Federação de Futebol do Piauí

A Federação de Futebol do Piauí (FFP) é a entidade que controla o esporte no estado do Piauí e representa os clubes piauienses na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Federação de Futebol do Piauí
Federação de Futebol do Piauí
Tipo desportiva
Fundação 25 de novembro de 1941
Sede Teresina
Filiação Confederação Brasileira de Futebol
presidente Roberto Brown
Sítio oficial http://ffp-pi.com.br/

História

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O futebol chegou ao Piauí em 1905, com o primeiro clube formal da cidade, o Theresinense Foot-Ball Club, fundado no ano seguinte.[1] Com crescente popularidade, foram formadas a Liga Sportiva Parnahybana (1917) e Liga Piauíhyense (1922). A Liga Parnahybana era a única filiada formalmente a Confederação Brasileira de Desportos e tentou, sem sucesso, impedir a criação de novas entidades.[2]

Com a promulgação do Decreto Federal 3199 de 14 de abril de 1941, que determinava que os desportos deveriam ter sede única nas capitais,[3] as ligas existentes no Piauí foram convidadas a se unir em uma única entidade, fundada com o nome de Federação Piauiense de Futebol em 25 de novembro de 1941. Por esse fato, substituiu as antigas Ligas das cidades de Teresina e Parnaíba, principalmente esta última que era a filiada oficial da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Apesar de sua fundação, os estatutos da federação só foram apresentados para a CBD em abril de 1942.[4][5]

Os clubes fundadores da Federação, inicialmente, foram: Artístico, Automóvel, Flamengo, Botafogo e Terríveis.[6]

Inicialmente os demais clubes do estado não se juntaram ao novo órgão, de forma que o Campeonato Piauiense de 1943 se viu esvaziado (o Flamengo pediu para não disputar o campeonato daquele ano[6]) e com baixa presença de público.[7]

"...É lamentável que o primeiro esporte do nosso Brasil, que nas outras capitais arrebata grande e avultado número de assistentes com um verdeiro entusiasmo, se veja na nossa capital assistido a por tão reduzida quantidade de espectadores, quando é um espetáculo que empolga e que fascina...e que nossa população saiba corresponder aos esforços da Federação Piauiense de Futebol...Aguardam-se um assistência crescida e uma torcida "feroz", para maior brilho e incentivo do futebol em nossa terra.
— Trecho da Gazeta (PI), de 24 de junho de 1943[7]

A fundação da Federação não fez com que o futebol local se profissionalizasse inicialmente. Em 1960, durante a eleição para a presidência da Federação, a chapa derrotada fundou uma segunda federação de futebol no estado,[8] provocando a intervenção da CBD no futebol do Piauí.[9] Em 1961, sob intervenção, a Federação alterou seu nome para Federação de Desportos do Piauí e determinou que todos os clubes filiados adotassem a profissionalização.[10] No ano seguinte ocorre a primeira participação de um clube do Piauí em uma competição nacional, quando o River Atlético Clube disputou a Taça Brasil de Futebol.[11]

Com a intervenção, a CBD destituiu o presidente da federação Raimundo Nei Bauman (que estava no cargo havia dezenove anos consecutivos) e colocou com interventor o deputado estadual Alfredo Alberto Leal Nunes. Após a primeira participação de um clube do Piauí na Taça Brasil no ano anterior (River), em 1963 a Federação alterou seu nome para Federação de Desportos do Piauí e determinou que todos os clubes filiados adotassem a profissionalização.[10]

O presidente Nunes acabou se tornando secretário da comissão de reforma da CBD ainda naquele ano.[12] Posteriormente apoiou a reeleição de João Havelange e foi eleito um dos vice-presidentes da entidade.[13] A adoção da profissionalização fez com que alguns clubes desaparecessem ou abandonassem a federação, forçando a organização de uma segunda divisão de clubes disputada com maior regularidade. Enquanto que em 1965 havia sete clubes disputando o campeonato local (River, Flamengo, Piauí, Auto Esporte, Comercial, Caiçara e Ferroviário)[14] , no ano seguinte a campeonato contava com seis clubes: River, Flamengo, Botafogo, Ferroviário e Auto Esporte. Outros clubes como o Artístico, Fluminense e Terríveis se licenciaram ou não se profissionalizam.[15] Outro problema era a falta de estádios, com a capital possuindo o único estádio de todo o Piauí (o Lindolfo Monteiro), sendo os demais campos abertos sem arquibancadas e vestiários.[14]

Lista de ex-presidentes

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Edital de 6 de novembro de 2018, com a assinatura do então presidente

De 1941 à atualidade, a entidade foi presidida por[16]:

  • Raimundo Nei Bauman, 1941 a 1960. Também foi prefeito de Campo Maior.[17]
  • Alfredo Alberto Leal Nunes, 1960 a 1966 e de 1985 a 1988
  • Antonio Teixeira Santos, 1966 a 1967
  • Renato de Sousa Lopes, 1968 a 1976; 1978; 1989 a 1990
  • Francisco das Chagas Machado Queiroz, 1977
  • Jofre do Rego Castelo Branco, 1979 a 1984
  • Zeneto Ribeiro de Sousa, 1984
  • Fernando Fortes Said, 1991 a 1992
  • Luis Joaquim Lula Ferreira, 1993 a 2010
  • Cesarino de Oliveira Sousa, 04/11/2011 até 1 de novembro de 2018 quando faleceu.[18][19]
  • Robert Brown Carcará da Silva, interino após o falecimento de Cesarino Oliveira.[20]

