ https://www.lja.mx/2018/04/pan-sigue-oponiendose-a-los-derechos-de-la-comunidad-lgbt-de-aguascalientes/
- ↑ https://aristeguinoticias.com/0305/mexico/pan-bloquea-el-matrimonio-igualitario-en-tamaulipas/
- ↑ https://books.google.com/books/about/Mexico_s_New_Politics.html?hl=es&id=WOBRb0wKpocC/
- ↑ Adler-Lomnitz, Larissa; Salazar-Elena, Rodrigo; Adler, Ilya (2010). Symbolism and Ritual in a One-Party Regime: Unveiling Mexico's Political Culture. University of Arizona Press. p. 293
- ↑ Mazza, Jacqueline (2001). Don't Disturb the Neighbors: The United States and Democracy in Mexico, 1980-1995. Routledge. p. 9
- ↑ Needler, Martin C. (1995). Mexican Politics: The Containment of Conflict 3rd ed. Praeger Publishers. p. 61
- ↑ Bensusán, Graciela; Middlebrook, Kevin J. (2012). Organized Labor and Politics in Mexico. The Oxford Handbook of Mexican Politics. Oxford University Press. p. 347
- ↑ Wiltse, Evren Çelik (2007). Globalization and Mexico. Globalization: Universal trends, regional implications. University Press of New England. p. 214
- ↑ Cornelius, Wayne A. (2002). Mexicans Would Not Be Bought, Coerced. The Mexico Reader: History, Culture, Politics. Duke University Press. p. 684
- ↑ «El legado de la derecha en Chihuahua». Jacobin América Latina (em espanhol). 17 de fevereiro de 2021
- ↑ «« En México, la tentación de la esperanza » - Le Monde diplomatique en español». mondiplo.com (em espanhol)