Guapimirim

município brasileiro do estado do Rio de Janeiro

Guapimirim é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro, Região Sudeste do país. Localiza-se na Região Metropolitana do Rio de Janeiro,[4] na Baixada Fluminense,[5][6][7][8] estando situado a aproximadamente 50 km da capital estadual. Seu ponto turístico mais famoso é o Dedo de Deus. Sua população estimada em 2024 era de 54.300 habitantes.[1]

Guapimirim
  Município do Brasil  
De cima para baixo: Vista do Dedo de Deus, no Mirante do Soberbo; Entrada de Guapimirim em 2023
Símbolos
Bandeira de Guapimirim
Bandeira
Brasão de armas de Guapimirim
Brasão de armas
Hino
Gentílico guapimiriense[1]
Localização
Localização de Guapimirim no Rio de Janeiro
Localização de Guapimirim no Rio de Janeiro
Localização de Guapimirim no Rio de Janeiro
Guapimirim está localizado em: Brasil
Guapimirim
Localização de Guapimirim no Brasil
Mapa
Mapa de Guapimirim
Coordenadas 22° 32′ 13″ S, 42° 58′ 55″ O
País Brasil
Unidade federativa Rio de Janeiro
Região metropolitana Rio de Janeiro
Municípios limítrofes Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Magé, Petrópolis e Teresópolis
Distância até a capital 50 km
História
Fundação 11 de janeiro de 1755 (269 anos)
Emancipação 25 de novembro de 1990 (33 anos)
Administração
Prefeito(a) Marina Pereira da Rocha Fernandez (PMB, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [1] 358,443 km²
População total (Censo IBGE/2022[1]) 51 696 hab.
 • Estimativa (2024 [1]) 54 300 hab.
Densidade 144,2 hab./km²
Clima tropical (Aw)
Altitude 48 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 25940-000 até 25943-674
Indicadores
IDH (PNUD/2010[2]) 0,698 médio
 • Posição RJ: 59º
PIB (IBGE/2020[3]) R$ 1 175 109,99 mil
PIB per capita (IBGE/2020[3]) R$ 19 142,34
Sítio www.guapimirim.rj.gov.br (Prefeitura)
www.camaradeguapimirim.rj.gov.br (Câmara)

O Pico Dedo de Deus, importante símbolo turístico do estado, está situado na cidade de Guapimirim. Também na cidade ainda é possível encontrar bastante áreas preservadas da antiga estrada de ferro que ligava o Porto da Piedade, em Magé, a Teresópolis. Parte trecho entre as cidade de Magé e Guapimirim ainda encontra-se em funcionamento e faz parte da circulação dos trens do Ramal Guapimirim , que é operado pela SuperVia. Trechos remanescentes da antiga estrada de ferro tem sido muito explorada por turistas nos últimos anos.[9]

Topônimo

editar

O nome "Guapimirim" tem sua origem num acampamento de índios que viviam em torno de uma nascente na região do Vale das Pedrinhas. Quando foi oficialmente fundada, em 1674, a localidade ganhou o nome de "Nossa Senhora d'Ajuda de Aguapeí Mirim". Com o tempo, o topônimo foi abreviado para "Guapimirim". Portanto, o topônimo atual "Guapimirim" é originário do termo tupi agûapé'ymirim, que significa "rio pequeno dos aguapés" (agûapé, aguapé + 'y, rio + mirim, pequeno).[10] O rio que deu nome ao município era o local por onde as tropas passavam, levando mercadorias para o sertão das Minas Gerais, de onde traziam ouro e pedras preciosas.[11]

História

editar

Até o século XVII, Guapimirim era habitada pelos índios timbiras que, com a chegada dos portugueses, subiram a serra e descobriram o Rio Guapi-Mirim.[12] O primeiro nome do município foi Nossa Senhora D’Ajuda de Aguapei Mirim, fundada em 1674.[12] Guapimirim se tornou município após emancipação de Magé em 21 de dezembro de 1990.[13][14]

Geografia

editar

De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE,[15] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata do Rio de Janeiro.[16] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião do Rio de Janeiro, que por sua vez estava incluída na mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro.[17]

Municípios limítrofes:

editar

O município de Guapimirim tem uma área territorial de 358,443 km², segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o 49º município em área total no Rio de Janeiro e o 3052º no Brasil.[1] Sua área urbana é de 27,15 km², ocupando a posição 28º no Rio de Janeiro e 317º no Brasil.[1]

O bioma de Guapimirim é a Mata Atlântica.[1]

Hidrografia

editar

O município de Guapimirim é composta por diversos rios e canais, entre os quais se destacam: Rio Guapi/Macacu, Rio Soberbo, Guaraí e Guaraí-Mirim.[18][19]