Competições

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A Federação de Futebol do Piauí é a responsável por organizar a principal competição futebolística do estado, o Campeonato Piauiense, que oferece ao campeão e ao vice-campeão o direito de representar o estado nas competições nacionais.[carece de fontes?] A entidade também organiza periodicamente a segunda divisão piauiense,[21] a Copa Piauí[22] e o Campeonato Piauiense Feminino.[23]

Referências

  1. Maria do Socorro de Sousa Cruz (2012). «Análise da trajetória do futebol piauiense: da época áurea à decadência» (PDF). Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Consultado em 9 de novembro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 18 de maio de 2021 
  2. «Teria a Confederação Brasileira de Desportos sido blufada». O Imparcial (RJ), ano X, edição 1503, página 7/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 9 de fevereiro de 1922. Consultado em 9 de novembro de 2021 
  3. «Decreto Lei 3199». Câmara dos Deputados do Brasil. 14 de abril de 1941. Consultado em 9 de novembro de 2021 
  4. «Decidirá o Ministro da Educação sobre sobre a inclusão dos profissionais estrangeiros:Estatutos da Federação Piauiense de Futebol». Diário de Notícias, ano XII, edição 6195, página 12/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 8 de abril de 1942. Consultado em 9 de novembro de 2021 
  5. «Notícias da CBD». Diário de Notícias, ano XIII, edição 5966, página 12/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 5 de janeiro de 1943. Consultado em 9 de novembro de 2021 
  6. a b «Tabela para o Campeonato de Futebol de 1943». Gazeta (PI), ano XXXII,edição 1390, página 4/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 16 de junho de 1943. Consultado em 9 de novembro de 2021 
  7. a b «Federação Piauiense de Futebol». Gazeta (PI), ano XXXII,edição 1393, página 4/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 24 de junho de 1943. Consultado em 9 de novembro de 2021 
  8. «Crise:Duas federações no futebol piauiense». Diário de Notícias, ano XXX, edição 11403, Seção Esportiva, página 2. 17 de janeiro de 1960 
  9. «CND intervem no futebol do Piauí». Diário de Notícias, ano XXX, edição 11516, Segunda Seção, página 7/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 1 de junho de 1960. Consultado em 14 de novembro de 2021 
  10. a b Apito Final (19 de junho de 1961). «Passando». Revista do Esporte, ano ,edição 119, página 41/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 14 de novembro de 2021 
  11. «Taça Brasil já tem tabela». Jornal dos Sports, ano XXXII, edição 10149, página 4/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 10 de agosto de 1962. Consultado em 14 de novembro de 2021 
  12. «Seis novos beneméritos:reforma à vista». Jornal dos SPorts, ano XXXIII,edição 10370, página 5/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 30 de junho de 1963. Consultado em 12 de dezembro de 2021 
  13. «Apito final». Revista do Esporte, ano V, edição 258, página 8/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 15 de fevereiro de 1964. Consultado em 12 de dezembro de 2021 
  14. a b «No Piauí apostam até automóveis no futebol». Revista do Esporte, ano VI, edição 311, páginas 23 e 24 /republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 20 de fevereiro de 1965. Consultado em 12 de dezembro de 2021 
  15. «Iniciado o Campeonato Piauiense sob grande expectativa». Diário de Pernamrbuco, ano 141, edição 148, Segundo Caderno página 6/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 29 de junho de 1966. Consultado em 12 de dezembro de 2021 
  16. SEVERINO FILHO. Memória do futebol piauiense. edição do autor: Teresina, 2014. ISBN 9788591605927
  17. SOARES, Sidney. Enciclopédia dos Municípios Piauienses. Fortaleza; Escola gráfica Santo Antonio. 1972
  18. Morre o presidente da Federação de Futebol Piauiense, Cesarino Oliveira. Cidade Verde. Página consultada em 2 de novembro de 2018.
  19. O Dia (Teresina), edição 19.208. Sexta , sábado e domingo 2,3 e 4 de novembro de 2018.
  20. Substituto de Cesarino Oliveira, Robert Brown se reúne com presidente da CBF. Cidade verde. Página consultada em 9 de novembro de 2018.
  21. «Campeonato Piauiense: Segunda Divisão». Bolanaarea.com. Consultado em 13 de dezembro de 2020. Cópia arquivada em 15 de setembro de 2019 
  22. «CLUBES QUE FAZEM FALTA AO FUTEBOL PIAUIENSE». Revistaseriez.org. 25 de setembro de 2018. Consultado em 17 de maio de 2021. Cópia arquivada em 12 de outubro de 2018 
  23. Orlando Portela (11 de fevereiro de 2011). «I Campeonato Piauiense de Futebol Feminino começa dia 2 de Abril». Consultado em 16 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 5 de março de 2016 

Ligações externas

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