Catedral de Wells

igreja anglicana

A Igreja Catedral de Santo André, comumente chamada de Catedral de Wells, é uma Igreja Anglicana da Inglaterra, situada em Wells. A catedral, dedicada a Santo André Apóstolo, é a casa do Bispo de Bath and Wells. É a igreja-mãe da diocese e contém o trono do bispo (cátedra).

Igreja Catedral de Santo André
Catedral de Wells
Catedral de Wells
Informações gerais
Estilo dominante Gótico inglês
Início da construção 1176
Fim da construção 1490
Religião Igreja de Inglaterra
Diocese Bath and Wells
Website http://www.wellscathedral.org.uk/
Altura 55 metro
Geografia
País Inglaterra
Localização Wells
Região Somerset
Coordenadas 51° 12′ 37″ N, 2° 38′ 37″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

História

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Foi construída entre 1175 e 1490, substituindo uma antiga igreja construída no mesmo local em 705. Tem uma dimensão média no conjunto das catedrais medievais da Inglaterra, entre aquelas de enorme dimensão como as de Lincoln e York, e as de mais pequena como as de Oxford e Carlisle. Com a sua larga frente a oeste e torre central, é a dominante das suas pequenas cidades catedrais e um marco na paisagem rural de Somerset.[1] Wells tem sido descrita como "inquestionavelmente uma das mais bonitas"[2] e como "a mais poética" das catedrais inglesas.[3]

A arquitectura da catedral apresenta um todo harmonioso em estilo inteiramente gótico e, na generalidade, ao estilo inglês inicial do final do século XII, princípio do século XIII. A este respeito, Wells difere das outras catedrais medievais inglesas, as quais possuem partes ao estilo românico inicial introduzido no Reino Unido pelos normandos no século XI.

Os trabalhos de construção tiveram início por volta de 1175 no extremo oriental com o edifício do coro. O historiador John Harvey considera-a como a primeira estrutura verdadeiramente gótica na Europa, tendo quebrado com os anteriores padrões do românico.[4] O trabalho em pedra das suas arcadas pontiagudas pilares canelados é enriquecido pela complexidade das molduras pronunciadas e pela vitalidade dos seus capitéis esculpidos num estilo folheado conhecido como "folha dura".[5] O seu exterior tem uma fachada em estilo inglês antigo com mais de trezentas figuras esculpidas,[3] descritas por Harvey como "o supremo triunfo da combinação das artes plásticas em Inglaterra".[6] O extremo oriental, é caracterizado pela presença de vitrais muito antigos, o que é raro em Inglaterra.[3]

Ao contrário de muitas catedrais inglesas de fundação monástica, Wells tem vários edifícios seculares no capítulo de párocos seculares, incluindo o Palácio do Bispo e Vicars' Close, uma rua residencial que se mantêm inalterada desde o século XV.[1] A catedral é um edifício inventariado de Grau I.[7][8]

Sua fachada tem uma decoração muito rica, mas foi depredada em uma onda iconoclasta de 1643 e em vandalismo provocado por soldados em 1645, sofreu durante a guerra civil que culminou na morte de Carlos I, e o edifício começou a entrar em decadência.[9] Quando Ralph Bathurst assumiu o bispado mandou restaurá-la, mas outra vez foi depredada na rebelião do Duque de Monmouth de 1685, e então foi transformada em estábulo. O novo bispo, Thomas Ken, reiniciou um restauro, mas foi obrigado a renunciar e as obras foram suspensas.[10] No século XVII a Capela de Santa Maria sofreu sérios danos, devido à rejeição do culto mariano pelos puritanos. Em 1703 duas espiras desabaram quando um raio atingiu o edifício. Só voltou a entrar em obras no início do século XIX, mas em seu decurso diversos monumentos no interior foram removidos e teve suas pinturas murais apagadas, sendo redecorada com peças novas enquanto outras originais eram deslocadas de suas posições primitivas.[11] A partir do século XX passou por várias obras de conservação e restauro.

Referências

  1. a b Swaan 1984, pp. 188–196.
  2. Oggins, Robin. Cathedrals, p. 42 (Sterling Publishing Company 1996).
  3. a b c Clifton-Taylor 1967, p. 274.
  4. Harvey 1987, p. 19.
  5. Clifton-Taylor 1967, p. 77.
  6. Harvey 1961, p. 63.
  7. «Wells Cathedral». Pastscape – National Monument Record. English Heritage. Consultado em 4 de Setembro de 2011 
  8. Adkins 1992, pp. 118–119.
  9. Marchant, E.C. "Ralegh, Walter (1586–1646) Dean of Wells". In: Oxford Dictionary of National Biography. Oxford University Press, 2008
  10. Wells Cathedral. Destruction and Disaster.
  11. Wells Cathedral. Victorian Restorations.

Bibliografia

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  • Adkins, Lesley; Adkins, Roy (1992). A Field Guide to Somerset Archaeology. [S.l.]: Dovecote Press. ISBN 978-0-946159-94-9 

Bibliografia complementar

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  • Cockerell, Charles Robert (1851). Iconography of the West Front of Wells Cathedral. [S.l.]: J. H. Parker 
  • Colchester, L. S. (1987). Wells Cathedral. [S.l.]: Unwin Hyman. ISBN 978-0-04-440015-8 
  • Malden, Richard H. (1947). The Story of Wells Cathedral. [S.l.]: Raphael Tuck & Sons. OCLC 3138221 
  • Matthews, Melvyn (2005). «The Meaning of Wells Cathedral». In: Dunning, Robert. Wells Cathedral. [S.l.]: Scala Publishers Ltd. ISBN 978-1-85759-370-9 
  • Reid, R. D. (1963). Wells Cathedral. [S.l.]: Friends of Wells Cathedral. ISBN 978-0-902321-11-3 
  • Smith, John Colin Dinsdale (1975). Picture Book of Misericords of Wells Cathedral. [S.l.]: Friends of Wells Cathedral. ISBN 978-0-902321-15-1 
  • Ayers, Tim (2004). The Medieval Stained Glass of Wells Cathedral. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-726263-4 
  • Colchester, L. S.; Quilter, David Tudway; Quilter, Alan (1985). A History of Wells Cathedral School. [S.l.]: Wells Cathedral School. OCLC 70336406 
  • Malone, Von Carolyn Marino (2004). Façade as Spectacle: Ritual and Ideology at Wells Cathedral. [S.l.]: Brill Publishers. ISBN 978-90-04-13840-7 

Ligações externas

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