Diocese de Vila Real

A Diocese de Vila Real é uma Diocese portuguesa, do Norte do País. Está integrada na Província Eclesiástica de Braga.

Diocese de Vila Real
Villaregalensis
Diocese de Vila Real
Sé Catedral de Vila Real
Localização
País Portugal Portugal
Arquidiocese metropolitana Arquidiocese de Braga
Estatísticas
População 206 661[nota 1]

(81,21% a 97,25% católicos)[nota 2]

Área 4 273 km²
Informação
Denominação Católica Romana
Rito Romano
Criação 20 de Abril de 1922
Catedral Sé Catedral de Vila Real
Padroeiro(a) Nossa Senhora da Conceição
Governo da diocese
Bispo D. António Augusto Azevedo
Bispo emérito D. Amândio José Tomás
Jurisdição Diocese
Página oficial www.diocese-vilareal.pt
dados em catholic-hierarchy.org

Desde 2019 é Bispo de Vila Real D. António Augusto Azevedo.

Criação da Diocese

editar

A Diocese de Vila Real foi criada em 20 de Abril de 1922, por iniciativa do Arcebispo Primaz D. Manuel Vieira de Matos, por desmembramento de territórios que até então pertenciam à Arquidiocese de Braga e às Dioceses de Bragança-Miranda e Lamego.

Porém, a ideia de criação da diocese de Vila Real já era antiga. Já em 20 de Agosto de 1823, o Município e as personalidades da cidade pediram ao rei D. João VI que criasse a diocese.

A Diocese de Vila Real foi criada pelo papa Pio XI, através da bula Apostolica Praedecessorum Nostrarum sollicitudo, de 20 de Abril de 1922. Na bula constam 257 paróquias, mas o número passou para 256, devido a uma rectificação do Arcebispo de Braga, numa pastoral-decreto de 25 de Julho de 1922. A Diocese de Vila Real era formada por 166 paróquias de Braga, 19 de Bragança e 71 de Lamego. Os seus limites compreendem o distrito de Vila Real e todos os seus concelhos.

Com a criação da diocese, a cidade de Vila Real era elevada a sede de Bispado. A Igreja de São Domingos foi elevada à categoria de Catedral. A Diocese é sufragânea da Arquidiocese de Braga.

História da Diocese: das origens à actualidade

editar

O primeiro bispo de Vila Real, D. João Evangelista de Lima Vidal, teve como missão e propósito dotar a diocese de instituições e directrizes, para haver uma melhor governação da mesma. Criou a Obra das Vocações e do Seminário. Promulgou várias orientações diocesanas, nomeadamente relativas aos assentos de Baptismo, às missas festivas, à regulamentação dos processos de casamento, entre outras.

Uma situação preocupante em Vila Real, como aliás em todo o país, nessa altura, era a falta de catequese. D. João Vidal promulgou o Estatuto da Associação da Catequese, em 1924. Formaram-se núcleos de catequese em todas as paróquias. Promoveu um Congresso de Catequese em Vila Real, em 1925, dando assim um impulso à actividade catequética na diocese.

Outro acontecimento que marca a vida da diocese de Vila Real nestes primeiros anos é a realização do Congresso de Liturgia, que teve uma dimensão nacional e não meramente diocesana. Graças a este Congresso, que contou com a presença de vários prelados nacionais e de D. António Coelho, o grande liturgista português da época, registou-se uma melhoria das celebrações litúrgicas por toda a diocese. Foi neste Congresso que nasceu a revista litúrgica Opus Dei. Foi em Vila Real que o movimento litúrgico português deu o seu grande passo.

D. João criou, em 1923, o Anjo da Diocese, boletim oficial da diocese. Teve, igualmente que dotar a diocese das estruturas jurídico-institucionais exigidas pelo Direito Canónico. Organizou a cúria diocesana, constituiu o Tribunal Eclesiástico (em 3 de Dezembro de 1923), instituiu o conselho de administração dos bens da diocese (em 23 de Janeiro de 1925). Apesar da bula de criação da diocese prever a instituição do cabido da Catedral, tal nunca aconteceu. Por toda a diocese foram-se criando as estruturas de administração económica das paróquias.

Visto a bula da criação da diocese recomendar, o mais rápido possível, a fundação do seminário, D. João Evangelista de Lima Vidal mandou os alunos para os seminários mais próximos, enquanto tal não se realizava.

Coube ao sucessor de D. João, D. António Valente da Fonseca, a continuar e terminar a construção do Seminário de Vila Real. D. António dedicou a maior parte da sua actividade ao seminário. A sua acção caracteriza-se pelo fortalecimento da vida espiritual da diocese. Dedicou-se muito à Acção Católica, esforçando-se para que ela se implantasse em todas as paróquias da diocese. Este empenho na expansão da Acção Católica contribuiu para a renovação litúrgica e espiritual das paróquias.

A D. António Valente da Fonseca sucede D. António Cardoso Cunha. Dotou o seminário de uma quinta e construiu o Paço Episcopal. Desde D. António Cardoso Cunha que a diocese tem feito um esforço em estruturar a pastoral segundo as directrizes conciliares e fazer face à escassez de sacerdotes.

D. Joaquim Gonçalves continuou essa missão de renovação da pastoral diocesana. Em 8 de Janeiro de 2008, a Santa Sé deu a conhecer que o Papa Bento XVI nomeou D. Amândio José Tomás para Bispo Coadjutor (com direito a futura sucessão) de Vila Real. A substituição deu-se em 17 de Maio de 2011.

Lista de bispos de Vila Real

editar
Nome Período Notas
Bispos
António (III) Augusto de Oliveira Azevedo 2019- Atual
Amândio José Tomás 2011-2019
Joaquim Gonçalves 1991-2011
António (II) Cardoso Cunha 1967-1991
António (I) Valente da Fonseca 1933-1967
João Evangelista de Lima Vidal 1923-1933
Bispo coadjutor
Amândio José Tomás 2008-2011
Joaquim Gonçalves 1987-1991
António Cardoso Cunha 1966-1967
Bispo auxiliar
António de Castro Xavier Monteiro 1964-1966 Nomeado Arcebispo auxiliar de Lisboa
António Valente da Fonseca 1931-1933 Elevado a bispo diocesano

Escutismo

editar
  1. Escutismo nesta diocese: Região de Vila Real

Ligações externas

editar

Notas

  1. Censos 2011.[1] O território da diocese de Vila Real coincide com o do distrito homónimo.
  2. Limites mínimo e máximo possíveis, segundo os resultados dos Censos 2011.[2] A pergunta sobre religião foi feita aos 180 550 habitantes com idade igual ou superior a 15 anos. Desses, 7 034 não responderam (pergunta facultativa) e 5 686 indicaram terem outra religião que não a católica ou não terem qualquer religião. A percentagem mínima é alcançada na situação (altamente improvável) de todos os que não responderam, incluindo os menores de 15 anos, não serem católicos. De igual forma, a percentagem máxima corresponde à situação (também altamente improvável) de todos os que não responderam, incluindo os menores de 15 anos, serem católicos. Entre os que responderam, a percentagem que afirmou ser católica foi de 96,72%.

Referências

  1. INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_NORTE". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013 
  2. INE (2012). «População residente com 15 ou mais anos, segundo a resposta à pergunta sobre religião» (XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q649_NORTE". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013