Os Brazões (a ortografia do nome da banda é com a letra "Z"[1][2][3] e não com a letra "S" como consta no Dicionário Cravo Albin)[4] foi uma banda brasileira de rock psicodélico e tropicalismo.[5] A banda é considerada uma das pérolas da psicodelia brasileira.[6]

Os Brazões
Informações gerais
Origem Rio de Janeiro
País Brasil
Gênero(s) rock psicodélico
tropicalismo
Período em atividade 1968 — ?
Afiliação(ões) Gal Costa, Tom Zé, Jards Macalé, Capinam
Ex-integrantes Miguel de Deus
Eduardo "Edu" Rocha
Roberto
Taco
Mandrake
Sérgio Bandeyra
Paulinho Augusto
Roberto
Luís Carlos
Francisco
Gastão
Clarita
Walkíria

História

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A banda foi formada no Rio de Janeiro no final de 1968 e serviu de apoio para vários cantores, entre eles Gal Costa e Tom Zé. Entre os seus principais shows estão um realizado com Gal Costa na Boate Sucata, no Rio de Janeiro, em abril de 1969, e outro realizado em maio do mesmo ano no Teatro de Bolso, com Gal Costa e Tom Zé.[7] A banda também defendeu a canção Gotham City, composta por Jards Macalé e Capinam, no IV Festival Internacional da Canção Popular, em 1969,[2] e teve uma canção incluída na coletânea desse festival. Mais tarde, a banda tocou com Miriam Batucada em uma longa temporada na boate Drink, de Djalma Ferreira.

Ao contrário do que consta no Dicionário Cravo Albin, que afirma que a banda gravou lançou dois álbuns,[4] ela lançou apenas um.[5][8] A formação que gravou o álbum da banda era constituída por Miguel de Deus (guitarra base), Eduardo "Edu" Rocha (bateria e percussão), Roberto (guitarra solo), Taco (baixo),[5] e Mandrake (percussão, em participação especial) mas também passaram pela banda os músicos Sérgio Bandeyra (guitarra e voz, ex-integrante do Albatroz, banda em que Lulu Santos tocou no início de carreira), Paulinho Augusto (guitarra, que tocou no O Bando), Roberto (órgão), Luís Carlos (bateria e percussão), Francisco (bateria e percussão), Gastão (percussão), Clarita (backing vocal) e Walkíria (backing vocal).[4][7]

A banda é muito elogiada por Nelson Motta na contra-capa de seu álbum,[2] e em seu álbum são apontadas como destaque as canções Gotham City (regravada na década de 1980 pelo Camisa de Vênus), Pega a Voga Cabeludo e Volksvolkswagen Blue (ambas de Gilberto Gil), Momento B8 (do Brazilian Octopus) e Planador (do Liverpool).[2][8]

Após o fim da banda, Miguel de Deus, que era baiano, integrou a banda Assim Assado, que tinha um estilo semelhante ao do Secos & Molhados e lançou um álbum, e depois participou do movimento Black Rio e lançou um dos discos mais cultuados de soul e funk, chamado Black Soul Brothers.[9][10][11]

Em 2006, a banda teve a canção "Tão Longe de Mim" incluída na trilha sonora do filme 1972,[1][12] e no mesmo ano a banda teve o seu álbum relançado em CD na série Som Livre Masters,[13][14] que chegou a ser apontado como "um dos destaques do projeto",[3] e ele se esgotou rapidamente.[15]

Integrantes

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Formação do álbum

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Participação especial:

Outros músicos que passaram pela banda

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Discografia

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Álbum

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  • Os Brazões
    • LP RGE Discos XRLP 5333 (1969, edição brasileira)
    • LP Fermata LF 174 (1970, edição argentina)
    • CD Som Livre Som Livre Masters - 0229 2 (2006)

Faixas:[16]

  1. Pega A Voga, Cabeludo
  2. Canastra Real
  3. Módulo Lunar
  4. Volksvolkswagen Blue
  5. Tão Longe de Mim
  6. Carolina, Carol Bela
  7. Feitiço
  8. Planador
  9. Espiral
  10. Gothan City
  11. Momento B8
  12. Que Maravilha

Singles

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Compacto simples

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  • Feitiço/Gotham City RGE (1969)

Compacto duplo

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  • Volksvolkswagen Blue/Espiral/Gotham City/Feitiço RGE CD80.279 (1970)

Coletâneas

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  • IV Festival Internacional da Canção Popular Fermata FB 264 (1969, participação com a canção "Canastra Real")
  • Trilha Sonora do Filme 1972 (2006, participação com a canção "Tão Longe de Mim")

Referências

  1. a b G1. Trilha do filme "1972" reúne boas bandas brasileiras obscuras. Data: 24/11/06. Acesso: 18/07/10.
  2. a b c d Senhor F. Os Brazões, vanguarda da fusão do tropicalismo com a psicodelia Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine.. Acesso: 18/07/10.
  3. a b Paraná-Online. Som Livre lança 25 CDs raros. Data: 19/03/06. Acesso: 24/07/10.
  4. a b c Dicionário Cravo Albin. Os Brasões (sic). Acesso: 24/07/10.
  5. a b c Senhor F. Os Brazões, clássica fusão de psicodelia e tropicalismo em apenas um LP Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine.. Acesso: 18/07/10.
  6. CliqueMusic. Brazilian Nuggets: psicodelia verde e amarela. Data: 16/05/04. Acesso: 18/07/10.
  7. a b Marcelo Dolabela. ABZ do Rock Brasileiro. 6ª Edição. São Paulo: Estrela do Sul, 1987. Página 42.
  8. a b Senhor F. A psicodelia dos 60 & 70 no Brasil, da garagem às misturas regionais Arquivado em 4 de março de 2016, no Wayback Machine.. Acesso: 18/07/10.
  9. Gafieiras. Quando Miguel de Deus fez história. Acesso: 18/07/10.
  10. 1977 - Miguel de Deus - O início do samba rock
  11. Luciano Marsiglia. «Rock Brasileiro 1976 - 1977 - O movimento Black Rio: Desarmado e perigoso». Super Interessante 
  12. Senhor F. Trilha do filme '1972' traz raridades do rock brasileiro dos anos setenta Arquivado em 5 de março de 2016, no Wayback Machine.. Acesso: 18/07/10.
  13. Amazon. Os Brazões. Acesso: 18/07/10.
  14. IMusica. Os Brazões[ligação inativa]. Acesso: 18/07/10.
  15. Som Livre. Os Brazões. Acesso: 18/07/10.
  16. allmusic. Os Brazões (álbum). Acesso: 18/07/10.

Ligações externas

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