Demografia

editar

População

editar

Guapimirim está na posição 63ª dos municípios do estado do Rio de Janeiro e 632º do Brasil com relação à população. De acordo com o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população é de 51 696 habitantes. Já na estimativa de 2024, sua população é de 54 300 habitantes. Na Região Geográfica Imediata, ela está na 18º posição.[1]

Densidade demográfica

editar

Em 2022, o município teve uma densidade populacional de 144,22 habitantes por quilômetro quadrado.[1]

Organização Político-Administrativa

editar

Sendo um município do Brasil, Guapimirim é administrada por dois poderes, o executivo e o legislativo, independentes e harmônicos entre si. O primeiro é representado pelo prefeito, auxiliado pelo seu gabinete de secretários e eleito pelo voto popular para um mandato de quatro anos, sendo permitida uma única reeleição para mais um mandato consecutivo, enquanto que o segundo é representado pela Câmara Municipal de Guapimirim, órgão colegiado de representação dos munícipes que é composto por 9 vereadores também eleitos por sufrágio universal.[20]

Subdivisões

editar

Segundo a Lei Orgânica[23] do município de Guapimirim o território é dividido em distritos na seguinte origem e denominação:

  • 1º Distrito: Guapimirim (sede)
  • 2º Distrito: Vale das Pedrinhas
  • 3º Distrito: Citrolândia

Economia

editar

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, o município de Guapimirim tinha um produto interno bruto (PIB) de R$ 1 milhões. Seu PIB per capita, em 2021, era de R$ 21.920,68.[24]

Turismo

editar
 
Vista da Pedra do Sino, em Guapimirim, na Serra dos Órgãos.

Sua abundância em atrativos naturais faz do município uma promissora área turística.

Guapimirim está inserida em uma região turística do Rio de Janeiro, a região da Serra Verde Imperial, junto com os municípios de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Magé, São José do Vale do Rio Preto, Três Rios, Comendador Levy Gasparian, Areal e Cachoeiras de Macacu.

A cidade localiza-se num vale cercado pela Serra dos Órgãos, na base do pico Dedo de Deus, importante símbolo turístico de Guapimirim e do estado, que se localiza dentro da área territorial do município. Em "Guapi" também está uma das áreas mais preservadas da Mata Atlântica do estado e a cidade possui uma característica peculiar: 70% do seu território encontra-se em área de proteção ambiental. São cinco áreas que compõem uma riqueza de biodiversidade em fauna e flora, e o município abrange a área de manguezal mais preservada do estado, conhecida como Pantanal Fluminense.

O clima ameno da região a torna requisitada principalmente no inverno, devido aos festivais culturais e gastronômicos que ocorrem em Guapimirim e nas cidades próximas. Já no verão, a natureza é um atrativo para quem aprecia o ecoturismo e a prática de atividades de aventura, sendo que em Guapi, especificamente, é possível encontrar cachoeiras, trilhas, montanhas e o famoso Mirante do Soberbo.[25]

 
Locomotiva GE U12C partindo da Estação de Guapimirim, operada pela SuperVia em 2011.

APA - Área de Proteção Ambiental de Guapimirim

editar
 
Mangue no Rio Macacu, na Área de Proteção Ambiental Guapimirim.

É uma extensa área de proteção ambiental que abrange duas cidades vizinhas a Guapimirim: Magé e Itaboraí. Guapimirim é a única cidade a possuir águas da Baía de Guanabara intocadas pela poluição causada pelo homem.

Nos mares de Guapimirim, bem nessa área, vivem os últimos 30 botos-cinza, símbolo da cidade do Rio de Janeiro e mais de mil espécies marinhas.

As visitas podem ser agendadas e o acesso ao local é facilitado pelos agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A área é também conhecida como ''Pantanal Fluminense'' ou ''Pantanal Carioca'', por sua semelhança com o Pantanal.

No cinema, a área é usada como cenário pelos cineastas para representar a Amazônia, por ser localizado próximo a Capital do Rio de Janeiro e por ter um custo de locação baixo.[26]

Parnaso - Parque Nacional da Serra dos Órgãos

editar
 
Museu Von Martius na Sede do Parnaso, de Guapimirim.

O Parque Nacional da Serra dos Órgãos - Sede Guapimirim (Parnaso), é a sede da reserva federal ideal para banhos de cachoeiras, trilhas e acampamentos, por ficar situada em uma região em que o clima é favorável a esse tipo de atividades.

A sede também possui construções históricas da época do Brasil Império e que são usados como cenários de diversas novelas.

