A Canção Arval (em latim: Carmen Arvale) é uma canção preservada dos Sacerdotes arvais ou Irmãos arvais da Roma antiga.[1][fonte confiável?]

Inscrição dos sacerdotes arvais

Os sacerdotes de Arval eram devotos da deusa Dia e lhe ofereciam sacrifícios para garantir a fertilidade dos campos arados (Latim Arvum). Havia doze sacerdotes arvais, escolhidos pelas famílias patricianas. Durante o Império Romano, o Imperador sempre foi um padre arval. Eles mantinham um escritório para este encargo, mesmo que fossem desonrados ou exilados. Seu festival mais importante, o Ambarvália, ocorria durante o mês de maio, em um bosque dedicado à Dia.

A canção arval é preservada em uma inscrição datada em 218 a.C, que contém registros das reuniões dos Irmãos Arvais. Está escrito em uma forma arcaica do latim antigo, provavelmente não totalmente compreendido no momento em que a inscrição foi feita.[2]

Uma das suas interpretações é a seguinte:[3]

Texto em latim Tradução literária
enos Lases iuuate

enos Lases iuuate

enos Lases iuuate

neue lue rue Marmar sins incurrere in pleores

neue lue rue Marmar sins incurrere in pleores

neue lue rue Marmar sins incurrere in pleores

satur fu, fere Mars, limen sali, sta berber

satur fu, fere Mars, limen sali, sta berber

satur fu, fere Mars, limen sali, sta berber

semunis alternei advocapit conctos

semunis alternei advocapit conctos

semunis alternei advocapit conctos

enos Marmor iuuato

enos Marmor iuuato

enos Marmor iuuato

triumpe triumpe triumpe triumpe triumpe[3]

Ajudai-nos, Lares!

Ajudai-nos, Lares!

Ajudai-nos, Lares!

Marmar, não deixeis a praga ou a ruína atacar o povo!

Marmar, não deixeis a praga ou a ruína atacar o povo!

Marmar, não deixeis a praga ou a ruína atacar o povo!

Fica inteiramente satisfeito, feroz Marte, Salta a Soleira! Bate o chão, ó bravo!

Fica inteiramente satisfeito, feroz Marte, Salta a Soleira! Bate o chão, ó bravo!

Fica inteiramente satisfeito, feroz Marte, Salta a Soleira! Bate o chão, ó bravo!

Por graça, visita a todos os deuses da semeadura!

Por graça, visita a todos os deuses da semeadura!

Por graça, visita a todos os deuses da semeadura!

Ajudai-nos, Marmor!

Ajudai-nos, Marmor!

Ajudai-nos, Marmor!

Triunfo, triunfo, triunfo, triunfo, triunfo[4]

Enquanto as passagens deste texto são obscuras, a interpretação tradicional faz do canto uma oração para buscar auxílio de Marte e Lares, cujas implorando para Marte não deixar a praga e a ruína cair nos campos ou povos camponeses, pedindo-lhe que se sacie e dance, chamando os "Semunis", que podem representar semeadores sagrados comparado a (Semão Sanco, um deus de boa fé.) Semunis eram deidades menores tutelares particulares de Sanco, Priapo, Fauno, Vertumno, Silvano e Bona Dea. Os semunis provavelmente eram forças da vida que existiam dentro das sementes, eles eram homenageados apenas com ofertas de leite na primeira tradição.[2]Também os nomes que podem ser controversos são Marmar/Marmor, muitos autores interpretam estes como nomes próprios, mas muitos interpretam como uma alcunha de Marte.

Glossário

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  • Limen sali, significa "saltar sobre o feixe do limiar / soleira / porta / lintel" em latim padrão.[5][fonte confiável?]

Ver também

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Referências

  1. «Irmãos arvais». Wikipédia, a enciclopédia livre. 21 de agosto de 2017 
  2. a b «Carmen Arvale». Wikipedia (em inglês). 17 de maio de 2017 [fonte confiável?]
  3. a b «Carmen Arvale». Forum Romanum. Consultado em 20 de agosto de 2017. Arquivado do original em 4 de janeiro de 2018 
  4. «Carmen Arvale - Stekel - LETRAS.MUS.BR». www.letras.mus.br. Consultado em 3 de setembro de 2017 
  5. «limiar - Wikcionário». pt.wiktionary.org. Consultado em 3 de setembro de 2017