Artur Azevedo
Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo (São Luís, 7 de julho de 1855 — Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1908),[1] também conhecido como Artur Azevedo, foi um escritor, dramaturgo, poeta, contista, prosador, comediógrafo, crítico, cronista e jornalista brasileiro.[2] Ao lado de seu irmão, o escritor Aluísio Azevedo, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.[3]
Artur Azevedo | |
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Nome completo | Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo |
Nascimento | 7 de julho de 1855 São Luís, Maranhão, Império do Brasil |
Morte | 22 de outubro de 1908 (53 anos) Rio de Janeiro, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Emília Amália Pinto de Magalhães Pai: David Gonçalves de Azevedo |
Parentesco | Aluísio Azevedo |
Ocupação | escritor, dramaturgo, poeta, contista, cronista e jornalista |
Tendo escrito milhares de artigos sobre eventos artísticos e encenado mais de cem peças no Brasil e em Portugal, Azevedo foi um dos maiores defensores da criação do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, cuja inauguração ocorreu meses depois de sua morte.[4]
Suas peças mais conhecidas são A joia, A Capital Federal, A almanjarra, O Mambembe, entre outras.[3] Três teatros no Brasil foram batizados com o seu nome: o Teatro Arthur Azevedo de São Luís, Maranhão, sua cidade natal,[2] o Teatro Arthur Azevedo da cidade de São Paulo, e o Teatro Arthur Azevedo da cidade de Rio de Janeiro.
Biografia
editarArtur Azevedo era filho de David Gonçalves de Azevedo, vice-cônsul de Portugal em São Luís, e Emília Amália Pinto de Magalhães.[3] Aos oito anos, Azevedo já dava indícios de inclinação às atividades teatrais, adaptando de forma amadora textos de Joaquim Manuel de Macedo e, posteriormente, criando peças próprias, que representava.[3] Aos 15 anos, escreveu a obra teatral Amor por Anexins, que alcançou êxito regional e nacional.[4]
Devido a discordâncias com a administração provincial, Azevedo concorreu a um concurso aberto para vagas de amanuense da Fazenda. Sendo classificado, ele se transferiu para a capital federal, à época o Rio de Janeiro. Lá, ficou empregado no Ministério da Agricultura e no Colégio Pinheiro, onde lecionava português.[1] Foi nesse período em que iniciou sua carreira jornalística, fundando diversos periódicos literários, como A Gazetinha, Vida Moderna e O Álbum. Junto a Machado de Assis, colaborou em A Estação e, com Alcindo Guanabara, Moreira Sampaio, Olavo Bilac e Coelho Neto, no jornal Novidades.[3]
Defendeu a abolição da escravatura tanto em artigos de jornal como em obras dramáticas, como O Liberato e A família Salazar, sendo que esta última, escrita com Urbano Duarte, foi publicada sob o título de O escravocrata.[3]
Foi por insistência de Artur Azevedo, principalmente através de seus artigos na imprensa, que, em 1895, foi aprovada a lei que previa a construção de um teatro municipal no Rio de Janeiro.
Tinha o teatrólogo a convicção de que somente a construção desse teatro poria fim à má fase em que se encontravam as artes cênicas na segunda metade do século XIX. A criação da lei traria resultado somente em 1904, quando foi aberto concurso para a construção do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.[5] Arthur Azevedo, que sustentou a campanha vitoriosa para construção do Teatro, não assistiria à sua inauguração em 14 de julho de 1909, pois faleceu nove meses antes.[6] Antes de sua morte, foi um crítico mordaz do pano de boca do Theatro Municipal, pintado por Eliseu Visconti.[7]
Faleceu aos 53 anos no Rio de Janeiro e foi sepultado no Cemitério do Caju.[8]
Teatro:
- Carapuças, 1871;
- Amor por anexins, 1872;
- A filha de Maria Angu, 1875;
- Uma véspera de reis, 1876;
- Um dia de finados, 1877;
- A joia, 1879;
- O escravocrata, em colaboração com Urbano Duarte, 1884;
- A almanjarra, 1888;
- A Capital Federal, 1859;
- O retrato a óleo, 1902;
- O Mambembe, 1904;
- O dote, 1907;
- Vida alheia, 1929.
Contos e poesias:
- Sonetos, 1876;
- Contos possíveis, 1889;
- Contos fora de moda, 1894;
- Contos efêmeros, 1897;
- Contos em verso, 1898;
- Rimas, 1909;
- Contos cariocas, 1928;
- Vida alheia, 1929;
- Histórias brejeiras, 1962;
- Contos, Ed. Três, 1973;
- Contos ligeiros, 1974.
Academia Brasileira de Letras
editarFoi um dos fundadores do Silogeu Brasileiro, onde ocupou a cadeira 29, que tem por patrono Martins Pena.
Referências
- ↑ a b «Fundação Biblioteca Nacional - Biografias de autores - Artur Azevedo». www.cervantesvirtual.com. Consultado em 21 de janeiro de 2017
- ↑ a b «Teatro Arthur Azevedo - TAA». www.cultura.ma.gov.br. Consultado em 7 de agosto de 2019
- ↑ a b c d e f «Artur Azevedo | Academia Brasileira de Letras». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 21 de janeiro de 2017
- ↑ a b «Artur Azevedo, contador de casos e anedotas | Língua Portuguesa | Nova Escola». acervo.novaescola.org.br. Consultado em 21 de janeiro de 2017
- ↑ Oliveira Siciliano, Tatiana. «O Theatro Municipal de Arthur Azevedo: as várias narrativas sobre o teatro na mídia impressa». Revista Novos Olhares. 3 (2)
- ↑ «História – Theatro Municipal do Rio de Janeiro». www.theatromunicipal.rj.gov.br. Consultado em 21 de janeiro de 2017
- ↑ «Pano De Boca :: Obra :: Eliseu Visconti - Site oficial do pintor». www.eliseuvisconti.com.br. Consultado em 21 de janeiro de 2017. Arquivado do original em 11 de novembro de 2016
- ↑ «Cemitério São Francisco Xavier "Cajú"». Cemitérios do Rio
- ↑ «Artur Azevedo: bibliografia». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 21 de janeiro de 2017
Ligações externas
editar- Perfil no sítio da Academia Brasileira de Letras, Em web.archive.org .
- Contos fora da moda, edição de 2018, por Cadernos do Mundo Inteiro.
- Uma boa parte dos contos de Artur Azevedo está disponível gratuitamente em formato virtual .pdf , em www.dominiopublico.gov.br .
Precedido por Martins Pena (patrono) |
ABL - fundador da cadeira 29 1897 — 1908 |
Sucedido por Vicente de Carvalho |