Guarda-mor do rei

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O guarda-mor do rei, ou guarda-mor do Corpo do Rei, era um oficial da Coroa de Castela e da Casa Real Portuguesa cuja função era proteger o monarca e comandar a sua guarda pessoal.[1]

História

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Alguns autores, ao falar deste cargo, afirmam que era mais "honorífico que efectivo", embora Jaime de Salazar y Acha assinale que talvez fosse assim durante o último período da Baixa Idade Média, mas não nos seus começos, já que numa primeira instância a segurança do rei estava nas mãos do seu alferes, mas este por sua vez possivelmente delegaria essa responsabilidade noutro oficial de patente inferior que possivelmente, com o decorrer dos séculos, evoluiria até passar a ser, na opinião desse historiador, o oficial conhecido como guarda-mor do rei.[1]

Quando no século XIII o cargo de alferes do rei foi monopolizado por membros da alta nobreza, como os Lara e os Haro, assim como por jovens membros da realeza, e até por meninos de tenra idade, a protecção do rei ficou nas mãos do seu guarda-mor. O cargo é mencionado pela primeira vez no reinado de Sancho IV de Castela. Na Crónica deste monarca, o nobre português Esteban Pérez Florián é mencionado como "guarda do Rei", e noutro documento de 1290 Diego Gómez de Roa é mencionado como "guarda-mor de nosso Corpo".[2]

Cerca do ano de 1424, o cargo de guarda-mor passou a ser partilhado por dois indivíduos, ainda que se desconheça se foi porque já então se teria convertido num título mais «honorífico que efectivo», ou porque se alternavam para o exercer. No entanto, é certo que em 1447, durante o reinado de João II de Castela, e segundo consta num dos livros de assentos do seu reinado, vários indivíduos ocupavam o cargo de guarda-mor do rei, que já se tinha convertido em hereditário para várias famílias do reino, recebendo 20.000 maravedis anuais em conceito de salário.[3]

Funções

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Miniatura medieval que representa o rei Afonso X e a sua Corte. Libro de los juegos.

No reinado de Afonso X de Castela, como assinalou Manuel González Jiménez, o guarda-mor do rei era o responsável pela segurança do rei e da sua família, na Corte ou no seu palácio, achando-se às suas ordens um pequeno grupo de homens entre os quais se contavam vinte besteiros de Infantaria e outros dez a cavalo,[4] que protegiam a Corte ou o lugar onde se encontrasse o monarca, ainda que outros vinte cavaleiros e um número similar de escudeiros a pé estivessem encarregados da protecção do monarca e de seus familiares.[4]

Outras obrigações do guarda-mor do rei eram:

  • Comandar a guarda pessoal que protegia ao rei.
  • Coordenar tudo o relativo à segurança do monarca e encarregar-se da sua organização.
  • Cooperar com outros oficiais da Corte como os justiças-mores da Casa Real ou os alguacis-mores do rei, que tinham a seu cargo algumas tarefas policiais e de ordem pública dentro da Corte.[5]

Guardas-mores do rei

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Reinado de Sancho IV de Castela (1284-1295)

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Retrato imaginário do rei Sancho IV de Castela. José María Rodríguez de Losada. (Prefeitura de León).

Reinado de Afonso XI de Castela (1312-1350)

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Reinado de Pedro I de Castela (1350-1369)

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rico-homem castelhano, foi senhor da Casa de Viduerna e também de Castrillo e Guardo,[14] Guarda-mor do rei, e adiantado e meirinho-mor de Leão e Astúrias.[18] E era filho de Arias González de Cisneros, rico-homem de Castela, e de Mencía de Manzanedo.[14]

Reinado de Henrique II de Castela (1369-1379)

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Retrato fantasioso de Henrique II de Castela. José María Rodríguez de Losada. (Ayuntamiento de León).

Reinado de João I de Castela (1379-1390)

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Reinado de Henrique III de Castela (1390-1406)

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  • (1390-1394) Sancho Fernández de Tovar.[26][25]

Guardas-mores a partir do século XV

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Desde este século várias famílias ocuparam o cargo hereditariamente e de forma simultânea:[31]

Guardas-mores da rainha

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Referências

  1. a b Salazar y Acha 2000, p. 324.
  2. Salazar y Acha 2000, pp. 324-325.
  3. Salazar y Acha 2000, p. 325.
  4. a b González Jiménez 2006–2007, p. 26.
  5. Salazar y Acha 2000, p. 326.
  6. a b c d Salazar y Acha 2000, p. 545.
  7. Jular Pérez-Alfaro 1990, p. 549.
  8. Pardo de Guevara y Valdés 2012, p. 54.
  9. Pardo de Guevara y Valdés 2005, p. 268.
  10. a b c d e f Salazar y Acha 2000, p. 546.
  11. Orella Unzué 1984, p. 39.
  12. Salazar y Acha 2000, pp. 478 e 546.
  13. Jular Pérez-Alfaro 1990, pp. 216-217.
  14. a b c d e f Salazar y Acha 2000, p. 547.
  15. a b c d Díaz Martín 1987, p. 83.
  16. a b Salazar y Acha 2000, p. 390.
  17. a b Díaz Martín 1987, p. 24.
  18. Jular Pérez-Alfaro 1990, p. 556.
  19. Díaz Martín 1987, pp. 83-84.
  20. Salazar y Acha 2000, p. 455.
  21. Salazar y Acha 2000, pp. 548 y 505.
  22. a b c d e f g h Salazar y Acha 2000, p. 548.
  23. Salazar y Acha 2000, pp. 399 y 456.
  24. Díaz Martín 1987, p. 84.
  25. a b c d e f g h Cañas Gálvez 2011, p. 180.
  26. a b c Salazar y Acha 2000, p. 549.
  27. a b Salazar y Acha 2000, p. 557.
  28. Cañas Gálvez 2011, p. 171.
  29. Cañas Gálvez 2011, p. 170.
  30. Salazar y Acha 2000, pp. 527 y 551.
  31. Salazar y Acha 2000, pp. 325-326.

Bibliografía

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