Justo Baldino, O.P. (em italiano: Giusto Baldini, Pádua, provavelmente - Almada, 1493) foi um diplomata e prelado veneziano da Igreja Católica, o primeiro núncio apostólico em Portugal e bispo de Ceuta.

Justo Baldino
Bispo da Igreja Católica
Bispo de Ceuta
Núncio apostólico em Portugal
Atividade eclesiástica
Ordem Ordem dos Pregadores
Diocese Diocese de Ceuta
Nomeação 15 de março de 1479
Predecessor João Galvão
Sucessor Fernando de Almeida
Mandato 1479-1493
Ordenação e nomeação
Nomeação episcopal 15 de março de 1479
Dados pessoais
Nascimento Pádua, Veneza?
Morte Almada
1493
Nacionalidade italiano
dados em catholic-hierarchy.org
Bispos
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Biografia

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Duma família oriunda de Pádua, na República de Veneza,[1] não se sabe quando nasceu. Sabe-se que era subdiácono em Pádua e depois foi cônego da igreja de Santa Maria de Agacomitis, na diocese de Utreque.[2] Era doutor em direito canônico e civil[3] e que estava em Portugal em 1473, a serviço de Carlos, Duque da Borgonha.[1] Foi contratado pelo rei Dom Afonso V de Portugal para redigir em latim uma crônica contando as conquistas portuguesas da época.[3][4]

Baldino teria permanecido durante três anos com Dom Afonso V, inclusive na sua viagem à França (realizada entre finais de agosto de 1476 e finais de setembro de 1477) marcando o fim deste período em Portugal.[5] Documentos milaneses e alguns memorialistas romanos o mencionam explicitamente como um "orador" a serviço de Maria da Borgonha e Maximiliano, em 1478 e em 1481.[6]

Foi nomeado como bispo de Ceuta e primaz de África e administrador da Comarca Eclesiástica de Valença do Minho em 15 de março de 1479, pela bula Dum ad universas do Papa Sisto IV.[2][7][8] Em 12 de fevereiro de 1481, foi nomeado como núncio apostólico em Portugal.[7] Foi um dos responsáveis pelo batismo de João Bemoí.[9] Participou no consistório convocado pelo Papa Inocêncio VIII para tratar da canonização de Leopoldo III da Áustria, em 6 de janeiro de 1485 e governou interinamente a diocese do Porto, em 1487, na ausência de Dom João de Azevedo.[2]

Morreu em Almada, vitimado pela peste em 1493.[2][3][4][7]

Referências

  1. a b Matos, op. citada, pág. 72
  2. a b c d José Marques (2014). «Dois humanistas italianos no Alto Minho, no século XV» (PDF). Porto. Faculdade de Letras da Universidade do Porto 
  3. a b c Fortunanto de Almeida, op. citada, pág. 600
  4. a b Paiva Manso, op. citada, págs. 37-38.
  5. Richard J. Walsh, Charles the Bold and Italy (1467–1477). Politics and Personnel, Liverpool 2005, p. 320–321. (em inglês)
  6. Lydia Cerioni (1970), La Diplomazia Sforzesca nella seconda metà del Quattrocento e i suoi cifrari segreti, Roma, vol. I, p. 134–135 (em italiano); Jacopo Ghrerardi da Volterra (1904), Il Diario Romano dal VII Settembre MCCCCLXXIX al XII Agosto MCCCCLXXXIV, Città di Castello (Rerum Italicarum Scriptores, Tomo XXIII, Parte III), p. 55 e pp. 82–83 (em italiano)
  7. a b c Catholic Hierarchy
  8. Johann Burchard (1913). Liber notarum, ab anno MCCCCLXXXIII usque ad annum MDVI]. Partes 10-14. Città di Castello: Tipi della Casa editrice S. Lapi. p. 545 
  9. Brásio, op. citada, págs. 543-552

Bibliografia

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  • Brásio, Padre António (1958). Monumenta Missionaria Africana. Segunda Série. África Ocidental (1342-1499). vol. 1. Lisboa: Agência Geral do Ultramar 
  • Fortunato de Almeida (1917). História da Igreja em Portugal. vol. III Tomo 2. Coimbra: Imprensa Académica da Universidade de Coimbra 
  • Visconde de Paiva Manso (1872). História eclesiástica ultramarina. África septentrional, bispados de Ceuta, Tânger, Safim e Marrocos. vol. I. Lisboa: Imprensa Nacional. 203 páginas 
  • Matos, Luís de (1991). L’expansion portugaise dans la litte´rature latine de la Renaissance (em francês). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian 

Ligações externas

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Precedido por
João Galvão
 
Bispo de Ceuta

14791493
Sucedido por
Fernando de Almeida
Precedido por
-
 
Núncio apostólico em Portugal

14811493
Sucedido por
Antonio Pucci