Dentro da sede é possível visitar também o Centro de Visitantes e Museu Von Martius, que está instalado em um casarão do século XIX, que abrigou o botânico Carl Friedrich von Martius, na Expedição de Botânica do Brasil a pedido do Imperador Dom Pedro II no século XIX, que foi restaurado para a preservação de suas características,

A Capela de Nossa Senhora da Conceição também é outro monumento histórico construído em 1713, e que fica situada dentro da Sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Guapimirim.

Diversos batizados da época da realeza aconteceram na Capela, por ser ficar situada as margens do Rio Soberbo e pelo seu fácil acesso a Estrada de Ferro Therezópolis, que ligava o Porto da Piedade em Magé, à Teresópolis.[27]

Ver também

editar

Referências

  1. a b c d e f g h i j Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Panorama - Guapimirim». Consultado em 22 de outubro de 2024. Cópia arquivada em 9 de dezembro de 2018 
  2. Atlas do Desenvolvimento Humano (29 de julho de 2013). «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 9 de dezembro de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 8 de julho de 2014 
  3. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2020). «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2020». Consultado em 5 de setembro de 2023. Cópia arquivada em 7 de março de 2019 
  4. Luquez, Juliana (28 de jun. de 2019). «Produção do espaço e os fundamentos da dinâmica territorial contemporânea: reestruturação, concentração, centralização e fragmentação». Espaço e Economia. Revista brasileira de geografia econômica (14). doi:10.4000/espacoeconomia.5980 – via journals.openedition.org 
  5. «Baixada Fluminense - Municípios - .». baixadafacil.com.br 
  6. Mendes, Bruno (19 de junho de 2021). «Guapimirim: o que fazer e onde se hospedar no atrativo fluminense». Viajali. Consultado em 15 de agosto de 2022 
  7. Alves, Marroni (25 de fevereiro de 2019). «Guapimirim - O Pantanal Fluminense». Diário do Rio de Janeiro. Consultado em 15 de agosto de 2022 
  8. https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RJ/Anexos/Sebrae_INFREG_2014_BaixadaFlum.pdf
  9. «Guapimirim -- Estações Ferroviárias do Estado do Rio de Janeiro». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 6 de setembro de 2023 
  10. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 562.
  11. «Guapimirim – Igreja de Nossa Senhora da Ajuda | ipatrimônio». 15 de agosto de 2021. Consultado em 6 de setembro de 2023 
  12. a b «História e fotos». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 20 de outubro de 2024 
  13. «Câmara municipal de Guapimirim». Câmara municipal de Guapimirim. Consultado em 20 de outubro de 2024 
  14. «Guapimirim». Brava Baixada. Consultado em 20 de outubro de 2024 
  15. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 9 de dezembro de 2018. Cópia arquivada em 9 de dezembro de 2018 
  16. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome IBGE_DTB_2017
  17. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016). «Divisão Territorial Brasileira 2016». Consultado em 9 de dezembro de 2018 
  18. «ICMBio - Área de Proteção Ambiental de Guapi-Mirim - Atributos naturais». www.icmbio.gov.br. Consultado em 25 de outubro de 2024 
  19. «Rio Soberbo registra seca histórica e Guapimirim decreta emergência». 17 de setembro de 2024. Consultado em 25 de outubro de 2024 
  20. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito municipal brasileiro. 18. ed. São Paulo: Malheiros, 2017.
  21. a b «Prefeita e vereadores de Guapimirim tomam posse; veja lista de eleitos». G1. 1 de janeiro de 2021. Consultado em 20 de outubro de 2024 
  22. «Galeria de Presdientes». GUAPIMIRIM Câmara Municipal. Consultado em 20 de outubro de 2024 
  23. http://camaradeguapimirim.rj.gov.br/sites/default/files/Lei_organica.pdf%7C Art 6º Lei Orgânica do Município de Guapimirim
  24. «Produto Interno Bruto dos Municípios». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 26 de outubro de 2024 
  25. Pauta, Viagem em (5 de novembro de 2020). «5 atrações imperdíveis de Guapimirim, no Rio de Janeiro -». Viagem em Pauta. Consultado em 6 de setembro de 2023 
  26. «Expedição Rio: conheça o 'Pantanal Fluminense', área ultrapreservada da Baía de Guanabara, onde há caranguejos e até mel». G1. 12 de dezembro de 2021. Consultado em 6 de setembro de 2023 
  27. «IBGE | Biblioteca | Detalhes | Museu Von Martius : Guapimirim, RJ». biblioteca.ibge.gov.br. Consultado em 6 de setembro de 2023 

Ligações externas

editar
 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Guapimirim